Neste texto iremos apresentar algumas possibilidades didáticas do uso de charges em sala de aula para tratar do tema charges sobre capitalismo. Inicialmente, discutiremos de forma breve o conceito de capitalismo. Em seguida, trataremos de características marcantes do capitalismo em suas fases.
Conceito
O capitalismo é um sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos bens de produção e no lucro também privado. Toda organização social imposta pelo capitalismo é baseado em relação de classes. Capitalismo é um sistema econômico e social cuja base é pautada na propriedade privada dos meios de produção. A individualidade é medida a partir no quanto patrimônio dispõe o indivíduo. Na charge abaixo, há uma crítica que relaciona capitalismo e liberdade.
No capitalismo há grandes disparidades na posse de poder econômico, o que gera monopolização da riqueza. O grupo que monopoliza os meios de produção (terras, bancos, fábricas) são chamados de burgueses. As demais pessoas, que não detém a posse dos meios de produção, são obrigadas a venderem sua força de trabalho como mercadoria para sobreviver.
Características
As principais características do capitalismo são:
- Lucro privado
- Propriedade privada
- Acumulação de capital
- Produção em larga escala
- Grandes impactos ambientais
- Produção e consumo em massa
- Grandes desigualdades socioeconômicas
Fases
Por ser um sistema sociometabólico, como aponta Mészáros (2015), o capitalismo se transforma e interage com as estruturas sociais econômicas. Desta maneira, ao longo da história tal sistema socioeconômico passou por diversas transformações, sendo comum sua classificação em fases.
Capitalismo mercantil ou Mercantilismo
A primeira fase do capitalismo é o mercantilismo ou capitalismo comercial. Nesta fase há uma transição do feudalismo para o capitalismo. Esse momento histórico, que compreende do século XV ao XVIII, foi marcado pela exploração de colônias por meio das grandes navegações. Esta etapa Karl Marx caracterizou como um período de acumulação primitiva do capital, o qual foi fundamental para financiar a Revolução Industrial.
Capitalismo industrial
No século XVIII e XIX, devido às expedições marítimas intensificando as trocas globais de mercadoria, ampliando a acumulação de capital, e o domínio das máquinas de vapor, tear mecânico e máquina de fiar, houveram condições tecnológicas para que a Europa protagonizasse a produção industrial de bens duráveis, comercializando-os de maneira cada vez mais globalizada. O capitalismo industrial ao protagonizar as máquinas gerou riquezas, mas também desemprego. Barateou não apenas as mercadorias, mas também a força de trabalho. Como a massa de trabalhadores passou a ficar cada vez mais ociosa em função do protagonismo da máquina, a consequência foi a competição cada vez mais acirrada pelos postos de trabalho. As deficiências na organização coletiva dos trabalhadores para lutar por direitos vem gerando um cenário de condições precárias de trabalho e de salário, ainda que muitas conquistas tenham sigo alcançadas.
Capitalismo financeiro
Com a expansão do mercado financeiro e a crescente desvalorização dos salários, o capitalismo passa a enfrentar crises cada vez mais frequentes. Neste sentido, o capitalismo se transforma para tentar contornar tais crises. Uma das soluções para criar condições de consumo para uma massa de trabalhadores que também são consumidores cujo salários são vez menores é o crédito financeiro. A financeirização do capitalismo faz com que o consumo passe a ser alavancado por um capital que muitas vezes é fictício. Intensifica-se o capital financeiro que passa a ser dominante no século XX, e nesta fase passa a ter crises mais intensas e frequentes, como foi o caso da crise de 1929.
Capitalismo informacional
Já no século XXI, o capitalismo passa a operar também de maneira hiperglobalizada, interdependente e interconectado, o que se dá com os avanços dos meios de transporte e de comunicação. Para o sociólogo Manuel Castells, em sua obra “Sociedade em Rede”, as relações econômicas tornaram-se extremamente dependentes das tecnologias de informação e comunicação, como a internet. Hoje, não somos mais meros consumidores de informações nas redes sociais, mas fornecedores de dados pessoais que são comercializados como “potenciais consumidores”.
Charges sobre o capitalismo
Agora que compreendemos de maneira contextualizada e conceitual o capitalismo, vamos às charges para problematizá-las. Cabe lembrar que as charges, têm conotações críticas do que retratam, o que é coerente com um ensino de Sociologia reflexivo.
As charges podem ser utilizadas basicamente de duas formas:
1- Integradas ao conteúdo como forma de fixação de exemplos e conceitos;
2- Posteriores ao conteúdo, como forma de exercitação dos conceitos e características aprendidas.
Vamos neste texto mostrar exemplos das duas formas.
1- Charge integrada ao conteúdo:
Um conceito fundamental para compreender como o capitalismo mantém sua dominação na teoria de Karl Marx é noção de mais-valia.
Para a produção de mercadorias, os proprietários pagam aos trabalhadores apenas uma parcela do que este gera em termos de valor com o seu serviço, caracterizando uma relação de exploração da força de trabalho denominada de “mais-valia”, que representa a parcela de trabalho realizada pelo trabalhador que não é remunerada pelo patrão (ALVADIA FILHO; FERREIRA, 2021p. 43).
Mais-valia, portanto, é, grosso modo, o lucro oriundo da exploração do trabalho de outra pessoa. Observe a conexão do conceito de mais-valia com a imagem a seguir:
2- Charge para reflexão a partir do conteúdo:
Outras charges sobre capitalismo
Para fins didáticos, disponibilizaremos um conjunto de charges relacionadas ao capitalismo.
Clique na imagem para ampliar.
Referências
ALVADIA FILHO, Alberto; FERREIRA, Walace. O que é Capitalismo? In: BODART, Cristiano das Neves. Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Sociologia, vol. 1. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021, pp. 41-46.
CASTELLS, Manuel et al. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
MÉSZÁROS, István. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. Boitempo Editorial, 2015.
Mas para serem "livres" precisam trabalhar muito e ganhar muita grana. Portanto, estarão "presas" no Capitalismo.
Esquerdista é foda…
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