plano de aula gênero
PLANO DE AULA
Escola:
Disciplina: Sociologia
Turma:
Tempo: 2h/aula
Professor: Cristiano das Neves Bodart
Conteúdo
Relações de Gênero
Objetivo Geral de aprendizagem
- Compreender introdutoriamente as relações de gênero como construção social.
Objetivos específicos de aprendizagem
- Identificar práticas de dominação masculina;
- Reconhecer elementos que reproduzem as relações de gênero e;
- Desenvolver a oralidade.
Metodologia
Aula 1:
1º momento:
Iniciar-se-á a aula com 5 supostos desafios (ver slides abaixo). O objetivo é observar o quanto a compreensão dos alunos está impregnada de “ajustes sociais” de gênero e iniciar a aula a partir de suas percepções do “lugar da mulher” e do “lugar do homem”.
2º momento:
Será assistido o curta-metragem “Acorda Raimunda” (está no slides). A partir dele ampliar-se-á a discussão se existe naturalmente o “lugar de homem” e o “lugar de mulher”.
3º momento:
A fim de evidenciar que as relações de gênero são historicamente construídas serão apresentados vários exemplos de propagandas sexistas (ver nos slides).
4º momento:
Será apresentado a música “Não sou de ninguém” e a partir dela será promovido uma breve discussão em torno da “posse” da mulher na sociedade contemporânea (ver no slides).
Aula 2:
5º momento
A partir de exposições de cartuns, buscar fomentar a oralidade dos alunos e o desenvolvimento de sua capacidade interpretativa desse tipo de expressão.
6º momento
Leitura de aprofundamento (ver anexo 1)
7º momento
Atividade a ser desenvolvida em casa
Recursos didáticos
Datashow, música e curta-metragem
Avaliação
Os alunos serão avaliados mediante a participação na aula e atividade a ser desenvolvida em casa.
Referência
BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Trad. Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
ANEXO 1:
ATIVIDADE DE LEITURA INTRODUTÓRIA SOBRE RELAÇÕES DE GÊNERO
Leia o texto a seguir preenchendo os campos em branco com as palavras a seguir, dando-lhe o devido sentido às frases do texto.
mulheres | poder | teoria |
cuidadora | divisão sexual do trabalho | orientação sexual |
sociedade | relações de dominação | patriarcais |
violência | questionar | mulheres |
Discutindo relações de gênero por meio de um curta-metragem. Por que não?
Por Cristiano das Neves Bodart
Algumas notas teóricas introdutórias
As relações de gênero estiveram na pauta dos estudos de Pierre Bourdieu e Simone Beauvoir e precisam estar nas escolas. Em 1947 Simone de Beauvoir lançava sua obra, “O segundo sexo”, que lhe renderia notoriedade acadêmica e influenciaria gerações de feministas e intelectuais dedicados aos estudos de gênero. Em 1990, o já consagrado sociólogo francês, Pierre Bourdieu, lançava “A dominação Masculina”; obra que intensificou às discussões em torno das relações de gênero no interior do campo científico, sobretudo sociológico, contudo, sem fazer menção às importantes colaborações de Beauvoir, o que lhe rendeu severas críticas. Ainda que Bourdieu não tivessem em sua obra dialogado abertamente com Beauvoir (1947), sua ___________ muito se aproximou das contribuições desta.
Trazer à sala de aula a temática “relações de gênero” certamente colabora para reduzirmos a discriminação sexual, a dominação masculina e, até mesmo, a ________________ contra a mulher.
Observando a estrutura social das sociedades _______________capitalistas notamos que os homens, em relação às __________________, são mais dotados de mais prestígio social e, consequentemente, ocupam estrato social superior, o que é observado de forma objetiva por meio das desigualdades de acesso ao mercado de trabalho, por exemplo. Exceto em sub-campos, ou espaços, que os homens não demonstram interesse em disputar por posições de distinção, tornando-se esses “espaços femininos”. Como destacou Bourdieu,
[…] Qualquer que seja sua posição no espaço social, as mulheres têm em comum o fato de estarem separadas dos homens por um coeficiente simbólico negativo que, tal como a cor da pele para os negros, ou qualquer outro sinal de pertencer a um grupo social estigmatizado, afeta negativamente tudo que elas são e fazem (BOURDIEU, 2010, p. 111).
Há, nas sociedades patriarcais, uma distribuição de poder simbólico que estrutura uma relação de ____________e posição social em situação desfavorável às _____________. Nesse sentido, a ordem social estabelecida por essa distribuição desigual tende a ratificar a dominação masculina que se materializa na divisão social do trabalho e na distribuição do produto (econômico) e do poder (político) (BOURDIEU, 2010). Na configuração estrutural das relações de poder coube à mulher o papel de________________, de sensível, de sexo frágil; características (re)produzidas socialmente. Como destacou Simone de Beauvoir, a passividade que caracterizará essencialmente a mulher “feminina” é um traço que se desenvolve nela desde os primeiros anos. Mas é um erro pretender que se trata de um dado biológico: na verdade, é um destino que lhe é imposto por seus educadores e pela ___________________(BEAUVOIR, 2009).
Para Bourdieu (2010) a família acaba assumindo o principal papel de reprodução da dominação masculina e toda a sua______________________, ainda que precocemente, o que direcionará, tanto nos homens quanto nas mulheres, a identidade de gênero e, consequentemente, o seu lugar. Parece que quanto mais clara a estratificação econômica, mais facilmente se observa as diferenças entre os gêneros na divisão social do trabalho e a percepção de que há campos onde os homens estão mais propensos a acumular mais capitais simbólicos do que as mulheres, como por exemplo, no campo político. No entanto, como bem destacou Beauvoir (2009), não se nasce mulher, torna-se mulher, o que significa dizer que há possibilidade de uma reconfiguração das _______________________e superação do habitus produzido sob a visão patriarcal, o que não é uma tarefa fácil e nem dependente apenas do indivíduo e, por outro lado, os papeis sociais das mulheres não são natas, antes são construções sociais (e por isso mesmo podem ser modificadas). É necessário _______________ as estruturas sociais, as quais tanto homens e mulheres são vítimas. Simone de Beauvoir por várias vezes destacou as dificuldades das próprias mulheres se libertarem de suas posições de “segundo sexo”, mesmo quando livra-se de tarefas “destinadas” às mulheres. Sobre essa situação, Beauvoir nos traz um exemplo bastante elucidativo da patroa que “[…] embora livrando-se do fardo de execução do trabalho, quer ter a responsabilidade dele e o mérito; ela quer imagina-se insubstituível, indispensável” (p. 312).
Discutir relações de gênero não é o mesmo que discutir __________________(tema também importante), antes é pensar os papeis sociais atribuído a cada gênero e as relações de poder (e opressão) contidas nesta divisão, o que nos leva a refletir sobre a necessidade da igualdade sexual.
Realmente é chocante perceber que apesar do tempo passar e acreditarmos que estamos vivendo em uma sociedade que respeita a o ser humano independente do gênero foi apenas mudado a forma do uso da imagem e o respeito ou a falta dele continua. É preciso usar a sala de aula para reflexões sobre o tema.