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  • Trabalho de Sociologia – Orientações

    Orientações:
    O trabalho deverá ser apresentado em PowerPoint na primeira aula do mês de abril
    Cada Grupo terá que entregar o trabalho ao coordenador do laboratório de Informática para que todos estejam, no dia da apresentação, gravados em CD.

    Os grupos terão 5 minutos, cada, para apresentar o trabalho.

    Será computado na nota do bimestre o valor de 0 a 10 pontos para cada aluno.

    O que deverá conter no trabalho?

    1. Objeto de estudo dlimitado espacialmente e temporalmente;
    2. Problematização;
    3. Hipóteses;
    4. Metodologia;
    5. Método (s);
    6. Resultados e;
    7. Resumo.

    OBS: Se possível fotos do processo (etapas) de produção do trabalho

    Bom trabalho!

  • O capitalismo é selvagem?

    O capitalismo é selvagem?

    Homem primata… o que é capitalismo selvagem?

    A Gazeta online de 11/03/2009

    capitalismo selvagemMuitos acreditam que a ciência descobriu que a “lei da selva” é a lei do mais forte, a lei da competição e da luta pela sobrevivência. Mais ainda, pensam que Darwin descobriu essa lei a partir de rigorosos estudos da natureza. Os incomensuráveis avanços na pesquisa científica no último século têm revelado, contudo, que a verdadeira “lei da selva” é a integração holística dos sistemas vivos e que todos os organismos supostamente em competição constituem, na verdade, partes interagentes de um sistema complexo em uma perfeita sintonia que já dura cerca de 4 bilhões de anos.Quem estuda a ciência de maneira rigorosa sabe que a estabilidade de uma célula e de organismos multicelulares depende da integração sistêmica de suas partes. O mesmo acontece com o ecossistema e o ciclo vital que sustenta o planeta, do qual fazem parte inclusive os minerais. Uma guerra de todos contra todos resultaria exatamente no contrário da estabilidade: a desintegração dos sistemas e a desestruturação da complexidade, sustentáculos do fenômeno a que chamamos vida.A “selva” é um ambiente de equilíbrio e integração, que envolve desde micro-organismos invisíveis, como bactérias e vírus, até grandes mamíferos e plantas. As leis não são escritas e não há sistema penal, mas há uma punição máxima para aqueles que desrespeitam a regra do equilíbrio: a perda de sintonia com o ambiente e, conseqüentemente, a extinção.

    O sistema capitalista teve sua origem no que Marx chamou de “acumulação originária”, caracterizado pelo comércio competitivo, expropriação arbitrária e violenta de pequenas propriedades, escravidão e pilhagem de recursos de continentes invadidos e colonizados. Na Inglaterra, que teve especial destaque na alavanca desse sistema, surgiram diversas teorias justificando esse tipo de atividade predatória.

    No auge do imperialismo britânico do século XIX, Malthus defendeu que a vida em sociedade era uma luta pela sobrevivência, dada a escassez de recursos em relação ao crescimento populacional. Spencer, em consonância com Malthus, pontificou que os vencedores dessa luta eram os mais aptos, que superavam, por suas qualidades intrínsecas, as raças, classes e indivíduos inferiores e menos competentes.

    Se as pessoas que celebram o bicentenário de Darwin se dessem ao trabalho de ler “A Origem das Espécies” veriam que o autor dá o crédito a seus mestres e diz que sua ideia “é a ideia do sr. Malthus aplicada à totalidade dos reinos animal e vegetal”. Spencer é citado cinco vezes na tão celebrada e pouco estudada obra.

    A partir daí, nossas mentes foram treinadas a ver a competição do leão (predador) com as zebras ou gnus (presas), mas não para se atentar para o fato de que ambos, predador e presa, convivem a milhões de anos em um mesmo espaço, em situação de equilíbrio harmônico, sem conseqüências ecológicas negativas. Aceitamos ideias como “egoísmo” de genes, sem nos perguntarmos como tal sentimento humano pode ser propriedade de um pedaço de matéria que sequer está viva – os genes são apenas moléculas que só possuem função em uma célula e em interação com outras centenas de moléculas.

    Portanto, o capitalismo não é selvagem. É o oposto do que ocorre na natureza, uma violação da regra básica do equilíbrio, integração e cooperação que vige no mundo natural. Por isso, sua manutenção nos está conduzindo à pena máxima aplicada aos que não seguem a verdadeira lei da selva: a extinção.

    Maurício Abdalla, professor de Filosofia da Ufes.

    Fonte:
    https://gazetaonline.globo.com/index.php?id=/local/a_gazeta/materia.php&cd_matia=505042
  • Fatos Sociais

    BREVE COMENTÁRIO
    A sociedade é regida por normas, leis e regras. Desta forma somos “estimulados” a agir como todos agem. Esse vídeo apresenta muito bem os estímulos sociais que sofremos para agirmos de forma “padronizada”. Desta forma torna-se claro que os Fatos Sociais são externos a nós, e apresenta uma coercitividade muito forte para que venhamos a agir de forma padronizada (generalizada).

  • Pensamento: interpretando o mundo… ?!

    “NÃO VEMOS AS COISAS COMO SÃO, MAS COMO SOMOS”
    (Pedro Demo; 2009)
    PhD em Sociologia pela Universidade de Saarbrücken, Alemanha, 1967-1971, e pós-doutor pela University of California at Los Angeles (UCLA), 1999 – 2000. Atualmente, Professor Titular Aposentado da Universidade de Brasília (UnB), Departamento de Sociologia (Mestrado e Doutorado em Sociologia).
    Breve comentário:
    Geralmente interpretamos os fatos sociais a partir de nossos valores e crenças, o que acaba acaretando a discriminação do diferente, do outro.
  • Alguns conceitos sociológicos

    Indivíduo : Pessoa livre, autônoma, conciente do seu “status” e do seu “papel”, integra-se naturalmente no corpo social, onde busca realizar-se, cônscia dos seus direitos e também de seus deveres.

     

    Povo : Conjunto de pessoas concientizadas de seus direitos e responsabilidades, integradas em seus grupos sociais.

     

    Massa : Nome dado à multidão de indivíduos

     

    População : O conjunto de habitantes de um território, de um país, de uma região, de uma cidade, etc.:

     

    Grupo Social : É o conjunto de pessoas, unidas por ideias, sentimentos e fins em comum
    Grupos e Relações Sociais

     

    Sociedade : Corpo orgânico estruturado em todos os níveis da vida social, com base na reunião de indivíduos que vivem sob determinado sistema econômico de produção, distribuição e consumo, sob um dado regime político, e obedientes a normas, leis e instituições necessárias à reprodução da sociedade como um todo; coletividade.

     

    Comunidade : Agrupamento que se caracteriza por forte coesão baseada no consenso espontâneo dos indivíduos.
  • Reflexão em torno do objeto de estudo da Sociologia

    Reflexão em torno do objeto de estudo da Sociologia

    Fragmentos do artigo “A Sociologia e o mundo moderno” de Otávio Iani
    Tempo Social; Rev. Social. USP, S. Paulo, VOLUME 1(1)Vista em perspectiva ampla, observa-se que a Sociologia formula e desenvolve alguns temas da maior importância para a compreensão do Mundo Moderno. Eles dizem respeito às transformações e crises, às épocas e dilemas desse Mundo. (…) Podem ser considerados temas clássicos, inclusive porque polarizam contribuições e controvérsias fundamentais da Sociologia. Estes certamente são alguns dos temas clássicos que essa história nos revela: sociedade civil e estado nacional, multidão, massa e povo, classe social e revolução, ordem e progresso, normal e patológico, racional e irracional, anomia e alienação, sagrado e profano, ideologia e utopia, comunidade e sociedade, passado e presente, tradição e modernidade. É claro que esses e outros temas são tratados diferentemente por umas e outras abordagens teóricas. (…) Mas é inegável que todos dizem respeito ao empenho da Sociologia em compreender e explicar o Mundo Moderno.
    (…)
    No passado e no presente a reflexão sociológica busca compreender, explicar e influenciar as transformações e crises sociais. Apresenta-se como urna forma de conhecer e ordenar a vida social, de modo a aperfeiçoar o status quo.
    Não é fácil dizer, e demonstrar, qual é o núcleo da Sociologia, o seu tema principal, sua essência. Se aceitamos que o pensamento sociológico se forma e transforma com o Mundo Moderno, cabe-nos reconhecer que temas como comunidade e sociedade, ordem e progresso, ideologia e utopia, tradição e modernização, anomia e alienação, revolução e contrarevolução expressam dimensões sociais e teóricas básicas da Sociologia. Talvez seja possível afirmar que esses e alguns outros temas expressam o núcleo dessa forma de pensamento.
    Mas é possível sugerir que um aspecto essencial da Sociologia aparece no seu empenho em compreender, explicar e controlar a multidão. A multidão surge na sociedade civil, urbano-industrial, burguesa, capitalista. Aparece nas manifestações de camponeses, operários, populares, desempregados, miseráveis, famélicos. Desde os começos da sociedade nacional, quando se rompem as relações, os processos e as estruturas que organizam o feudo, o grêmio, o convento, a aldeia, o vilarejo, desde esse então ela irrompe na sociedade, com a sociedade. Nos campos e cidades, nas casas de negócios e fábricas, nas ruas e praças, ela se torna uma realidade viva, forte, surpreendente, assustadora, deslumbrante.
    (…)
    O que está em causa, fundamentalmente, é a questão social que irrompe no horizonte da sociedade moderna, seus governantes, os que detêm os meios materiais e espirituais de controle das instituições sociais. As mais diversas manifestações populares, na cidade e no campo, revelam aspectos sociais, econômicos, políticos, religiosos, culturais e outros da questão nacional.
    Uma parte significativa da reflexão sociológica, desde os seus primeiros tempos, relaciona-se a essa problemática, influenciando as reflexões sobre sociedade civil e estado nacional, ordem e progresso, racional e irracional, anomia e alienação, ideologia e utopia, revolução e contra-revolução, comunidade e sociedade. Trata-se de compreender, explicar, orientar, controlar ou expressar a força e o significado da multidão. Nesse sentido é que se pode dizer que a Sociologia realiza uma complexa metamorfose da multidão.
    (…)
    Uma primeira corrente da Sociologia lida com a ideia de massa. Para muitos, o conceito de massa é suficiente, claro, explicativo. A massa é naturalmente composta de trabaIhadores assalariados, empregados e desempregados, na cidade e no campo. É uma coletividade forte, impressionante, mas que depende de instituições, regras, objetivos e meios para organizar-se, manifestar-se. Caso contrário transborda dos limites do razoável, da conveniência, da ordem. Por isso, depende da elite. Esta é que pode Ihe oferecer referências, norte, sentido. O contraponto necessário da massa é a elite que dirige, comanda, organiza, governa, manda. Pareto é um autor clássico desse ponto de vista. Mas outros houve; e há.
    A segunda corrente da Sociologia lida com a ideia de povo. O povo é visto como uma coletividade de cidadãos. Supõe a possibilidade de que a multidão pode ser organizada em movimentos sociais e partidos políticos que a expressam, organizam, educam. A multidão adquire os traços jurídico-políticos convenientes, adequados, quando se organiza como povo, no sentido de coletividade de cidadãos. Cidadãos que se caracterizam pela faculdade de votar e ser votados. No limite, todo e qualquer cidadão pode exercer cargos no legislativo, executivo ou judiciário, desde que preencha os requisitos jurídico-políticos estabelecidos na constituição liberal democrática Tocqueville é um autor que pode situar-se nesse ponto de vista. Outro é Stuart Mill. Mas cabe lembrar que ambos eram moderados, no que se refere à participação do povo no processo político. Cada um a seu modo, julgavam que o exercício do poder político da maioria poderia provocar a tirania.
    Isto é, o exercício do poder pelo povo carrega consigo a tirania da maioria. Tocqueville e Stuart Mill podem ter sido os primeiros, mas outros houve; e há.
    E uma terceira corrente da Sociologia lida com a ideia de classe social. A classe é vista como uma categoria que expressa as diversidades e desigualdades que se acham na base das manifestações da multidão, massa, povo. Em última instância, o que funda o movimento social, protesto, greve, revolta, revolução, é o modo pelo qual se produz e reparte a riqueza social. A expropriação do trabalhador, produtor de mercadoria, valor, lucro, mais-valia, está na base do pauperismo, desemprego, carência.Disponível em

  • Abolição dos Direitos

    Ano de 1888, Lei Áurea. Era abolido a escravidão. O negro agora estava livre. Livre para ir a qualquer lugar; ou talvez a lugar nenhum.
    Liberto da opressão física e encarcerada dentro do abismo subumano da sociedade. Abismo que até hoje muitos estão em sua parte mais profunda. Ficaram sem o direito de ter; de ter direito.
    Direito, palavra por muitos desconhecida, pois esses perderam esse direito e passaram a viver fora dos “direitos” que regem a sociedade. Foram chamados então, de ladrões; ladrões daquilo que a sociedade um dia tomou deles. Tiram dos “normais” a tranqüilidade que também, em uma época passada lhe foi tirada.
    Pobres negros, literalmente pobres!
    Libertos do trabalho não remunerado se depararam com um novo mundo, o do salário baixo, do cruel mundo do desemprego.
    Se antes o seu trabalho lhe proporcionava apenas o direito de comer; hoje aqueles que conseguiram conquistar um trabalho, o seu salário não passa de sua mísera subsistência.
    Abolição… da senzala para a favela.
    Eram apenas mão-de-obra negra. E hoje são algo mais?
    São sobre tudo os que mais sofrem com a discriminação. Chamados foram de marginais. Até parece que eles escolheram esta situação.
    Realmente, marginais são; isso porque uma elite de hoje que chamamos de burguesia, os lançou a margem do desenvolvimento humano, social, político e econômico.
    Estão à margem, vendo a história passar como um rio. E ao mesmo tempo, de fora desse processo, se vêm estagnados.
    Século XXI, direitos humanos. É agora dado o direito aos homens. Os homens agora possuem direitos!
    Direitos…direitos… Quais direitos?
    Talvez, direito de viver a mesma história, direito de ser escravo do sistema. Direito de ser excluído, de estar, ou melhor, permanecer à margem do desenvolvimento humano, social, político e principalmente econômico.
    Abolição … Abolição…
    Abolido do que?
    Do direito de ter o mínimo direito.
    Pobres negros, literalmente pobres!
    (BODART, Cristiano das Neves. É Cientista Social)
  • Aula de Sociologia – Primeira semana

    Aula de Sociologia – Primeira semana

     Sociologia: uma breve introdução

    Pontos abordados:

    • O que é Sociologia?
    • O que estuda a Sociologia? (apresente os objetos destacado por Weber e Durkheim).
    • Utilize Durkheim como exemplo de definição do que a Sociologia deve se ocupar.
    • Explique o que são Fatos Sociais?

    Dica de música para contextualizar o tema fatos sociais

    “Quatro vezes você” dos Titãs

    Sociologia e Ciência

    Se a Sociologia estuda os Fatos Sociais, como isso pode ser feito de forma científica?
    •Hipótese;
    •Observação;
    •Experimentação (teste da hipótese).
    – Exige que o pesquisador mantenha distância e neutralidade em relação aos fatos, isto é, é preciso que o sociólogo deixa seus valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado, pois a subjetividade distorce a realidade dos fatos. Deve-se encarar os fatos sociais como coisas, ou seja, objetos que, lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos envolvidos pensam a seu respeito.

    Dica de texto para reflexão

    Onacirema – adaptado por Cristiano Bodart –  RITOS CORPORAIS ENTRE OS NACIREMA (Horace Miner)
    O referido texto é um bom ponto para discutir a posição de um cientista social frente aos seus objetos de estudo.

    Texto complementar:

    ÉMILE DURKHEIM: o responsável em sistematizar a Sociologia (1858-1917)

    Nasceu em Epinal, na França, filho de rabinos. Iniciou seus estudos na escola Normal em Paris, indo depois para a Alemanha. Embora Comte seja considerado o pai da sociologia e tenha-lhe dado esse nome, Durkheim é apontado como o primeiro grande teórico da sociologia. Sua maior preocupação foi definir com precisão o objeto, o método e as aplicações dessa nova ciência. Para ele o objeto de estudo são os fatos sociais. Distingue três características dos fatos sociais. A primeira é a coerção social, ou seja, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se às regras da sociedade em que vivem, independentemente de sua vontade e escolha. O grau de coerção dos fatos sociais se torna evidente pelas sanções a que o indivíduo estará sujeito quando se rebelar contra elas. As sanções podem ser legais ou espontâneas. Legais quando prescritas pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se estabelece a infração e a penalidade, subsequente. Espontâneas quando afloram da decorrência de uma conduta não adaptada à estrutura do grupo ou da sociedade à qual o indivíduo pertence. A educação – de forma geral – desempenha, segundo Durkheim, uma importante tarefa nessa conformação dos indivíduos à sociedade, a ponto de, após algum tempo, as regras estarem internalizadas e transformadas em hábitos. A segunda característica dos fatos sociais é a externalidade social. Eles existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente. A terceira é a generalidade. É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles.

    Uma vez identificados e caracterizados os fatos sociais, Durkheim procurou definir o método de conhecimento da sociologia. Para ele, como para os positivistas, a explicação científica exige que o pesquisador mantenha distância e neutralidade em relação aos fatos, isto é, é preciso que o sociólogo deixa seus valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado, pois a subjetividade distorce a realidade dos fatos. Durkheim aconselha o sociólogo a encarar os fatos sociais como coisas, ou seja, objetos que, lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos envolvidos pensam a seu respeito.

     

    Para Durkheim, a sociologia tinha por aplicação (finalidade) não só explicar a sociedade como também encontrar soluções para a vida social. A sociedade, como todo organismo, apresenta estados normais e patológicos, isto é, saudáveis e doentios. O fato social será normal quando se encontra generalizado pela sociedade e quando desempenha alguma função importante para a evolução social (progresso). A generalidade de um fato social, isto é, sua unanimidade, é garantia de normalidade na medida em que representa o consenso social e a vontade coletiva. Partindo do princípio de que o objetivo máximo da vida social é promover a harmonia da sociedade consigo mesma e com as demais sociedades; neste caso, há “saúde” no organismo social, isto é, que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma sociedade. Já o estado patológico é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente.Toda a teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência própria e independem daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Embora todos possuam sua “consciência individual”, podem-se notar formas padronizadas de conduta e pensamento. Essa constatação ele chamou de “consciência coletiva”. Trata-se do “conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade”. A consciência coletiva é, de certo sentido, a forma moral vigente na sociedade.

     

    Para Durkheim, a sociologia deveria ter ainda por objetivo comparar as diversas sociedades (aplicação). Constitui-se assim a classificação das espécies sociais. Ele considerava que todas as sociedades haviam evoluído a partir da horda: a forma mais simples, igualitária, reduzida a um único segmento onde os indivíduos se apresentam iguais. Deste princípio, originaram-se outras espécies sociais, tais como: clãs e tribos.

     

    Ainda que preocupado com as leis gerais capazes de explicar a evolução das sociedades humanas, Durkheim ateve-se também às particularidades da sociedade em que vivia, aos mecanismos de coesão dos pequenos grupos e à formação de sentimentos comuns resultantes da convivência social. Distinguiu diferentes instâncias da vida social e seu papel na organização social, tais como: a educação, a família e a religião. Isto demonstra que, aos poucos, começa a se desenvolver na sociologia também a preocupação com o particular.

     

    Émile Durkheim se distingue dos demais positivistas porque suas ideias ultrapassam a reflexão filosófica (especulações e não observações práticas) e chegaram a constituir um todo organizado e sistemático de pressupostos teóricos e metodológicos sobre a sociedade.
  • Dica de Leitura: Capitalismo, violência e terrorismo

    Dica de Leitura: Capitalismo, violência e terrorismo

    Obra do Sociólogo Octavio Ianni.
    “O que está em causa,quando se fala em mundialização, planetarização, globalização, globalidade ou globalismo, é uma ampla e profunda transformação geral, envolvendo a economia e a sociedade, a política e a cultura, a ecologia e demografia, as línguas e as religiões”. (IANNI, 2004)
    Ótima leitura para quem está querendo buscar compreender o mundo atual, especificamente o processo de Globalização.

  • A ocidentalização do Mundo – Dica de leitura

    A ocidentalização do Mundo – Dica de leitura

    O livro de Serge Latouche, “A Ocidentalização do Mundo” é uma obra extraordinária. A partir da análise de Latouche é possível entender o processo de Ocidentalização do mundo.
    Aspectos como fluxos, colonização, aculturação/desculturação, capitalismo, cultura, homogeneização, nacionalidade, industrialização e modernização são abordados de forma crítica.
    Sem dúvida se trata de uma obra obrigatória para estudiosos da Sociologia, Filosofia, Geografia e da História.
    Recomendo!

     

    Breve resumo:

    “Ocidentalização do Mundo” é uma obra do autor Serge Latouche, um renomado economista e pensador francês. Neste livro, Latouche critica o modelo de desenvolvimento ocidental e o impacto da globalização no mundo contemporâneo.

    Latouche argumenta que o processo de ocidentalização, impulsionado pela expansão do capitalismo e pela difusão dos valores ocidentais, tem levado à homogeneização cultural e à perda de diversidade. Ele contesta a ideia de que o desenvolvimento econômico ocidental é universalmente desejável e sustenta que os modelos de crescimento econômico ilimitado estão levando a uma série de crises sociais, ambientais e econômicas.

    O autor propõe a noção de “decrescimento” como alternativa ao paradigma do crescimento econômico contínuo. Ele argumenta que a busca incessante pelo crescimento material está gerando desigualdade social, degradação ambiental e perda de sentido na vida das pessoas. O decrescimento, por sua vez, defende a redução do consumo, a relocalização da economia e a busca por formas de vida mais sustentáveis e equilibradas.

    Latouche critica o consumismo desenfreado e a lógica da acumulação material, propondo uma mudança para uma sociedade mais centrada na qualidade de vida, no bem-estar das pessoas e na preservação do meio ambiente. Ele também questiona a ideia de progresso ilimitado e enfatiza a importância da diversidade cultural e das formas de conhecimento não ocidentais.

    Em “Ocidentalização do Mundo”, Serge Latouche oferece uma crítica perspicaz ao modelo de desenvolvimento ocidental e oferece um novo caminho para repensar a economia, a sociedade e as relações entre os seres humanos e o ambiente. Sua obra levanta questões importantes sobre os rumos da globalização e convida os leitores a considerar alternativas ao atual paradigma do crescimento econômico.