A teoria crítica é um conjunto de ideias que visa analisar as estruturas sociais e políticas com o objetivo de transformá-las em benefício da emancipação humana. Um dos temas centrais dessa corrente é a indústria cultural, que é vista como um dos principais meios de controle e dominação da sociedade contemporânea. Neste texto, serão abordadas algumas das principais ideias sobre a relação entre teoria crítica e indústria cultural, com base nas contribuições de quatro autores fundamentais: Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Jürgen Habermas.
Max Horkheimer e Theodor Adorno, em sua obra “Dialética do Esclarecimento”, descrevem a indústria cultural como um instrumento de dominação que reduz a cultura a um produto de consumo e perpetua a alienação da sociedade. Eles argumentam que a indústria cultural é uma extensão da lógica da produção em massa, que transforma tudo em mercadoria e promove a uniformidade cultural. Para eles, a indústria cultural faz parte de um sistema de controle social que impede a possibilidade de transformação social e reduz a criatividade humana a um produto mercantil.
Herbert Marcuse, em “Eros e Civilização”, argumenta que a indústria cultural tem um papel importante na manutenção da ordem social vigente, promovendo a falsa ideia de liberdade e felicidade através do consumo de produtos culturais. Ele afirma que a indústria cultural impõe uma falsa necessidade de consumo, perpetuando a dominação do sistema capitalista sobre as massas. Para Marcuse, a libertação da sociedade passa pela superação da sociedade industrial e a reconstrução de uma sociedade baseada na liberdade e na criatividade humana.
Jürgen Habermas, em “Mudança Estrutural da Esfera Pública”, argumenta que a indústria cultural tem um papel fundamental na formação da opinião pública e, por isso, na democracia. Ele argumenta que a opinião pública é formada por um processo de comunicação mediado pelos meios de comunicação de massa e que, por isso, a indústria cultural tem um papel fundamental na construção da democracia. No entanto, Habermas alerta que a indústria cultural pode ser uma fonte de manipulação da opinião pública, se não houver um controle democrático sobre ela.
Em síntese, a teoria crítica vê a indústria cultural como um instrumento de dominação e controle da sociedade, que impede a possibilidade de emancipação humana. Para essa corrente, a transformação social só é possível através da superação do sistema capitalista e da reconstrução de uma sociedade baseada na liberdade e na criatividade humana. No entanto, a indústria cultural também pode ter um papel importante na formação da opinião pública e, por isso, na democracia. O desafio é controlar a indústria cultural para que ela seja uma fonte de liberdade e emancipação, e não de dominação e controle.
Referências:
ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro
O indivíduo na época da Indústria Cultural.
Vídeo produzido pela Turma de Comunicação Social 2010 da UFPA.