Poema Sobre o Tempo

O tempo é impiedoso… Escorre despistando a lógica e enganando a razão. O fim tá lá no começo, e o meio, no princípio do fim. Às vezes, ele nos provoca ambiguidades: é o tempo que passa ou somos nós que passamos pelo tempo? Seja o que for, vai passando como um rio, mudando o caminho, desviando o foco, virando a página… Mas, as “reviranças” do tempo sempre fazem com que a teoria quântica ganhe realidade naquilo que tem de mais absurdo: voltar no tempo! Nem que seja na imaginação. Desfazer os feitos…  Dizer os não-ditos…  Maldito tempo! Tempo que despenca no relógio de areia da vida, assim como as expressões da face que, com a gravidade, se fixam como impressões em HD. Pinta no rosto, o gosto de sorrisos, choros, raiva, tensão, perplexidade… Se não deixar nenhuma expressão impressa, não é vida que há ali, é alguma máquina revestida de homem, de humano. No entanto, há um fio de vida em cada máquina disfarçada. Máquina que traz dentro de si, uma alma criptografada… E o tempo? Esse não tem jeito! Segue com sua ilógica linha, construindo segundos eternos e expirando toda uma vida em um breve suspiro…
Karla Cristina da Silva
Psicóloga

Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

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