Falar de amor, de flores?

Poema de Luciana Maximo

Na verdade eu queria falar de amor,
das flores,
do sol nascendo,
se ponto,

da praia deserta, do cais,
mas a dor da sociedade é tão gritante
e os disparates tão rompantes,
que encarna mim
um pouco de Gregório
e eu fico com a Boca do Inferno
em forma de poesia,
marginal,
e sem rima
e em versos desarticulados e tortos
observo de rabo de olho o sussurro tímido,
assustado da minha gente que pede, implora,
emprego, comida, dignidade
um pouco de respeito nessa sociedade!

Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

Deixe uma resposta