O etarismo, ou ageismo em inglês, é um preconceito ou discriminação contra pessoas por causa da idade. É comum vermos a discriminação acontecer tanto com os mais jovens, quanto com os mais velhos. O etarismo pode acontecer de diversas formas, seja na negação de empregos ou promoções, na negação de serviços, na exclusão social, na falta de representatividade na mídia e até mesmo na violência física ou verbal.

Para entender melhor o etarismo, podemos recorrer a diferentes autores que discutem o tema em suas pesquisas e teorias. Um deles é o sociólogo Robert Butler, que em 1968 cunhou o termo “ageismo”. Para ele, o etarismo não é apenas um preconceito individual, mas também uma forma de discriminação estrutural que se manifesta em políticas públicas, práticas médicas, representações culturais e outros aspectos da sociedade.

Outro autor que aborda o tema é o sociólogo Karl Mannheim. Em seu livro “Ideologia e Utopia”, Mannheim fala sobre a tendência da sociedade em separar as pessoas em grupos de acordo com a idade, criando assim uma divisão social baseada em diferentes categorias etárias. Segundo ele, essa divisão pode ser prejudicial, já que reforça estereótipos e limita as possibilidades de convivência e aprendizado mútuo.

Por fim, temos a socióloga Margaret Morganroth Gullette, que em seu livro “Ageism: Stereotyping and Prejudice Against Older Persons” (2004), discute o etarismo como um preconceito que afeta não apenas os mais velhos, mas também os mais jovens. Gullette argumenta que o etarismo se manifesta na cultura através de imagens e estereótipos negativos sobre a velhice, que são internalizados e reproduzidos por pessoas de todas as idades.

Além desses autores, muitos outros já discutiram o tema do etarismo em diferentes contextos e perspectivas, como a socióloga Joan C. Williams, o psicólogo Erdman Palmore e a antropóloga Linda Fried. Essas e outras pesquisas mostram que o etarismo é um problema sério em diversas sociedades, afetando tanto os mais jovens quanto os mais velhos e criando barreiras que limitam as possibilidades de convivência e aprendizado mútuo.

Para combater o etarismo, é importante que sejam criadas políticas públicas que incentivem a inclusão e a valorização das pessoas de todas as idades. É preciso combater os estereótipos e preconceitos que limitam a capacidade das pessoas de se desenvolverem plenamente em todas as fases da vida. A inclusão de pessoas de diferentes idades em espaços de convivência e aprendizado também pode ser uma forma eficaz de combater o etarismo, permitindo que as pessoas se conheçam e aprendam umas com as outras.

REFERÊNCIAS

BUTLER, Robert N. Age-ism: Another form of bigotry. Gerontologist, v. 8, n. 4, p. 243-246, 1968.

GULLETTE, Margaret Morganroth. Ageism: Stereotyping and Prejudice Against Older Persons.

Wellesley, MA: Brandeis University Press, 2004.

MANNHEIM, Karl. Ideology and Utopia: An Introduction to the Sociology of Knowledge. New York: Harcourt, Brace and World, 1936.

PALMORE, Erdman B. Ageism: Negative and Positive. New York: Springer Publishing Company, 1999.

WILLIAMS, Joan C. Unbending Gender: Why Family and Work Conflict and What to Do About It. New York: Oxford University Press, 2000.

FRIED, Linda P. et al. Frailty in Older Adults: Evidence for a Phenotype. Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, v. 56, n. 3, p. M146-M157, 2001.

 

Roniel Sampaio Silva

Mestre em Educação e Graduado em Ciências Sociais. Professor do Programa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus Campo Maior. Dedica-se a pesquisas sobre condições de trabalho docente e desenvolve projetos relacionados ao desenvolvimento de tecnologias.

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