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A hora e a vez dos movimentos sociais. De longe ouve-se o brado: uní-vos!

Movimentos sociais

A hora e a vez dos movimentos sociais. De longe ouve-se o brado: uní-vos!*

A jovem tunisiana, Amina, é um exemplo [dentre muitos que existem] de que estamos vivenciando um momento de oportunidades de atuação dos movimentos sociais pós-materiais.
Manifestações que eclodem pelo mundo indicam um processo de aprofundamento democrático e ampliação da liberdade de expressão em muitos países ocidentais; fato que vem influenciando o comportamento de muitos grupos no interior de países que ainda não desfrutam de tais condições.
A jovem Amina, de 19 anos, postou, em sua página no Facebook, fotos com os seios de fora, tendo escrito em seu corpo as frases: “Meu corpo pertence a mim e não é a fonte de honra de ninguém” e, “Foda-se a moral de vocês”. A repercussão se deu por ser ela da Tunísia, país em processo recente de democratização. Sua atitude trouxe à tona as dicotomias mudanças-permanências, democracia-ditadura, liberdade-opressão que marcam o processo de mudanças desencadeado pela “Primavera Árabe”. Com a “democratização” da Tunísia, a jovem é enquadrada em crime com pena de até 2 anos, mas parece que prevalecem as antigas posturas repressoras: o clérigo mulçumano condenou-a à morte; fato que pode reacender as cinzas da “Primavera Árabe”.
Os ativistas em prol de demandas reprimidas vêm, de forma legítima, se aproveitando do cenário atual, propício para por em pauta temas que ontem eram tabus, mas que, hoje, a mídia tem dado visibilidade, tais como a igualdade de gênero e o casamento civil homoafetivo. O uso das mídias, sobretudo às sociais, tem sido um repertório de  ação eficiente, pois atuam junto à conscientização popular e fere à imagem de políticos contrários as reivindicações.
Sexistas, preconceituosos e outros do gênero, se cuidem! Os ativistas estão se unindo por entender que a hora é agora. De longe ouve-se o brado: Uní-vos!
Nota:
*Esse texto foi originalmente publicado na Revista Sociologia, da editora escala, nº47. Retomo esse meu texto acreditando que vale a reflexão a respeito de um tema tão vivo. Segue:
 A imagem foi extraída no Facebook de Amina
Cristiano das Neves Bodart é doutorando em Sociologia pela Universidade de São Paulo/USP e editor chefe do blog e da Revista Café com Sociologia [cafecomsociologia.com].
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