Fordismos e taylorismo são próximos uma vez que são formas de racionalização do trabalho. O taylorismo pensa cientificamente o espaço, tempo e movimento na fábrica, já o fordismo é a aplicação do fordismo por meio da esteira mecânica que passa a ditar o ritmo da produção. O objetivo deste texto é apresentar os princípios fundamentais de forma clara e concisa. Ao analisar as obras de Henry Ford, Frederick Winslow Taylor e Antonio Gramsci, vamos expor seus princípios fundamentais.
Por Roniel Sampaio-Silva
Taylorismo
Frederick Winslow Taylor, um engenheiro mecânico americano, é creditado com o desenvolvimento do taylorismo – um sistema que enfatiza a racionalização do trabalho. O modelo envolve análise científica de tarefas, padronização de procedimentos de trabalho e monitoramento rigoroso dos movimentos e do tempo dos trabalhadores. Seu objetivo era aumentar a eficiência e a produtividade do trabalhador.
Na definição de Taylor (apud LAKATOS; MARCONI, 2019), o trabalho científico refere-se à utilização de princípios e metodologias científicas para escrutinar o trabalho humano, visando aumentar a produtividade do trabalhador. Taylor também sugere que os trabalhadores sejam treinados para realizar suas tarefas com a máxima eficiência, respeitando as normas estabelecidas pela empresa. Assim, Taylor realizou um estudo sobre tempos e movimentos, envolvendo observação meticulosa dos processos de trabalho para determinar a forma ideal de executá-los.
Fordismo
Henry Ford, o criador da Ford Motor Company, foi pioneiro na ideia do fordismo, que enfatiza a produção em massa de produtos uniformes. Ele introduziu um modelo inovador de produção em série que dividia o trabalho em tarefas repetitivas e de baixa qualificação que dependiam fortemente de máquinas e equipamentos. O objetivo do fordismo era otimizar a eficiência da fabricação e minimizar os gastos de produção.
Segundo Ford (apud PIRES, 2006), a chave do triunfo industrial está na produção em massa. Na avaliação de Ford, a padronização de produtos é indispensável para reduzir gastos e, ao mesmo tempo, atender à demanda cada vez maior de consumidores que buscam produtos econômicos e de qualidade. Com a criação de seu Modelo T, a Ford revolucionou o setor automotivo, imbuindo-o de simplicidade, durabilidade e preço acessível.
O fordismo e o taylorismo: sistemas que marcaram história
Embora originários de autores separados, o fordismo e o taylorismo compartilham inúmeras semelhanças. Padronizar o trabalho e diminuir os custos de produção são princípios fundamentais de ambas as escolas de pensamento. Além disso, a utilização de máquinas e equipamentos pesados na produção define ambos os modelos.
O fordismo e o taylorismo compartilham semelhanças, mas divergem de maneiras significativas. O fordismo prioriza a produção em massa padronizada, enquanto o taylorismo busca racionalizar o trabalho e otimizar a produtividade do trabalhador. Outra distinção é que o fordismo valoriza trabalhadores especializados, enquanto o taylorismo enfatiza o treinamento e a capacitação de trabalhadores.
A crítica de Gramsci ao fordismo e ao taylorismo
Antonio Gramsci, um notável político e filósofo italiano, criticou fortemente os princípios do fordismo e do taylorismo. Segundo Gramsci (conforme citado em SOUZA, 2018), essas ideologias abriram caminho para o controle e disciplina operária que acabou resultando na desumanização e alienação dos trabalhadores. Gramsci afirmava que a padronização do trabalho e a especialização dos trabalhadores diminuíam a criatividade e a independência dos indivíduos, forçando-os a papéis repetitivos e tediosos.
Gramsci afirma que fordismos e taylorismo resultam em uma fragmentação social do trabalho, onde os trabalhadores são afastados dos meios de produção e submetidos à lógica de mercado e à competição. Essa divisão do trabalho leva à fragmentação da classe trabalhadora e impede sua organização coletiva.
Sugestão de atividade
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Referências
FORD, Henry. Minha vida e minha obra. São Paulo: Hemus, 2006.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2019.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
PIRES, João Maia. A evolução da produção em massa. São Paulo: Edgard Blücher, 2006.
SOUZA, Jessé. A tolice da inteligência brasileira. São Paulo: Leya, 2018.
A quem admira Ford, ele simplesmente alienou os funcionários limitando-os a uma única e pequena atividade, tipo, apertar um parafuso especifico. Fazendo assim, a impossibilidade de evolução pessoal e profissional.