Por Cristiano Bodart
Com o desenvolvimento das políticas Neoliberais, após a crise do Estado keynesiano, o planejamento regional passou por um período de crise e logo em seguida por adequações das tendências dos anos 90: um planejamento de marketing dos espaços urbanos, onde este, em muitos casos, passou a ser visto como um “produto que deve ser vendido”. O caminho tomado pelo planejamento regional foi rumo aos interesses de mercado.
Dentro desse contexto, a favela deixa de ser vista como um problema social urbano, para ser enquadrar a um problema meramente paisagístico. A cidade deve, acima de tudo, vender a imagem de ser um bom espaço de investimentos externos. Exemplificando esse fenômeno, podemos mencionar a visita do presidente dos Estados Unidos da América ao Brasil. Nessa ocasião entrou em cena a ação da prefeitura de melhorar a paisagem, retirando os barracos existentes nos lugares onde o referido presidente possivelmente poderia passar.
A tal ação da prefeitura de São Paulo é reflexo da atual tendência de planejamento regional. Torna-se necessário retomarmos a um planejamento regional que tem como finalidade a melhoria da qualidade de vida da população. Romper com a visão elitista, deixando de servir aos investidores e atender a toda a população.
Embora o contexto atual seja predominantemente marcado por um planejamento nos moldes neoliberais, a própria globalização ampliou e difundiu os ideais democráticos pelo mundo ocidental e isso tem possibilitado o despertamento da população, onde esta tem buscado uma participação mais ativa nas questões sociais. O planejamento regional, ao contrário do que afirmam os neoliberais, é um ato político que deve ter como ponto central a melhoria de vida da população, portanto, compreendemos de forma clara que é inerente as questões sociais. A participação popular é sem dúvida um avanço as políticas de planejamento. Os planejadores devem ouvir os anseios de todas as classes, a partir daí atuar de forma mais eficiente na busca por um espaço de melhor vivência, minimizando os embates sociais.
Planejar o espaço, antes de tudo, deve ser um ato político nos moldes democrático e nunca um ato em prol de uma única classe como querem os neoliberais.