A Revolução Russa de 1917 foi um evento marcante da história mundial, que transformou radicalmente a Rússia e teve repercussões em todo o mundo. Diversos autores e obras analisaram e interpretaram esse acontecimento histórico de diferentes perspectivas, oferecendo insights valiosos para compreender suas causas, desdobramentos e significados. Neste texto, farei uma síntese dessas análises, evitando repetir o termo “Revolução Russa”.
Para Rosa Luxemburgo (1991), a Revolução Russa foi uma revolução autêntica, que expressou a luta da classe operária contra o capitalismo e o imperialismo. Ela destaca a importância da mobilização popular e da organização dos trabalhadores para o sucesso da revolução, criticando a burocratização e a centralização excessiva do poder pelo partido bolchevique.
Bolcheviques versus micheviches
Os bolcheviques e os mencheviques foram os dois principais partidos socialistas que surgiram na Rússia no início do século XX. A principal diferença entre eles estava em suas visões sobre a estratégia e a tática para a revolução socialista.
Os bolcheviques, liderados por Vladimir Lênin, acreditavam que a revolução deveria ser liderada por uma vanguarda revolucionária altamente organizada e disciplinada, composta por um partido de quadros profissionais. Eles acreditavam que a revolução socialista deveria ocorrer rapidamente e que a classe trabalhadora deveria ter o poder político em suas mãos. Eles defendiam a tomada do poder através de um levante armado, apoiado por uma ampla mobilização popular.
Já os mencheviques, liderados por Julius Martov, acreditavam em uma estratégia mais gradual para a revolução socialista. Eles eram mais abertos à cooperação com outras forças políticas e acreditavam que o poder deveria ser conquistado através de um processo político mais lento e democrático. Eles também eram mais favoráveis à participação da classe média na revolução e acreditavam que a Rússia deveria primeiro passar por uma fase democrática antes de avançar para o socialismo.
Outro autor importante é Leon Trotsky, que foi um dos líderes da Revolução Russa e posteriormente se tornou um crítico do governo stalinista. Em sua obra “História da Revolução Russa” (2017), ele destaca a importância da estratégia e da tática revolucionárias para a vitória da revolução, assim como a necessidade de uma ação internacional dos trabalhadores para consolidar o poder dos sovietes.
Além desses autores, há diversas outras obras e abordagens sobre a Revolução Russa, que permitem entender os diferentes aspectos desse acontecimento histórico. Por exemplo, “Dez dias que abalaram o mundo”, de John Reed (2017), oferece uma narrativa jornalística dos eventos que levaram à revolução, enquanto “O capitalismo e a revolução”, de Rosa Luxemburgo (2014), apresenta uma análise teórica e política mais ampla sobre o papel do capitalismo na história e as possibilidades de superação revolucionária.
Peça aos alunos para que façam uma pesquisa sobre os principais fatos históricos relacionados à revolução russa. Solicite que eles façam uma linha do tempo para ser fixada em cartazes na sala de aula.
Referências bibliográficas:
LUXEMBURG, Rosa. A Revolução Russa. Petrópolis: Vozes, 1991.
TROTSKY, Leon. História da Revolução Russa. São Paulo: Sundermann, 2017.
REED, John. Dez dias que abalaram o mundo. São Paulo: Boitempo, 2017.
LUXEMBURGO, Rosa. O capitalismo e a revolução. São Paulo: Expressão Popular, 2014.