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Max Weber, em 1917. |
Ética protestante e o espirito do capitalismo – Max Weber
É muito comum encontrarmos na net resumos e resenhas da obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, de Max Weber, mas tentativas de explicações do porque da metodologia utilizada na obra, a partir da visão da teoria weberiana, não é tão comum. Hoje busquei encontrar algo nessa direção mas não encontrei nada na net, então, me imputei a função de iniciar aqui uma discussão nesse sentido. Peço que, os que dominam esse tema ou que já tenham lido a referida obra me ajudem (nos comentários) nessa empreitada.
- Ação social tradicional;
- Ação social afetiva;
- Ação social racional movida por fins;
- Ação social movidas por valores.
Segundo Weber, o desenvolvimento do capitalismo deve-se a uma peculiaridade dos capitalistas da Europa Ocidental e norte americano de encarar o trabalho como uma vocação. Essa concepção é revestida por uma religião, o protestantismo, que insere uma nova ética ao homem. Assim o advento do capitalismo para Weber seria uma nova maneira de encarar o mundo do trabalho, que as pessoas deveriam enriquecer pelo suor do seu esforço. Segundo a concepção puritana o homem não deveria ostentar sua riqueza, devia ter a disciplina ascética e através do trabalho seriam escolhidos por Deus.
Melhor comentário!
De acordo com minha segunda leitura da obra "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", tive uma interpretação do título, que foi confirmada pela Dra. Lídia Cardeal, prof. e pesquisadora da UFBA, de que há uma intenção por parte do autor, Weber, em fazer como um "trocadilho", em que se refere na verdade ao "espírito" do protestantismo e o desenvolvimento de uma "ética" do capitalismo. Em 1905, ano de sua viagem aos EUA, Weber desenvolvi a ideia da "Ética Protestante[…]"
Penso eu que a obra em si mostra uma relação entre as religiões protestantes e a ascensão do capitalismo. Weber relaciona a primazia do capitalismo que é o lucro máximo com as doutrinas protestantes. Ele mostra como o protestantismo dá fundamentos para que o homem busque o lucro, baseado numa crença divina, já que essa mentalidade inerente ao capitalismo de sempre buscar o lucro máximo era estranha à população, que não via necessidade dessa busca desenfreada. Porque buscar mais do que o necessário para "comer bem e durmir bem"? porque esse encontrado em religiões protestantes que, como já foi dito, explicavam por meio de uma interpretação da bíblia, que, ao contrário do catolicismo, não condenava o lucro, e sim, via no lucro uma benção de Deus. Enfim, basicamente ele explica o "espírito" capitalismo a partir do protestantismo e faz uma analise do impacto dessas filosofias à economia e à sociedade.
é isso mesmo P. Pablo! Valeu pela colaboração!
Wagner Fernandes
Ao ler a obra de Weber "A Ética Protestante e o Espirito Capitalista" fiquei impressionado. Percebi que não houve intenção de se criar o capitalismo, mas essa "conduta" assumida pelos cristãos Calvinista, com bases na doutrina da predestinação, em busca de uma evidencia externa da sua eleição, já que o eleito tinha certeza da sua salvação, favoreceu o surgimento de um espirito "individualista", "egoista" e "ganacioso" que é o Capitalismo.
Sugiro também ler Calvino, para se entender predestinação e eleição. Fica a dica.
Exatamente…Somente conhecendo a teologia calvinista, entende-se a junção religião+trabalho+poupança…Enfim, o lastro necessário à formação do capitalismo,por exemplo, nos EUA…
Bem legal, mas acho que faltou mais do livro em si.
Na verdade a obra de max weber comentada aqui,é bastante difusa,ele não se concentra numa linha mestra que possa responder a questão primordial do capitalismo,se ele surgiu a partir das forças materiais(karl marx),ou a partir das ideias(idealismo).Max weber não sabe quem veio primeiro se foi o ovo ou a galinha.Talvez quisesse se contrapor a marx,entretanto o seu desempenho em responder a questão primordial foi insuficiente.Sem resolver a questão primordial a obra de weber se limita apenas ao seu valor histórico.
Não cabe aqui comparar Weber a Marx, são trabalhos e ideologias diferentes, a expressão "se foi o ovo ou a galinha" é muito simplista, o livro "A Ética Protestante e o Espírito Capitalista" foi considerado o livro do século, precisa rever seus conceitos! fica a dica!
a obra de weber é limitadissima, sim senhor, ainda mais se comparada à profundidade, complexidade e riqueza da obra de karl marx. alias, o livro máximo de weber foi considerado o livro do século por quem?!? por insuspeitos? quais parâmetros (e intenções) foram usados nessa suposta eleição?
Interessante, eu não li o livro então a partir da sua resenha me informei um pouco sobre ele!
Na verdade a obra de max weber que e comentadar nesse blog,é bastante difusa,ele não se concentra numa linha mestra que possa responder a questão primordial do capitalismo,se ele surgiu a partir das forças materiais(karl marx),ou a partir das ideias(idealismo).Max weber não sabe quem veio primeiro se foi o ovo ou a galinha.Talvez quisesse se contrapor a marx,entretanto o seu desempenho em responder a questão primordial foi insuficiente.Sem resolver a questão primordial a obra de weber se limita apenas ao seu valor histórico.
Essa expressão "se foi o ovo ou a galinha" é muito boba, demonstra ingenuidade em relação ao aprendizado, creio que Weber não gostaria, aprovaria esse tipo de vocabulário, então mude, inove nas palavras. 🙂
Penso eu que a obra em si mostra uma relação entre as religiões protestantes e a ascensão do capitalismo.
Não cabe aqui comparar Weber a Marx, são trabalhos e ideologias diferentes, a expressão "se foi o ovo ou a galinha" é muito simplista, o livro "A Ética Protestante e o Espírito Capitalista" foi considerado o livro do século, precisa rever seus conceitos! fica a dica!
Para mim , Weber quis mostrar que, com o crescimento do capitalismo, a nova classe burguesa enriquecia, fazendo com que eles se sentissem culpados por isso, devido ao pensamento da Igreja Católica que condenava o enriquecimento devido ao Pecado Original de Adão e Eva.Porém, com o crescimento de novas religiões na Europa e principalmente no PROTESTANTISMO, e o capitalismo que ganha cada vez mais seu espaço, trabalhar significava não mais um castigo e sim uma qualidade que Deus tinha dado, pois se você trabalha honestamente, Deus pode dar em dobro.Assim, as pessoas não se sentiam culpadas em trabalhar e enriquecer.
Muita conversinha….faltou foi uma resenha consistente do livro, para a partir disso se inciarem as discussões. Dar palpite qualquer um dá.
Penso que os reformados Puritanos ou Protestantes são apenas uma "perna" da evolução capitalista. É uma visão de horizonte curto onde os pés de Weber estavam fincados. Quem dera se todo o capitalismo estivesse nas mãos dos protestantes.
Minha interpretação é a seguinte: como Weber cita no capítulo 2 – O "espírito" do capitalismo, a sua concepção sobre a ética é a inversa dos materialistas, ou seja, a base material(capitalismo avançado, mão de obra livre e divisão racional do trabalho) não estava pronta e a "superestrutura" já estava (ética dos protestantes). A negação do ócio, o dever do trabalho já era um valor que proporcionou uma coincidência e o ethos se encaixou perfeitamente no capitalismo ocidental moderno, onde o processo de racionalização estava avançado. O ascetismo protestante não objetivava de forma alguma o lucro como um fim em si(o motor o capitalismo moderno ocidental para Weber) irracional,o ascetismo negava-o. Mesmo assim influenciou o sistema e é extremamente correlacionado ao sucesso capitalista ..
o resto é com vcs …
É bem verdade que não podemos comparar Karl Marx, Durkhein como Weber, porém, Weber tem uma linhagem de pensamento muito insegura, levando os leitores pensarem que não tem um ponto nevrálgico, ou seja, um chão a qual posso se sustentar. Ele mesmo diz que o capitalismo surgiu antes mesmo da "Reforma". (Vou ler de novo a obra, para melhor situar e poder argumentar, porém, o que tenho da primeira leitura, é muita oscilação)
É bem verdade que não podemos comparar Karl Marx, Durkhein com Weber, porém, Weber tem uma linhagem de pensamento muito insegura, levando os leitores pensarem que não tem um ponto nevrálgico, ou seja, um chão a qual possa se sustentar ou assegurar-se. Ele mesmo diz que o capitalismo surgiu antes mesmo da "Reforma". (Vou ler de novo a obra, para melhor situar e poder argumentar, porém, o que tenho da primeira leitura, é muita oscilação)
Pontos que não devem ser esquecidos nessa dialética: 1) A natureza humana é genuinamente ambígua e despudoradamente exclusivista; 2) Só a evolução e o “Senhor Tempo” permite a avaliação da história humana. No meu entendimento, salvo melhor juízo, as bases do Capitalismo tiveram início com O Domínio dos Cereais e de toda tecnologia necessária para isso, o que obrigatoriamente induziu o ser humano a se unir em grupos, colonias, vilas e cidades.
Gostei da sua explanação, e como participei ativamente já no protestantismo, e conheço modestamente suas ideologias, fiquei maravilhado quando ouvi falar deste livro de Weber, e corri para o devora-ló. Infelizmente, tenho que concordar com Weber, afinal, o capitalismos foi sim, alimentado pelo protestantismo. Gostei da sua visão sobre o assunto tambem, ao dar o exemplo sobre o voto, pois acredito tambem que era assim talvez que Weber estivesse pensando, sobre esta influencia do capitalismo na sociedade. Parabéns.
Obrigado Paulo. Volte sempre. Tenha uma ótima semana.
3) ao estudar a mentalidade capitalista ocidental, max weber foi muito sensível a outro aspecto importante da vida em sociedade a orientação religiosa a seu ver a reforma protestante ocorrida no século xvi ajudado e muito a fazer a cabeça dos que a ela aderiram a respeito de como aproveitar o tempo como evitar o ócio como se dedicar ao trabalho como ter disciplina na vida no emprego. o………..
…? feria assim fecilitado o desenvolvimento de uma atitude adequada ao espírito do capitalismo?
Penso que Weber mostra que um sistema econômico tradicional em decadência impulsiona uma reforma nos limites da fé tradicional, e a partir dessa reforma, a sociedade assume uma característica capitalista.
“De acordo com Weber, um mesmo fenômeno social pode ser explicado a partir de inúmeras causas, e estas somente podem ser encontradas mediante a análise das particularidades de cada fenômeno. Em A ética protestante e o “espírito” do capitalismo, Weber demonstrou que o capitalismo pode ser compreendido não apenas por razões econômicas, mas também religiosas.”
SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2013. Página 21.
Considerando a citação acima e outras discussões acerca da perspectiva sociológica de Weber, entendo que, em A ética protestante e o espírito do capitalismo, o objeto de estudo do sociólogo é o capitalismo e que o caminho escolhido, um dentre vários possíveis, para a produção de compreensão sobre o objeto se dá pela via dos significados e práticas (ética) dos protestantes.
Penso que Weber não quiz um embate jamais com a teoria marxista, mostra em seus estudos que a ética protestante é indubitavelmente um dos pilares para fortalecer e também consolidar o capitalismo, é racional observar que se tens cuidado com o que ganhas com o fruto do seu trabalho, se guardares sempre um pouco do que ganhas, vai haver acumulo, vale ressaltar que essa ética construída por Weber e bem atual entre os protestantes e não protestantes influenciados pelo que se destaca de mais importante em sua obra, Weber foi cirúrgico em observar que em países com grande número de protestantes o capitalismo era mais fervoroso e consistente.
Obrigado pelo seu comentário.