linguagem dos partidos renovados e democráticos citam sempre os negros, as mulheres e algumas vezes os jovens como os grupos que devem ser incorporados à política partidária. Curiosamente, e por razões várias, estes não foram, em nosso País, os movimentos sociais mais vivos nos últimos anos. Apesar disto, têm um estatuto político reconhecido porque sua função reivindicativa e inovadora é inegável quando se pensa na experiência internacional recente. Dirige-se a eles significa aceitar que também no Brasil tem-se que considerar os problemas que afetam as sociedades plenamente desenvolvidas e que, portanto, não cabem propostas políticas conservadoras. Falta, entretanto, uma análise do significado destas reivindicações, dentro do contexto brasileiro, que lhes dê o peso correto e que defina um engajamento real. Reconhecer que a política passa, atualmente, pelos negros, pelas mulheres, pelos grupos de homossexuais ou pela luta ecológica é, sem dúvida, um bom começo, mas para que não seja apenas uma reverência simbólica à modernidade é preciso que o lugar de cada demanda seja marcado mais claramente.
USP .
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