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Cultura de Massa

A cultura de massa ou cultura pop, também conhecida como cultura popular ou cultura de consumo, é um tema de grande interesse para a sociologia. Essa cultura é caracterizada pela produção em massa de bens culturais, como filmes, música, programas de TV, entre outros, que são consumidos em larga escala pela sociedade. A cultura pop é um fenômeno complexo que envolve questões relacionadas ao poder, à identidade cultural e à globalização.

Para o sociólogo alemão Theodor Adorno, a cultura de massa é uma forma de alienação, pois as pessoas são privadas de sua individualidade e passam a consumir um produto cultural padronizado. Segundo ele, a cultura pop é uma indústria cultural que tem como objetivo a padronização e a homogeneização da sociedade (ADORNO, 1995).

Outro autor que contribuiu para a análise da cultura pop foi o sociólogo francês Roland Barthes. Em sua obra “Mitologias” (BARTHES, 1972), ele argumenta que a cultura de massa é um conjunto de mitos que são produzidos e reproduzidos pela sociedade. Esses mitos têm como objetivo criar uma falsa realidade que é aceita como verdadeira pela sociedade.

O sociólogo britânico Stuart Hall também analisou a cultura de massa em suas obras. Segundo ele, a cultura de massa é um produto da globalização e da difusão cultural em escala global. Para Hall, a cultura de massa é uma forma de hibridização cultural, em que elementos culturais de diferentes origens são mesclados para formar novas identidades culturais (HALL, 1997).

Outro autor que contribuiu para a análise da cultura pop foi o sociólogo americano Herbert Marcuse. Em sua obra “A Ideologia da Sociedade Industrial” (MARCUSE, 1964), ele argumenta que a cultura de massa é um mecanismo de controle social que mantém a população submissa aos interesses da indústria cultural. Segundo ele, a cultura de massa é uma forma de opressão que impede a realização da liberdade individual.

Por fim, o sociólogo brasileiro José Guilherme Merquior também analisou a cultura de massa em suas obras. Para ele, a cultura de massa é um fenômeno complexo que envolve questões relacionadas à identidade cultural e à globalização. Segundo Merquior, a cultura pop é uma forma de identificação cultural que permite a comunicação entre diferentes grupos sociais (MERQUIOR, 1981).

Para Walter Benjamin, a cultura de massa é uma forma de reprodução técnica da arte, que perde sua aura original em um mundo em que a reprodução em massa é possível (BENJAMIN, 1994). Ele argumenta que a cultura de massa é uma forma de mercantilização da cultura, que transforma a arte em um objeto de consumo.

Em conclusão, a cultura pop é um tema de grande importância para a sociologia, pois envolve questões relacionadas ao poder, à identidade cultural e à globalização. A análise da cultura de massa pelos autores mencionados acima demonstra a complexidade desse fenômeno e a necessidade de uma abordagem crítica em relação à sua influência na sociedade.

 

Segue dois vídeos que buscam apresentar o problematizar tal conceito

Cristina Pontes Bonfiglioli é doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da USP, mestre pela Faculdade de Educação da USP e cursa pós-doutorado também na ECA-USP.

Ciro Marcondes Filho, sociólogo e jornalista pela USP, é professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP. Mestre pela FFLCH-USP, doutor pela Universidade de Frankfurt (RFA), pós-doutor pela Universidade Stendhal de Grenoble (França), titular da Cátedra Unesco de Divulgação Científica no Brasil. Coordenador do FiloCom, o Núcleo de Estudos Filosóficos da Comunicação.

Referências:

ADORNO, T. W. Indústria cultural e sociedade. In: COHN, G. (org.). Theodor W. Adorno. São Paulo: Ática, 1995.

BARTHES, R. Mitologias. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1972.

BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 165-196.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.

MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1964.

MERQUIOR, J. G. O fantasma romântico e outros ensaios. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.

 

Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

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