Eduardo Cunha é um ótimo exemplo de como essa forma de enxergar a realidade anuvia a complexidade dos interesses que estão sobre a mesa. Ele preside uma Casa de 513 deputados, que o elegeu democraticamente. Porém, Cunha aparece como uma aberração, como um acidente, um estranho que se apoderou da presidência da Câmara. Vale lembrar que o deputado já está há mais de uma década na Casa e que foi eleito como seu presidente, em primeiro turno, com 52% dos votos. Medidas polêmicas por ele colocadas em pauta vêm sendo aprovadas com impressionante facilidade, como o texto-base que amplia a terceirização, com 324 favoráveis.
Quem são essas centenas de parlamentares que o elegeram? Essas centenas que votam nas medidas conservadoras que, de maneira reducionista, acabam sendo associadas exclusivamente a Eduardo Cunha e à sua vontade e capricho? O desafio é enxergar além da aparência e da sombra das grandes personagens da política brasileira.
*Doutor em Ciências Sociais (UFSCAR). Professor da Universidade de Vila Velha/UVV.
O Cunha é só um reflexo desse crescente cenário de políticos religiosos/conservadores, e são esses que votaram nele e apoiam suas posições, com apoio também de muitos lideres religiosos sedentos por possíveis benefícios que possam ser dados a esses "donos" de Igrejas, ele mal foi eleito presidente da câmara e já li matérias cogitando uma possível candidatura presidencial, sonho dos líderes evangélicos um presidente evangélico, pois se apenas com alguns deputados e senadores, já vemos aberrações anti-laicas como "bancada evangélica", e orações, símbolos e ritos religiosos em repartições públicas, imagine com um presidente evangélico conservador!? Isso chega a me dar calafrios e mesmo sendo cético, rogo que se deus existe, então que ele nos livre desse mal, amém!!!