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Combate à violência

O leitor Sociólogo Jorge Willian em um de seus comentário neste blog nos fez lembrar do professor/sociólogo Michel Misse. Recorri a net para separar alguma coisa para eu ler posteriormente e me deparei com esse texto polêmico e interessante do referido professor.

 

Michel Misse, sociológo, professor do Departamento de Sociologia da UFRJ e coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ – Rio de Janeiro).

“O antiintelectualismo que aparece, com certa frequência, nas cartas de leitores [dos grandes jornais] e em outras manifestações, contém, a meu ver, certo ressentimento e dois erros sérios, fundados na nossa tradição individualista-hierárquica.

O primeiro, decorrente de uma profunda ignorância a respeito de direitos civis, que se completa com uma situação inusitada, aquela em que a pessoa acha que a violência policial só chegará aos “outros” (bandidos, traficantes, assassinos), jamais a si mesma; daí a noção absolutamente equivocada de “direitos humanos dos bandidos”.

O erro está em acreditar que os direitos que se erguem para defender suspeitos de crimes e criminosos da arbitrariedade praticada por agentes do Estado não são universais, isto é, não servirão para defender também o inocente da presunção de ser criminoso, inclusive a própria pessoa, que deve se achar completamente isenta desse risco.

O segundo erro é o de acreditar que a violência – ilegítima e ilegal – é necessária para conter os bandidos; nesse caso, a pessoa se esquece que o que define os bandidos é exatamente a prática de violências ilegítimas e ilegais e que de boas intenções, como essas, o inferno está cheio.

Só a lei e o seu cumprimento pelos agentes do Estado pode separar alhos de bugalhos e controlar a criminalidade em limites razoáveis. Sem isso, estaremos no pior dos mundos – como muitos acham que efetivamente estamos.”

Deixe nos comentários sua opinião referente a essa questão abordada por Misse.

Conheça também um projeto desenvolvido em uma cidade de Minas Gerais que busca ressocializar os detentos. Aqui.

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