Categoria: Apoio Didático

Apoio didático com conteúdos e estratégias para professores e estudantes que querem ter na sala de aula a sua melhor experiência de ensino.

Aqui você aprende a utilizar textos, músicas, vídeos, aplicativos e diversos instrumentos didáticos que um bom professor precisa saber dominar. Apoio didático é um dos principais fortes do site.

Além dessa categoria dispomos também do nosso canal no youtube, que dispõe de várias dicas de documentários, palestras, filmes, músicas e afins. Nela os vídeos estão segmentados por assunto, o que facilita o acesso e o uso.

Dispomos também do podcast Café com Sociologia, um importante instrumento didático para ensinar sociologia. De fácil uso e aprendizado dinâmico e divertido, o podcast mescla músicas e teoria de uma forma encantadora.

O “Podcast Café com Sociologia” é produzido a partir de um roteiro baseado no conteúdo de Sociologia em consonância com o Currículo Básico Comum de Sociologia do Ensino Médio. A partir do conteúdo é realizado uma pesquisa e seleção de músicas e poemas que serão utilizados, a fim de complementar o
conteúdo, assim como dar dinâmica ao programa. Tais músicas e poemas serão usados para intercalar com a narração do conteúdo.

  • Seleção de filmes filmes para pensar a sociedade que vivemos

    Seleção de filmes filmes para pensar a sociedade que vivemos

    Por Helder Molina

    Seleção de 30 filmes que oferecem possibilidades de reflexão sobre os mundos do trabalho, direitos sociais, direitos humanos, sindicalismo, política, filosofia, educação, gênero, escravidão, economia,, etc. em diferentes épocas, países e olhares. Enviem sugestões!

    1. Eu, Daniel Blake (2016), Ken Loach

    2. As sufragistas (2015), Sara Gavron

    3. Que horas ela volta? (2015), Anna Muylaert.

    4. O capital (2012), Costa-Gravas

    5. Biutuful (2010), Alejandro González

    6. O emprego (2009), S. Grasso

    7. China Blue (2008), Micha Peled

    8. Peões (2004), Eduardo Coutinho

    9. Pão e Rosas (2000), Ken Loach

    10. Segunda-feira ao Sol (2002), Fernando Aranoa (trailer)

    https://www.youtube.com/watch?v=Rzld6PXlWtQ

    11. Mundo Grua (1999), Pablo Tapeiro

    12. Os carvoeiros (1999), Nigel Noble

    13. Germinal (1993), Claude Berri

    14. Daens: Um Grito de Justiça (1992), Stijn Coninx

     

    15. Rosalie vai às compras,(1989), Percy Adlon

    16. Terra para Rose (1987), Tetê Moraes

    17. O homem que virou suco (1980), João Batista de Andrade.

    18. ABC da Greve (1979/1980), Leon Hirszman

    19. Norma Rae (1979), Martin Ritt (Trailer)

    20. Braços cruzados, máquinas paradas (1979), Sérgio Toledo e Roberto Gervitz.

    21. Vivendo os tombos – Carvoeiros (1977), Dileny Campos

    22. A classe operária vai ao paraíso (1971), Elio Petri (trecho)

    23. São Paulo, Sociedade Anônima (1965) Luís Sérgio Person

    24. Sindicato de Ladrões (1954), Elia Kazan (trecho)

    https://www.youtube.com/watch?v=S5nHyl8Y7kE

    25. Umberto D (1952), Vittorio De Sica

    https://www.youtube.com/watch?v=C3YQKRdsNiE

    26. Ladrões de bicicleta (1948), Vittorio De Sica

    https://www.youtube.com/watch?v=Sodv58FRub8

    27. La terra trema (1947) Luchino Visconti

    28. Como era verde meu vale (1941), John Ford

    http://www.youtube.com/watch?v=3jIB_FIv0Kg

    29. As vinhas da Ira (1940), John Ford (TRAILER)

    30. Tempos Modernos (1936), C. Chaplin

    https://www.youtube.com/watch?v=4tQEorfYEiE

    31. A greve (1924), Sergei Eisenstein

     

  • [Vídeo] O que é subjetividade em Max Weber?

    [Vídeo] O que é subjetividade em Max Weber?

    Que tal aprender um pouco mais das contribuições de Maximilian Karl Emil Weber, mais conhecido como Max Weber?

    Primeiramente, pedido que colabore seguindo o Canal Dialogando.

    No vídeo aqui disponibilizado você encontrará uma explicação sobre subjetividade em Weber, conceito importante para desse sociólogo clássico. Uma oportunidade de compreender o conceito sem complicações. Quem explica é o mestrando em Sociologia pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Caio dos Santos Tavares.

    Segue o vídeo:

    Principais obras de Max Weber:
    • 1889: A história das companhias comerciais na idade média
    • 1891: O direito agrário romano e sua significação para o direito público e privado
    • 1895: O Estado Nacional e a Política Econômica
    • 1904: A objetividade do conhecimento na ciência política e na ciência social
    • 1904: A ética protestante e o espírito do capitalismo
    • 1905: A situação da democracia burguesa na Rússia
    • 1905: A transição da Rússia a um regime pseudoconstitucional
    • 1906: As seitas protestantes e o espírito do capitalismo
    • 1913: Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva
    • 1917/1920: Ensaios Reunidos de Sociologia da Religião
    • 1917: Parlamento e Governo na Alemanha reordenada
    • 1917: A ciência como vocação
    • 1918: O sentido da neutralidade axiológica nas ciências políticas e sociais
    • 1918: Conferência sobre o Socialismo
    • 1910/1922: Economia e Sociedade
  • Fordismo, o que é?

    Fordismo, o que é? Alguém que “nessa altura do campeonato”, início de século XXI, escreve sobre taylorismo, fordismo e quejandos ou tem nostalgia do passado ou não tem atualizado seusconhecimentos. Melhor, é um antiquado, um matusalênico que pensa que o sistemaainda é de base mecânica quando a eficiência era contabilizada através do cronômetro,de movimentos previamente estabelecidos sobre um processo que corria por meio deroldanas e outros mecânicos meios. No entanto, não é esta impressão que propomosno presente artigo. Aqui o que objetivamos é resgatar conceitos que o modismo dacontemporaneidade flexível não permite que sejam percebidos, escondendo indicadores da permanência de um fazer fordista travestido, muitas vezes, de moderno,atual. A tese proposta é que o pós-fordismo contém o fordismo. Ou seja, o fordismonão é substituído pelo pós-fordismo, visto que este último contém, de acordo com aunidade dos contrários, lei da dialética, elementos fordistas, substâncias que serãorepresentadas por meio de um continuum. Assim, a aparente situação antitética nãoocorre uma vez que o pós-fordismo compreende seu oposto, o fordismo.

    Por Fernando G. Tenório*

     

    Parece ser que a lei dialética da unidade dos contrários começa com Heráclitode Éfeso (século VI-V a.C.)1 ao enunciar, por meio de um de seus fragmentos,2que “o contrário é convergente e dos divergentes nasce a mais bela harmonia,e tudo segundo a discórdia” (Souza, 1973:86). Do V século a.C. chegamos aoXIX d.C. com Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831)3 ao dizer que “nãoexiste frase de Heráclito que eu não tenha integrado em minha Lógica” (Souza,1973:98). “Heráclito também diz que os opostos são características do mesmo,[…], ser e não ser ligam-se ao mesmo” uma vez que o “infinito, que é em si epara si, é a unidade dos opostos e, na verdade, dos universalmente opostos, dapura oposição, ser e não ser” (Souza, 1973:99). Conclui Hegel: “Heráclito expressou de modo determinado este pôr-se numa unidade das diferenças” (Souza, 1973:99). “Saber que na unidade se encontra a contradição e na contradição a unidade, eis o saber absoluto; e a ciência consiste em conhecer por si mesmaesta unidade no seu desenvolvimento global” (Hegel apud d’Hondt, 1984:88).4Portanto, partindo destes supostos heraclitiano e hegeliano, entendemos que opós-fordismo, apesar de sua aparência antitética, contém o fordismo, isto é, queo conceito de pós-fordismo compreende seu oposto, o fordismo.

    Ao que parece, o surgimento do paradigma técnico pós-fordista, referência das recentes técnicas de gestão organizacional, propõe criar mecanismosno espaço das interações sociais. Técnicas integradas de produção que não sóatendam às diferentes demandas do ambiente operacional das empresas, mastambém sugerem promover condições democratizadoras nas relações sociaisno interior das organizações. Com a finalidade de analisar esta proposiçãoconceitual desenvolveremos este texto por meio de dois tópicos: no primeirocaracterizaremos o fordismo como um modelo microeconômico que surge noinício do século XX e se estende também como modelo macroeconômico atéos anos 1970, e cuja substância social é determinada pela técnica; no segundocaracterizaremos o aparecimento do pós-fordismo como paradigma do finaldo século XX, na medida em que ele se tornou “um compromisso social, aceito— por bem ou por mal — pelos dirigentes e trabalhadores” (Leborgne e Lipietz, 1991:102), e cuja substância social seria determinada não mais exclusivamente pela técnica, mas pela interação dos envolvidos no processo.

    As expressões fordismo e pós-fordismo, da mesma forma que modernidade e pós-modernidade, sociedade industrial e pós-industrial, estado debem-estar social e neoliberalismo, têm gerado debates a respeito da validade ou não desses conceitos. Apesar disso, vamos utilizar esses pares comoconceitos que são representados como antitéticos: fordismo versus pós-fordismo. Procurando manter coerência com a lei da unidade dos contrários, o processo de produção contemporâneo ocorreria sob o continuum: fordismo (0)————— (1) pós-fordismo.5 Nesse espaço, várias possibilidades ou combinações tecnológicas poderiam ocorrer, porém nunca absolutamente fordistasnem pós-fordistas. Exemplar para esta possibilidade é a expressão “fábrica desoftware” empregada naquelas empresas produtoras de programas computadorizados. A fim de dicotomizar os significados de fordismo e pós-fordismo,trabalharemos com cinco argumentos:

    a) utilizaremos o conceito de fordismo como semelhante à rigidez organizacional e de pós-fordismo como semelhante à flexibilização organizacional,ambos como paradigmas técnico-gerenciais cuja periodização vai dos anos1910 ao final dos anos 1960 — fordismo —, e dos anos 1970 aos dias dehoje — pós-fordismo. Essa periodização pode corresponder ao manuseiode máquinas-ferramentas (automação rígida) versus operacionalização demáquinas eletrônicas (automação flexível);

    b)utilizaremos o conceito de fordismo para caracterizar o “gerenciamento tecnoburocrático de uma mão de obra especializada sob técnicas repetitivas deprodução de serviços ou de produtos padronizados” (Tenório e Palmeira,2008:61); e pós-fordismo ou modelo flexível de gestão organizacional paracaracterizar a diferenciação integrada da organização da produção e dotrabalho sob a trajetória de inovações tecnológicas em direção à democratização das relações sociais nas organizações;

    c) utilizaremos o conceito de fordismo, sob o ponto de vista da história do pensamento organizacional, para aquelas teorias ou enfoques organizacionaisque, desde a publicação, em 1911, de Principles of scientific management deF. W. Taylor,6 divulgam suas propostas na perspectiva de as organizaçõesatuarem como sistemas mecânicos; e pós-fordismo quando as organizaçõespassam a ser estudadas como sistemas orgânicos, simultaneamente ao advento do modelo gerencial japonês (toyotismo anos 1970) e, principalmente, com a intensificação do uso da tecnologia de base microeletrônica.

    Apesar de o conceito de fordismo ser aplicado sob duas possibilidades:
    na primeira, mais genérica, o fordismo como uma manifestação de uma de terminada etapa do capitalismo; na segunda, mais específica, o fordismo seria a operacionalização de um modelo de gestão da produção. Neste ensaio descreveremos o fordismo como um paradigma de organização da produção e do trabalho e não como uma referência de organização socioeconômica de sociedades.

  • O que é fato social para Durkheim

    O que é fato social para Durkheim

    O que é fato social para Durkheim? Durkheim definiu a sociologia como a ciência das instituições, da sua gênese e do seu funcionamento² . A sociologia se ocupa, ainda, do estudo dos chamados fenômenos sociais totais, os quais estão relacionados com os fatos sociais decorrentes do comportamento instituído pela coletividade. Compõem este estudo a elaboração de dados estatísticos, dados de observação e a constituição de modelos descritivos, permitindo, dessa forma, a obtenção da amostragem necessária à melhor compreensão dos estratos sociais, o que proporcionou à disciplina a sua natureza científica. A sociologia, sendo entendida como observação metódica dos fatos sociais, busca a descoberta de regularidades e a formulação de leis próprias, conforme observou Quintaneiro. Esse pressuposto tem a sua origem nas lições de Henri de Saint-Simon (1760-1825), que propôs a aplicação do método científico aos fatos sociais . Contudo, seria Émile Durkheim (1858-1917), em sua obra As regras do método sociológico, publicada em 1895, que proporia uma teoria dofato social ao demonstrar as vias de “uma ciência sociológica objetiva e científica,como nas ciências físico-matemáticas”. É importante notar que a teoria do fato social definiria finalmente o objeto da sociologia, tendo se consolidado, a partir de então, como disciplina científica. Com efeito, Durkheim teve como preocupação a definição precisa do objeto, o método e as aplicações da nova ciência.

    Texto de Maurin Almeida Falcão*

    Durkheim denominou fatos sociais os fenômenos compreendidos por

    […] toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter.

    Nesse sentido, os fatos sociais exercem uma coerção sobre os indivíduos, não lhes permitindo qualquer manifestação de vontade ou de escolha. Durkheim observou que

     

    O fato social é reconhecível pelo poder de coerção externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos; e a presença deste poder é reconhecível, por sua vez, seja pela existência de alguma sanção determinada, seja pela resistência que o fato opõe a qualquer empreendimento individual que tenda a violentá-lo.

     

    Esta seria a segunda característica dos fatos sociais que, para Durkheim,deveriam ser tratados como coisas para que se obtenha um resultado satisfatóriodas observações realizadas, garantindo, assim, o sucesso das ciências, seminterpretações distorcidas da realidade social. A coerção social é tida, então, comoa primeira característica dos fatos sociais.

    A conduta do indivíduo sem observância às regras que lhe foram impostaspelo seu grupo social o submete às sanções definidas, segundo a gravidade do ato. A segunda característica dos fatos sociais decorre da submissão do indivíduoa um conjunto de regras, costumes e leis existentes antes do seu nascimento, cabendo a esse apenas a adesão e a obediência, sob risco de punição. Trata-se,por isso, de uma adesão tácita aos regramentos da vida coletiva. Como última característica, Durkheim apontou a generalidade, na qual os fatos sociais semanifestam através da natureza coletiva ou um estado comum ao grupo, comopor exemplo, os sentimentos e a moral. Com o intuito de justificar a terceira característica dos fatos sociais, Durkheim afirmou que é social todo fato que é geral. Dessa constatação, advém o primado da sociedade sobre o indivíduo, sendoque esta assertiva influenciaria sobremaneira a construção de diversos princípiosnas relações jurídicas contemporâneas.

    Sem dúvida, as características dos fatos sociais criam uma unanimidade ou um consenso social forçado, pois todos se submetem à vontade coletiva. Em consequência, o indivíduo contempla a sociedade e a consciência coletiva comoentidades morais, antes mesmo de ter uma existência tangível. Nesse aspecto,o indivíduo se vê dentro de um contexto social que o leva a se integrar em um sentimento de solidariedade, aspecto que contribuiu fortemente para a eficiênciada ação coletiva. Na etapa posterior deste trabalho, uma ênfase será dada, justamente, à ação coletiva que levou à construção da grande sociedade solidária,o que se coaduna com o conceito de fato social incialmente firmado. Esse instituto alterou profundamente o Estado e as suas organizações na fase pós-RevoluçãoIndustrial e dos novos horizontes sociais do Século XIX, tornando-se, por isso,um importante objetivo da sociologia.

    Nesse diapasão, a influência do socialismo de cátedra influenciou Durkheim na definição não apenas do fato social como também na acepçãodo que ele entendia como solidariedade. Em sua obra “Da Divisão do Trabalho Social” de corrente da sua tese apresentada à Faculdade de Letras de Paris em1893, Durkheim coloca duas questões sobre as relações entre os indivíduos ea coletividade. A primeira questão trata da possiblidade que um conjunto de indivíduos tem de constituir uma sociedade. A segunda questão trata do consenso para assegurar esta convivência. Assim, a estrutura política de uma sociedade não é mais do que o modo pelo qual os diferentes segmentos que a compõem tomaram o hábito de viver uns com os outros. Sem dúvida, “ a sociedade não é simples soma de indivíduos, e sim sistema formado pela sua associação, que representa uma realidade específica com seus caracteres próprios”10. Ao construir o seu entendimento sobre o vínculo comum que há entre os indivíduos, Durkheim esboçou uma dupla noção de solidariedade que se coadunava, de forma pontual,com os acontecimentos que marcaram a sociedade industrial do século XIX.Nesse sentido, definiu a solidariedade mecânica como sendo típica das sociedades pré-capitalistas, nos quais os indivíduos se identificam através da família, da religião, da tradição, dos costumes. Por sua vez, na solidariedade orgânica, característica das sociedades capitalistas, através da divisão do trabalho social,os indivíduos tornam-se interdependentes, garantindo a união social, mas não pelos costumes ou tradições. Assim, o efeito mais importante da divisão dotrabalho não é o aumento da produtividade, mas a solidariedade que gera entre os homens. Ao consolidar a sua percepção de solidariedade, Durkheim notou que a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica atuacomo o motor de transformação de toda e qualquer sociedade. Os fatos quemarcaram as transformações sociais e os novos modos de produção do SéculoXIX confirmam a validade da lição de Durkheim.

    O que é fato social para Durkheim?   É o objeto de estudo da sociologia e tem como as principais caracteristicas: exterioridade, coercitividade e generalidade.

    *Pós-Doutorando pela Université de Paris I – Panthéon-Sorbonne. Doutor pela European Label, em Direito Tributário Internacional pela Universidade de Paris 11-Sud. Mestre em Administração Tributária pela Universidade de Paris IX-Dauphine(1995). Auditor tributário do Governo do Distrito Federal. Coordenador do Grupo de Estudo sobre os Sistemas Tributários Contemporâneos-GETRIC do Programa de Mestrado
    em Direito da Universidade Católica de Brasília.

     

    Referências

    DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. 17. ed. Tradução Maria Isaura Pereira de Queiroz.
    São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002, p. XXVIII.
    DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. Op. cit., p. 10.
    10 Idem, p. 90.

  • O que são artefatos culturais, materiais pedagógicos e recursos didáticos?

    O que são artefatos culturais, materiais pedagógicos e recursos didáticos?

    Por Andréa Giordanna Araujo da Silva*

    No ambiente escolar, especialmente na Educação Básica, a apropriação de artefatos culturais, materiais pedagógicos e recursos didáticos variados é uma ação intrínseca ao trabalho do professor. O uso de diversas linguagens e o desenvolvimento de procedimentos de ensino diferentes deve ter como objetivo facilitar a compreensão do aluno sobre o conteúdo abordado em sala de aula.

    Artefatos culturais

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    O conjunto dos materiais pedagógicos, dos recursos didáticos e demais produções materiais e imateriais elaboradas e experienciadas nas relações culturais, como costumes, tradições, valores e normas, expressões e experiências sensoriais, visuais, sonoras e palatáveis, música, dança, cinema dentro outros compõe o que se denomina de artefatos culturais.

    Materiais pedagógicos

    Produções escritas, orais e visuais, como um cordel temático, uma palestra ou um documentário, elaborados com a intenção de informar e formar o receptor da mensagem ou participante da prática cultural podem ser denominadas de materiais pedagógicos.

    Para garantir a apropriação do conhecimento e dos procedimentos de aprendizagem próprios do universo escolar e relacionados aos campos disciplinares, diferentes materiais didáticos, com distintos formatos e utilizando diversas linguagens, têm sido produzidos para o trabalho pedagógico nas instituições de ensino.

    Recursos didáticos

    Criados para serem utilizados pelos estudantes, com ou sem o auxílio direto do professor, os recursos didáticos têm como função possibilitar a eles acessar conhecimentos e atividades, de forma independente ou orientada, que considerem a suas demandas sociais de formação e o seu estágio de desenvolvimento cognitivo e cultural. São livros de leitura, cadernos de exercício, livros didáticos, jogos, mapas temáticos e vídeos, dentre outros, elaborados exclusivamente para a aprendizagem no ambiente escolar. São materiais que passam por avaliações no interior da escola (com mediações pedagógicas e contextuais dos professores e da gestão escolar), que são constantemente objeto de análise do campo disciplinar específico, que estrutura os conhecimentos e práticas a serem transmitidos como ciência, e também podem sofrer mediações e interferências, no momento de sua produção, de dispositivos oficiais, como as orientações e diretrizes oficiais de âmbito nacional ou local. É o caso, por exemplo, dos livros didáticos, quando incorporados aos programas nacionais de distribuição de material didático às escolas.

    man 2682133 1920No processo de ensino, cabe ao docente, considerando as condições de aprendizagens dos estudantes, selecionar ou produzir artefatos culturais, materiais pedagógicos e recursos didáticos que possibilite melhor participação do estudante na experiencia cultural que é a sala de aula e a apropriação do conteúdo abordado. Esta é uma das mais importantes tarefas do trabalho docente e uma das formas de exercício da autonomia pedagógica no ambiente escolar democrático.

     

    * Professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

     

    Como citar este texto:

    SILVA, Andréa Giordanna Araujo da. O que são artefatos culturais, materiais pedagógicos e recursos didáticos? Blog Café com Sociologia, Maceió, mai. 2020.

  • Diferença entre nacionalismo e patriotismo

    Diferença entre nacionalismo e patriotismo

    Diferença entre nacionalismo e patriotismo têm relação direta com os conceitos de estado, nação e pátria. Neste texto, iremos discorrer sobre as contribuições teóricas de tais conceitos para entender a diferença entre nacionalismo e patriotismo.

     

    Por Matheus Rodrigues dos Santos

     

    Destarte, penso ser relevante o esforço para a tentativa de definição, comparação e discussão entre os conceitos de Estado e nação, para que possamos melhor delinear, em seguida, os conceitos de nacionalismo e patriotismo. Para tanto, recuperaremos algumas definições já desenvolvidas sobre o tema. Se trata de uma revisão inicial e não exaustiva com vistas a balizar as primeiras reflexões acerca desses quatro objetos teórico-conceituais que são, em maior ou menor medida, centrais para a realização do presente estudo.

    Diferença entre nacionalismo e patriotismo: Estado

    Em sua definição clássica e amplamente aceita no ambiente acadêmico, Max Weber sugere que o Estado é uma comunidade humana que possui o monopólio do uso legítimo da força física dentro de determinado território: “O Estado é aquela comunidade humana que, dentro de determinado território – este, o ‘território’, faz parte de suas características – reclama para si (com êxito) o monopólio da coação física legítima” (WEBER, 1982, p. 98).

    É possível afirmar, portanto, tratar-se de um conceito político bem delimitado e estritamente racionalizado, ou seja, sem denotações subjetivas ou afetivas, além de gozar de relativa consensualidade teórica e empírica. Refere-se ao conjunto de instituições que administram um território soberano que, por sua vez, normalmente coincide com um país – ainda que essa equivalência nem sempre seja verdadeira. Os Estados (também denominados por Estado-nação, ou Estados nacionais10) são, em última instância, as unidades políticas que dividem e organizam o ordenamento internacional contemporâneo.

    Diferença entre nacionalismo e patriotismo: nação

    Por sua vez, a nação

    Não é apenas uma entidade política, mas algo que produz sentidos – um sistema de representação cultural. As pessoas não são apenas cidadãos/ãs legais de uma nação; elas participam da ideia da nação tal como representada em sua cultura nacional. Uma nação é uma comunidade simbólica (HALL, 2006, p. 49, grifo do autor).

    Assim como na definição de Hall (2006), Anderson também atribui elementos simbólicos na constituição da nação: se trata de “uma comunidade política imaginada – e imaginada como sendo intrinsecamente limitada e, ao mesmo tempo, soberana” (2008, p. 32). Imaginada pois, apesar de sua vivência em comunhão, os membros de uma nação jamais conhecerão a todos os outros; limitada porque possui fronteiras finitas, para além das quais existem outras nações; soberana porque surge no momento em que o iluminismo suplantava a legitimidade das sociedades feudais de ordem divina; e, por fim, comunidade porque é concebida por internas camaradagens horizontais, independentemente da desigualdade social existente (ANDERSON, 2008).

    Preocupado em estabelecer parâmetros que, uma vez atingidos, poderiam credenciar determinadas sociedades ao posto de “nação”, Mauss (2017, p. 70) propõe que a nação é uma “sociedade material e moralmente integrada, com poder central estável, permanente, fronteiras definidas, relativa unidade moral, mental e cultural dos habitantes, os quais aderem conscientemente ao Estado e às suas leis”. A visão do autor sobre a nação como uma sociedade integrada culturalmente é complementada pelo sentimento de legitimidade11 que os Estados devem possuir perante seus cidadãos. Na compreensão maussiana, a nação se cristaliza a partir de seu enraizamento subjetivo nos habitantes daquela comunidade, bem como em sua identificação com as instituições políticas que o constituem (FOURNIER; TERRIER, 2017).

    Nas três definições da ideia de nação mobilizadas acima, é possível observar a presença de elementos que reforçam o caráter cultural dessa entidade que se pretende definir. Diferentemente da proposição de Estado, a nação relaciona-se com aspectos simbólicos de pertencimento, memória, afetividade, solidariedade e identidade coletiva. Por isso, a nação extrapola os atributos físicos, institucionais e burocráticos, característicos do Estado weberiano, para dialogar com outras esferas de subjetividade presentes no corpo demográfico que compõe a sociedade de determinado Estado.

    Assim, ela lança as bases da profundidade e legitimidade emocional necessárias para a incorporação da condição nacional presente na consciência coletiva e individual dos grupos sociais nacionais e na reprodução da vida política e social de nossa contemporaneidade. A simples existência das nações faz com que seja difícil concebermos o “‘fim da era do nacionalismo’, que por tanto tempo foi profetizado. Na verdade, a condição nacional [nation-ness] é o valor de maior legitimidade universal na vida política dos nossos tempos” (ANDERSON, 2008, p. 28).

    Diferença entre nacionalismo e patriotismo: nação e nacionalismo

    As nuances e relações de estabelecimento entre nações e nacionalismo também são frequentemente debatidas e questionadas por diversos autores, em diversas épocas e através de distintas lentes analíticas. Gellner demonstra uma interpretação instrumentalista do nacionalismo ao afirmar que são os movimentos nacionalistas que criam e desenham as nações: “nacionalismo não é o despertar da nação: ele inventa nações onde não existem – mas precisa de elementos de diferenciação preexistentes para trabalhar, mesmo que […] sejam puramente negativas” (1964, p. 168, tradução do autor12). Gellner pressupõe, portanto, que para ser uma ideologia efetiva, o nacionalismo necessita da existência de elementos que permitam o contraste entre o nacional e o que seria o “não-nacional”.

    Anderson (2008) não demonstra concordância com a leitura de que o nacionalismo agiria de forma a inventar a nação onde ela não existiria. Para ele, Gellner estaria implicitamente sugerindo que o nacionalismo mascara a existência de comunidades “não-verdadeiras” (os Estados nacionais em processo de formação), produzidas para consolidar o poder às novas elites políticas dos Estados. Anderson, inclusive, discorda da categorização “falsidade/autenticidade” para se referir a comunidades, pois, em último caso, esse raciocínio poderia levar a uma hierarquização entre os tipos de comunidades. Todas as comunidades, segundo o autor, hão de ser imaginadas, visto que é virtualmente impossível conhecer todos os membros pertencentes a tal grupo, tornando necessário o exercício de imaginá-lo para além do que se pode ver em seu cotidiano. Nesse sentido, o que diferencia uma comunidade nacional de outra, é apenas a forma como se a imagina (ANDERSON, 2008).

    Retomando o raciocínio de Gellner (1964) a respeito do contraste estabelecido entre o que seria nacional e todo o resto, ou seja, o “não-nacional”, é possível dizer que o nacionalismo norteia o sentido cultural, subjetivo e afetivo da comunidade nacional, mesmo que pela construção de antagonismos. Mais que nortear os sentidos subjetivos da comunidade nacional, o nacionalismo ajuda a consolidá-la através da difusão de uma cultura: “ele almeja fornecer um critério para a determinação da unidade de população adequada para ter um governo exclusivamente próprio, para o legítimo exercício do poder no Estado e para a correta organização de uma sociedade de Estados” (KEDOURIE, 1960, p. 09, tradução do autor13).

    Calhoun (2008) desenvolve seu pensamento tentando se afastar das noções reificadas da ideia de nação e nacionalismo, aplicando ênfase à importância do nacionalismo enquanto ferramenta de formação discursiva que modela o mundo moderno: “É um modo de falar, escrever e pensar sobre as unidades básicas da cultura, política e noção de seu lugar no mundo, que ajuda a constituir nações como dimensões reais e poderosas da vida social. As nações não existem ‘objetivamente’ antes de existirem em termos discursivos” (CALHOUN, 2008, p. 37). Segundo Calhoun (2008), sua unção mais básica é a de categorizar e agrupar populações humanas em dois sentidos: tanto oferecendo e induzindo a uma determinada interpretação coletiva da realidade, como um meio de constituir a identidade do grupo de dentro para fora. “O nacionalismo consiste, então, no uso da categoria ‘nação’ para organizar percepções de identidades humanas básicas, agrupando pessoas com outras da mesma nacionalidade, e as distinguindo de membros de outras nações (Idem, p. 53).

    Para Calhoun (1997), a presença de certo grau de solidariedade social e algum nível de integração são elementos necessários para se pensar em agrupamentos, comunidades de diversas ordens, como em famílias ou na relação entre membros de um exército, por exemplo. No entanto, não são suficientes para definir ou se pensar em nação – são apenas critérios mínimos. Nesse caso, faz-se necessário um discurso que molde a consciência popular em termos nacionais, e esse é o papel que o autor atribui ao nacionalismo enquanto formação discursiva: uma maneira de

    […] pensar sobre solidariedade social, identidade coletiva e outras questões correlacionadas (como legitimidade política) [que] desempenha um papel crucial tanto na produção de uma autocompreensão nacionalista quanto no reconhecimento de reivindicações nacionalistas de terceiros (CALHOUN, 1997, p. 04, tradução do autor14).

    Para auxiliar na compreensão do que significa o nacionalismo, Smith (1991) se propõe a dividir o termo para definir e analisá-lo separadamente a partir de duas categorias: o conceito/termo, de um lado, e a ideologia, de outro. Desse modo, o uso do termo nacionalismo estaria atrelado: 1) ao processo de formação e manutenção dos Estados-nação; 2) à consciência de pertencimento à nação, junto a sentimentos e aspirações por sua segurança e prosperidade; 3) à linguagem e simbolismo da nação; 4) a uma doutrina cultural das nações; 5) a um movimento político e social para atingir objetivos da nação e realizar a vontade nacional (SMITH, 1991). A ideologia nacionalista, ou o nacionalismo enquanto ideologia, por sua vez, possui como proposições centrais:

    1. O mundo está dividido em nações, cada uma com sua individualidade, história e destino; 2. A nação é a fonte de todo poder político e social, e a lealdade à nação sobrepõe-se a todas as outras lealdades; 3. Os seres humanos devem se identificar com uma nação se quiserem ser livres e se realizar; 4. As nações devem ser livres e seguras para que a paz e a justiça prevaleçam no mundo (SMITH, 1991, p. 74, tradução do autor15).

    Para Maia (2019), o conceito nacionalismo é, assim como a noções de “democracia”, “justiça” e “populismo”, um conceito essencialmente contestado16, ou seja, um conceito-chave sobre o qual não existe um consenso absoluto; mas, ao contrário, costuma abarcar uma série de significados. A autora reconhece que essa polissemia inerente à ideia de “nacionalismo” é um desafio a mais para aqueles que buscam analisá-la com precisão. Contudo, nos oferece uma possível leitura acerca do objeto de estudo: o nacionalismo se trata de uma “ideologia que prescreve a necessária coincidência entre as unidades políticas e as unidades nacionais, ou seja, que cada Nação deve ter o seu próprio Estado” (MAIA, 2019, p. 223). Nessa visão, três seriam os objetivos fundamentais do nacionalismo: 1) garantir unidade, 2) identidade e 3) autonomia à nação; sendo que a soberania popular (a nação como a única fonte legítima de poder político) e a autodeterminação (a nação deve se governar de maneira livre de interferências externas) se configurariam como sendo seus valores centrais (Idem).

    A partir das definições trazidas acima, tomemos como central para o presente estudo, a ideia de que o nacionalismo pode ser considerado uma ideologia incontestavelmente consolidada, presente em todas as regiões do planeta, que age de modo a garantir a defesa da unidade, identidade e soberania das nações enquanto fonte maior de legitimidade não somente política mas também como fonte de legitimidade emocional e subjetiva perante seus cidadãos. Além de possibilitar a manutenção e reprodução do sistema de Estados nacionais, o nacionalismo, como uma formação discursiva, age como um marcador identitário social com potencial de categorização e mobilização popular a partir de critérios internos de unificação e critérios externos de diferenciação.

    Diferença entre nacionalismo e patriotismo

    Por fim, outro termo que aparece de forma recorrente em pesquisas sobre nação e nacionalismo, é “patriotismo”. Na tentativa de estabelecer as fronteiras conceituais entre os dois -ismos, alguns pesquisadores dos campos da Sociologia, História e Psicologia Social, pretenderam contrapor o patriotismo e o nacionalismo de modo que o primeiro carregasse consigo um valor positivo e necessário às sociedades republicanas, presente sobretudo nos países do Ocidente. Já o nacionalismo estaria atrelado a movimentos exclusivistas, chauvinistas e irracionais, sendo, por conseguinte, retratado de maneira negativa, numa visão normativa, em que se pretende combate-lo (CALHOUN, 1997). Ainda nessa tentativa de distanciamento entre os conceitos, alguns autores apostam na existência de uma distinção psicológica entre ambos, mas não em termos de intensidade, e, sim, em direcionamento (BILLIG, 1995).

    Essa interpretação pode ser encontrada em um escrito de Dietz (1989), no qual a autora afirma que, ainda no século XIX, o conceito de patriotismo significava uma posição muito mais internacionalista do que estadista ou governamental; relacionavase ao combate à tirania e opressão, e a figura do patriota representava a defesa por igualdade política e justiça social. No entanto, avança a autora, ao final do século XIX, a retórica do patriotismo foi gradualmente assimilada pelo emergente vocabulário de “Estado” e “nação” e sua simbologia. Dessa forma, “sua ideia central foi transferida para as doutrinas nacionais, partidárias e raciais da Era Moderna, perdendo caráter agudamente crítico […] se tornando, assim, a base para o apoio acrítico do [pensamento] ‘meu país, certo ou errado’” (DIETZ, 1989, p. 189, tradução do autor17)

    Dietz (1989) sustenta que a despeito de ser um conceito mais antigo, recorrente em diversas épocas históricas e empregado em diferentes contextos políticos, a terminologia “patriotismo”, ao final do século XIX, foi deixando de ser entendida como um senso de dever ao Estado, para ser aplicado como sinônimo de apoio incondicional a governos e programas políticos e de veneração da nação como valor incontestável da modernidade; sendo, assim, utilizada como uma espécie de retórica do Estado. Como resultado, a ideia de patriotismo se distanciou de sua conotação de defesa radical da liberdade e dos direitos constitucionais, presentes ainda no século XVIII (Idem).

    Perseguindo o mesmo posicionamento teórico, Bar-Tal contrapõe explicitamente as duas terminologias. O autor começa propondo que o patriotismo não apenas se trata de um fenômeno sociológico, histórico e político, mas também psicológico, e pode ser definido como “uma ligação entre membros de um grupo entre si e em relação ao país em que residem” (1993, p. 48, tradução do autor18). Mais que uma ligação coletiva e em relação ao seu país, o patriotismo é concebido como uma das bases mais importantes na vida de uma sociedade ou uma nação; dessa forma, é um valor desejável, admirável e positivo. Por sê-lo, os sistemas educacionais de cada país buscam, de forma explícita, incutir os valores do patriotismo nas gerações jovens, enfatizando sua importância vital para a reprodução daquela sociedade (BARTAL, 1993). O nacionalismo, por sua vez, estaria, ao lado do chauvinismo, relacionado não somente à defesa do Estado-nação como unidade política soberana e organizadora da vida social, mas à hostilidade e violência a grupos estrangeiros (BARTAL, 1993 apud BILLIG, 1995)

    Diferença entre nacionalismo e patriotismo: visão de Connor

    Para Connor (1993), “patriotismo” e “nacionalismo” são conceitos estritamente distintos, ainda que nem sempre antagônicos. Patriotismo, segundo o autor, está relacionado à ligação emocional de um cidadão a seu Estado, país, e instituições políticas. Nacionalismo, por sua vez, refere-se à ligação emocional de alguém a seu grupo étnico-nacional. Para conceber e fundamentar tal diferenciação, o pressuposto básico de Connor é o de que nem todo Estado (país) constitui um Estado-nação, ou seja, aqueles “Estados nos quais as fronteiras de um grupo étnico-nacional coincidem precisamente com suas fronteiras políticas” (CONNOR, 1993, p. 374, tradução do autor19). Nos poucos países considerados por Connor como Estados-nação20 – e o autor cita como exemplos, entre outros, Japão e Portugal –, a diferenciação entre “patriotismo” e “nacionalismo” deixa de ser essencial, visto que “a lealdade ao grupo nacional (nacionalismo) e a lealdade ao Estado (patriotismo) fundem-se e se reforçam em um único sentido na percepção da população” (Idem, p. 374, tradução do autor21).

    Viroli (1997) entende que a linguagem e a simbologia do patriotismo é, historicamente, empregada para reforçar os ideais de amor às instituições políticas e os ideais de liberdade coletiva, republicanos em natureza. Desse modo, a tirania, o despotismo, a opressão e a corrupção seriam os valores antagônicos ao patriotismo republicano. A linguagem de nacionalismo, por sua vez, teria surgido na Europa no final do Século XVIII para o propósito de reforçar a unidade e a homogeneidade cultural, linguística, étnica de um povo. Seriam “adversários” do nacionalismo, portanto, “a contaminação e a heterogeneidade cultural, impureza racial e a desunião social, política e intelectual” (VIROLI, 1997, p. 01-02, tradução do autor22).

    Isso não significa dizer que o patriotismo negligencia, de alguma forma, as esferas cultural, étnica e linguística, uma vez que mesmo a república sempre foi expressa na literatura como uma forma de garantia de liberdade coletiva a uma particular população, com sua própria história e traços culturais (VIROLI, 1997). Portanto, não se trataria de uma definição absoluta ou exclusivista23 . Nesse sentido, Viroli (Idem) propõe que a principal distinção entre os conceitos de “patriotismo” e “nacionalismo” seria a ênfase em que cada ideia repousa. Para patriotas, o principal valor e objetivo político é a república, bem como a liberdade que ela pressupõe aos seus cidadãos; já os nacionalistas teriam como principal valor a ser defendido, a unidade cultural e espiritual da nação

     

    Podemos recorrer a um trecho de George Orwell (1945), no qual o autor reforça explicitamente a visão negativa presente na ideia de nacionalismo quando confrontada com a ideia de patriotismo, sumarizando e indo ao encontro do cerne do pensamento dos autores acima mobilizados. Orwell afirma:

    O nacionalismo não deve ser confundido com o patriotismo. Ambas as palavras são normalmente usadas de uma maneira tão vaga que qualquer definição é passível de ser disputada, mas é preciso estabelecer uma distinção entre elas, uma vez que duas ideias diferentes e até mesmo opostas estão envolvidas. Por “patriotismo” entendo a devoção a um lugar e um modo de vida particulares, tidos por alguém como os melhores do mundo, mas sem o desejo de impô-los às outras pessoas. A natureza do patriotismo é defensiva, tanto militar como culturalmente. O nacionalismo, por outro lado, é inseparável do desejo de poder. O propósito permanente de qualquer nacionalista é garantir mais poder e mais prestígio não para si próprio, mas para a nação ou unidade em nome da qual escolheu anular a sua individualidade (ORWELL, 1945, s.p, grifos do original).

     

    Diferença entre nacionalismo e patriotismo: consirações finais

    A interpretação de que o nacionalismo está necessariamente relacionado a uma visão de homogeneidade étnica e coesão e unidade política e social, é criticada por Billig (1995), que acredita haver um viés ocidentalista perante tal argumentação. O autor demonstra críticas a leitura que concebe o patriotismo como um valor cívico e o nacionalismo como um valor étnico, exclusivamente: “a distinção seria convincente se houvesse critérios claros e inequívocos, além de uma exigência ideológica para distinguir ‘nós’ de ‘eles’” (BILLIG, 1995, p. 55), tradução do autor24). O autor elabora uma crítica direcionada à política e às instituições estadunidenses que, segundo ele, se esforçam para transmitir a impressão de que a lealdade aos Estados Unidos é um valor não apenas a ser defendido, mas também exaltado, de forma que não poderia ser irracional, perigoso ou imperialista, como se pretende retratar o nacionalismo. Para tanto, a saída foi a elaboração de um novo rótulo para representa-lo – o patriotismo: “‘Nosso’ nacionalismo aparece como ‘patriotismo’ – uma força benéfica, necessária e, frequentemente, americana” (Idem, p 55, tradução do autor25).

    Em comum, as definições e as simbologias históricas do conceito de “patriotismo”, realizada pelos autores até aqui, atribuem a ele uma denotação positiva, até mesmo necessária. O patriotismo, assim, estaria relacionado aos valores de liberdade, civilidade e republicanismo, distantes de qualquer noção xenofóbica, expansionista, imperialista, etnocêntrica, chauvinista e irracional, que acompanhariam o conceito de nacionalismo. Tal interpretação, no entanto, não é unânime e passou a ser gradualmente contestada pela literatura que ganhou corpo em seguida, sobretudo a partir da segunda metade dos anos 90 (BILLIG, 1995; CALHOUN, 1997; CANOVAN, 1996). Essas novas leituras questionam até que ponto a fronteira conceitual entre os dois termos são, de fato, verificáveis, ou se estão alinhadas a uma tentativa de distanciar-se e, ao mesmo tempo, justificar seu próprio nacionalismo: o nacionalismo cotidiano do Norte Global.

    Referência:

    SANTOS, Matheus Rodrigues dos et al. ” Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”: uma análise dos usos do nacionalismo e patriotismo na candidatura presidencial de Jair Bolsonaro em 2018. 2021.

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  • [Livro físico gratuito] O ensino de Sociologia e os dez anos dos Institutos Federais (2008-2018) 

    [Livro físico gratuito] O ensino de Sociologia e os dez anos dos Institutos Federais (2008-2018) 

    IFs ensino de SociologiaO livro O ensino de Sociologia e os dez anos dos Institutos Federais (2008-2018) faz parte da Coleção Avaliação de Políticas Públicas: Inovações da Rede Federal de Educação Profissional, lançada em 2019  em comemoração aos dez anos de uma das políticas públicas de educação profissional mais inovadoras da história da educação brasileira.

    A obra traz seis capítulos sobre o ensino das Ciências Sociais no contexto da educação profissional. 

    Os interessados em adquirir um exemplar, deve entrar no site do IFRGS (AQUI) e preencher o formulário. Será cobrado apenas o valor do frete. Mais detalhes no referido site.

    Título: O ensino de Sociologia e os dez anos dos Institutos Federais (2008-2018) 

    Organizadores: Roberta dos Reis Neuhold e Márcio Pozzer

    Prefácio: Amurabi Oliveira

    Editora: Editora Café com Sociologia

     

     

     

    Capítulos e autore(a)s:

    “Dez anos de autonomia científica da Sociologia no ensino médio (2008-2018): diálogos com a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica” – Roberta dos Reis Neuhold

    “O papel das Ciências Sociais na formação profissional, crítica e reflexiva na sociedade do conhecimento” – Rodrigo Foresta Wolfenbüttel

    “O ensino de Sociologia nos Institutos Federais: um balanço da produção acadêmica” – Cristiano das Neves Bodart e Caio dos Santos Tavares

    “O currículo como território em disputa: uma história da Sociologia na educação básica brasileira” – Roberta dos Reis Neuhold

    “Apontamentos sobre a Sociologia no ensino médio técnico integrado e o pensamento social brasileiro” – Elisângela da Silva Santos e Gustavo Louis Henrique Pinto

    “O Laboratório de Estudos sobre Preconceito e o ensino de Sociologia: formação para práticas inclusivas por meio do Instituto Federal de Santa Catarina” – Lígia Wilhelms Eras, Guilherme Soffiatti e Lindberg Nascimento Júnior

     

  • Sindicato dos trabalhadores

    Sindicato dos trabalhadores

    O sindicato dos trabalhadores é uma organização coletiva que tem como objetivo a defesa dos direitos e interesses de classe. Segundo Rodrigues (2009), os sindicatos surgiram como resposta às condições precárias de trabalho e à exploração capitalista no contexto da industrialização, sendo uma forma de os trabalhadores se unirem e lutarem por melhores condições de vida e trabalho.

    O sindicato dos trabalhadores é fundamental para o fortalecimento da classe trabalhadora, pois representam um espaço de articulação e luta dos trabalhadores. Segundo Rodrigues (2009), a formação de sindicatos possibilitou aos trabalhadores a conquista de condições de trabalho mais dignas e a participação política na sociedade.

    Além disso, os sindicatos também têm papel importante na defesa da democracia e dos direitos humanos, pois lutam contra a exploração, o autoritarismo e a opressão. Segundo Rodrigues (2009), os sindicatos não são apenas defensores de interesses corporativos, mas também participantes da luta pelo bem-estar da sociedade como um todo.

    Os sindicatos também podem ser vistos como espaços de formação política e educacional dos trabalhadores, pois oferecem cursos, palestras e outras atividades que visam à conscientização e mobilização dos trabalhadores. Segundo Rodrigues (2009),  os sindicatos são escolas de formação política, onde os trabalhadores aprendem a compreender a realidade em que vivem e a lutar por seus direitos.

    No entanto, os sindicatos também enfrentam desafios e limitações em sua atuação. Entre eles, podem ser destacados a burocratização, a fragmentação da classe trabalhadora e a influência do poder econômico. Segundo Rodrigues (2009), os sindicatos precisam estar atentos a esses desafios e buscar formas de superá-los para que possam continuar representando os interesses dos trabalhadores de forma efetiva.

    Sugestão de atividade:

    Para trabalhar o tema dos sindicatos dos trabalhadores em sala de aula, sugere-se a realização de uma pesquisa sobre a história do movimento sindical no Brasil e no mundo, com o objetivo de identificar as principais conquistas e desafios dos trabalhadores na luta por seus direitos. A pesquisa pode ser feita em grupos, utilizando fontes variadas, como livros, jornais, revistas e sites especializados. Ao final, os grupos podem apresentar suas conclusões em forma de relatório ou apresentação oral, destacando a importância dos sindicatos na defesa dos direitos dos trabalhadores e os desafios enfrentados por essas organizações na atualidade.

    Referências bibliográficas:

    RODRIGUES, Leôncio Martins. Trabalhadores, sindicatos e industrialização. São Paulo: Hucitec, 2009.

  • O que é proletariado?

    O que é proletariado?

    O que é proletariado? O proletariado é uma das categorias mais importantes da teoria marxista, e se refere à classe social que vende sua força de trabalho em troca de um salário. O conceito foi desenvolvido por Karl Marx e Friedrich Engels em suas obras, principalmente em “O Manifesto Comunista” e “O Capital”. Segundo Marx, o proletariado é a classe que possui apenas sua força de trabalho como mercadoria, e que, portanto, está à mercê dos donos dos meios de produção, que são os capitalistas.

    Michael Löwy, em “A teoria da revolução no jovem Marx”, destaca a importância do conceito de proletariado na obra do jovem Marx, antes da elaboração de sua teoria da mais-valia. Para Marx, o proletariado é a classe que tem potencial revolucionário, pois é a classe que mais sofre com a exploração capitalista e que, portanto, tem mais interesse em transformar a sociedade. Segundo Löwy, o proletariado aparece como sujeito histórico da revolução social, como classe capaz de realizar a transformação radical da sociedade (LÖWY, 2015).

    A condição proletária é marcada pela falta de controle sobre os meios de produção e pela necessidade de vender a própria força de trabalho para sobreviver. Essa condição, por sua vez, gera uma série de consequências, como a alienação do trabalhador em relação ao produto de seu trabalho e a exploração por parte dos capitalistas. Como afirma Marx, o proletariado sofre toda a brutalidade da exploração capitalista sem ter outro recurso senão a sua própria força de trabalho. (MARX, 2013).

    Além disso, o proletariado é uma classe em constante crescimento, já que a acumulação de capital tende a expulsar trabalhadores de setores que se tornam obsoletos e a incorporá-los em setores que demandam mão de obra. Como aponta Engels, a produção capitalista desenvolve constantemente, em uma escala cada vez maior, a grande indústria e, portanto, o proletariado (ENGELS, 2010).

    Outro aspecto importante do conceito de proletariado é sua relação com a luta de classes. Segundo Marx, a história da humanidade é a história da luta de classes, e a classe que possui o poder econômico é também a classe que detém o poder político. Nesse sentido, a luta do proletariado é a luta por sua emancipação, por sua libertação da exploração capitalista e por sua conquista do poder político. Como afirma Marx, os proletários nada têm a perder a não ser as suas correntes. Têm um mundo a ganhar (MARX, 2013).

    Por fim, é importante destacar que o conceito de proletariado não se limita apenas aos trabalhadores da indústria, mas engloba também os trabalhadores do setor de serviços, do comércio e até mesmo os desempregados. Como afirma Löwy, a ideia de que o proletariado seria uma classe restrita à indústria manufatureira não é compatível com a evolução histórica do capitalismo(LÖWY, 2015). Assim, o proletariado é uma classe social heterogênea, composta por diferentes grupos de trabalhadores que compartilham a condição de vender sua força de trabalho.

    Em suma, o proletariado é uma categoria central da teoria marxista, que se refere à classe social que vende sua força de trabalho em troca de um salário. Essa classe é marcada pela falta de controle sobre os meios de produção, pela exploração capitalista e pela alienação do trabalhador em relação ao produto de seu trabalho. No entanto, o proletariado também é a classe que tem potencial revolucionário, pois é a classe que mais sofre com a exploração capitalista e que, portanto, tem mais interesse em transformar a sociedade.

    Sugestão de atividade:

    Para trabalhar o conceito de proletariado em sala de aula, sugere-se a realização de uma pesquisa sobre a condição dos trabalhadores no Brasil e no mundo, com o objetivo de identificar as principais características da classe trabalhadora e as lutas por seus direitos ao longo da história. A pesquisa pode ser feita em grupos, utilizando fontes variadas, como jornais, revistas, livros e sites especializados. Ao final, os grupos podem apresentar suas conclusões em forma de relatório ou apresentação oral, destacando as semelhanças e diferenças entre a condição dos trabalhadores no Brasil e em outros países, e as possibilidades de transformação social a partir da luta dos trabalhadores por seus direitos.

    Referências bibliográficas:

    ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo Editorial, 2010.

    LÖWY, Michael. A teoria da revolução no jovem Marx. São Paulo: Boitempo Editorial, 2015.

    MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013.

    MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Boitempo Editorial, 2010.

  • O que é reciclagem?

    O que é reciclagem?

    A reciclagem é um processo fundamental para a preservação ambiental, pois permite a reutilização de materiais que seriam descartados e acabariam se acumulando em aterros sanitários e lixões. Segundo Fonseca (2013), a reciclagem é “o processo de transformação dos resíduos sólidos que ainda podem ser utilizados em novos produtos, reduzindo a quantidade de lixo produzido e os impactos ambientais”.

    Para entender melhor o processo de reciclagem, é necessário compreender o que são os resíduos sólidos. Segundo Carvalho e Marques (2012), os resíduos sólidos são aqueles provenientes das atividades humanas, como resíduos domésticos, comerciais, industriais, hospitalares, entre outros. Esses resíduos podem ser classificados em orgânicos e inorgânicos, sendo que os primeiros são biodegradáveis e os segundos não são.

    A reciclagem é possível a partir da separação dos resíduos sólidos, que podem ser reutilizados como matéria-prima na produção de novos produtos. Segundo Fonseca (2013), a reciclagem permite a economia de energia e recursos naturais, além de reduzir a quantidade de lixo produzido e os impactos ambientais. Além disso, a reciclagem contribui para a redução da emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), que é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global.

    No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída em 2010, com o objetivo de promover a gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Segundo Carvalho e Marques (2012), a PNRS estabelece a responsabilidade compartilhada entre o poder público, os fabricantes, os importadores, os distribuidores e os consumidores na gestão dos resíduos sólidos.

    Para que a reciclagem seja efetiva, é fundamental que os resíduos sólidos sejam separados adequadamente, de acordo com a sua classificação e destino final. Segundo Fonseca (2013), a separação dos resíduos sólidos pode ser feita em três categorias: recicláveis, orgânicos e rejeitos. Os recicláveis são aqueles que podem ser reciclados, como papel, plástico, vidro e metal. Os orgânicos são aqueles que podem ser decompostos, como restos de alimentos, folhas e galhos. Já os rejeitos são aqueles que não podem ser reciclados ou compostados, como fraldas descartáveis e outros produtos de higiene pessoal.

    Além da separação adequada dos resíduos sólidos, é importante que as empresas e indústrias adotem práticas sustentáveis em suas atividades produtivas, como a utilização de materiais recicláveis e a redução do uso de recursos naturais. Segundo Carvalho e Marques (2012), a adoção de práticas sustentáveis pode trazer benefícios econômicos e ambientais, além de melhorar a imagem da empresa perante a sociedade.

    Sugestão de atividade para o nível de ensino médio:

    Para conscientizar os alunos sobre a importância da reciclagem e incentivar a prática sustentável, sugere-se a realização de uma atividade prática em sala de aula. O professor pode solicitar aos alunos que realizem uma pesquisa sobre os resíduos sólidos gerados em suas residências e na escola. Em seguida, os alunos devem separar adequadamente os resíduos sólidos, de acordo com a sua classificação.

    Após a separação, os alunos devem pesar os resíduos de cada categoria e calcular a porcentagem de cada tipo de resíduo em relação ao total. Em seguida, os alunos devem discutir em grupo sobre os impactos ambientais da destinação inadequada dos resíduos sólidos e os benefícios da reciclagem.

    Para finalizar, os alunos podem propor ações para incentivar a prática da reciclagem na escola e em suas residências, como a criação de pontos de coleta seletiva, a realização de campanhas de conscientização e a promoção de práticas sustentáveis no dia a dia.

    Referências Bibliográficas:

    CARVALHO, Fabrício; MARQUES, Ana Paula. A importância da reciclagem para o meio ambiente. Revista Interdisciplinar de Pesquisa em Engenharia, v. 2, n. 1, p. 18-25, 2012.

    FONSECA, Lúcia Helena Araújo. Reciclagem: o primeiro passo para a preservação ambiental. Bacharel em Administração, Centro Universitário Barra Mansa, Barra Mansa, 2013.