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  • Atividade Direitos Humanos

    Abaixo 5 atividades objetivas relacionado ao Pacifismo e Direitos Humanos. Essas questões foram extraídas do curso Direitos Humanos e Mediações de Conflitos que venho fazendo.
    1 –

    Sobre a situação da “Índia Tuíra ao ter encostado o facão…”.

    Índia Tuíra – Em 1989, a Eletronorte convocou uma audiência pública para discutir a construção da usina Kararaô que, segundo os índios da região e o movimento ambientalista, causaria um grande impacto ambiental. Essa construção recebia na época financiamento do Banco Mundial. Durante a audiência, enquanto os guerreiros caiapós gritavam “Kararaô vai afogar nossos filhos!”, a índia Tuíra tomou a iniciativa, avançou para cima do então presidente da Eletronorte, José Muniz Lopes, e o advertiu encostando a lâmina do facão em seu rosto. Essa ação contribuiu para interromper o projeto da usina durante dez anos e também fez com que o Banco Mundial suspendesse o financiamento dessa construção.

    Fontes para embasamento:
    https://www.socioambiental.org/esp/bm/hist.asp
    https://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=10496

    Escolha pelo menos uma resposta.
    a. AÇÃO NÃO VIOLENTA, apesar de ser uma reação à ameaça que sua comunidade estava enfrentando e NÃO PODE SER MEDIADA.
    b. AÇÃO VIOLENTA, apesar de ser uma reação à ameaça que sua comunidade estava enfrentando e PODE SER MEDIADA porque não viola os direitos humanos.
    c. AÇÃO NÃO VIOLENTA, pois era uma defesa de um fato em prol da comunidade e PODE SER MEDIADA, pois não viola os direitos humanos.
    d. AÇÃO VIOLENTA, apesar de ser uma reação à ameaça que sua comunidade estava enfrentando e NÃO PODE SER MEDIADA, pois viola um direito de base – o direito à vida.

    Com relação à ação da índia Tuíra, ao advertir o presidente da Eletronorte, encostando a lâmina do facão em seu rosto na audiência pública que aconteceu para discutir a construção da usina Kararaô, que iria causar um grande impacto ambiental:

    Essa ação contribuiu para interromper o projeto da usina durante dez anos, e também fez com que o Banco Mundial suspendesse o financiamento dessa construção. A ação da Índia Tuíra foi violenta e não pode ser mediada, pois viola um direito de base- coloca em risco a vida do presidente. A usina poderia tirar a vida de tantos outros indígenas, mas… Esperamos que tenha ficado explicito que um conflito que viola os direitos humanos não pode ser mediado. Lógico que acontecem algumas ironias, a exemplo da ação da Índia Tuíra, onde precisamos observar o contexto mais amplo, mas também, entender que uma violência não pode justificar outra.

    2 –

    Sobre o comportamento do médico no caso de “Ana, uma mulher negra”.

    O caso da Ana – Ana, uma mulher negra, procura um pronto-socorro por causa de uma queimadura leve, que aconteceu durante o trabalho. A sala de espera estava cheia e bastante movimentada. Após algum tempo de espera, o médico apareceu na porta e chamou: “Milton Araújo!”. Ninguém se levantou; o médico chamou de novo “MILTON ARAÚJO!”, o que deixou as pessoas curiosas. Ana, envergonhada, aproximou-se e disse ao médico em voz baixa: “Sou eu! Eu havia pedido na recepção que me chamasse pelo nome social, Ana”. O médico olhou-a indignado e disse: “eu sei, te chamei pelo nome de registro propositadamente”. As pessoas perceberam que Ana era uma transexual, ficaram atônitas, começaram a cochichar e dar risadinhas.

    Escolher uma resposta.
    a. AÇÃO VIOLENTA, pois o médico, numa atitude preconceituosa, se nega a atender um pedido de uso do nome social, violando o direito da diversidade sexual e esta ação NÃO PODE SER MEDIADA, pois viola os direitos humanos relacionados à diversidade sexual – um direito de base.
    b. AÇÃO VIOLENTA, pois o médico, numa atitude preconceituosa, se nega a atender um pedido de uso do nome social, violando o direito da diversidade sexual e esta ação PODE SER MEDIADA, pois não viola os direitos humanos.
    c. AÇÃO NÃO VIOLENTA, pois o médico, ao chamá-la pelo seu nome de registro, atentou contra um direito civil e esta ação PODE SER MEDIADA, pois não viola os direitos humanos.
    d. AÇÃO NÃO VIOLENTA, pois o médico, ao chamá-la pelo seu nome de registro, atentou contra um direito civil e esta ação NÃO PODE SER MEDIADA, pois viola os direitos humanos relacionados à diversidade sexual, portanto um direito de base.

    No caso de Ana, uma mulher negra, transexual, que procura um pronto-socorro por causa de uma queimadura que aconteceu durante o trabalho e o médico.

    A ação do médico foi violenta e não pode ser mediada, pois o médico, numa atitude preconceituosa, (já que ele afirma que a chamou de propósito,) viola um direito de base, o direito humano da diversidade sexual, além de provocar constrangimentos de Ana perante o público que estava no hospital. A denúncia e repreensão do medico são fundamentais para combater a homofobia.

    3 –

    Sobre a situação da professora em “Numa festa junina – Laila, uma criança negra”.

    Numa festa junina – Laíla, uma criança negra, que sempre teve liderança na escola, foi escolhida pelos colegas para ser a “rainha do milho” da festa. A professora elogia Laíla, mas carinhosamente diz para a turma: “Minhas crianças, vocês já viram algum milho pretinho?” As crianças responderam em coro: “Nããããoooooo!”. Daí a professora diz “Pois é, eles são todos clarinhos. Por isso, precisamos escolher uma criança bem bonitinha, loirinha, assim como um milho”. As crianças ficam confusas, e Laíla sugere: “Se é assim, não deveria ter rainha do milho, mas sim do amendoim! O amendoim é tão bonitinho como nós; e a sua casca é da nossa cor. Assim pró, o amendoim também seguiria a cultura, pois é uma colheita de São João”. A professora ouviu e respondeu: “Certo, mas nós seguimos a tradição de que, durante o São João, a escola sempre tem uma rainha do milho. Vou ver se acho alguma criança branquinha…”.

    Escolher uma resposta.
    a. AÇÃO VIOLENTA, pois a professora, numa atitude de preconceito, se nega a atender um pedido da criança, violando o direito humano da diversidade racial e esta ação NÃO PODE SER MEDIADA, pois viola os direitos humanos relacionados ao tratamento igual na diversidade racial, portanto viola um direito de base.
    b. AÇÃO NÃO VIOLENTA, pois a professora seguia uma cultura junina, na qual a rainha do milho é branca e a ação PODE SER MEDIADA, pois não viola os direitos humanos.
    c. AÇÃO VIOLENTA, pois a professora, numa atitude de preconceito, se nega a atender um pedido da criança, violando o direito humano da diversidade racial e a ação PODE SER MEDIADA, pois não viola os direitos humanos.
    d. AÇÃO NÃO VIOLENTA, pois a professora seguia uma cultura junina, na qual a rainha do milho é branca e a ação NÃO PODE SER MEDIADA, pois viola os direitos humanos relacionados ao tratamento igual na diversidade racial, portanto viola um direito de base.
  • Entrevista de Simon Schwartzman sobre o ensino para a Revista Ensino Superior Unicamp

    Entrevista de Simon Schwartzman sobre o ensino para a Revista Ensino Superior Unicamp

    (Publicada em Ensino Superior Unicamp, Ano 1, n. 2, 2010, pp.16-25)
    simon schwartzman

    Qual o desafio que o ensino médio coloca para o Brasil atualmente?

    Temos alguns problemas básicos no ensino médio. Uma peculiaridade do Brasil, na comparação com outros países da América Latina, Europa, Estados Unidos, é o fato de o nosso sistema de ensino médio ser  praticamente um só. Há um pequeno setor de ensino profissional ou técnico, muito pequeno; isso não dá alternativas para os estudantes que queiram seguir diferentes caminhos.
     A necessidade de um sistema diversificado tem a ver com os interesses diversificados das pessoas; e também com o fato de que a educação básica é muito desigual, e que nem todas as pessoas tem condições de fazer o mesmo tipo de curso médio. Pelo fato de o modelo ser único — o modelo tradicional, acadêmico, ele mesmo com uma série
    de problemas específicos –, parte das pessoas não conseguem acompanhar o programa e não chegam ao final; ou então, chegam ao final com tantas dificuldades que não têm condições de continuar estudando e de adquirir uma atividade profissional adequada. Temos assim um problema de diversificação; e o sistema predominante, que é quase o único que existe, têm vícios e defeitos, decorrentes de seu conteúdo muito formal e do modelo muito antiquado de ensino, enciclopedista. Há uma carga muito grande de cursos, em que se pede ao aluno decorar e repetir certos conteúdos. O sistema não é formativo e está muito condicionado pela competição para a universidade – o que determina o conteúdo dos cursos. Os cursos
    considerados melhores no ensino medio sao aqueles que preparam melhor para os vestibulares mais competitivos. Essa formação não é muito adequada.
    Que outros problemas esse modelo único traz?
    Por exemplo: a quantidade de cursos que os alunos têm que fazer – um pouquinho de química, um pouquinho de física, um pouquinho de filosofia, um pouquinho de história – no final, ele não aprende nada.
    Outro problema: o curso é um ritual de repetições. O aluno precisa ser capaz de papaguear o que está escrito no livro. Em poucos casos isso se transforma realmente em uma aprendizagem. No modelo ingles, por exemplo, há o A-level. O aluno escolhe três temas e trabalha neles: ele se prepara durante o ensino médio naqueles conteúdos que escolheu. Digamos, matemática, química e inglês; ele vai se aprofundar, tem a oportunidade de tomar conhecimento daquilo lendo e discutindo; no processo de aprofundamento, o aluno tem a possibilidade de ganhar competência, de ganhar capacidade. O ensino médio americano é desigual; há coisas boas e coisas ruins. O inglês é melhor. O francês também é um bom sistema; embora, para o meu gosto, um pouco rígido. O nosso sistema é uma tentativa de copiar mal o sistema francês. Se a cópia fosse bem feita, o aluno teria uma boa iniciação à ciência, receberia boa educação de bons professores de matemática, de física. Mesmo assim, hoje em dia, em que os campos de conhecimento são muito vastos, não se pode esperar que a pessoa aprenda tudo. Aprender alguns teoremas de física ajuda a pessoa em alguma coisa? Ela não aprende física moderna, pois a matemática no ensino médio não é suficiente; para que serve isso então? Se o aluno realmente for fazer uma carreira tecnológica, precisaria se aprofundar mais; se vai fazer uma carreira em direito, não precisaria daquilo. Pode-se argumentar que qualquer pessoa hoje em dia precisa saber matemática. Acredito que as pessoas tem que entender as questões da ciência e da tecnologia – porque são importantes, que papel têm na sociedade moderna. Mas aprender as fórmulas da química, os modelos matemáticos da Física, não sei se ajuda. É necessário dar opções às pessoas. Dadas as opções, o aluno tem condições de se aprofundar mais em áreas mais delimitadas. A lei de diretrizes e bases inclui essa concepção de dar alternativas. Mas, na prática brasileira, o que vem acontecendo é colocar mais matérias obrigatórias – filosofia, sociologia…–, o que vai matando a ideia da flexibilidade.
  • Filósofos debatem sobre a qualidade da democracia brasileira

    No programa do dia 08 de janeiro de 2011, conduzido por William Waack, no Globo News Painel, foi discutido “A qualidade da democracia brasileira.
    São dois vídeos bem interessantes. Seque abaixo os vídeos:

  • Solidariedade mecânica e Solidariedade orgânica

    Solidariedade mecânica e Solidariedade orgânica

    Solidariedade mecânica e solidariedade orgânica

    Por Cristiano Bodart

    Obra

    O Conceito de solidariedade mecânica e orgânica podem são frutos da obra “De la Division du Travail Social”, Durkheim buscou esclarecer que a existência de uma sociedade, bem como a própria coesão social (veja aqui o que é coesão social), está baseada no grau de consenso produzido entre os indivíduos. Esse consenso produzido esse sociólogo chamou de solidariedade. Para Durkheim existem dois tipos de solidariedade: a  mecânica e a orgânica. Abaixo é apresentado os dois tipos de solidariedades, assim como uma tabela comparativa.

    Solidariedade mecânica

    Para ele a solidariedade mecânica é característica das sociedades ditas “primitivas” ou “arcaicas”, ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs. Nestas sociedades, os indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se refere às crenças religiosas como em relação aos interesses materiais necessários a subsistência do grupo. São justamente essa correspondência de valores que irão assegurar a coesão social.

    TIPOS DE SOLIDARIEDADE, SEGUNDO E. DURKHEIM
    MECÂNICA ORGÂNICA
    Sociedade simples Sociedades complexas
    As funções sociais dos indivíduos são semelhantes As funções sociais dos indivíduos são especializadas e interdependentes
    Não há significativa divisão social do trabalho A divisão social do trabalho é bastante complexa
    Predomínio de mecanismo de coerção imediata, violenta e punitiva Predomínio de mecanismos de coerção formais, exercidos de forma mediada
    Predomínio do direito repressivo Predomínio do direito restitutivo
    Sociedades economicamente simples Sociedades economicamente complexas.

     

    Solidariedade orgânica

    Solidariedade orgânica De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas sociedades ditas “modernas” ou “complexas” do ponto de vista da maior diferenciação individual e social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais são bastante distintos e a consciência de cada indivíduo é mais acentuada. A divisão econômica do trabalho social é mais desenvolvida e complexa e se expressa nas diferentes profissões e variedade das atividades industriais. Durkheim emprega alguns conceitos das ciências naturais, em particular da biologia (muito em uso na época em que ele começou seus estudos sociológicos) com objetivo de fazer uma comparação entre a diferenciação crescente sobre a qual se assenta a solidariedade orgânica.  Durkheim concebe as sociedades complexas como grandes organismos vivos, onde os órgãos são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão do trabalho), mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também o grau de interdependência entre os indivíduos.  Para garantir a coesão social, portanto, onde predomina a solidariedade orgânica, a coesão social não está assentada em crenças e valores sociais, religiosos, na tradição ou nos costumes compartilhados, mas nos códigos e regras de conduta que estabelecem direitos e deveres e se expressam em normas jurídicas: isto é, o Direito.

     

    A estabilidade e o funcionamento de uma sociedade sempre foram temas centrais nas reflexões sociológicas. Quando Émile Durkheim escreveu A Divisão do Trabalho Social, em 1893, ele lançou luz sobre uma questão essencial: o que mantém uma sociedade unida, apesar das diferenças entre seus membros?

    A resposta, para ele, está em algo chamado solidariedade social, uma espécie de “cola invisível” que garante a harmonia e a integração entre os indivíduos. Essa solidariedade não é um sentimento espontâneo de empatia, como no uso cotidiano da palavra, mas sim uma estrutura objetiva que organiza as relações sociais.

    Durkheim identificou dois modos distintos de solidariedade, que variam conforme o grau de complexidade das sociedades: uma que nasce da semelhança, e outra que se estrutura a partir da diferenciação. Vamos entender melhor.

    Nos primórdios: a união pela semelhança

    Nas comunidades mais antigas, marcadas por forte homogeneidade cultural, religiosa e moral, as pessoas compartilham um modo de vida praticamente idêntico. Essa uniformidade é a base da ordem social. Como todos pensam e vivem de forma semelhante, qualquer desvio é rapidamente percebido e punido com rigor.

    Durkheim denominou essa forma de ligação social como solidariedade mecânica. Ela é predominante em sociedades tribais ou camponesas, nas quais a coletividade se sobrepõe ao indivíduo. O laço social está diretamente ancorado na tradição, nos costumes e em um código moral coletivo fortemente interiorizado.

    Quando alguém rompe com esse código, não apenas infringe uma norma, mas ameaça o tecido moral de todo o grupo. Por isso, a sanção tende a ser exemplar e punitiva — é uma forma de preservar a integridade do conjunto.

    Na modernidade: a união pela diferença

    Com o surgimento do capitalismo, a industrialização e o crescimento das cidades, as sociedades passaram a se organizar de forma cada vez mais complexa. As tarefas deixaram de ser homogêneas e os papéis sociais se tornaram progressivamente especializados.

    Nesse novo cenário, as pessoas já não vivem da mesma forma, não partilham necessariamente das mesmas crenças ou valores e, muitas vezes, sequer se conhecem. Ainda assim, precisam umas das outras para viver — e é aí que entra a solidariedade orgânica.

    Essa forma de solidariedade nasce da complementaridade entre funções. Um professor depende do agricultor, que depende do entregador, que depende do mecânico. A interdependência funcional torna-se o novo alicerce da coesão social. Assim como os órgãos de um corpo realizam funções distintas, mas vitais para o funcionamento do todo, os membros de uma sociedade moderna colaboram a partir de suas diferenças.

    O direito, nesses contextos, também assume um novo papel. Em vez de ser puramente punitivo, ele se torna restitutivo — busca restaurar o equilíbrio nas relações, por meio de contratos, leis e regulamentações que organizam a convivência entre indivíduos diversos, mas mutuamente necessários.

    Do costume ao contrato: a transformação da moral coletiva

    Durkheim compreendeu que, ao longo do tempo, a transição da solidariedade baseada em tradições para aquela baseada na divisão do trabalho não significava o desaparecimento da coesão social, mas sim sua reestruturação. O que antes era garantido pela força dos costumes, passa a ser sustentado por normas jurídicas, códigos civis e instituições reguladoras.

    Não se trata de um declínio da moral, como alguns pensavam na época, mas de sua reconfiguração. A moral moderna está menos presente na forma de dogmas ou rituais e mais nas práticas institucionais que regulam o convívio plural.

    Por que isso importa hoje?

    Entender essa distinção entre solidariedade mecânica e orgânica não é apenas um exercício teórico. Ela nos ajuda a analisar questões contemporâneas como o aumento da desigualdade, o colapso de vínculos comunitários, o papel das leis na regulação das diferenças e os desafios da convivência multicultural.

    Além disso, ao refletirmos sobre as bases que nos mantêm juntos — seja por semelhança ou por interdependência — conseguimos pensar em políticas públicas, projetos educativos e práticas sociais que favoreçam a construção de uma sociedade mais justa e coesa.

     

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  • Corrupção no Brasil

    Corrupção no Brasil

    bughouse square debates
    A leitora Estela Duarte Orestes, nascida em Barretos, Sao Paulo, estudante de International Business and Management Studies (Negócios Internacionais e Estudo de Gestão) na Hogeschool Rotterdam, na Holanda me propôs algumas perguntas sobre Corrupção no Brasil. Segue abaixo o conjunto que perguntas (quatro, ao todo) com as respostas dadas por mim. Posto aqui por acreditar que são consideração breves e que você possa colaborar com sus comentários.

    Segue a baixo:

    1 – Quais aspectos da sociedade brasileira, de uma forma geral, o senhor considera mais influentes nos (ainda) altos níveis de corrupção no Brasil? Por quê?

      Grosso modo, diria que são:

    • A cultura do “Jeitinho brasileiro” – esse comportamento se manifesta em diversa escala hierárquica da sociedade;
    • A cultura individualista herdade da cultura ocidental;
    • O sistema econômico que pressiona os indivíduos a possuírem (é a valorização do TER sobre o SER), somado à desvalorização do caráter (importante e valorizado são os potenciais consumistas);
    • O tipo de coerção (branda) adotada pelo Estado;
    • A impunidade marcante em nosso país.

    2 – Quais aspectos culturais o senhor pensa que possam influenciar os níveis de corrupção no Brasil? Por quê?

    Para responder esta pergunta eu desdobro três itens destacados a cima.

    • A cultura do “Jeitinho brasileiro” – esse comportamento se manifesta em diversa escala hierárquica da sociedade;
    • A cultura individualista herdade da cultura ocidental;
    • O sistema econômico que pressiona os indivíduos a possuírem (é a valorização do TER sobre o SER), somado à desvalorização do caráter (importante e valorizado são os potenciais consumistas);

     A ideia vendida no Brasil, onde o Jeitinho é supra-estimado, dá margem para ações imorais (a partir de meu julgamento) na prática cotidiana (como furar fila de banco, pagar propina para se obter algum benefício, etc.) Essas práticas acabam sendo naturalizadas. Eu, particularmente, prefiro chamar o tal “jeitinho brasileiro” de corrupção. Levando isso para o plano macro, é comum se ouvir no país a seguinte expressão: “rouba, mas faz”. Essa aceitação é, em parte, acarretada pela cotidianidade das práticas imorais (ao meu ver) o que, de certa forma, as legitimam. Parece que roubar pode, desde que não seja de forma exagerada (legitimada pelo mito criado de que todo político é ladrão). O político e o juiz de alto escalão também são brasileiros, que foram criados no Brasil, onde o jeitinho foi absorvido em sua formação. Assim, tais indivíduos estarão suscetíveis a praticarem o jeitinho e outras formas de corrupção em sua prática cotidiana.

    Quanto a ideia de individualidade, não transcorrerei por ser apresentar de forma clara. Apenas indico que o modelo de sociedade que temos, classificada como “orgânica” (Durkheim), onde cada indivíduo faz sua parte e esta colabora para os demais, é um modelo que induz a individualidade. Como somos racionais (invoco aqui a Teoria da Escolha Racional), tendemos a buscar maximizar nossos ganhos. Como não vivemos em uma sociedade “mecânica” (mais uma vez utilizando o conceito durkheimiano) tenderemos a individualidade dos resultados (competição) e como estes estão atrelados a ganhos financeiros em um ambiente de imoralidade, tenderão os indivíduos à corrupção.

     A valorização do Ter sobre o SER, clássico na prática cotidiana das sociedades capitalistas pressiona os indivíduos a terem cada vez mais. Somado as questões anteriores, certamente teremos alguns indivíduos propícios à prática de corrupção (gostaria de lembrar que não temos uma corrupção generalizada, uma vez que se trata de um Fato Social Patológico).

    3 – Quais aspectos políticos o senhor pensa que possam influenciar os níveis de corrupção no Brasil? Por quê?

    Grosso modo podemos destacar:

    • A má escolha dos representantes;
    • Criação de redes que se transformam em “verdadeiras quadrilhas” – Fato, em parte, gerado pela existência de cargos comissionados;
    • Falta de uma política judiciária rígida e indiscriminatória;

      4 – Quais aspectos da legislação brasileira o senhor pensa que possam influenciar os níveis de corrupção no Brasil? Por quê?

    A legislação brasileira é falha em diversos aspectos, tais como:

    • Discriminação legal – Para cada tipo de criminoso há um tipo de lei (uma mais branda, outra mais severa, tendendo ser mais severa em casos não políticos, sobre indivíduos sem escolaridade ou capital econômico); O que determina a pena sem sempre é o delito, mas o delinqüente.
    • As leis brasileiras são muitas e “não pegam”;
    • Existe uma expectativa de impunidade, uma vez que a burocracia brasileira é muito lenta; 
  • A importância da Sociologia

    A importância da Sociologia

    Importância da Sociologia diz respeito a compreender como funciona a dinâmica social para não apenas jogar, mas compreender o jogo. A sociologia é uma disciplina que estuda as relações sociais e a vida em sociedade. Ela busca entender as formas de organização social, as estruturas de poder, as desigualdades e as mudanças sociais que afetam as pessoas em sua vida cotidiana.

    A importância da sociologia está relacionada ao fato de que ela permite compreender melhor as complexidades das relações sociais e, consequentemente, ajuda a encontrar soluções para problemas sociais que afetam a vida das pessoas. Ela contribui para a formação de uma consciência crítica sobre a sociedade e suas instituições, promovendo uma reflexão sobre os valores e as normas que regem as relações humanas.

    Além disso, a sociologia é uma ferramenta importante para a análise e a interpretação dos fenômenos sociais contemporâneos. Ela ajuda a compreender as mudanças sociais e culturais que ocorrem na sociedade, bem como as transformações no mundo do trabalho, da política, da tecnologia e da cultura.

    A sociologia também é relevante para a construção de políticas públicas e para a formulação de estratégias de intervenção social. Por meio de pesquisas e análises, é possível identificar as causas e as consequências de problemas sociais como a pobreza, a violência, a discriminação e a exclusão social. Com base nessas informações, é possível elaborar políticas e programas sociais que promovam a inclusão social e o bem-estar da população.

     

    Importância da Sociologia

    Por Cristiano Bodart

    É uma questão de grande relevância trabalhar com os alunos (especialmente com aqueles que nunca tiveram contato com a Sociologia) a temática “A importância da Sociologia”. Essa aula pode fazer a diferença no restante do ano letivo.
    Mas como fazer isso? De nada adiantará sua performance como professor se os alunos não entenderem para que serve a disciplina que você ministra.

    Sugiro levar os alunos a descobrirem alguns elementos relacionado a importância da Sociologia a partir de suas próprias reflexões mediadas pelo professor. Para tanto, é possível utilizar uma charge bem interessante.

     

    casulo01
    Fonte: https://veresaber.zip.net/images/casulo01.gif

     

    A partir da charge é possível  discutir questões como:

    1 – Existe uma única forma de enxergarmos o mundo? – Falar das visões que a Sociologia propõe.

    2 – Por que buscarmos saber sobre a sociedade em que vivemos através da Sociologia, já que eu a conheço por viver no meio dela?

    3 – Para que conhecer a sociedade por meio do auxílio da Sociologia?

    Fica a dica para a aula!

     

  • Weberianismo: Existe uma sociologia weberiana?

    Publicado na revistacult.uol.com.br
    Independentemente da resposta, a influência de Weber ultrapassou seus próprios cálculos e merece uma reflexão sobre o emprego legítimo de expressões como “weberianismo”
    Michel Misse
    Embora seja usual falar-se de uma sociologia “weberiana” e de sociólogos “weberianos”, ou de uma escola “weberiana”, não podemos aceitar rigorosamente essas classificações, a não ser quando se pretende demarcar uma tendência dominante, em certos autores e obras, da influência de conceitos e perspectivas desenvolvidas nos diferentes trabalhos de Max Weber. Mesmo assim, não há nada, nesse caso, comparável, por exemplo, seja à apropriação e desenvolvimento das teorias de Marx no marxismo, seja à apropriação e desenvolvimento das teorias de Freud na psicanálise. Não há nada na obra de Weber que permita desenvolvimento similar ao marxismo e à psicanálise, e isso por duas razões: a) Weber não propõe uma revolução científica ou um deslocamento teórico fundamental, um novo paradigma científico, e nem foram esses os efeitos epistemológicos de sua obra, como, ao contrário, parece acontecer com as obras de Marx e de Freud (tal, pelo menos, como reivindicam marxistas e psicanalistas).

    O próprio Weber condenava, no marxismo e na psicanálise, sua unilateralidade radical, que os lançava, em seu entender, na metafísica e na disputa de pressupostos últimos que a ciência não poderia responder; b) Weber reivindica a tradição acadêmica e científica da pesquisa histórico-social de seu tempo, mesmo quando de sua contribuição original para essa ciência, a sociologia, que também se desenvolve, independentemente de sua obra, e a partir de outros paradigmas, em outros lugares. Ainda que proponha métodos e conceitos suficientemente abrangentes e rigorosos para entronizá-lo como fundador de uma escola, sua obra não produziu influência dessa maneira, mas de outra, mais difusa, e também mais coerente com o sentido que a distinguia das demais.

    Weber não formou uma escola, como aconteceu com Marx e Freud, e mesmo com Durkheim. Não teve discípulos diretos, com os quais precisasse retificar constantemente o desenvolvimento do seu próprio paradigma. No entanto, é indubitável que no desenvolvimento da sociologia, tal como vem se realizando desde o início do século, a contribuição weberiana é decisiva, fundamental mesmo, por demarcar um de seus principais paradigmas. Curiosamente, embora Durkheim tenha uma posição análoga a de Weber por ter também contribuído com outro paradigma fundamental, e ao mesmo tempo divergente da dele, não é usual falar-se atualmente de sociólogos “durkheimianos” ou de uma sociologia “durkheimiana”, e isso quando se sabe que a influência de Durkheim foi mais sistemática que a de Weber, a ponto de ter existido uma “escola durkheimiana” na França, o que nunca ocorreu com Weber, nem mesmo na Alemanha.
    A influência da obra de Weber, embora crescente ainda quando ele estava vivo, não era do tipo que possibilitasse uma escola. Mesmo essa influência foi drasticamente interrompida, na Alemanha, doze anos após a sua morte, pela chegada dos nazistas ao poder. Suas principais obras, com exceção de A ética protestante, permaneceram esgotadas e sem reedições durante quase vinte anos, e em grande parte espalhadas em revistas e periódicos de pouco acesso ao público não-germânico. Apesar disso, sua influência foi decisiva em obras que foram publicadas antes da Segunda Guerra, algumas das quais vieram conformar grande parte do quadro atual da sociologia. Entre essas obras, basta citar Ideologia e utopia, de Karl Mannheim; História e consciência de classe, de Georg Lukács; Estrutura de ação social, de Talcott Parsons; e Fenomenologia do mundo social, de Alfred Schutz.
    O weberianismo como contra-senso
    Desde aqui já se pode notar a abrangência e o tipo de influência que a obra de Weber começará a exercer. Nenhum desses trabalhos é “weberiano” e, no entanto, todos estão numa relação fundamental com a obra de Weber; em todos eles, também, a posição weberiana é posta em situação de interlocução, de diálogo com outros pensadores-chave; Lukács e Mannheim, de modo diferente e pesos desiguais, põem Weber em relação com Marx, e daí destilam suas contribuições originais; Parsons põe Weber em relação com Durkheim e Pareto; Shutz coloca Weber em relação com Husserl. Para cada uma dessas posições, enfatiza-se um aspecto da obra de Weber. Pode-se dizer que são Webers diferentes os que saem dessas posições: um Weber subsumido no marxismo hegeliano de Lukács; um Weber que retifica e modera Marx, na sociologia do conhecimento de Mannheim; um Weber fenomenológico, intuicionista, neo-idealista, na “síntese” de Shutz. No campo substantivo da influência, a abrangência e a variedade não é menor. A Ética protestante é o rosto mais badalado da influência, mas não é nem a principal nem a mais duradoura, apesar de ter produzido um dos grandes veios polêmicos do século. Weber trabalhou sobre campos extraordinariamente diversos e sua influência acompanha essa diversidade, que vai do Direito à Sociologia da Música, da História Econômica à Sociologia das Religiões, da Filosofia da Ciência à Política alemã. Conceitos como “tipo ideal”, “ação social”, “compreensão”, “autoridade”, “dominação”, “carisma”, “vocação”, “racionalidade”, “burocracia”, “estamentos”, “legitimidade” e muitos outros, estão inteiramente orientados, na sociologia contemporânea, pela influência de Weber. O peso das interpretações pioneiras de Weber, em especial, pela sua influência sobre toda a sociologia acadêmica mundial, aquela que veio da obra de Talcott Parsons, vem passando por ampla reavaliação crítica há quase cinco décadas. Os resultados dessa reavaliação, que incluiu um renovado interesse dos marxistas pela sua obra, têm possibilitado – quase noventa anos após a sua morte – o conhecimento de um Weber muito mais profundo e contemporâneo do que as primeiras interpretações poderiam fazer supor. Não é exagerado afirmar que sua influência, hoje, é comparativamente mais abrangente, mais sistemática e mais rigorosa do que em sua própria época ou qualquer outra, não obstante manter sua característica de não formar escola. O propalado “weberianismo” é um contra-senso com a própria perspectiva científica de Weber, e o próprio Weber testemunha contra esse equívoco: “Na ciência, sabemos que as nossas realizações se tornarão antiquadas em dez, vinte, cinqüenta anos. É esse o destino a que está condicionada a ciência: é o sentido mesmo do trabalho científico… Toda realização científica suscita novas ‘perguntas’: pede para ser ‘ultrapassada’ e superada. Quem deseja servir à ciência tem de resignar-se a tal fato”.
    A influência de Weber, apesar disso, ultrapassou seus próprios cálculos e merece uma reflexão porque é isso que ainda legitima o emprego de expressões como “weberianismo”. A ciência social carrega a bendita maldição filosófica de sua origem: a política. E como a filosofia e a política, o marxismo e a psicanálise, a sociologia precisa desenvolver-se renovando sempre suas relações teóricas com seus pais-fundadores: a reinterpretação das obras clássicas acompanha e indica esse desenvolvimento, tanto quanto os avanços obtidos nos campos substantivos (empírico e teórico). Não é impossível escrever-se uma história da sociologia a partir da sucessão da reinterpretações de seus clássicos. Essas reinterpretações são tão inesgotáveis quanto sua tendência para avançar para além do que estava originalmente escrito, conferindo-lhe uma nova dimensão, só possível pelo avanço substantivo efetivamente realizado. O que define uma obra como “clássica” é exatamente isto: manter-se contemporânea.
    A influência disseminada
    Talcott Parsons, cuja obra dominou a sociologia norte-americana por mais de duas décadas (1950-1960) e exerceu – e ainda exerce (embora declinante) – influência sobre toda a sociologia acadêmica mundial, travou contato com a obra de Weber ainda nos anos de 1930, na Alemanha. Sua tese de doutoramento versava sobre o conceito de capitalismo em Weber e Sombart, o que lhe permitiu preparar o terreno teórico sobre o qual desenvolveria, em 1937, uma original tentativa de síntese sociológica, a primeira elaboração de sua teoria geral da ação. O livro, um grosso calhamaço de mil páginas, intitulado Estrutura da ação social, dedicou quase um terço dessas páginas à interpretação parsoniana de Weber. No entanto, sua apropriação de Weber caracteriza-se pela ênfase posta sobre as normas e valores sociais, em função de sua preocupação em construir as bases de uma teoria da integração social. Se isso lhe permitiu aproximar Weber de Durkheim muito mais facilmente do que é efetivamente possível, facilitou, no entanto, uma apropriação da obra de Weber, nos Estados Unidos, que além de incorreta e problemática, enfatizava excessivamente sua utilização conservadora. No entanto, a influência de Weber na sociologia norte-americana, até então pequena, pegou carona no funcionalismo parsoniano e cresceu, até que no final dos anos de 1960 a revisão interpretativa de suas contribuições começasse a ser feita, resgatando-o contra Parsons. Quanto a isso, o pioneiro foi C. Wright Mills, cuja obra reflete uma influência weberiana bastante diferente daquela encontrável em Parsons e sua escola.
    Se Parsons procurou aproximar Weber do funcionalismo durkheimiano, Wright Mills fez a aproximação com a tradição marxista, extraindo daí não só uma interpretação, mas um efeito – em suas próprias obras – crítico e politicamente renovador. Mills foi praticamente uma voz isolada numa América conservadora e exposta ao maniqueísmo da guerra-fria, e uma voz que se calou precocemente (Mills morreu aos 47 anos, em 1961). Apesar disso, sua influência na renovação anti-parsoniana da sociologia norte-americana dos anos de 1970 deveu-se, em grande parte, à extração marxista de sua apropriação de Weber, que lhe permitiu enfatizar, ao contrário de Parsons, os conceitos de classe, de interesse e de conflito. No entanto, ao contrário daquele, Mills jamais tentou uma sistematização conceitual que lhe permitisse construir uma abordagem tão abrangente quanto a parsoniana. Por isso, sua contribuição terminou confinada à sua época.
    Lukács, o grande pensador marxista, freqüentou assiduamente o “Círculo de Heidelberg”, que se reuniu na casa de Weber por quase uma década. Nos dois últimos anos da vida de Weber, quando já se tornara marxista, Lukács, ainda sob sua influência, redige alguns dos trabalhos que irão compor seu livro mais célebre. Além de abundantes referências aos trabalhos de Weber, Lukács promove uma inusitada aproximação marxista com a problemática weberiana da “racionalização”, cuja influência posterior não deve ser negligenciada. Mannheim, que foi chamado de “marxista burguês” e de weberiano “marxista” (sic), escreveu suas principais obras entre a década de 1920 e a de 1940. Sua influência, particularmente no campo da sociologia do conhecimento, é decisiva, e tão mais quanto sua pretensão era a de construir uma ponte entre Weber e Marx que resolvesse algumas das antinomias postas por essa relação. Sua influência sobre Mills permitiu a este se apartar da todo-poderosa interpretação parsoniana de Weber. Do mesmo modo, sua obra permitiu aos funcionalistas manter uma porta aberta ao marxismo (pelo menos nessa área de “sociologia do conhecimento”), como no estudo de Robert K. Merton sobre sociologia da ciência.
    No pós-guerra, a influência de Weber se alastra na Europa e na América. Raymond Aron, na França, forja o conceito de “sociedade industrial” e se apóia em Weber para criticar o marxismo. Ralf Dahrendorf, na Alemanha, sob forte influência weberiana, revisa o conceito de classe e, como Aron, substitui capitalismo por “sociedade industrial”, para enfatizar a dimensão mais abrangente (principalmente política) dos conflitos sociais do capitalismo tardio. A sociologia inglesa renova-se com a influência de Weber, principalmente nas obras de John Rex, J. Goldthorpe, David Lockwood, Frank Parkin e Anthony Giddens. Na França, Michel Crozier e Alain Touraine estudam a burocracia e a classe trabalhadora em aberto diálogo com as hipóteses weberianas, e Pierre Bourdieu reinterpreta Weber em seus trabalhos de sociologia da cultura.
    Apesar da forte influência de Parsons, a sociologia norte-americana reencontrou Weber de diversas maneiras, desde o pós-guerra até agora. Obras muito importantes como as de Seymour M. Lipset, Reinhardt Bendix, Robert Bellah, Clifford Geertz, Randall Collins e S. Eisenstadt, entre outros, foram desenvolvidas em constante recuperação e reinterpretação das hipóteses weberianas. Tendências que aparecem na época da Guerra Fria, como a sociologia fenomenológica, a etnometodologia, a sociologia radical, o interacionismo simbólico, retomam Weber exatamente aonde Parsons o havia recalcado: no seu “idealismo”, na sua “sociologia compreensiva” e nas minuciosas questões metodológicas.
    Em compensação, o “materialismo” de Weber é recuperado pelo marxismo do pós-guerra, que antes lhe havia reservado a indiferença dogmática ou o ataque superficial. Essa indiferença não existira nos clássicos do marxismo, mas tornou-se dominante no período stalinista. Kautsky, Bukhárin, Rosa Luxemburgo, Gramsci, Lukács e Max Adler citam Weber e quase sempre em apoio às suas próprias ideias. Mas o conhecimento da obra de Weber era ínfimo, se comparado ao que os marxistas contemporâneos passam a ostentar a partir dos anos 1960. A influência de Weber na Escola de Frankfurt é reconhecida e bastante significativa, principalmente na obra de Habermas. A crítica superficial foi abandonada e o rigor com que muitos marxistas reavaliam a obra de Weber não fica nada a dever ao ostentado pelos “weberianos”.
    Uma verdadeira história das reinterpretações de Weber e de suas disputas teria, agora, que descer ao campo temático e conceitual. Acompanhar a disputa dos conceitos, a detecção de suas ambigüidades originais, o aparecimento de novos problemas sobre os escombros de problemas que pareciam resolvidos, enfim, teria de ser uma história da constante reatualização de Weber, como a feita brilhantemente por Wolfgang Schluter nas últimas décadas. Aqui entrariam, por exemplo, a penetrante e nem sempre admitida influência de Weber sobre as obras seminais de Norbert Elias e Michel Foucault, apenas para citar dois nomes que continuam em evidência. Naturalmente, isso não pode ser feito aqui. De qualquer modo, será feito por cada sociólogo, em sua área específica de atuação. Isto será inevitável sempre que se descobrir que o sociólogo “weberiano” se dedica a uma coisa “que na realidade jamais chega, e jamais pode chegar, ao fim”.
    Michel Misse é professor de sociologia e coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana, da UFRJ
  • Pedro Demo

    Duas boas entrevistas com o professor da UNB Pedro Demo.
    A Primeira aborda a Educação e na segunda entrevista trata da importância da pesquisa como processo educativo. Vale apena assistir.


     
    Currículo de PEDRO DEMO 
    PhD em Sociologia pela Universidade de Saarbrücken, Alemanha, 1967-1971, e pós-doutor pela University of California at Los Angeles (UCLA), 1999 – 2000.
    Atualmente, Professor Titular Aposentado e Professor Emérito da Universidade de Brasília (UnB), Departamento de Sociologia.
    Areas de atuação sistemáticas são: POLÍTICA SOCIAL (Educação) e METODOLOGIA CIENTÍFICA.

  • Filmes para trabalhar em sala de aula

    Filmes para trabalhar em sala de aula

    Filmes educacionais

    filmes políticos

    Abaixo um lista bem grande de filmes (67 filmes) que podem ser trabalhados em sala de aula abordando divesas disciplinas e temáticas.

    Filmes

     CRASH – NO LIMITE (Crash, EUA, 2005). Direção: Paul Haggis. Elenco: Sandra Bullock, Brendan Fraser, Matt Dillon. 112 min
      • Temas abordados: Relacionamentos e vida em sociedade em grandes centros urbanos, Poder, Polícia, Racismo, Terrorismo e Preconceito, Tráfico de pessoas, precarização das estruturas.
      • DIÁRIOS DE MOTOCICLETA (The Motorcycle Diaries, EUA, 2004). 128 min.
        Direção: Walter Salles. Elenco: Gael García Bernal, Rodrigo de Ia Serna, Susana Lanteri.
      • CRIANÇA, A ALMA DO NEGÓCIO, Direção Estela Renner, Produção Executiva Marcos Nisti, Maria Farinha Produções. Duração: 49 m
        “Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo? Por que minha filha quer mais uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? Por que meu filho acha que precisa de mais um tênis? Por que eu comprei maquiagem para minha filha se ela só tem .
    • O NOME DA ROSA (The Name of the Rose, Ale/Fra/Ita, 1986). Direção: Jean Jacques Annaud. Elenco: Sean Conery, F.Murray Abraham, Cristian Slater. 130 min.
      Mortes estranhas ocorrem num mosteiro, localizado na Itália, durante a Idade Média. A chegada de um monge franciscano, incumbido de investigar os casos, mostrará o verdadeiro motivo dos crimes, resultando na instalação do Tribunal da Santa Inquisição 
      •  DANTON, O PROCESSO DA REVOLUÇÃO (Danton, Fra/Polônia, 1982). Direção: Andrzej Wajda. Elenco: Gérard Depardieu, Wojciech Pszniak. 131 min .No período popular da Revolução Francesa, instala-se o “terror”, quando ocorre a radicalização revolucionária dos jacobinos, liderados por Robespierre. Danton, outro líder revolucionário, critica os rumos do movimento, tomando-se mais uma vítima
      • CROMWELL (Cromwell, Inglaterra, 1970). Direção: Ken Hughes. Com Alec Guinness. 145 min.
        Na Inglaterra do século XVII, Oliver Cromwell volta ao Parlamento para atuar na oposição aos desmandos do rei Carlos I, que passa por cima das leis, desencadeando a Guerra Civil (1642-1649).
      • AGONIA E ÊXTASE (The Agony and the Ecstasy, EUA, 1965). Direção: Carl Reed. Com Charlton Heston. 140 min.
        # O filme relata os conflitos entre o pintor Michelangelo, o grande artista do Renascimento italiano, e o Papa Julio II. Documentário sobre o trabalho do artista.
      • GIORDANO BRUNO (Giordano Bruno, Itália, 1973) Direção: Giuliano Mortaldo. Com Gian Maria Volonté. 123min.
        Filósofo, astrônomo e matemático, Giordano Bruno fez várias descobertas científicas e desenvolveu sua teoria do universo infinito e da multiplicidade dos mundos, em oposição à tradição geocêntrica (a Terra como centro do universo). Biografia de
      • GAROTO SELVAGEM (L’Enfant Sauvage, França, 1970) Direção: François Truffaut. Elenco: Jean-Pierre Cargol, François Truffaut, Françoise Seigner, Jean Dasté, Claude Miller, Annie Miller. P&B, 90 min.
        Em 1797, um menino selvagem é capturado numa floresta de Aveyron, onde sempre viveu. Encaminhado para um centro de surdos-mudos, é objeto de todo tipo de curiosidade. Em seguida é levado pelo Dr. ltard, que acreditava ser possível transformar o garoto
      • UM LOBO NA FAMÍLIA (Walk Like a Man, EUA, 1987). Direção: Melvin Frank. Com Howie MandeI. 90 min.
        Um grupo de exploradores encontra um rapaz que foi criado por uma família de lobos, na selva. Decidem levá-lo para a cidade, mas sua adaptação à civilização provoca muitas confusões.
      • O ENIGMA DE KASPAR HAUSER (feder jür sich und Gott gegen alle, Alemanha, 1974). Direção: Werner Herzog, Elenco: Helmut Dõring, Bruno S. Walter Ladengast. 110 min.
        Baseado em fato real ocorrido na Alemanha de 1820, o adolescente Kaspar Hauser aparece em uma cidade, após ter vivido desde o nascimento em um porão, sem qualquer contato humano. É acolhido na casa de um professor, que inicia a sua socialização.
      • GERMINAL (Germinal, Fra/BelJIta, 1993). Direção: Claude Berri. Com Gérard Depardieu. 158 min.
        Conta a história das condições de vida e de trabalho numa mina de carvão em Lille, no norte da França, na época da Revolução Industrial.
      • O DISCRETO CHARME DA BURGUESIA (Le charme discret de la bourgeoisie, França, 1972). Direção: Luis Bufiuel. 105 min.
        Uma sátira aos costumes da burguesia européia.
      • ILHA DAS FLORES (Brasil, 1989). Direção: Jorge Furtado. 12 min. Crítica bem-humorada aos valores da sociedade capitalista moderna.
      • A NÓS, A LBERDADE (À Nous la Liberté, França, 1931) Direção: René Clair.104 min
        O filme faz um paralelo entre o trabalho forçado numa prisão e numa fábrica.
      • A GUERRA DO FOGO (La guerre du feu, Fra, 1981). Direção: Jean-Jacques Annaud. 97min.
        O filme se passa nos tempos pré-históricos, em tomo da descoberta do fogo. A tribo Ulam vive em tomo de uma fonte natural de fogo. Quando este fogo se extingue, três membros saem em busca de uma nova chama.
      • EVOLUÇÃO (Evolution, Canadá, 1971). Direção: Michael Mills. 12 min.
        Desenho animado. Trata do processo evolutivo do homem. Vencedor de nove prêmios internacionais.
      • ELO PERDIDO (Missing link; EUA, 1988). Direção: David Hughes. 90 min.
        Filme sobre a vida do sobrevivente de um confronto de tribo humana com “homens macacos”. Documentário com posição de crítica ao preconceito racial e de defesa da ecologia.
      • A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER (The Unbearable Lightness of Being, EUA, 1988). Direção: Phillip Kaufman. Elenco: Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche, Lena Olin. 160 min.
        Nos anos 60 em Praga, Tchecoslováquia, Tomas (Day-Lewis), um médico totalmente apolítico, tem como hobby ter diversas parceiras sexuais, mas evitando sempre um maior envolvimento. No fundo da história os acontecimentos de 1968, conhecidos como A Prima
      • REDS (Reds, EUA, 1981). Direção: Warren Beatty. 200 min.
        Jornalista norte-americano, John Reed, decide ir para a Rússia na companhia da mulher, e escreve Os Dez Dias que Abalaram o Mundo, livro sobre a Revolução de Outubro de 1917.
      • A REVOLUÇÃO DOS BICHOS (Animal Farm, EUA, 1999). Direção: John Stephenson. 90 min.
        Sátira sobre a Revolução Russa e seus desdobramentos. Narra o levante dos animais de uma fazenda, revoltados contra os maus-tratos por parte dos donos. Baseado no livro de George Orwell.
      • OUTUBRO (Oktyabre, URSS, 1928). Direção: Sergei M. Eisenstein. 103 min.P&B.
        Reconstrução da Revolução de Outubro de 1917, inspirado no best-seller do jornalista militante John Reed, Os Dez Dias que Abalaram o Mundo.
      • ADEUS, LENIN! (Good bye, Lenin!, Alemanha, 2003). Direção: Wolfgang Becker.
        Elenco: Daniel Brüh1, Katrin Sass, Maria Simon. 121 min. Comédia. Na Alemanha Oriental, em 1989, mãe presencia o filho protestar contra o regime político e ser preso pela polícia. Ela sofre um ataque cardíaco e entra em coma. Alguns meses depois ela
      • BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDRÓIDES (Blade Runner, EUA, 1982). Direção: Ridley Scott. Elenco: Harrison Ford, Sean Young. 117 min.
        “cult movie” da ficcção científica, que mostra uma chocante visão do futuro. Ano 2000, o planeta terra está em total decadencia. Os poucos Habitantes vivem aglomerados em gigantescos arranha-céus. A engenharia genética se tornou uma das maiores ind
      • WALL STREET, PODER E COBIÇA (Wall Street, EUA, 1987). Elenco: Michael Douglas, Martin Sheen, Charlie Sheen, Daryl Hannah, Sean Young. Direção: Oliver Stone. 126 min.
        Relato sobre a amoralidade do capitalismo financeiro, inspirada em fato real. Milionário que enriqueceu especulando na Bolsa, ensina os segredos a jovem e ambicioso corretor. Mas o pai do rapaz, líder sindical, desaprova seu comportamento.
      • TEMPOS MODERNOS (Modem Times, EUA, 1936). Direção: Charles Chaplin. Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard. 88 min.
        Obra-prima do cinema mudo, ambientada durante a Depressão de 1929. Chaplin, através de seu personagem Carlitos, procura denunciar o caráter desumano do trabalho industrial mecanizado, da tecnologia e da marginalização de setores da sociedade.
      • POMPÉIA, UMA PÁGINA VIRADA (França,1998). Direção: Roland Cros. 12min.
        Documentário que relata as conseqüências, para a população da cidade de Pompéia, na França, da reestruturação produtiva numa companhia siderúrgica. Produzido pelo Centre National de Documentation Pédagogique – CNDP, França.
      • DIREITOS DA CIDADANIA (Brasil, 1989). Produção: CETA-IBASE/CECIP/ FASE. 22 min.
        Partindo dos direitos garantidos na Constituição, habitação, escola, saúde, segurança, minorias etc., o programa mostra, através de entrevistas, o que o povo sabe sobre seus direitos e se eles estão sendo respeitados.
      • PRA FRENTE BRASIL. (Brasil, 1983). Direção: Roberto Farias. Elenco: Antônio Fagundes, Reginaldo Faria. 104 min.
        O Brasil de 1970, dividido entre a Copa do Mundo e a repressão política e a tortura contra os que se opunham à Ditadura Militar instaurada em 1964.
      • BARRA 68, SEM PERDER A TERNURA (Brasil, 2000). Direção: Vladimir Carvalho. 80 min.
        O filme retrata as repetidas agressões sofridas pela UnB, desde o golpe militar de 64 até os acontecimentos de 1968, quando cerca de 500 estudantes foram detidos numa quadra de esportes no campus.
      • O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (Brasil, 1997). Direção: Bruno Barreto. Elenco: Alan Arkin, Fernanda Torres, Pedro Cardoso, Luiz Fernando Guimarães, CláudiaAbreu. 105 min.
        Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado, em dezembro de 1968, o Ato Inconstitucional n° 5, que acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. _ este p
      • OS MISERÁVEIS (Les Misérables, EUA, 1998). Direção: Billie August. Elenco: Liam Neeson, Claire Danes, Geoffrey Rush e Uma Thurman. 131 min.
        Após roubar um pedaço de pão para alimentar a sua família, trabalhador desempregado é perseguido por inspetor de justiça. Relato das injustiças sociais na França pós-revolucionária (séc. XIX).
      • INTERVALO CLANDESTINO (Brasil, 2005). Direção: Erik Rocha. 95 min.
        Documentário realizado durante as eleições gerais de 2002 no Brasil, capta o estado de espírito do povo brasileiro diante da realidade social, política e econômica da época.
      • O VOTO É SECRETO (Raye MakhfilSecret Ballot, Irã/Canadá/Suíça/Itália, 2001). Direção: Babak Payami. 100 min.
        A partir de uma urna eleitoral que cai do céu presa em um pára-quedas, um soldado e uma funcionária da justiça eleitoral enfrentam diversas situações delicadas para conseguir recolher os votos dos habitantes do lugar.
      • A NOITE DOS DESESPERADOS (TheyShootHorses, Don’tThey?, EUA, 1969). Direção: Sidney Pollack. Com Bruce Dem. 120 min.
        Uma visão crítica da sociedade e seus métodos de iludir o cidadão, através de uma maratona de danças, na época da Depressão Americana.
      • ANA E OS LOBOS (Ana y los lobos, Espanha, 1973). Direção: Carlos Saura. Com Geraldine Chaplin. 96 min.
        Alegoria sobre os três lobos – Exército, Igreja e Família -, sustentáculos do fascismo espanhol na época de Franco.
      • QUILOMBO (Brasil, 1984). Direção: Cacá Diegues. Elenco: Antonio Pompeo, Zezé Motta, Vera Fischer, Maurício do Valle, Grande Otelo, Toni Tomado. 119 min.
        História do Quilombo de Palmares, sob o comando de Ganga Zumba e de Zumbi, até a sua destruição, no fim do século XVII.
      • VISTA A MINHA PELE (Brasil, 2003). Direção: Joel Zito Araújo. lS min.
        Divertida paródia da realidade brasileira: numa história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados.
      • ALGUÉM FALOU DE RACISMO? (Brasil, 2003). Direção: Claudius Ceccon e Daniel Caetano. 23 min.
        Uma discussão em sala de aula revela a existência disfarçada do preconceito “sem querer”, mas que fere do mesmo jeito. A partir daí, um grupo de jovens começa a descobrir as origens de um racismo do qual eles são vítimas e também, sem perceber, os
      • HISTÓRIA DOS QUILOMBOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. A VERDADE QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA (Brasil, 2002). Direção: Antônio Pitanga.
        A história dos descendentes de escravos africanos, contada por eles mesmos. É uma grande colagem de depoimentos que nos mostra quem são estas pessoas e como vivem os remanescentes das 11 comunidades quilombolas do estado do Rio de Janeiro.
      • MATRIX (The Matrix, EUA, 1999). Direção: The Wachowski Brothers. Elenco: Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss. 136 min.
        Um analista de sistemas, que vende programas clandestinos, descobre que a realidade em que vive não passa de uma ilusão, de sofisticada aparência virtual, produzida por computadores que controlam o planeta.
      • O SHOW DE TRUMAN – O SHOM DA VIDA (The Truman Show, EUA, 1998). Direção: Peter Weir. Com Jim Carrey. 102 min.
        Indivíduo descobre, depois de 30 anos, que toda a sua vida foi um show de televisão no estilo “Big Brother”.
      • FAHRENHEIT 451 (Fahrenheit451, Inglaterra, 1966) Direção: François Truffaut. Elenco: Oskar Wemer, Julie Christie. 112 min.
        Ficção científica. Numa sociedade do futuro, os bombeiros têm por função queimar todo tipo de material impresso, que é considerado como propagador da infelicidade. O título do filme é uma referência à temperatura que os livros são queimados (=
      • BATUQUE NA COZINHA (Brasil, 2004). Direção: Anna Azevedo. 19 min.
        Documentário sobre a tradição das “tias” no samba do Rio de Janeiro, através das lembranças de três representantes: Tia Eunice, Tia Doca e Tia Surica, as três pastoras da Escola de Samba Portela.
      • SERÁ QUE ELE É? (In & out, EUA, 1997). Direção: Frank OZ. Elenco: Kevin Kline, Joan Cusack, Matt Dillon e Tom Selleck. 93 min.
        Comédia crítica sobre os preconceitos da sociedade contras gays.
      • SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS (Dead poets society, EUA, 1989). Direção: Peter Weir. Com Robin Williams. 129 min.
        Quando o carismático professor de inglês John Keating (Williams) chega para lecionar num colégio para rapazes, seus métodos de ensino pouco convencionais transformam a rotina do currículo tradicional e arcaico. O filme mostra a relação entre jovens
      • ACORDA, RAIMUNDO … ACORDA (Brasil, 1990). Direção: Alfredo Alves. Elenco: Paulo Betti, Eliane Giardini, José Mayer. 16 min.
        Sátira sobre as relações de opressão entre homens e mulheres.
      • DISCRIMINAÇÃO NÃO É LEGAL (Brasil, 2000). Direção: Daniel Caetano. 20 min.
        O vídeo apresenta três esquetes, representados por alunos e educadores da Rede Pública de Ensino, cujo conteúdo é comentado por especialistas em educação e representantes de instituições do movimento negro.
      • FUNK RIO (Brasil, 1994). Direção: Sérgio Goldenberg. 46 min.
        Documentário sobre o universo do funk carioca, através de quatro jovens que moram no subúrbio, suas ligações com a marginalidade, a música e a dança.
      • AGANJU (Brasil, 1990). Direção: Luiz Augusto Tigu. 6 min.
        Reportagem sobre o grupo afro Aganju, de Queimados (Nova Iguaçu), que busca preservar e divulgar a tradição afro-brasileira através da dança. O grupo conta os preconceitos enfrentados e apresenta a coreografia chamada “Os orixás”.
      • PIERRE “FATUMBI” VERGER· MENSAGEIRO ENTRE DOIS MUNDOS (Brasil, 2000). Direção: Lula Buarque de Holanda. 82 min.
        Documentário sobre a vida do fotógrafo e etnógrafo francês Pierre Verger. Após viajar ao redor do mundo como fotógrafo, Verger radicou-se em Salvador, BA, em 1946, onde passou a estudar as relações e as influências culturais mútuas entre o Brasi
      • ANGOLA (Brasil,1999). Direção: Roberto Berliner. 55 min.
        Documentário de um diretor brasileiro sobre a diversidade da sociedade angolana na década de 1990. Começando com uma breve história da guerra de independência de Angola, o documentário nos dá um panorama geral sócio econômico angolano, através d
      • CIDADÃO KANE (Citizen Kane, EUA, 1941) Direção: Orson Welles. 119 min.
        Dono de império jomalístico murmura a palavra rosebud antes de morrer solitário em sua gigantesca mansão. Filme clássico que mostra o poder da TV nos EUA.
      • MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE (Brazil: Beyond Citizen Kane, Inglaterra, 1993). Direção: Simon Hartog. 93 min.
        Documentário que discute o poder da Rede Globo. Produzido pela BBC de Londres. Teve sua exibição proibida no Brasil.
      • BOA NOITE E BOA SORTE (Good night, and good luck, EUA, 2005). Direção: George Clooney. Elenco: George Clooney, David Strathairn, Jeff Daniels, Robert Downey Jr. 93 min.
        Nos EUA dos anos 1950, o filme conta os conflitos reais entre um repórter televisivo e o Senador Joseph McCarthy, com a sua política de perseguição a supostos comunistas durante o período da Guerra Fria. Para esclarecer os fatos ao público, o repór
      • A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA (The revolution will not be televised, Irlanda, 2003). Direção: Kim Bartley e Donnacha O’Brien. 74 min.
        Documentário que apresenta os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela, produzido em parceria com a BBC de Londres. Os dois cineastas irlandeses estavam na Venezuela realizando, desde setembro de
      • PIXOTE, A LEI DO MAIS FRACO (Brasil, 1981). Direção: Hector Babenco. Elenco: Man1ia Pera, Jardel Filho e Rubens de Falco. 127 min.
        História de um grupo de meninos de rua de São Paulo que acaba se envolvendo com o tráfico de drogas e sofrendo forte repressão policial.
      • CIDADE DE DEUS (Brasil, 2002). Direção: Femando Meirelles. Elenco: Matheus Nachtergaele, Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino da Hora. 135 min.
        Conta a história de dois meninos – Buscapé e Dadinho/Zé Pequeno – durante a ocupação do conjunto habitacional Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Enquanto o primeiro consegue resistir ao apelo de se tomar bandido e vira fotógrafo, o outro se transfor
      • NOTÍCIAS DE UMA GUERRA PARTICULAR (Brasil, 1998). Direção: João Moreira Salles. 53 min.
        Documentário mostrando a realidade do tráfico de drogas numa favela do Rio de Janeiro.
      • ASSASSINATO NUMA MANHÃ DE DOMINGO
        (Murder on a Sunday Moming, EUA, 2001). Direção: Jean-Xavier de Lestrade e Denis Poncet. 110 min. Filme-documentário sobre discriminação racial e violência promovida pela polícia nos EUA.
      • CARANDIRU (Brasil, 2002). Direção: Hector Babenco. Elenco: Luiz Carlos Vasconcelos, Milton Gonçalves, Ailton Graça, Rodrigo Santoro, Caio Blat, Wagner Moura. 146 min.
        Filme baseado na realidade vivida pelos presos na Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru, e a chacina ocorrida 02 de outubro de 1992, que matou 11 O pessoas.
      • CRIANÇAS INVISÍVEIS (All the lnvisible Children, Itália, 2005). Direção: Mehdi Charef, Kátia Lund, John Woo, Emir Kusturica, Spike Lee, Jordan Scott, Ridley Scott e Stefano Veneruso. 116 min.
        Projeto criado pela UNICEF para despertar a atenção para o drama vivido por crianças que vivem nas ruas, em várias partes do mundo. O filme é composto por sete curtas-metragens, realizados no Brasil, Itália, Inglaterra, Sérvia, Burkina Faso, China
      • FALCÃO – MENINOS DO TRÁFICO (Brasil, 2006). Direção: MV Bill e Celso Athayde. 125 min.
        Documentário produzido com base em entrevistas em diversas comunidades pobres do Brasil, entre 1998 e 2006, feitas pelo rapper MV Bill e pelo seu empresário Celso Athayde, retratando a vida de jovens de favelas brasileiras que trabalham no tráfico de d
      • OS TRÊS PORQUINHOS (Brasil, 2006). Direção: Cláudio Roberto. 4 min.
        Uma explicação sobre a estrutura perversa do tráfico de drogas através da alegoria de uma antiga história infantil Pode ser assistido em https://www.portacurtas.com.br/filme_abre_pop.asp?cod =4906&exib=2636
      • UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL! (Un’ altro mondo ‘e possibile! Itália, 2001). Direção: Alfredo Angeli, Giorgio Arlorio, Mario Balsamo e outros. 120 min.
        Documentário. Discute a participação da população no encontro dos oito países mais desenvolvidos do mundo, a Convenção do G-8, realizada em Gênova, em 2001, quando o estudante Carlo Giuliani foi assassinado com um tiro na cabeça. UM OUTRO MUNDO

     

    • NENHUM A MENOS (Yige dou buneng shao, China, 1998). Direção: Zhang Yimou. 106 min.
      Companheirismo, perseverança e solidariedade na história de uma adolescente de 13 anos que substitui temporariamente o professor da escola de uma pequena vila chinesa, com a responsabilidade de não permitir que nenhuma criança abandone os estudos.
    • PROMESSAS DE UM NOVO MUNDO (Promises, EUA/Palestina/Israel, 2001). Direção: Justine Shapiro, B.Z. Goldberg e Carlos Bolado. 116 min.
      Documentário que procura descobrir e revelar o que pensam e sentem crianças palestinas e judias que vivem na região de Jerusalém, em meio ao conflito no Oriente Médio.
  • Conceito de papéis sociais

    Conceito de papéis sociais

    mascaras gregas
    Partindo do conceito de papel social poderíamos afirmar que vivemos representando. Apropriando-nos da ideia de papel teatral, onde ainda na Grécia Antiga se usavam máscaras para representar um papel, torna-se mais fácil entender a questão em pauta.
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    No teatro grego, para cada personagem, ou papel, era utilizada uma máscara diferente (própria), a fim de levar a platéia a entender que trata-se de um outro personagem. Assim para cada papel havia uma máscara diferente. Trazendo isso para a nossa vida cotidiana, torna-se possível entender que nós desempenhamos papéis sociais, ou seja, para cada situação temos máscaras diferentes, atuamos de forma diferenciada.
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    O papel social que iremos desempenhar dependerá do cenário e dos demais personagens. Exemplificando, temos o caso do ambiente religioso (o cenário) onde as pessoas ali presentes são fiéis devotos (demais personagens). Nesse contexto o meu comportamento será motivado pelo ambiente e pelas pessoas que ali estão. O meu comportamento nesse lugar será diferente àquele que apresento no trabalho.  Assim, para esse cenário e os personagens presentes tenderei a utilizar uma máscara apropriada. Como no cotidiano nos deparamos com cenários e personagens diferentes, agiremos de forma apropriada para cada situação. Desta forma, notamos que desempenhamos vários papéis sociais no mesmo dia.
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    Voltando a comparação com o teatro, a diferença está no fato deste ser composto por três partes: seu personagem, os outros personagens e a platéia. Na vida cotidiana, resume-se a duas partes, uma vez que a platéia são os demais personagens – todos participam da representação.
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    mascaras
    Máscaras utilizadas na Grécia Antiga
    Podemos nos indagar: qual o papel deverei desempenhar? Geralmente buscamos conhecer os outros, o que eles esperam de nós, assim como conhecer as regras e normas existentes para projetar o personagem. Se estamos representando a todo instante, a pergunta mais difícil de responder seria: quem realmente eu sou? Sou o professor? Sou o consumidor? O filho? …
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    É importante dizer que existem papéis sociais sinceros e cínicos. Os sinceros são aqueles que representamos e acreditamos nessa representação. Os cínicos são aqueles que representamos más temos consciência de sua falsidade. Este é apenas reflexo do que os outros personagens espera de nós, assim vamos nos socializando e colaborando para a socialização do outro.
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    Referências 
    GOFFMAN, Erving. Representação do Eu na Vida Cotidiana. 10ª. Edição. Petrópolis: Editora, 2002.