Blog

  • A Aula de Sociologia no Ensino Médio

    É comum, nós professores de Sociologia, encontrarmos dificuldades para despertar o interesse dos alunos para a Sociologia.
    Gostaria de postar algumas sugestões que podem minimizar tais problemas.
    O problema de hoje:
    Tenho notado que a Sociologia, por ter apenas uma aula semanal, é muitas vezes vista como uma “disciplina menor”. Os alunos acabam não se preocupando em estudá-la como deveria. Diante dessa situação, o que fazer? O ideal é sempre frisar a sua importância.
    Exemplo: Ao tratar do tema classes sociais, busque não apresenta-lo apenas de forma “fria”. Apresente diversas perspectivas e opiniões, inclusive a sua (mas deixe claro que trata-se de sua opinião e não uma verdade absoluta).
    Caso seja a sua posição, busca demonstrar sua indignação frente as desigualdades sociais. Mostre que existem várias correntes sociológicas, inclusive uma que aponta para a existência uma estrutura que o explora e que dificulta sua ascensão social (pensamento marxista).
    Uma outra possibilidade é iniciar a aula falando de algum acontecimento social da semana e mostrar-se crítico (ir a raiz do problema, levantar questões…), apresentando um olhar sociológico do fato. Assim os alunos desejarão ter a mesma capacidade critica.
    Caso tenha alguma dica, fique a vontade para comentar.
  • Político x técnico

    “Acho que governo não se faz com família nem com amigos. Pode-se fazer amigos no governo: os ministros, muitos dos quais eu antes não conhecia, tornaram-se meus amigos. Mas levar alguém para o governo só porque é amigo? Não. Para o governo devem ir pessoas qualificadas pelas condições culturais, pela tradição, pela educação, pela probidade, e assim por diante”. ( Frase de Ernesto Geisel in D’ARAÚJO; CASTRO, 1997, p. 270-271).

    Embora não concordo com muitas das opiniões de Ernesto Geisel em relação à política, sinto o dever de afirmar que – em relação a sua citação acima – tem toda a razão.
    É triste ver nosso governo com uma folha de pagamento inchada devido a favores de amigos ou aliados. Para cada amigo contratado é necessário mais uma contratação (para fazer o que o “amigo” deveria fazer).

    A situação é ainda pior a nível local, onde muitas prefeituras não têm recursos. Não se faz um bom governo só com boa vontade. As vezes o Secetário de Obra, por exemplo, é até uma pessoa de boa índole, mas de conhecimento muito limtado. Nesse contexto surge um outro problema: as ações serão ineficazes e consumirá o pouco recurso existente. Essa tem sido a realidade de minha cidade desde sua emancipação. Para ser secretário de alguma Secretaria em minha cidade – assim como na maioria dos município – basta subir em um palanque. Estudar e se qualificar não é o caminho lógico em meu município – possivelmente no seu ocorre o mesmo.

    Como afirmou Geisel: “Para o governo devem ir pessoas qualificadas”.

  • Biografia Anthony Giddens

    Biografia Anthony Giddens

    482px Anthony Giddes at the Progressive Governance Converence Budapest Hungary 2004 october

    Anthony Giddens, nasceu em 18 de janeiro de 1938,  em Londres.  É um sociólogo britânico, renomado por sua Teoria da estruturação. Considerado por muitos como o mais importante filósofo social inglês contemporâneo, figura de proa do novo trabalhismo britânico e teórico pioneiro da Terceira via, tem mais de vinte livros publicados ao longo de duas décadas.

    Do ponto de vista acadêmico, o seu interesse centra-se em reformular a teoria social e reexaminar a compreensão do desenvolvimento e da modernidade.

    As suas ideias tiveram uma enorme influência quer na teoria quer no ensino da sociologia e da teoria social em todo o mundo. A sua obra abarca diversas temáticas, entre as quais a história do pensamento social, a estrutura de classes, elites e poder, nações e nacionalismos, identidade pessoal e social, a família, relações e sexualidade.
    Foi um dos primeiros autores a trabalhar o conceito de globalização.

    Mais recentemente tem estado na vanguarda do desenvolvimento de ideias políticas de centro-esquerda, tendo ajudado a popularizar a ideia de Terceira via, com que pretende contribuir para a renovação da social-democracia.

    Foi Director da London School of Economics and Political Science (LSE) entre 1997 e 2003. Anteriormente foi professor de Sociologia em Cambridge. Muitos livros foram publicados sobre este autor e a sua obra. Foram-lhe concedidos diversos títulos honoríficos.
    Foi co-fundador, em 1985, de uma editora de livros científicos, a Polity Press.
    Giddens trabalhou como assessor do ex-Primeiro-ministro britânico Tony Blair.
    Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Anthony_Giddens

    Nesse link é possível baixar seis de seus livros e mais uma bela obra em forma de entrevista

  • O campo sociológico

    “[…] A Sociologia divide-se em várias disciplinas, que estudam a ordem existente nas relações dos fenômenos sociais de diversos pontos de vista irredutíveis, mas complementares e convergentes. Contudo, nada se disse [até aqui] sobre as chamadas “sociologias específicas”, como a Sociologia Econômica, a Sociologia Moral, a Sociologia Jurídica, a Sociologia do Conhecimento [a Sociologia da Educação] etc. A rigor, essa designação é imprópria. Como acontece em qualquer ciência, os métodos sociológicos podem ser aplicados à investigação e à explicação de qualquer fenômeno social particular sem que, por isso, se deva admitir a existência de uma disciplina especial, com objeto e problemas próprios! Essa tendência teve razão de ser no passado, enquanto pairavam dúvidas sobre as questões essenciais, relativas ao objeto da Sociologia, à natureza da explicação sociológica e às técnicas de investigação, recomendáveis no estudo sociológico dos fenômenos sociais. Ela simplificava o trabalho dos especialistas, confinando o âmbito da discussão de questões metodológicas e do significado de suas contribuições. Como nos sugere o estudo de Mannheim, sobre a Sociologia da Consciência, essa expressão conserva, atualmente, um sentido figurado, pois a investigação de um fenômeno particular com frequência envolve o recurso simultâneo às abordagens sociológicas fundamentais. Sob outros aspectos, o uso mais ou menos livre de tais expressões facilita a identificação do teor das contribuições, simplificando, assim, as relações do autor com o público. Isto parece suficiente para justificar o emprego delas, já que carecem de sentido lógico os intentos de subdividir, indefinidamente, os campos da Sociologia”.
    (Florestan Fernandes. Sociologia da Educação como “Sociologia Especial”. In: Luiz Pereira e Marialice Foracchi. Educação e Sociedade: Leituras de Sociologia da Educação. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1977, p.6).
  • Dica de Filme: O Grande Desafio/The Great Debaters

    Dica de Filme: O Grande Desafio/The Great Debaters

    grandedesafio 1

    Este filme é indicado para tratar de questões como:

    • Preconceito;
    • Racismo;
    • Distância Social e;
    • Motivação;

  • Dica de Música: …E Você?

    Letra: …E Você?
    (Agostinho Ferreira da Silva/Gabriel O Pensador/Fabio Fonseca/Marcelo Mansur)

    Brasileiro é o que eu sou
    Rapper brasileiro
    Mas eu sou um brasileiro antes de ser rapper ou pagodeiro ou os dois ou nenhum
    Posso assimilar a cultura do mundo inteiro
    Mas sei que nasci no Rio de Janeiro – Brasil
    Então não seja imbecil de pensar que eu não poderia cantar assim ou assado
    Porque eu vou me expressar na forma e na hora que eu escolher
    Aqui ou em qualquer lugar
    Valorizando sempre as nossas
    Raízes Costumes Cultura musical em geral
    Então escuta o que eu digo pro americanizado débil mental
    (Você é um burro e não vê a excelente cultura e os costumes do seu próprio país
    E abre as pernas pro que os outros lhe impõe
    Sem camisinha ou vaselina como o Tio Sam sempre quis)
    Mas também não adianta o xenofobismo radical
    Eu vou jogáforanolixo o que é ruim e usar o que é bom da cultura mundial
    Vou ler assistir escutar e cantar
    E nem por isso deixando de lado a produção cultural aqui do meu lugar
    E no fundo no fundo todos os homens vieram da África
    Principalmente alguns povos como por exemplo o nascido e formado aqui nessa pátria
    E não (se) esqueça que cada cultura se forma de uma certa forma e cada sociedade cultiva suas normas mas junto nós todos formamos a Humanidade que engloba todos os seres humanos
    Que podem se destacar dos outros animais pela sua capacidade de pensar
    Capacidade que muitas vezes não é utilizada
    E sendo assim não serve pra nada
    Mas eu penso logo existo
    Existo logo penso e tento utilizar essa capacidade de raciocinar a todo momento
    Posso pensar na forma de Rap Livro Pintura ou Baião
    Posso pensar certo mas também tenho o direito de errar
    Vacilão
    Mas eu tento enxergar tudo e se eu não enxergasse amigo eu usava óculos
    Sou mais um inconformado sem partido feito a Denise Stoklos
    E eu falo pra todos aquelesque querem me ouvir e vão concordar ou discordar
    Talvez acordar
    Talvez me seguir ou talvez me vaiar (mas eu vou defecar)
    E eu falo pros meus conterrâneos mas posso falar pro estrangeiro
    Mas “eu sou apenas um rapaz latino-americano”
    Então em primeiro lugar o que eu falo é pros brasileiros
    Inclusive pras “Lôrabúrras” pros playboys pros militares e pros crentes
    Pra todos os fdp carentes que sofrem com a dominação cultural
    Seja com a doutrinação social militar religiosa ou de origem internacional
    Humanamente também tô do lado desses coitados que tão no caminho errado e por isso merecem e precisam ser esculachados
    O brasileiro precisa fazer uma lavagem cerebral
    Aproveitando o que vem lá de fora mas sem esquecer o nosso valor nacional
    Cultural natural e da nossa história
    É triste me olhar no espelho e saber que pertenço a um povo sem memória
    E por culpa da gente é que nada muda no país
    A miséria é permanente desde que os primeiros portugueses chegaram aqui
    As deficiências dessa sociedade tão aqui desde cedo:
    Fome Corrupção Desigualdade Povo covarde Desemprego…
    Antigamente o sistema escravista não dava espaço ao trabalho livre
    Hoje os problemas são outros
    O espaço ainda é pouco e a superpopulação que o diga
    E mesmo hoje em dia é bom que se lembre:
    Os que trabalham não são homens livres e continuam escravizados como sempre
    -Escravos- é isso o que somos
    Escravos da própria falta de atitude
    Alguns se iludem ficam esperando que alguma coisa mude…
    Os mais afetados esquecem onde tão e aplaudem tudo o que for importado
    Espero que tenha ficado bem claro de que lado eu tô
    Apesar de ser um terráqueo
    Gabriel O Pensador nunca vai se esquecer o pedaço do planeta de onde ele saiu:
    Esse pedaço bonito cansado sofrido e explorado chamado Brasil
    Então se você só dá atenção para o que vem de fora não me dê atenção
    Me jogue fora
    (Tchau! Vou embora)(Vai!)(Não! Fica aí)
    Eu fico pra alegria e satisfação parcial da nação
    Trazendo uma nova linguagem uma nova forma de comunicação que muitos brasileiros ainda não conheciam: O Hip Hop
    Que não tinha Ibope porque muitos não entendiam
    Mas hoje ele é universal e até no Japão ele é assimilado
    E pra quem achava uma droga depois dessa dose cuidado pra não se tornar viciado porque eu aplico Hip Hop
    Na veia Na mente Na frente Nas costas No peito
    E não me esqueço que sou brasileiro então eu fabrico Hip Hop do meu jeito
    Do nosso jeito
    Desse jeito que você nunca conheceu
    Com brasileiros tocando instrumentos ou mais Be Sample que a Fernanda Abreu (Rio 40′)
    É somente a capital cultural do território nacional que é o purgatório da beleza e do caos no verão ou no inverno
    Purgatório que pra muitos é bem pior que o inferno
    E ao mesmo tempo é o céu pra outros poucos sortudos
    Brasileiros surdo-mudos que apesar de tudo estar sorrindo para eles continuam negando e cuspindo naqueles que tão pedindo e sentindo “o gosto amargo desse nosso egoísmo que destrói os nossos corações”
    Será só imaginação?
    Não Não Acho que não
    E se você não quer realidade então vai ver televisão
    Mas eu tô na vida real e não quero fugir dessa realidade
    E eu acho que até passava mal se me olhasse no espelho e enxergasse um covarde
    Então eu vou continuar o idealismo que parece arte
    E se precisar mudo até de nome feito o Chico Buarque
    E “apesar de você” não se mexer
    Não sei porquê sua anta
    Me escuta
    De que adianta ser filho da Santa?
    Melhor seria ser filho da luta
    Seria bom se tudo fosse um sonho e quando eu acordasse estivesse tudo lindo e pronto
    Mas isso nós não merecemos porque só vivemos dormindo no ponto
    Então eu tento ficar acordado até na cama quando eu tô dormindo
    E também não sou de nenhuma tribo urbana porque eu não sou totalmente índio
    Eu tenho um pouco de índio no sangue mas não no sangue inteiro
    Eu tenho um pouco de tudo no sangue porque eu sou brasileiro
    Mas o que eu definitivamente não tenho no sangue é vergonha de ser o que eu sou
    E não sei porque os brasileiros não têm auto-estima e não se dão valor
    Mas eu me valorizo
    Minha cabeça
    Minhas ideias
    Meus amigos
    Minha liberdade de pensamento
    Minha terra
    O chão onde eu piso
    Meu estilo
    Minha cultura
    Os costumes e o povo de onde eu vivo
    Entre tantas outras coisas que eu valorizo e que depois você vai entender
    E você amigo? Valoriza o quê?

  • Dica de Música: Deus lhe pague

    Chico Buarque escreve suas poesias musicadas com grandes reflexões sobre a sociedade brasileira. Chico, na canção “Deus lhe pague” fala da religisidade do país como forma de reafirmação do status quo. A canção retrata a expressão religiosa “Deus lhe pague” como jargão máximo das contradições e adversidades que o brasileiro precisa enfrentar a partir das nossas necessidades mais básicas as quais não são supridas. A canção, fala da jornada quase linear que o brasileiro médio precisa encarrar para se inserir no contexto brasileiro. A brasilidade do samba, futebol, da cachaça são tidos como uma caridade da qual é necessário ter extrema gratidão.

    Qual sua visão sobre a letra?

     

    LETRA: Deus lhe Pague

    (Chico Buarque)

    Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
    A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
    Por me deixar respirar, por me deixar existir
    Deus lhe pague

    Clique aqui para acessar a letra na íntegra

  • Dica de Música Desordem

    Na medida em que as sociedades se organizam em torno de projetos coletivos, as relações de poder tendem a ficarem mais centralizadas, embora o poder não seja exercido também de forma horizontal como destaca Foucault. Os projetos civizatórios modernos consagraram o Estado moderno como grande entidade centralizador e organizador de boa parte das relações sociais. Ir contra o aparato represivos, legítimos e ilegítimos tornou-se um grande desafio.

    Pensando nas violências, explorações e opressões vários pensadores dissertaram sobre as resistências que os individuos podem fazer diante dos abusos do Estado. Um grande nome para se pensar esta temática é do norte americano Henry David Thoreau. Ele escreveu um ensasio chamado “desobediência civil” para refletir sobre formas de rebelar-se contra o estado. Grande nome do anarquismo, Thoreau refugiou-se na floresta para sustentar sua coerência crítica em relação a uma sociedade que não respeita as liberdades civis de seus cidadãos.

     

    Com essa música é possível discutir a temática “Desobediência Civil”

    Desordem

    (Sérgio Britto/Marcelo Fromer/Charles Gavin)

    Os presos fogem do presídio,

    Imagens na televisão

    Mais uma briga de torcidas,

    Acaba tudo em confusão

    A multidão enfurecida,

    Queimou os carros da polícia

     

     

  • Dica de Música: Citidiano

    Boa opção para trabalhar a temática Fatos Sociais

    Letra: Cotidiano Nº2
    (Toquinho/Vinícius de Moraes)

    Há dias que no se lo que me passa
    Eu abro meu Neruda e apago o sol
    Misturo poesia com cachaça
    Acabo discutindo o futebol

    Mas não tem nada não
    Tenho meu violão (2x)

    Acordo de manhã pão com manteiga
    Muito muito sangue no jornal
    Aí a criançada toda chega
    Eu chego a achar Herodes natural

    (refrão)

    Depois faço a loteca com a patroa
    Quem sabe o nosso dia vai chegar
    Rio porque rico ri à toa
    Também não custa nada imaginar

    (refrão)

    Aos sábados em casa tomo um porre
    Sonho soluções fenomenais
    Mas quando o sono vem e a noite morre
    O dia conta histórias sempre iguais

    (refrão)

    Às vezes quero crer mas não consigo
    É tudo uma total insensatez
    Aí pergunto a Deus escute amigo
    Se foi prá desfazer porque é que fez

    (refrão)

    Atividade
    1) Destaque na música “Cotidiano” alguns Fatos Sociais. Justifique por que tais pontos destacamos são Fatos Sociais.

    Para baixar em MP3 (o aúdio está bem melhor que no vídeo)
    Link: https://www.4shared.com/audio/P8hu_eop/Toquinho__Vincius_-_Cotidiano_.htm