Dinâmica intolerância – Pensando os Skinheads em sala de aula

Dinâmica intolerância

Dinâmica intolerância é uma excelente dica para se trabalhar em sala. Tal dica de hoje foi inspirada em uma pergunta feita pela professora Conceição Aparecida Rodrigues de Souza, mas precisamente em um pedido de opinião: como promover um debate em sala de aula envolvendo a temática “intolerância dos Skinheads”?

Objetivos dinâmica intolerância:

Induzir os educandos a conhecer os Skinheads, seus comportamentos e ideologias;
Conscientizar os alunos em relação a necessidade de sermos tolerantes e aprendermos a conviver com os diferentes;
Promover um contexto propício para o desenvolvimento da capacidade argumentativa dos alunos;
Despertar o hábito do debate antes de realizar qualquer julgamento.

 

Estrutura Dinâmica intolerância

Primeiro momento: Leitura do texto:

Um dos temas principais envolvendo os Skins brasileiros é o ódio à Nordestinos: pessoas do nordeste, pobres que migraram em números crescentes para as grandes cidades em busca de uma vida melhor. A questão é paralela aos problemas de imigração na Europa e nos Estados Unidos, estimulando os mesmos medos populares da perda do emprego e da insegurança. Skinheads racistas do Brasil, como suas contrapartes em outros lugares, prosperar em tais temores.

 

A maior concentração de brasileiros skinheads neo-nazistas está em São Paulo, uma cidade industrial de mais de 10 milhões de pessoas. Estima-se que 1.000 Skins vagam pelas ruas da cidade se comportando da maneira usual e ameaçador. Três grupos distintos operam na cidade:

  1. Carecas do Subúrbio (Skinheads dos subúrbios), uma gangue conhecida por seu ultra-nacionalismo e violência contra gays que paira em torno de bares na parte oriental da cidade.
  1. Carecas do ABC (ABC Skinheads), nomeado pelas iniciais de três subúrbios industriais. Seguidores das doutrinas fascistas de Plínio Salgado, líder de 1930 dos “integralistas”. O ABC Skins são extremamente violento e hostil em relação aos judeus, homossexuais e nordestinos.
  1. White Power Skinheads, uma gangue abertamente nazista. É o mais violenta de todas. Eles odeiam os judeus, negros, homossexuais e nordestinos, e defender a separação do Brasil mais próspero (sul/sudeste) do resto do país.

Em outro lugar no Brasil, há menos de skinheads do que em São Paulo, mas ainda apresentam problemas graves. No Rio de Janeiro, um grupo neo-nazista chamado Carecas do Brasil (Skinheads do Brasil) atua no bairro de Bangu. Outras gangues atuam na cidade de Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul, em Curitiba, a capital do estado do Paraná e nas cidades de Florianópolis e Blumenau o no estado de Santa Catarina.

Estilo de vida violento

Crimes de violência são intrínsecos ao estilo de vida dos Skinheads do Brasil. A maioria desses crimes não são reportados, pelos mesmos motivos que o crime geralmente são sub-relatados no Brasil. Os episódios criminosos listados abaixo são apenas uma parte do todo.

Em setembro de 1992, dois estudantes judeus foram atacados e espancados por 12 Skinheads. O assalto teve lugar em Santo André, um subúrbio de São Paulo.

No mesmo mês, em São Paulo, Skinheads gritando “morte aos nordestinos” e foi pintada uma cruz suástica vermelha na parede de um centro cultural para os migrantes nordestinos.

Em Novembro de 1992, um homem negro dormindo em um banco no centro de São Paulo foi agarrado e espancado por Skinheads racistas.

Rádio Real de São Paulo teve slogans racistas pintados em suas paredes. Os programas da estação para os migrantes nordestinos.

Dois cemitérios judeus foram profanados em Porto Alegre, e as paredes da Sociedade Judaica de Pelotas foram cobertos com slogans anti-semitas.

Em janeiro de 1993, 50 Skinheads atacaram passageiros em um ônibus de São Paulo. Na semana anterior, 40 skinheads foram presos na seqüência de um motim em Epinotec, uma discoteca no centro de São Paulo.

Em março de 1994, os membros da gangue Carecas do ABC Skinhead assassinaram, em São Paulo, uma jovem negra de 15 anos.

 

Fonte:

Liga Anti-Difamação. O Skinhead International: Inquérito a nível mundial de skinheads neo-nazistas. New York: Liga Anti-Difamação, 1995. Liga Anti-Difamação, 823 United Nations Plaza, New York, NY 10017.

Segundo momento:
Divida a turma nos seguintes grupos:

2 promotores (acusadores)
2 advogados de defesa
1 juiz
4 skinhedeads (lideres dos grupo)
2 testemunhas da promotoria
2 testemunhas dos advogados de acusação
– os demais serão o juri.

Quais as acusações da promotoria?

  • Em setembro de 1992, dois estudantes judeus foram atacados e espancados por 12 Skinheads. O assalto teve lugar em Santo André, um subúrbio de São Paulo.

 

  • No mesmo mês, em São Paulo, Skinheads gritando “morte aos nordestinos” e foi pintada uma cruz suástica vermelha na parede de um centro cultural para os migrantes nordestinos.

 

  • Em Novembro de 1992, um homem negro dormindo em um banco no centro de São Paulo foi agarrado e espancado por Skinheads racistas.

 

  •  Rádio Real de São Paulo teve slogans racistas pintados em suas paredes. Os programas da estação para os migrantes nordestinos.

 

  • Dois cemitérios judeus foram profanados em Porto Alegre, e as paredes da Sociedade Judaica de Pelotas foram cobertos com slogans anti-semitas.

 

  • Em janeiro de 1993, 50 Skinheads atacaram passageiros em um ônibus de São Paulo. Na semana anterior, 40 skinheads foram presos na seqüência de um motim em Epinotec, uma discoteca no centro de São Paulo.

 

  • Em março de 1994, os membros da gangue Carecas do ABC Skinhead assassinaram, em São Paulo, uma jovem negra de 15 anos.

 

  • Nov. de 2010. Um grupo de cinco skinheads agrediu um rapaz na manhã deste domingo, na altura do número 700 da avenida Paulista, em São Paulo. A vítima foi encontrada desmaiada e conduzida pelo Corpo de Bombeiros ao pronto-socorro Vergueiro. A polícia recebeu um chamado por volta das 7h com a denúncia. A informação é da assessoria da imprensa da Polícia Militar. Ainda segundo a PM, testemunhas relataram que a vítima seria homossexual, o que teria motivado a agressão. Ao chegar ao local, pessoas que presenciaram o ocorrido disseram aos policiais que o grupo jovens havia fugido em direção à estação Brigadeiro do Metrô. Eles foram alcançados e detidos. Os cinco suspeitos são menores de idade. O caso foi registrado no 5º DP.

 

 

 O Debate da dinâmica intolerância:

5 minutos para a promotoria apresentar as acusações
5 minutos para os advogados apresentarem a defesa
2 minutos para cada testemunha
2 minutos para a promotoria
2 minutos para a defesa
  • os jurados saem da sala por 5 minutos e decidem se absorvem ou não os 4 skinheads.
  • Entrega por escrito ao juiz que dá a sentença.

Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

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