O Brasil hoje é considerado um dos mais violentos no trânsito. Ao que parece, na medida em que são facilitado os meios de acesso aos meios de transporte individuais motorizados, como os carros e motos e, ao mesmo em tempo não há um desenvolvimento satisfatório da mobilidade urbana eficiente e acessível, aumenta o índice de acidentes e mortes no trânsito, além disso, os aspectos culturais influenciam no comportamento ao volante.
Cabe nesse contexto destacar algumas contribuições de dois autores brasileiros que ajudam a compreender o problema. Segue:
Conexões com o sistema capitalista
O Professor Nildo Viana no seu texto “Economia política e violência no trânsito” faz uma reflexão sobre ao aumento da violência automibística e a partir disso que realiza a análise
do modo de produção capitalista e seu modo de desenvolvimento marcado pela sucessão de regime de acumulação. O texto além de um rico debate cita uma animação de Wall Disney na qual o pateta representa uma figura que se transforma completamente quando está no volante, vídeo que nos faz lembrar das contribuições de um antropólogo brasileiro sobre o tema.
A questão do patrimonialismo
O antropólogo Roberto DaMatta, após a morte do seu filho dedicou-se a estudar a relação da cultura e o comportamento dos motoristas no trânsito. Segundo o autor, o patrimonialismo é uma das principais fatores que motivam conflitos e acidentes, uma vez que o carro, que é um bem individual e próprio, é ultilizado não apenas como meio de locomoção, mas também artefato de ascensão social. Para DaMatta, o motorista sai de um espaço completamente patrimonial, a garagem, ele vai percorrendo um espaço que, por extensão, vai tendo como dele. Eis ai um dos motivos da violência.
A obra Fé em Deus é pé-na tábua de DaMatta e João Gualberto M. Vasconcellos e Ricardo Pandolfi tem grande relação com outra Obra A Casa e a Rua. E uma boa oportunidade para aprofundar sobre o tema e criar bons espaços de debate na sala de aula.
O vídeo e as obras ajudam a fazer uma boa discussão sobre a questão da violência no trânsito. Uma boa sugestão é trabalhar os conteúdos em sala e depois solicitar aos alunos que façam uma análise da animação.