O primeiro vídeo tem como foco de análise o Nordeste, enquanto que o segundo o a Região Sul.
Sugiro utilizar para atividade a música Paratodos de Chico Buarque
Letra: Paratodos – de Chico Buarque
O meu pai era paulista Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô, baiano Meu maestro soberano Foi Antonio Brasileiro
Foi Antonio Brasileiro Quem soprou esta toada Que cobri de redondilhas Pra seguir minha jornada E com a vista enevoada Ver o inferno e maravilhas
Nessas tortuosas trilhas A viola me redime Creia, ilustre cavalheiro Contra fel, moléstia, crime Use Dorival Caymmi Vá de Jackson do Pandeiro
Vi cidades, vi dinheiro Bandoleiros, vi hospícios Moças feito passarinho
Avoando de edifícios Fume Ari, cheire Vinícius Beba Nelson Cavaquinho
Para um coração mesquinho Contra a solidão agreste Luiz Gonzaga é tiro certo Pixinguinha é inconteste Tome Noel, Cartola, Orestes Caetano e João Gilberto
Viva Erasmo, Ben, Roberto Gil e Hermeto, palmas para Todos os instrumentistas Salve Edu, Bituca, Nara Gal, Bethania, Rita, Clara Evoé, jovens à vista
O meu pai era paulista Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô, baiano Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro
Atividades:
1) Por que Chico Buarque se auto referiu como brasileiro e não como carioca?
2) preencha o quadro abaixo:
……………………………………………………………………………………………………. Caso queira trabalhar de forma transdisciplinar sugiro o texto de Thais Fernandes, a seguir:
A formação do povo brasileiro: Estudo confirma dados históricos sobre processo de miscigenação
Thaís Fernandes. Publicado em 09/01/2001
Não se conhecem os detalhes da miscigenação entre ameríndios, europeus e africanos que deu origem à população brasileira. Para investigar o processo, a equipe do geneticista Sérgio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), analisou o DNA de brasileiros brancos. O estudo revela que a maioria das linhagens paternas dessa população veio da Europa e que 60% das linhagens maternas são ameríndias ou africanas.
Amostras de DNA da população do Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil foram analisadas com base no cromossomo Y (200 indivíduos) e no DNA mitocondrial (247 indivíduos), para estabelecer linhagens paternas e maternas, respectivamente. A origem da maioria das linhagens encontradas foi estabelecida por comparação com estudos sobre populações de outros países, pois os haplogrupos (combinações de mutações na seqüência de DNA) já identificados têm distribuição geográfica restrita, com exceção do haplogrupo 2, que pode ter origem na Europa, Ásia ou África.
A análise do cromossomo Y identificou que 57% das linhagens paternas vêm da Europa (haplogrupo 1). O número aumenta se considerarmos que o haplogrupo 2 (19% da amostra) tem sua principal origem na Europa, pois é comum nos portugueses. A grande proporção do haplogrupo 2, sobretudo no Sul (28%) e Nordeste (19%), está ligada à imigração de outros europeus e à invasão holandesa, respectivamente. A alta freqüência do haplogrupo 21 (vindo da África do Norte e Mediterrâneo) em brasileiros (14%) explica-se por sua grande proporção em portugueses (12%), devido à invasão da península Ibérica pelos mouros na Idade Média. Assim, vêm da Europa entre 66% e 85% dos cromossomos Y analisados. Não foram encontradas linhagens paternas ameríndias (haplogrupo 18) na amostra.
Os resultados do DNAmt foram mais uniformes: 33% de linhagens ameríndias, 28% de africanas e 39% de européias. As variações regionais são consideráveis: no Sul, 66% dos haplótipos são europeus (reflexo da imigração da Europa para a região nos séculos 19 e 20); no Norte, onde a presença indígena é elevada, 54% das linhagens maternas são ameríndias; no Nordeste, 44% das linhagens são africanas.
Os resultados revelam o padrão de reprodução do brasileiro e confirmam dados históricos sobre o povoamento do país após o descobrimento. Os primeiros imigrantes portugueses não trouxeram suas mulheres e iniciaram a miscigenação com índias e, a partir da segunda metade do século 16, com escravas africanas. O processo gerou um povo que, apesar da linhagem materna ameríndia ou africana e da linhagem paterna européia, ainda não vive em uma ‘democracia racial’.