Ícone do site Café com Sociologia

Para entender o momento histórico: Golpe de 1964 e o ensaio de golpe de 2016

O que a história do Brasil nos ensina sobre o segundo
mandato Dilma?
Por Roniel Sampaio Silva

O atual momento histórico remonta ao ano de 1961. Naquele momento Brizola e outros encamparam a Campanha da Legalidade, um movimento civil e político o qual tinha por finalidade garantir a governabilidade do presidente Jango, mesmo não sendo seu aliado político. Contrariando a
Constituição, a imprensa, setores políticos, os EUA e setores empresariais fomentaram um clima de instabilidade social e política desrespeitando a Constituição, buscando impedir a posse e limitar os poderes do presidente eleito. Jango assumia a Presidência em razão da renúncia de Jânio Quadros (1961). O clima de instabilidade política culminou no Golpe Militar. A História se repetirá como tragédia em 2016?

Em 2016 a História parece se repetir como farsa. A mesma instabilidade social e política é criada para que o Legislativo aprove retrocessos. A  grande mídia tem centrado fogo em um grupo político e incitando o judiciário e a Polícia Federal a atacar um grupo político e poupar outros. Cunha, Aécio e Calheiros estão sendo poupados flagrantemente, mesmo havendo provas contra eles. A obstinação em centrar fogo em um único grupo político é tamanha que a Constituição está sendo desrespeitada: Grampos ilegais, falsificação de documentos, atropelamento de competência e abuso de poder. Vale a pena abrir mão da ordem constitucional para tirar um partido do poder?

Não é possível concluir, até o momento, que Lula cometeu crime. Essa é a conclusão do próprio Juiz Sérgio Moro quem até o momento diz não haver nenhuma prova contra o ex-presidente. É importante nos atentarmos que não dá pra afirmar se alguém é culpado ou inocente até que se encerre as investigações.

A estratégia da operação Lava-Jato é concentrar a investigação em um partido político e, em especial, em dois nomes. O Partido: PT. Os nomes: Lula e Dilma. Os objetivos parece cada vez mais claro: não é combater a corrupção e sim aos dois. Se assim não fosse, todos seriam indiciados conforme a força das provas contra eles. Aécio, Cunha e Calheiros possivelmente já estariam presos.  Os objetivos de centrar fogo em dois nomes é bem claro: 1- cassar Dilma e 2- evitar a eleição de Lula.  É difícil negar que há um seletividade orientada por um interesse político partidário. Como consequência disso, temos um executivo atônito que
aprova os retrocessos numa tentativa de sobreviver, nada mais consegue fazer além de preservar sua própria manutenção em uma corda bamba, seriamente ameaçada, como em 1961.
Não importa quem vença, se oposição ou situação. O que não podemos perder é a ordem constitucional. Não vale a pena abrir mão da Constituição para tirar um ou outro partido do poder, principalmente quando essa transgressão é encabeçada por setores como FIESP e setores midiáticos os quais foram os mesmos que encabeçaram a quebra da ordem constitucional em 1961.

Não quero retrocessos. ‪#‎Campanhalegalidade2016

Sair da versão mobile