o’que é ceticismo? O ceticismo é uma corrente filosófica que questiona a possibilidade de se obter um conhecimento absoluto e indubitável. A partir da crítica à capacidade humana de alcançar a verdade, o ceticismo coloca em xeque muitas crenças comuns e exige um rigoroso exame crítico para avaliar sua validade.
David Hume (o’que é ceticismo)
David Hume, filósofo escocês do século XVIII, é considerado um dos principais defensores do ceticismo. Em seu livro “Investigação sobre o Entendimento Humano”, Hume defende que o conhecimento humano é limitado pelas percepções sensoriais e que não podemos ter certeza sobre nada além das impressões que essas percepções geram. Ele argumenta que “todas as ideias, especialmente as abstratas, são cópias das impressões”, e que, portanto, não podemos ter certeza da verdade de nossas ideias.
Hume também argumenta que a causalidade, ou seja, a relação entre causa e efeito, é apenas uma crença comum baseada na repetição de experiências passadas. Ele escreve que “a relação de causa e efeito é um hábito da mente”, e que, portanto, não podemos ter certeza de que a causa e o efeito estão realmente ligados.
Bertrand Russell (o’que é ceticismo)
Bertrand Russell, filósofo e matemático britânico do século XX, também foi um defensor do ceticismo. Em seu livro “Problemas da Filosofia”, Russell argumenta que a filosofia deve questionar todas as crenças comuns e examiná-las cuidadosamente para avaliar sua validade. Ele escreve que “a filosofia começa com dúvidas”, e que devemos estar dispostos a questionar até mesmo as crenças mais fundamentais.
Russell também argumenta que muitas crenças comuns são baseadas em falácias lógicas, como a falácia da generalização apressada. Ele escreve que “o pensamento preciso exige que as generalizações sejam cuidadosamente examinadas”, e que muitas vezes fazemos generalizações com base em poucas evidências.
Paul Kurtz (o’que é ceticismo)
Paul Kurtz, filósofo americano do século XX, foi um defensor do ceticismo científico e do humanismo secular. Em seu livro “O Novo Ceticismo”, Kurtz argumenta que o ceticismo é uma ferramenta essencial para avaliar as crenças comuns e para construir um conhecimento mais sólido e confiável. Ele escreve que “o ceticismo não é uma posição dogmática, mas um método de investigação”.
Kurtz também argumenta que o ceticismo deve ser aplicado especialmente no contexto da ciência, onde muitas crenças comuns são testadas e revisadas continuamente. Ele escreve que “a ciência é o melhor exemplo da aplicação do ceticismo”, e que a ciência deve estar sempre aberta a novas evidências e críticas.
Sugestão de atividade (o’que é ceticismo)
Uma atividade interessante para o nível de ensino médio seria a criação de um debate sobre uma crença comum que seja questionável pelo ceticismo. Os alunos poderiam ser divididos em grupos e cada grupo deveria escolher uma crença comum, como por exemplo, a existência de vida extraterrestre, a eficácia de determinado tratamento médico ou a existência de Deus.
Cada grupo deveria apresentar argumentos a favor e contra a crença escolhida, baseados em uma análise crítica e racional. Os alunos devem utilizar fontes confiáveis para embasar seus argumentos, como artigos científicos, obras filosóficas e notícias relevantes sobre o assunto.
Ao final do debate, os alunos devem avaliar os argumentos apresentados e chegar a uma conclusão embasada em evidências e análises críticas. Essa atividade estimula o pensamento crítico, a argumentação e a análise racional, habilidades importantes para a formação de um cidadão crítico e consciente.
Referências (o’que é ceticismo)
HUME, David. Investigação sobre o Entendimento Humano. São Paulo: Nova Cultural, 1997.
RUSSELL, Bertrand. Problemas da Filosofia. São Paulo: Editora Abril, 1973.
KURTZ, Paul. O Novo Ceticismo. São Paulo: Madras Editora, 2009.