PM na USP

Como novo aluno da USP não poderia deixar de utilizar esse espaço para discutir o que vem ocorrendo nessa Universidade.
Refiro-me aos usuários de maconha e seus protestos contra a PM no campus da Cidade Universitária/USP. Não sou a favor da violência, independente de onde venha. Mas é lamentável como esses desviantes da conduta moral pensam (se é que pensam) apenas neles. Não sabem que o uso de maconha no campus tem atraído traficantes para as proximidades. Basta observar as saídas mais afastadas do campus da Cidade Universitária. Tais traficantes ainda não entraram em massa no campus devido a presença da PM. O maconheiro não consegue compreender que financia o tráfico, os sequestros, os assaltos e outros crimes. Acham mesmo que um traficante ao ir ao campus ou próximo a ele retorna para sua “área” a pé? De ônibus? É mais fácil roubar um carro, dar um tiro em um jovem e ir para “casa”. Não precisa ser sociólogo para entender isso. Até o filme “Tropa de Elite I” abordou essa questão (só não concordo com a agressão representada no filme). 
Veja o trecho do vídeo
Certamente existem outras questões que devem ser discutidas. O ideal é que o campus fosse um espaço isento da existência da Polícia, sobre tudo da PM devido sua falta de preparo. Mas como retirar o policiamento se alguns poucos alunos estão trazendo/atraindo traficantes para dentro do campus? Os traficantes buscam seus mercados! Se esse problema não cessar agora, brevemente teremos conflitos entre traficantes pela exclusividade de fornecimento de drogas aos “estudantes” (se é que já não há).
Outra questão que deve ser discutida é a legitimidade da reitoria. É verdade que a PM pode ser utilizada para brindar qualquer manifestação conta a reitoria. Digo aqueles que querem que o reitor seja retirado: existem outras formas de ação além de manifestações via invasão de prédios públicos, depredação do patrimônio público e pedradas… Violência só gera violência. Dê o exemplo ao restante da sociedade e a PM.  O primeiro conflito entre os manifestantes e a PM era pacífica (embora os manifestantes usassem a todo tempo palavrões direcionados aos PMs) até que os “alunos” jogaram um cavalete sobre os policiais. Antes disso, a PM já estava para se retirar e teve o carro cercado, seus vidros quebrados e aluno subindo sobre o teto da viatura. Cadê o diálogo? A mídia estava no local! Era hora de expor (dialogar) as demandas. Nunca leram Habermas?
Por que não coletar assinaturas? passeatas pacíficas (sem gritarias, xingamentos e fechamento do transito…) no centro da cidade? Lembrem-se, estamos sob a democracia, que na pior da hipótese haverá sempre políticos preocupados com sua reeleição (uma massa solicitando demandas é igual a muitos votos).

Quero poder entrar, estudar e ir para minha casa em paz e vivo! A USP devido ao uso de maconha em seu campus necessita da permanência da PM. Mais ainda, necessita ser criado e posto em prática uma política eficaz para retirar a maconha de seu ambiente, e se necessário for, retirar os falsos estudantes do Campus.
Esses desviantes reclamam da presença da PM na USP, mas eles são os culpados dessa presença. Entre eles e a PM, por hora, fico com a presença da PM, pois eu quero estudar!
A PM deve sair? sim, mas primeiro os usuários de maconha. Não vejo como fazer o inverso.
A curto prazo não vejo outra solução se não um programa que coíba o uso da maconha no campus. Como disse, existem outros problemas, mas por hora quem deve sair são os maconheiros egoístas. 
Abaixo a maconha no campus hoje e amanhã saia a PM!




Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

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