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  • Pontos Para Filosofia do Presente: A Modernidade Caducou

    Pontos Para Filosofia do Presente: A Modernidade Caducou

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    Por Camillo César Alvarenga*

     

    Em toda parte vê-se obra do homem, este ente inventado por tanto ser estudado. A coisa em si se redefiniu, Kant. O mundo multicultural emergiu aos olhos do homem e ele se vê apoplético, catatônico. As formas sociais da modernidade se tradicionalizaram e como tal entram em crise, caducarm. Com a radicalização das formas materiais e simbólicas da cultura ocidental as sociedades, ao redor do globo entraram em metamorfose estrutural e sistêmica. As alterações neste complexo (entenda-se as instâncias do Estado, Família e (religião)-igreja católica, com ela a desconstrução do catolicismo, etc.) num plano político, econômico, psicológico, filosófico, estético e social, se iniciam com a tradicionalização[1], antes então entendida como secularização, estas formas antes cimentadas veem se borrar os contornos previamente estabelecidos e projetados no trágico século dezenove.
    A cultura moderna ocidental se reproduziu de tal forma que um novo fenômeno do impacto histórico da ocupação dos ecossistemas ameríndios por parte de europeus e a industria humana por terras Africanas, que foi motor de todos os séculos movido para a promoção da ampliação e desdobramento de todo esse processo que foi a Colonização; está acontecendo: a descolonização da consciência ocidental – as sociedades humanas foram até muito tempo desintegradas e rearranjadas em movimentos societais que, ao mobilizar mais de 150 milhões de pessoas de praticamente 80 por cento dos povos humanos entre um terço de mortes um terço de exploração e mais um terço de “Civilização” ou “Cultura” promoveram a difusão de um ethos (judaico-cristão| racional) de tal maneira que é simplesmente as formas sociais se apresentando sob as formas do conflito intensificado pelo principio do etnocentrismo e também pela mostra de como a construção da atual sociedade mundial, cosmopolita e móbil, só representam as maneiras de como os contatos e trocas culturais entre povos de diversas natureza permitiram, a partir de certo grau de fronteira. A condição humana sob a banalidade do mal só reificou essas formas socialmente organizadas com o direito de matar. A morte é sim o ponto de partida da dita história social.
    O ponto nodal na percepção ontológica da situação atual é a abertura para formas mais flexíveis e reflexivas, ao invés de, como e ainda hoje, em Havard, ensinarem Economia, ou melhor, Economia política a partir dos neoclássicos. Então se ainda se aprende e se faz a mesma escola econômica do começo do mercantilismo, já que falamos de alunos de Havard falamos de lideres mundiais, nomes renomados em áreas como Medicina e Direito, como nos confirma o caso de estudantes de Economia abandonarem as aulas do professor… . No caso então que apresentamos há uma falência até mesmo das próprias ciências inventadas e mais desenvolvidas pelas células fundamentais da organização política, econômica e administrativa da sociedade em que estas se desenvolveram.
    Pois que se a centralidade das relações recaiu sobre a reflexividade e a alteridade de identidades justapostas pelo cotidiano, a experiência social então também se redefiniu e não mais apenas com os pares ou semelhantes, mas entre todos os membros da comunidade mundial. Os estados mundiais (multiculturais, híbridos, circulares e móveis), baseados no Estado-Nação como construído e aperfeiçoado pela sociologia, no caso aqui apontado, nos serve como crítica, assim como fez Appiah sobre a concepção de Weber. O estado-nação de modelo europeu não pode mais comportar o que as suas expansões derivou. Voltamos ao que Pierre Claustres definiu de uma situação na qual a sociedade contra o Estado configura o momento social das organizações humanas, agora só que o que revolve é o que antes revolveu. As culturas subsumidas às criações de sociedades imaginadas como indica Benedict Andersen apresentam suas contradições internas em estado radical, o que propõem transformações tão profundas inclusive nas visões sobre esses mesmos estados (como no caso do surgimento da União Europeia) e suas representações que aos poucos perdem o poder de reproduzir as suas ordens e regras na consciência dos atores sociais.
    A emergência do epifenômeno é de dentro dos países (unidades territoriais), continentes (territórios extensos o suficiente para abarcar complexos), conglomerados socioculturais, geopolíticos como a comunidade da América equatorial e sua região mais aos trópicos. O parentesco com ancestrais, as sociedades geneticamente cosmopolitas, de povos heteróclitos, culturas compósitas, sociedades contemporâneas (demarco o contemporâneo após a descolonização de África e da queda das ditaduras latino americanas, junto a queda do muro de Berlim e do comunismo russo – comunismo na China e em Cuba, outras ditaduras em alguns países em África ainda em voga, como na Guiné Equatorial, também apontam a simultaneidade de tempos históricos, bem como as sociedades indígenas no interior do Brasil como apresentação de presentes contemporâneos) que de agora em diante reivindicam uma intensa interelação com a modernidade, o capitalismo e os Estados nacionais em direção ao reconhecimento na direção da crítica à sua auto-imagem e representação.
    [1] Giddens fala num certo sentido sobre modernização, modernidade inclusive um ponto com o qual estamos de acordo mas não da mesma maneira, com tendência da modernidade a operar um retorno às tradições. Proponho aqui que a sociedade moderna passa a assumir feições de uma cultura sedimentada o suficiente para produzir tradições fortes o suficiente que o grau tão agudo em que estas se encontrem no tempo histórico faz com o que elas passem a se transformar. As rachaduras e ruídos nestes complexos só começam a ser percebidos com a devida atenção.
    * Camillo César Alvarenga é Bacharel em Ciências Sociais (UFRB) e atualmente é Mestrando em Sociologia (PPGS/CCHLA- UFPB).
  • Por que postamos fotos de quando éramos criança em nosso perfil do Facebook?

    Por que postamos fotos de quando éramos criança em nosso perfil do Facebook?

    Foto de criança no perfil? 

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    Por que postamos fotos de quando éramos criança em nosso perfil do Facebook?

    Por Cristiano das Neves Bodart
     
     
    Acredito que todos os usuários de Facebook notaram a onda de uso de fotos de perfis de quando o dono da conta era ainda criança, ou fotos de quando ainda seu filho era pequeno. “Certamente cada pessoa tem sua motivação pessoal”, diriam muitas pessoas. Para a Sociologia os eventos que se repetem entre um número significativo de indivíduos merece uma atenção maior para serem compreendidos. A resposta de que “certamente cada pessoa tem sua motivação pessoal” não esclarece o fato, uma vez que não trata-se de uma mera coincidência de milhões de pessoas fazerem a mesma coisa; pelo contrário, à luz da Sociologia é possível buscar e, talvez, encontrar uma regularidade existente, assim como uma motivação para além da motivação pessoal. Tentarei levantar alguns caminhos para uma reflexão sociológica desse fenômeno.
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    Teriam os usuários do Facebook apenas despertado um interesse em homenagear as crianças? Acredito
    que não é apenas o princípio da homenagem o elemento motivador, haja vista que existe o dia do idoso e nem por isso há uma “onda” de postagem de fotos dos seus avós. Considero a hipótese de que a motivação está muito mais relacionada a si mesmo do que às outras crianças.
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    A ideia de criança, ao longo da História, foi-se construindo até chegar ao que entendemos hoje: período de inocência, de dependência, de despreocupação com compromissos e de pensamentos e atitudes sinceras. É, a meu ver, essa imagem de “criança” – em contraposição a ideia de “adulto” – que parece motivar o desejo de “vender uma imagem” à sua rede de relacionamento via Fecebook.
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    A “Consciência Coletiva” (conceito de Durkheim) é a impulsora de tal atitude. A ideia de que a criança é  inocente, dependente de atenção, despreocupada com as futilidades da vida e marcada por pensamentos e atitudes sinceras que parece motivar os indivíduos a buscarem emitir tais valores aos amigos. Ainda que não seja uma ação pensada racionalmente, busca-se transmitir ao outro que valoriza e/ou busca tais princípios infantis, ao mesmo tempo que emite a mensagem de que os “adultos” devem rever seus “passos”.
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    Outro elemento motivador é a necessidade de fugir dos excessos de responsabilidades, de se “esconder” dos males do mundo. Voltar a ser criança, ainda que no imaginário, seria voltar a viver “tempos que não voltam”, tempos onde a amizade era desinteressada, onde as coisas mais simples nos impressionavam, época em que o mundo nos deixava admirados… época que sem que percebêssemos filosofávamos sobre tudo e todos, isso independente de sua importância no mundo dos adultos.
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    Postar uma foto de quando éramos crianças é uma fuga, ainda que não eficaz, do mundo dos adultos e a tentativa de retornar no tempo em busca de princípios e perspectivas que parecem extintos no mundo dos adultos.