Ditadura da Beleza

Por Gláucia Iara*
É constante em nossa sociedade a preocupação que as pessoas têm com o corpo e a beleza. Até então, nada demais, pois cuidar-se faz parte da boa saúde, tanto física quanto mental. Porém, para tudo existe limite, todavia, algumas exageram, buscando a todo custo obter a perfeição corporal.
Atribuindo-se de vários métodos, tais como: Dietas, plásticas, utilizando medicamentos inibidores de apetite, malhando exageradamente, sendo que, na maioria das vezes dispensam acompanhamento nutricional, desta forma incorreta, acabam por não obter os resultados esperados.
Sem dúvida, a boa aparência torna-se um aliado importante dos indivíduos em suas conquistas profissionais, afetivas, interpessoais, porém não é o essencial. Essa fixação pela aparência externa é difundida através da mídia reverenciando o culto ao corpo ideal, exposto em novelas, comerciais de carro, perfumes e revistas fitness, ostentando nas capas mulheres possuidoras de esplendorosa formosura.
Ou seja, tudo o que sabemos sobre venusticidade está programado por esses meios de comunicação. Perante esse aspecto, podemos afirmar, a beleza exterior sobrepõem a interior, pois se tem julgado as pessoas pelo que elas aparentam ser e não pelo que são de fato, rotulando-as, quase sempre.
Os obesos, principalmente sofrem altamente com esses padrões impostos socialmente, ocasionando desmotivação dos mesmos. Levando-os ao complexo de inferioridade, não aceitando a situação na qual se encontram,sentindo-se excluídos.
Ante isso, se isolam de tal modo á esquivar-se do convívio social, precisando procurar ajuda profissional. Esse processo não é nada fácil para o paciente, principalmente aqueles que fazem redução de estomago, todavia, eles têm que se adequar á uma nova rotina, passando pelo processo de reeducação alimentar.
Porém, não são apenas as pessoas acima do peso que sofrem preconceito. As muito magras, por exemplo, também são vítimas de piadas, trazendo consigo complexos psicológicos. A grande verdade, é que grande parte das pessoas não se aceitam como são e buscam os mais variados mecanismos para serem aceitas socialmente.
As formas de ditadura da beleza não param por aí. Vão além das exigências estabelecidas quando se trata do peso em si. Referindo-se aos modismos, como a depilação corporal, a imposição de ter que depilar todo o corpo, o cabelo tendo o mesmo que ser chapado ou feito progressivo,bem como tendências de cor, corte, enfim, obviamente tudo que remete ao consumismo humano.
Senso assim, nos cabe a seguinte pergunta: Onde estaria então a verdadeira essência da beleza? Teria se perdido com o tempo ou oculta em meio a diversos padrões? Difícil de responder essa complexa pergunta.
Mas creio que, contudo,verdadeiramente o que é belo está em se gostar,desta forma, a pessoa torna-se irradiante, bela aos olhos de quem á vê.
*Graduanda em Ciências Sociais/Dourados-MS

Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

3 Comments

  1. Falar em beleza física na atualidade, se pensa no esbelto, com o corpo em forma e malhação constante. Então, a realidade mostra indivíduos moldados segundo a visão industrialista do século XXI. mesclado à propagandas comerciais _ produtos de beleza, cirurgias plásticas, academias fitness, roupas da moda e etc. Por isso, a sociedade pensa que o clássico é o físico magro; simplesmente, culpa-se a era capitalista e o consumismo demasiado. Logo, existe essa concepção infeliz do belo.

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