1 – Quais aspectos da sociedade brasileira, de uma forma geral, o senhor considera mais influentes nos (ainda) altos níveis de corrupção no Brasil? Por quê?
Grosso modo, diria que são:
- A cultura do “Jeitinho brasileiro” – esse comportamento se manifesta em diversa escala hierárquica da sociedade;
- A cultura individualista herdade da cultura ocidental;
- O sistema econômico que pressiona os indivíduos a possuírem (é a valorização do TER sobre o SER), somado à desvalorização do caráter (importante e valorizado são os potenciais consumistas);
- O tipo de coerção (branda) adotada pelo Estado;
- A impunidade marcante em nosso país.
2 – Quais aspectos culturais o senhor pensa que possam influenciar os níveis de corrupção no Brasil? Por quê?
Para responder esta pergunta eu desdobro três itens destacados a cima.
- A cultura do “Jeitinho brasileiro” – esse comportamento se manifesta em diversa escala hierárquica da sociedade;
- A cultura individualista herdade da cultura ocidental;
- O sistema econômico que pressiona os indivíduos a possuírem (é a valorização do TER sobre o SER), somado à desvalorização do caráter (importante e valorizado são os potenciais consumistas);
Quanto a ideia de individualidade, não transcorrerei por ser apresentar de forma clara. Apenas indico que o modelo de sociedade que temos, classificada como “orgânica” (Durkheim), onde cada indivíduo faz sua parte e esta colabora para os demais, é um modelo que induz a individualidade. Como somos racionais (invoco aqui a Teoria da Escolha Racional), tendemos a buscar maximizar nossos ganhos. Como não vivemos em uma sociedade “mecânica” (mais uma vez utilizando o conceito durkheimiano) tenderemos a individualidade dos resultados (competição) e como estes estão atrelados a ganhos financeiros em um ambiente de imoralidade, tenderão os indivíduos à corrupção.
3 – Quais aspectos políticos o senhor pensa que possam influenciar os níveis de corrupção no Brasil? Por quê?
Grosso modo podemos destacar:
- A má escolha dos representantes;
- Criação de redes que se transformam em “verdadeiras quadrilhas” – Fato, em parte, gerado pela existência de cargos comissionados;
- Falta de uma política judiciária rígida e indiscriminatória;
A legislação brasileira é falha em diversos aspectos, tais como:
- Discriminação legal – Para cada tipo de criminoso há um tipo de lei (uma mais branda, outra mais severa, tendendo ser mais severa em casos não políticos, sobre indivíduos sem escolaridade ou capital econômico); O que determina a pena sem sempre é o delito, mas o delinqüente.
- As leis brasileiras são muitas e “não pegam”;
- Existe uma expectativa de impunidade, uma vez que a burocracia brasileira é muito lenta;