Por Cristiano das Neves Bodart
Assistimos um espetáculo de beicinhos e pirraças de uma classe mal acostumada: a classe média remediada. Queixosos de terem que escolher entre desembolsar cerca de R$1.142,02 (R$ 755,00 mais encargos e vale-transporte) por uma empregada [que trabalha 8 horas por dia e 44 horas por semana] ou dispensar os mimos, buscam ocupar a mídia para fazer valer seu “direito adquirido” com a colonização do Brasil e confirmado historicamente com a naturalização das relações sociais de trabalho capitalista de exploração.
A “PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das empregadas domésticas”, como ficou conhecida a proposta de lei (agora sancionada pela presidenta), mexe em uma questão delicada: mitigar as injustiças e exploração do homem sobre o homem. Para os explorados, uma “emenda à carta de alforria de 1988” que não os libertou plenamente da servidão. Para os exploradores, uma afronta à histórica Casa Grande e sua normalidade.
Quem acordará pela madrugada para dar mamadeira ao bebê? Quem estará de pé antes das 6h para preparar o café das crianças? Quem vai esquentar o meu leite achocolatado antes de eu dormir? E se um de meus filhos fizer cocô durante a noite, quem vai limpar? Quem preparará meu café e trará na cama aos domingos? Nos feriados terei que cuidar de meus filhos? Terei que arrumar a minha cama? Lavar o copo no qual bebo água? Vão acabar com meus domingos e feriados? Não será mais possível utilizar a empregada doméstica nas “mil e uma possibilidades” do trabalho humano desqualificado? Eis as questões “existenciais” da classe mimada! E não adianta fazer biquinho. A lei foi aprovada!
Pirracentos, dizem que demitirão em massa suas empregadas domésticas. Acredito ser improvável. Improvável por conta das vaidades e mimos considerados, por eles, indispensáveis. Seria o mesmo que vender o carro e passar a andar de ônibus por causa do aumento da gasolina.
Pelo que parece, a partir de agora muitos(as) explorados(as) voltarão da Casa Grande mais cedo! Recolher-se-ão com alguns pesos a menos sobre os ombros. Terão mais tempo para socializar-se com seus co-sofredores. Ops! Não seria isso um perigo? Podem gritar os birrentos.
Dirão os mimados: “mente vazia oficina do diabo!” Nesse ponto talvez tenham razão; quem sabe seja esse o motivo do domínio diabólico das mentalidades dos mimados “bicudos” e “pirracentos”.
Para desesperos da classe remediada, as coisas na Casa Grande não serão mais as mesmas. Assim espero!
*Texto originalmente publicado no Portal 27
O blog de vocês é maravilhoso,estou estudando para vestibulares e para o enem , quando leio este blog nem parece que estou estudando.Parabéns !!!!!!!
é uma forma de distração.
o titulo dessa postagem foi muito bem colocado a classe media esta muito mal acostumada a ter mimos por pouco o salários das domesticas são muitos baixos pelo tanto que trabalham e quase não tem direitos pois a maioria da empregadas das grandes cidades sempre trabalham em feriados sem compre horas extras e algumas "dorme" no trabalho e não ganha nada a mais por isso agora os ricos terão que desembolsa a mais para ter esse serviços prestados.
É de grande importância, a atenção agora que está sendo dada por aquelas que antes eram "esquecidos" e não tinham leis que pudessem os ajudar como as empregadas domésticas que trabalham muitas vezes sem um horário definido recebendo pouco pelos serviços prestados e ainda em muitos casos tendo que trabalhar em ambiente desagradáveis onde os patrões acabam explorando seu serviço,exigindo que as empregadas domesticas cumpram com seus deveres mas se esquecendo de respeitar os direitos dos empregados.
Na minha opinião elas são muito desvalorizadas, trabalham muito e recebem pouco, tem horário de chegada no serviço mais não tem horário para sair. Ate pouco tempo não haviam leis que defendiam as empregas domesticas, pelo fato de não terem "voz" e o fato de sua profissão não ser valorizada.
O titulo da postagem foi muito bem classificado para a classe media esta muito mal acostumada a ter mimos por pouco o salários das domesticas são muitos baixos, pelo tanto que trabalham e quase não tem direitos pois a maioria da empregadas das grandes cidades sempre trabalham em feriados e ainda fazem horas extras e algumas dorme no trabalho e não ganha nada a mais por isso agora os ricos terão que desembolsa a mais para ter esse serviços prestados, pois isso contribuirá para o desenvolvimento do País.
Quer queiram, quer não, as coisas estão mudando no Brasil. Em países europeus, por ex, o salário de empregadas domésticas é muito valorizado, paga-se o que é justo. Chega de exploração. Concordo plenamente com o conteúdo do texto.