O Declínio do Homem Público

Declínio do Homem Público

O livro “Declínio do Homem Público” de Richard Sennett é uma obra que analisa a crise da liderança política e moral na sociedade contemporânea. Publicado em 1977, o livro ainda é relevante nos dias atuais, pois as questões apresentadas pelo autor continuam atuais e são cada vez mais urgentes.

Sennett, sociólogo e professor na London School of Economics e na New York University, argumenta que o declínio do homem público é resultado da mudança na estrutura social, política e econômica. O autor utiliza diversos exemplos históricos e contemporâneos para sustentar suas ideias.

O livro é dividido em quatro partes: “Liderança e Comunidade”, “O Fim do Homem Público”, “O Culto à Personalidade” e “A Ética da Consciência Pública”. A seguir, serão apresentados alguns dos principais pontos abordados por Sennett em cada uma dessas partes.

Na primeira parte, “Liderança e Comunidade”, o autor explora a relação entre liderança política e a comunidade. Ele argumenta que a liderança política deve ser baseada na empatia, na capacidade de ouvir e compreender as necessidades da comunidade. Para Sennett, a liderança é um ato de serviço, e os líderes devem estar comprometidos em ajudar suas comunidades.

Em contrapartida, o autor também aponta a tendência dos líderes em se afastarem da comunidade e se cercarem de pessoas com interesses semelhantes. Ele escreve: “Os líderes hoje estão tão isolados das pessoas que não podem ouvir o que está sendo dito”. Para Sennett, a liderança é cada vez mais vista como um meio para atingir objetivos pessoais, em vez de um serviço à comunidade.

Na segunda parte, “O Fim do Homem Público”, Sennett argumenta que a liderança política é prejudicada pela falta de compromisso e de integridade dos líderes. Ele afirma que, na sociedade contemporânea, as pessoas são cada vez mais encorajadas a seguir seus próprios interesses, em vez de buscar o bem comum.

Para Sennett, a falta de integridade é especialmente prejudicial porque os líderes precisam ser confiáveis para estabelecer a confiança e o respeito da comunidade. Ele escreve: “O líder precisa ser íntegro, uma pessoa cujas ações estão em harmonia com suas crenças”. Quando os líderes falham em ser íntegros, a confiança na liderança e na instituição é perdida.

Na terceira parte, “O Culto à Personalidade”, Sennett discute a tendência dos líderes em se concentrarem em sua própria imagem pública, em vez de em suas realizações. Ele argumenta que a mídia é um fator importante nessa tendência, pois ela tende a se concentrar na personalidade dos líderes, em vez de em suas realizações.

Sennett afirma: “Os líderes não são mais julgados por seus feitos, mas por suas aparências”. Ele argumenta que essa tendência é perigosa porque os líderes estão menos preocupados em realizar mudanças reais e mais preocupados em manter uma boa imagem pública.

O livro O Declínio do Homem Público é uma boa dica para fundamentar as questões levantadas por Jabor. Para aqueles que não conhecem a obra, podem ter acesso a uma resenha em:
https://hcartaxo.files.wordpress.com/2009/04/cs502-sennet-dhp.pdf

Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

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