Viver é como uma novela, em muitos aspectos. Esse é um pensamento do sociólogo canadense Erving Goffman . Segue um texto publicado originalmente no Portal 27 (aqui), onde tenho uma coluna denominada “Um papo sociológico”.
O lugar onde estamos é como um cenário de teatro ou de novela. Nele atuamos de acordo com as disposições dos objetos que compõe o ambiente. Na praia, por exemplo, agimos, ou melhor, atuamos, como banhistas. Nossa forma de falar e agir na praia devem ser bem diferentes de quando estamos em uma igreja. Mas não é apenas o cenário de praia que nos leva ao comportamento específico para o ambiente de praia. Os demais indivíduos também nos levam a esse comportamento, assim como, eles, também atuam como banhistas ou como plateia, ou seja, não estão ali como banhistas mas esperam que nossa atuação ou representação seja adequada ao lugar. Esses são como uma plateia que nos observa, nos avalia e nos julga. Assim somos pressionados a atuarmos conforme a cena cotidiana.
Nossa vida é como uma novela, temos vários papéis, cenários, plateias e diversos outros atores com quem contracenamos. Ao longo do dia representamos o papel de filho, pai, amigo, consumidor, empregado, vizinho, cidadão, esposo ou namorado, entre muitos outros…
Assim como em uma novela não podemos misturar os papéis. Se não quisermos ter problemas com os demais atores e espectadores temos que conhecer a cena (os papéis dos outros atores, o cenário, a plateia, e seu papel esperado) para assim atuarmos da melhor forma possível e recebermos aplausos na novela da vida real.
Portanto, Viver é como uma novela, viva como tem que vivê-la de forma autêntica com você e com seu palco.
Por Cristiano Bodart