Blog

  • Interação social a distância II

    No post anterior publiquei um texto sobre interação social a distância.
    A dica deste post é usar a música “Pela Internet”, de Gilberto Gil para introduzir a temática.
    Abaixo um vídeo clip e a letra da música.

     

    Pela Internet

    Gilberto Gil

    Composição: Gilberto Gil
    Criar meu web site

    Fazer minha home-page
    Com quantos gigabytes
    Se faz uma jangada
    Um barco que veleja …(2x)

    Que veleje nesse informar…

    Que aproveite a vazante da infomaré
    Que leve um oriki do meu orixá
    Ao porto de um disquete de um micro em Taipé

    Um barco que veleje nesse infomar
    Que aproveite a vazante da infomaré
    Que leve meu e-mail até Calcutá
    Depois de um hot-link
    Num site de Helsinque
    Para abastecer

    Eu quero entrar na rede
    Promover um debate
    Juntar via Internet
    Um grupo de tietes de Connecticut

    De Connecticut de acessar
    O chefe da Mac Milícia de Milão
    Um hacker mafioso acaba de soltar
    Um vírus para atacar os programas no Japão

    Eu quero entrar na rede para contatar
    Os lares do Nepal,os bares do Gabão
    Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular

    Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar…

  • Combate à violência

    O leitor Sociólogo Jorge Willian em um de seus comentário neste blog nos fez lembrar do professor/sociólogo Michel Misse. Recorri a net para separar alguma coisa para eu ler posteriormente e me deparei com esse texto polêmico e interessante do referido professor.

     

    Michel Misse, sociológo, professor do Departamento de Sociologia da UFRJ e coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ – Rio de Janeiro).

    “O antiintelectualismo que aparece, com certa frequência, nas cartas de leitores [dos grandes jornais] e em outras manifestações, contém, a meu ver, certo ressentimento e dois erros sérios, fundados na nossa tradição individualista-hierárquica.

    O primeiro, decorrente de uma profunda ignorância a respeito de direitos civis, que se completa com uma situação inusitada, aquela em que a pessoa acha que a violência policial só chegará aos “outros” (bandidos, traficantes, assassinos), jamais a si mesma; daí a noção absolutamente equivocada de “direitos humanos dos bandidos”.

    O erro está em acreditar que os direitos que se erguem para defender suspeitos de crimes e criminosos da arbitrariedade praticada por agentes do Estado não são universais, isto é, não servirão para defender também o inocente da presunção de ser criminoso, inclusive a própria pessoa, que deve se achar completamente isenta desse risco.

    O segundo erro é o de acreditar que a violência – ilegítima e ilegal – é necessária para conter os bandidos; nesse caso, a pessoa se esquece que o que define os bandidos é exatamente a prática de violências ilegítimas e ilegais e que de boas intenções, como essas, o inferno está cheio.

    Só a lei e o seu cumprimento pelos agentes do Estado pode separar alhos de bugalhos e controlar a criminalidade em limites razoáveis. Sem isso, estaremos no pior dos mundos – como muitos acham que efetivamente estamos.”

    Deixe nos comentários sua opinião referente a essa questão abordada por Misse.

    Conheça também um projeto desenvolvido em uma cidade de Minas Gerais que busca ressocializar os detentos. Aqui.

  • Vídeo discute discriminalização das drogas

    Gostaria de indicar um tema polêmico para debate: a discrimialização das drogas.

    Pontos para reflexão:

    • A discriminalização reduziria ou ampliaria o uso de drogas?
    • O tratamento de desitoxicação seria de acesso a todos (de todas as classes sociais)?
    • O usuário deve ser classificado como criminoso, uma vez que é ele o motivador de todos os crimes cometidos pelos traficantes? (Sem clientela não há venda. Sem venda, não há tráfico).

     

  • Notícias de Bahrain: Polícia atira contra manifestantes civis

    Poucos tem acompanhado o que a Estado de Bahrain, apoiado pelos EUA tem feito nos últimos dias.
    Abaixo posto dois vídeos filmados no último dia 18 de fevereiro. Enquanto eu estava a completar mais um ano de vida, cidadãos que lutam pela democracia em Bahrain são assassinados pela polícia.

    Essa situação nos leva a diversos questionamentos.
    Mas um fato me chama atenção especial: Como a ideologia do Estado é forte. Tão forte que levam policiais (que antes de serem policiais, são, irmãos, amigos, filhos, pais, etc.) a assassinarem friamente seus conterrâneos em nome do Governo (acreditamdo estarem certos). Os governos comumente acusam as religiões fundamentalistas de conduzir fiéis a praticar atos violentos. Vemos que não são apenas as religiões fundamentalistas que assim agem.
    Existe uma canção portuguesa muito famosa por lá que trata dessa questão: Eunucos 
    ouvir em: https://www.youtube.com/watch?v=3kvcRBn9HOQ. “Defende os direitos contra os pais…”

    É necessário repensarmos a ideologia do Estado. Retomar as ideias de Rousseau, Hobbes e Lock parece ser o caminho inicial; Estaria sendo cumprido o “contrato social”? Estaria o Estado representando o interesse coletivo? Seria o Estado (com os políticos que temos) a instituição mais adequada para julgar entre o bem  e o mal?

    Fica os questionamentos…

    Abaixo os vídeos (são cenas violentas)

    A pergunta da enfermeira Zenab: Isto é democracia?
    Parece que para os EUA é!
    Lamentável a atuação dos Estados Unidos.

    Deixo mais uma idagação, que parece ser simples mas importante: Se faz democracia impondo-a?

  • Tradição Gaúcha: musica completa com letra

    Tradição Gaúcha: musica completa com letra

    images 1

    Uma boa sugestão para tratar o tema Tradição é a música “Tradição Gaúcha”. Abaixo a letra e link para baixar o áudio.

    Uma tradição gaúcha é bombacha, bota e espora

    É o gaudério no seu pingo, campereando campo a fora
    Na presilha dos arreios um laço de couro grosso
    Um chapéu de aba larga e um lenço no pescoço

    Uma tradição gaúcha, é a querência e a coxilha
    É o saudoso teixeirinha e o conjunto farroupilha
    Uma tradição gaúcha é o chote e a rancheira
    É um gaiteiro tocando e a gauchada dançando
    O vaneirão e a vaneira…

    Uma tradiçaõ gaúcha, é o churrasco e chimarrão
    É o gemido da cordeona é uma gaita chorona
    É um fandango de galpão

    Uma tradição gaúcha é a prenda de saia longa
    Um baile no ctg no compasso da milonga
    Um lombilho prateado um poncho cobrindo o basto
    Um fole e oito baixos e um chapéu de barbicacho

    Uma tradição gaúcha é a dança de passo largo
    É a cachaça na guampa e a cuia de mate amargo
    É o duelo empolgante a luta de dois gigantes
    O gre-nal no beira-rio…

    Refrão…

    Baixar a música em: https://www.4shared.com/get/S-CxYITL/Chitaozinho_e_Xoror_-_Tradio_g.html

  • Método antropológico: Cultura Punk

    Uma sugestão para o estudo do médoto antropológico é
    levar os alunos  a fazerem um trabalho de campo adotando as seguintes práticas:

    • Familiarização do estranho- perceber semelhanças através de estudos em grupos diferentes dos nossos.

    • Estranhamento do familiar- ollhar seu próprio grupo com estranhamento, tentar entender os costumes do seu próprio grupo como se fosse alguém que não convivesse ou que faz parte do mesmo.

  • Pôster a ser apresentado na Anpur 2011

    Pôster a ser apresentado na Anpur 2011

    anpur 01
    Nos dias 23 a 27 de maio de 2011, no Rio de Janeiro, estará acontecendo o XIV Encontro Nacional da ANPUR (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional). Trata-se do maior e mais importante evento na área.
    O título desse ano é “Quem planeja o território? Atores, arenas e estratégias”
    Tive o prazer de ter um trabalho selecionado para ser apresentado no evento. Trata-se de um Pôster onde apresento os principais resultados de minha dissertação de mestrado.
    Segue abaixo o pôster que estarei apresentando no evento.

    GT2 693 294 20110101132657
  • Governo brasileiro tem como preocupação à saúde da população, mas colabora para a imoralidade.

    Governo brasileiro tem como preocupação à saúde da população, mas colabora para a imoralidade.

    TRAIO 7E1
    Por Cristiano Bodart

    O governo lançou uma propaganda conscientizando o uso da camisinha. Até ai tudo certo. O problema é que ao fazer isso, trata com normalidade à traição entre casais. Utilizando-se de frases do tipo, “ao pular a cerca, use camisinha”.

    Ao tentar resolver seu problema com a saúde pública, no caso com a redução de casos de contaminação com o HIV, ela colabora para naturalizar relações sexuais extras. Sabemos que a traição entre casais é algo corriqueiro, mas considero uma patologia que deve ser
    tratada.
    A referida propaganda dar a entender que problemas como esse (traição) não tem jeito, então pelo menos a população deve se prevenir do HIV. Imaginem se em todos os campos de nossa vida encarássemos as coisas desta forma. Como estaria, por exemplo, a educação do país?
    Em muitos casos a traição é mais impactante sobre o traído do que a contaminação com o HIV.
    Não sabe o governo que um relacionamento extraconjugal também é um problema de grande gravidade. Muitas vezes sendo o ponto de partida para o fim do casamento e, conseqüentemente, para a ruína e descrédito dessa instituição tão importante na formação do caráter dos indivíduos. O governo parece não saber que a traição pode desencadear doenças emocionais, que tanto assola a população brasileira é tão custosas quanto às demais doenças. Sem contar que relacionamentos extraconjugais, por muitas vezes acabam em tragédias.
    Podem me acusar de moralista, mas não colaboro para a infelicidade de casais que um dia se uniram pensando em serem companheiros fiéis até o fim de seus dias. Valorizo à família!
    É uma pena que o Governo ao tentar reduzir um problema, incentiva a infelicidade de muitas famílias, especialmente de nossos filhos!
  • Chomsky sobre o capitalismo

     Chomsky: Capitalismo só existe no terceiro mundo
    Entrevista
    Noam Chomsky

    “Capitalismo só existe no terceiro mundo”

    Intelectual americano critica protecionismo dos EUA e diz que o poder do capital é imposto à força nos países pobres

    segue a entrevista abaixo…
    por Maíra Magro
    Ele foi considerado o intelectual mais importante do mundo pelo jornal The New York Times. Em 2005, ficou no topo da lista dos principais acadêmicos do planeta, segundo pesquisa feita pelas influentes revistas Foreign Policy, dos Estados Unidos, e Prospect, da Inglaterra. Aos 80 anos, Noam Chomsky, americano descendente de judeus russos, é reconhecido também como o papa da linguística moderna, por ter revolucionado a área com suas pesquisas sobre aquisição de linguagem. Professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) há mais de meio século, Chomsky é também filósofo e comentarista político. A decisão de nadar contra o pensamento político dominante veio com a guerra do Vietnã, nos anos 60. Publicou mais de 70 livros e mil artigos. Em geral, obras de repercussão mundial sobre atentados terroristas, neoliberalismo e política internacional. Um dos maiores críticos da política internacional americana, Chomsky está lançando no Brasil Estados fracassados: o abuso do poder e o ataque à democracia (Bertrand, 349 págs., R$ 45), no qual argumenta que os Estados Unidos assumiram as características de um Estado fracassado e padecem de um déficit democrático. Nesta entrevista concedida à ISTOÉ, o intelectual diz que não vê perspectivas de mudanças com o presidente Barack Obama, mas deposita um mar de esperanças na América do Sul: “Neste momento, é a região mais interessante do mundo.”

    ISTOÉ – Barack Obama pode mudar o que o sr. chama de “Estado fracassado”?

    Noam Chomsky – Possibilidades sempre existem, mas não há nada que aponte para isso. As nomeações têm sido basicamente do lado dos falcões (defensores da guerra), e as ações também. Obama intensificou a guerra no Afeganistão, aumentou os ataques ao Paquistão e rejeitou os apelos dos presidentes desses países para eliminar os bombardeios que atingem alvos civis.

    Quanto à questão de Israel e da Palestina, ele já deixou bem claro que não tem a intenção de buscar um acordo. Em sua primeira declaração sobre política internacional, afirmou que a responsabilidade primária dos Estados Unidos é proteger a segurança de Israel, e não a dos palestinos, que são os que precisam de proteção.

    ISTOÉ – O sr. está dizendo que Obama é igual a George W. Bush?

    Chomsky – Para começar, há uma distinção entre o primeiro e o segundo mandato de Bush. O primeiro foi muito arrogante e agressivo, desconsiderou as leis internacionais e foi tão abusivo que se distanciou de países aliados. O segundo mandato amaciou a retórica e as ações, que estavam causando danos demais aos interesses dos Estados Unidos. É possível que Obama dê continuidade às políticas do segundo mandato. Em alguns aspectos, Obama ainda é mais agressivo, como no Paquistão e no Afeganistão, que, pelo que vejo, são suas principais preocupações internacionais.

    ISTOÉ – Os Estados Unidos são uma democracia fracassada?

    Chomsky – Se você comparar as eleições de 2008 com as de um dos países mais pobres do hemisfério, a Bolívia, o processo é radicalmente diferente. Você pode gostar ou não das políticas do presidente Evo Morales, mas elas vêm da população. Ele foi escolhido por um eleitorado popular que traçou suas próprias políticas. As questões são muito significativas: controle dos recursos naturais, direitos culturais… A população não se envolveu apenas no dia das eleições, essas lutas estão ocorrendo há anos. Isso é uma democracia. Os Estados Unidos são exatamente o oposto. O melhor comentário sobre as eleições foi feito pela indústria da publicidade, que deu à campanha de Obama o prêmio de melhor campanha de marketing do ano.

    ISTOÉ – Alguns presidentes sul-americanos são chamados de populistas.

    Chomsky – Populista quer dizer alguém atento à opinião popular.

    ISTOÉ – Mesmo quando a distribuição de recursos não é sustentável?

    ChomskyDistribuição de recursos tem a ver com política econômica. Nos Estados Unidos, o país mais rico do mundo, a política econômica é definida por instituições financeiras, por pessoas que levaram o país à ruína e estão levando boa parte do mundo à ruína. Isso não é populismo, é política econômica destinada a enriquecer um setor bem pequeno. Você pode até discutir se a forma que Evo Morales distribui recursos é correta, mas chamar isso de populismo é usar palavras feias para políticas que desagradam aos ricos.

    ISTOÉ – O presidente Hugo Chávez acaba de passar por um referendo que permite sua reeleição ilimitada. Isso é aceitável em uma democracia?

    ChomskyVocê acha que os Estados Unidos foram um Estado fascista até 1945, quando tínhamos a mesma regra?

    O presidente (Franklin) Roosevelt foi eleito quatro vezes seguidas. Eu, pessoalmente, não aprovo, mas não posso dizer que isso seja incompatível com a democracia, a não ser que você diga que os Estados Unidos nunca foram uma democracia. Isso é uma hipocrisia total. Isso vale também para outras democracias parlamentaristas, em que o primeiro-ministro pode ser reeleito de forma indefinida.

    ISTOÉ – O sr. avalia o governo Chávez positivamente?

    Chomsky – A pergunta que importa é: o que os venezuelanos pensam do governo? Em pesquisas feitas pelo Latinobarômetro, uma organização chilena muito respeitada, desde a eleição de Chávez, a Venezuela fica no topo ou perto do topo de uma lista de países quanto ao apoio popular ao governo e à democracia.

    ISTOÉ – O sr. acha que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva representou alguma mudança para o Brasil?

    Chomsky – De forma geral, suas políticas têm sido bastante construtivas. A disposição inicial de aceitar a disciplina das instituições financeiras internacionais foi questionável. Até havia justificativa para isso, mas ele poderia ter escolhido políticas alternativas que teriam estimulado mais a economia. Acho também que as políticas poderiam dar mais apoio a organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Mas, em geral, o País parece estar andando na direção certa. A disposição de lidar com os problemas internos de desigualdade extrema, da fuga de capital, entre outros, está pelo menos na agenda. Além disso, há a tendência de integração regional e independência. A União de Nações Sul- Americanas (Unasul) é um exemplo, mas existem muitos outros, e a integração é um pré-requisito para a independência. De maneira geral, isso torna a América do Sul, do meu ponto de vista, o lugar mais interessante do mundo atualmente.

    ISTOÉ – E qual o papel do Brasil?

    Chomsky – O Brasil tem um papel central na integração regional, pois é o país mais rico e poderoso da região. O presidente Lula tem tomado uma posição muito boa, garantindo que países que os EUA tentam arruinar, principalmente a Bolívia e a Venezuela, estejam integrados ao sistema. O Brasil também está aumentando as relações com outros países do Sul. Mas a dependência das exportações agrícolas é uma forma questionável de desenvolvimento. Deveria haver tentativas de desenvolvimento que não dependessem tanto de exportações, como a da soja.

    ISTOÉComo o sr. vê o ressurgimento de medidas protecionistas nos Estados Unidos e na União Européia?

    ChomskyAntes de falar sobre isso, temos que eliminar uma grande quantidade de mitologia. Os Estados Unidos, o país mais rico do mundo, sempre foram altamente protecionistas. Sua economia avançada depende crucialmente do setor estatal. Se você pensa em computadores, internet, tecnologia da informação, laser, tudo isso foi financiado pelo Estado. Você não pode falar em livre mercado porque eles não acreditam nisso.

    ISTOÉ – O capitalismo está entrando em colapso com a crise?

    Chomsky – O único lugar onde o capitalismo existe é nos países do Terceiro Mundo, onde ele é imposto à força.

    ISTOÉ – Os anticapitalistas têm algum modelo para oferecer?

    ChomskyExistem diversas pessoas propondo coisas interessantes, basta ver o encontro em Belém (Fórum Social Mundial). Elas não são totalmente novas, vêm dos movimentos dos trabalhadores no século XIX. São propostas de se democratizar a sociedade inteira. Isso significa o controle democrático da manufatura, das finanças, dos sistemas de informação, e por aí em diante.
    ISTOÉ – Vê algo de positivo no papel dos Estados Unidos atualmente?

    Chomsky – Sim. Mas não se deve esperar que os países mais poderosos sejam agentes da moralidade. Não faz sentido ficar elogiando esses países pelas coisas decentes que fazem. Os Estados Unidos deveriam, por exemplo, ter um papel fundamental na reconstrução de Gaza depois das terríveis agressões feitas junto com Israel – foi um ataque em conjunto, pois eles estavam usando armas dos EUA, é claro. A estrangulação de Gaza pelos Estados Unidos e Israel, apoiada pela União Européia, começou imediatamente após as eleições, que foram reconhecidas como livres e justas, mas os Estados Unidos não gostaram do resultado e punem as pessoas. É uma boa indicação da aversão extrema que as elites ocidentais nutrem pela democracia.

    ISTOÉO sr. concorda que os intelectuais de hoje são menos engajados que nos anos 60 e 70, por exemplo?

    Chomsky – Não concordo com isso. É uma ilusão pensar que intelectuais eram diferentes no passado. De modo geral, os intelectuais são altamente subordinados ao poder. Isso também era verdade nos anos 60. Veja, por exemplo, a guerra do Vietnã, que era uma questão importantíssima na época. Se você olhar o The New York Times ou outro jornal importante nos quais intelectuais se expressavam, a crítica mais forte que poderá encontrar da guerra é – bem, estou citando a crítica mais extrema – de que a guerra começou com esforços de fazer o bem, mas se transformou em um desastre com custos muito altos para nós mesmos.

    ISTOÉ – O sr. dedicou a vida a pensar as questões mais importantes do mundo. Como se sente hoje?

    Chomsky – Há passos em direção a um mundo mais livre, justo e democrático. Isso não cai do céu como um presente, vem da luta popular engajada. E, sim, ela tem sido muito bemsucedida. Então, na medida em que sou parte dela, eu me sinto feliz. Os movimentos populares que se desenvolveram a partir dos anos 60 tiveram um impacto muito significativo no mundo, de diversas formas. Veja um exemplo óbvio, das últimas eleições nos Estados Unidos: o Partido Democrata tinha dois candidatos, uma mulher e um afro-americano. Isso seria inconcebível 20 anos atrás.

    fonte: https://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2051/imprime127063.htm

  • Criminalidade no Brasil e no Rio de Janeiro

    Segue a entrevista ao sociólogo Luiz Eduardo Soares no Roda Viva, programa da TV Cultura.
    São quatro vídeos: