Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um HOMEM.
Blog
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O GRANDE HOMEM – FLORESTAN FERNANDES
“O ‘GRANDE HOMEM’ NÃO É O QUE SE IMPÕE AOS OUTROS DE CIMA PARA BAIXO OU ATRAVÉS DA HISTÓRIA: É O HOMEM QUE ESTENDE A MÃO AOS SEMELHANTES E ENGOLE APRÓPRIA AMARGURA PARA COMPARTILHAR A SUA CONDIÇÃO HUMANA.” (FLORESTAN FERNANDES) -
Trabalhos de alunos: Alunas: Angélica, Gleicieli, Nathiara, Raissa, Vanessa e Viviane. 2º ano C do Ensino Médio
Foram, ao longo do 1º bimestre, desenvolvidos diversos trabalhos práticos de sociologia. Para isso, os alunos, deveriam escolher um objeto de estudo, desenvolver uma problematização e escolher um ou mais métodos sociológicos e apresentar a turma os resultados obtidos. Eis um dos trabalhos desenvolvidos (em síntese):
PROBLEMAS DA SOCIEDADE PIUMENSE NA PERCEPÇÃO DA SOCIEDADEObjeto de estudo: Sociedade piumense
Problemática: Qual a percepção da sociedade de Piúma/ES com relação aos maiores problema da cidade? Existe a confiança de que serão sanados?
METODOLOGIA
Foram pesquisados moradores do município, encontrados nas ruas e lojas do centro da cidade e nos bairros Tamarino, Niterói, Nova esperança , Céu- azul, União, e entre alguns alunos da Escola E. E. F. M. Profª “Filomena Quitiba”.Método quantitativo – Pesquisa exploratóriaPesqisa realizada pelo período da tarde, das 14h às 18:30h , entre a data de 19 de março de 2009 à 03 da abril de 2009.O QUESTIONÁRIO1)Na sua opinião, quais os maiores problemas de Piúma? por quê?
a) Drogas
b) Criminalidade
c) Saúde
d) Políticos incompetentes
e) Erosão
f) Poluição2) Na sua opinião, o que está sendo feito pra resolver isso?
3)O que você, como cidadão, acha que poderia ser feito para combater ou melhor esse situação?
4)Como você vê essa situação sendo resolvida ?Em caso de resposta afirmativa, de que modo?
5)Situação atual?
a) BOM
b) REGULAR
c)RUIM
d) PÉSSIMO6)Na sua opinião, você acha que um dia essas situação poderão ser resolvidas?
ALGUNS RESULTADOSOsmaiores problemas de Piúma na percepção da sociedadeResposta da população sobre as drogas:
De acordo com a amior parte dos entrevistados, nada está sendo feito pelas autoridades ou órgãos competentes. Os jovens, que são os principais. De acordo com a opinião dos entrevistados, há uma solução para essa questão… “Trabalhos voluntários, instituição governamentais de apoio, e programas esportivos no município” …
Mais de 50% dos entrevistados acreditam ter solução os problemas relacionados a drogas no município.Resposta da população sobre a Saúde:
A maior parte das reclamação da população em relação a saúde, é a situação em que se encontra o hospital. Por seu estado precário, especialmente relacionado ao atendimento.
Existem reclamações sobre a questão dos postos de saúde do município, por não ter médicos qualificados o suficiente para atender toda a população piúmense.
A situação é grave mas 40% dos entrevistados afirmaram que talves um dia haverá solução para o problema da saúde do município de Piúma/ES.Resposta da população com relação a criminalidade:
As principais reclamações são por falta de policiamento nas ruas e bairros e que as autoridades não se preocupam com a população e por isso não fazem nada a respeito.
65% dos entrevistados afirmaram que não veem solução para a criminalidade em Piúma.Resposta da população sobre os políticos incopetentes:
Como indica o gráfico, cerca de 72% dos entrevistados afirmaram não ter solução. Menos de 10% acredita que a situação política vai melhorar.
Reclamações são comuns … “Os políticos apenas falam, mas não se interessam por nada, não se interessam por seu povo e nem por sua própria cidade… Deixando tudo de lado, não olhando realmente para os reais problemas que incomodam a todas… deixando de lado aqueles que o ajudaram nas horas em que eles queriam (na eleição)…”CONSIDERAÇÕES FINAIS:Os dois maiores problemas, na percepção da sociedade piumense, são as drogas e os políticos incopetentes. O problema maior está nesse segundo problema, por se tratar de uma situação a qual os intrevistados perderam a esperânça de que pode ser resolvido.Trabalho adaptado por Cristiano Bodart – Professor de Sociologia -
A Economia das trocas simbólicas
Sinopse do texto: BOURDIEU, Pierre _ . Sergio Micelli (org.), 5 ed., Ed. Perspectiva, São Paulo, 2004.
O autor define o objeto de arte pela intencionalidade estética do objeto e não por uma funcionalidade e diz que o espectador para fluir a obra precisa estar pré-disposto a tal, a aceitar seus códigos, mesmo que não seja um iniciado no campo dos conceitos da arte. Contudo, uma introdução à história da arte dotará o espectador de algumas ferramentas úteis para a decifração de tais códigos inerentes ao objeto artístico. Isto é, se tal introdução for dotada de caráter crítico frente a tais conceitos e frente também aos próprios conceitos estéticos e de legitimação da obra e de seu modo de produção.O autor critica uma tendência da história da arte a trabalhar apenas com ícones consagrados em detrimento de outros, traduzindo uma tendência a naturalizar aquilo que é do campo sociológico. Chama atenção ainda, para as conseqüências de tal falha, que se denota quando historiadores, ao retomar a leitura de determinadas obras, que ficaram apagadas em determinado tempo da história, não dispõem de registros históricos de tais suficientes para uma análise mais “fiel” e acabam por atribuir juízos de gostos e atributos simbólicos, além de incorrer em erros de atribuição de valores que nem sempre condizem com a veracidade dos fatos.O autor contrapõe os conceitos de estética dominante às concepções estéticas de gosto não-domesticado. Definindo o modo de produção estética, como produto de uma transformação do modo de produção artístico. Daí a necessidade de se estudar a história da percepção dentro da ótica desses processos.Questiona o espaço do museu como único fator legitimador da obra de arte e descreve um pouco, dos conflitos entre a burguesia intelectualizada, a burguesia “dominante” e a classe desprovida de acesso a arte.
Quanto a burguesia dominante, é acusada de forjar um discurso de conhecedora de obras de arte, como forma de legitimar sua supremacia aumentando seu distanciamento do público em geral, consumir e apropriar-se da obra de arte. Tal postura não se limita a isso e traz inúmeras outras conseqüências como a imposição desses valores a outras esferas e a difusão de ideias que elevam a arte ao campo do misticismo, do egocentrismo e atribuem ao artista qualidades de gênio e de “iluminados” por uma suposta “inspiração criadora”.
Quanto ao espectador desprovido de tais conhecimentos artísticos, o autor considera-o apto a vivenciar a obra de arte se tal espectador dispor-se a vivenciar os códigos propostos pelo objeto, se o espectador criar empatia nesta relação, interagir com a obra e permitir o rompimento com a percepção ordinária do olhar cotidiano e do comum naturalizado.
Em todos os casos, a interação dar-se-á em diversos níveis, quanto maior for a disposição e o acesso, mais ou menos freqüentes, aos bens culturais.
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O “menino selvagem de Aveyron”: texto de Anthony Giddens
Texto do sociólogo Anthony Giddens de seu manual de Sociologia.No dia 9 de Janeiro de 1800 uma estranha criatura surgiu dos bosques próximos ao povoado de Saint-Serin, no sul da França. Apesar de andar em posição ereta se assemelhava mais a um animal do que a um ser humano, porém, imediatamente foi identificado como um menino de uns onze ou doze anos. Unicamente emitia estridentes e incompreensíveis grunhidos e parecia carecer do sentido de higiene pessoal, fazia suas necessidades onde e quando lhe apetecia. Foi conduzido para a polícia local e, mais tarde, para um orfanato próximo. A principio escapava constantemente e era difícil voltar a capturá-lo. Negava-se a vestir-se e rasgava as roupas quando lhes punham. Nunca houve pais que o reclamassem.O menino selvagem foi submetido a um minucioso exame médico no qual não se encontrou nenhuma anormalidade importante. Quando foi colocado diante de um espelho parece que viu sua imagem sem reconhecer-se a si mesmo. Em uma ocasião tratou de alcançar através do espelho uma batata que havia visto refletida nele (de fato, a batata era segurada por alguém atrás de sua cabeça). Depois de várias tentativas, e sem voltar a cabeça, colheu a batata por cima de seu ombro. Um sacerdote que observava ao menino diariamente descreveu esse incidente da seguinte forma: Todos estes pequenos detalhes, e muitos outros que poderiam aludir, demonstram que este menino não carece totalmente de inteligência, nem de capacidade de reflexão e raciocínio. Contudo, nos vemos obrigados a reconhecer que, em todos os aspectos que não tem a ver com as necessidades naturais ou a satisfação dos apetites, se percebe nele um comportamento puramente animal. Se possui sensações não desembocam em nenhuma ideia. Nem sequer pode comparar umas as outras. Poderia pensar-se que não existe conexão entre sua alma ou sua mente e seu corpo. (Shattuck, 1980, p.69; veja-se também Lane, 1976).Posteriormente, o menino selvagem foi enviado para Paris, onde se ocorreram tentativas sistemáticas de transformar-lhe “de besta em humano”. O esforço resultou só parcialmente satisfatório. Aprendeu a utilizar o quarto de banho, aceitou usar roupa e aprendeu a vestir-se sozinho. No entanto, não lhe interessavam nem as brincadeiras nem os jogos e nunca foi capaz de articular mais que um reduzido número de palavras. Até onde sabemos pelas detalhadas descrições de seu comportamento e suas reações, a questão não era a de que fosse retardado mental. Parece que ou não desejava dominar totalmente a fala humana ou que era incapaz de fazê-lo. Com o tempo fez escassos progressos e morreu em 1828, quando tinha por volta de quarenta anos.Sem dúvida, devemos ter cuidado na hora de interpretar casos deste tipo, pois é possível que não se consiga diagnosticar uma anormalidade mental. Por outra parte, as experiências as quais o menino foi submetido poderiam ter-lhe causado danos psicológicos que lhe impediram de alcançar as habilidades que a maioria dos meninos adquire numa idade muito menor. Ainda assim, existe uma similitude suficiente entre este caso e outros que se conhecem como para poder sugerir quão limitadas estariam nossas faculdades si precisamos, desde o princípio, de um período prolongado de socialização. -
Fatos sociais e o surgimento da Sociologia
Fatos sociais e o surgimento da Sociologia
Fatos sociais é um conceito desenvolvido pelo francês Émile Durkheim na busca por definir um objeto de estudo da Sociologia. Tal conceito ainda é amplamente presente nas pesquisas sociológicas, seja se apropriando dele, seja refutando-o. A seguir, disponibilizamos um trecho que ajuda na compreensão desse conceito.Essa postagem é u trecho extraído de: Pérsio Santos de Oliveira, Introdução à Sociologia, São Paulo, Ática, 2000, p. 13:O surgimento da SociologiaAugusto Comte (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Foi ele quem pela primeira vez usou essa palavra, em 1839, no seu Curso de Filosofia Positiva. Mas foi com Emile Durkheim (1858-1917) que a Sociologia passou a ser considerada uma ciência e como tal se desenvolveu.
Durkheim formulou as primeiras orientações para a Sociologia e demonstrou que os estes fatos sociais têm características próprias, que os distinguem dos que são estudados pelas outras ciências. Para ele, a Sociologia é o estudo dos tais sociais.Fatos sociais
Um exemplo simples nos ajuda a entender o conceito de fato social, segundo Durkheim. Se um aluno chegasse à escola vestido com roupa de praia, certamente ficaria numa situação muito desconfortável: os colegas ririam dele, o professor lhe daria uma enorme bronca e provavelmente o diretor o mandaria de volta para pôr uma roupa adequada. Existe um modo de vestir que é comum, que todos seguem. Isso não é estabelecido pelo indivíduo. Quando ele entrou no grupo, já existia tal norma, e, quando ele sair, a norma provavelmente permanecerá. Quer a pessoa goste, quer não, vê-se obrigada a seguir o costume geral. Se não o seguir, sofrerá uma punição. O modo de vestir é um fato social. São tais sociais também a língua, o sistema monetário, a religião, as leis e uma infinidade de outros fenômenos do mesmo tipo.
Para Durkheim, os fatos sociais são o modo de pensar, sentir e agir de um grupo social. Estes fatos sejam exteriores, eles são introjetados pelo indivíduo e exercem sobre ele um poder coercitivo. Resumindo, podemos dizer que os fatos sociais têm as seguintes características:>
1. generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo;
2. exterioridade – o fato social é externo ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade;
3. coercitividade – os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido..Em virtude dessas características, para Durkheim os fatos sociais podem ser estudados objetivamente, como “coisas”. Da mesma maneira que a Biologia e a Física estudam os fatos da natureza, a Sociologia pode fazer o mesmo com os fatos sociais....Fonte: Pérsio Santos de Oliveira, Introdução à Sociologia, São Paulo, Ática, 2000, p. 13.