A obra de Gilberto Freyre teve um impacto profundo na historiografia e nas ciências sociais brasileiras, inaugurando uma nova forma de interpretar a história e a cultura do país. Ao contrário da visão negativa e pessimista da cultura brasileira que predominava até então, Freyre propôs uma visão mais otimista e valorizadora da mistura racial e cultural que caracteriza o Brasil. Segundo ele, a convivência harmoniosa entre as diferentes raças e culturas é uma das principais características da sociedade brasileira, e é a chave para a compreensão da identidade nacional.
No entanto, a obra de Freyre também foi criticada por diversos estudiosos, especialmente por sua visão idealizada da escravidão e da miscigenação racial. Alguns argumentam que ele romantizou a escravidão ao apresentá-la como uma forma de convivência harmoniosa entre senhores e escravos, ignorando a violência e a opressão que marcaram essa relação. Além disso, sua tese da “democracia racial” foi contestada por muitos, que apontam a persistência do racismo e da desigualdade social no Brasil como evidências de que a miscigenação não foi capaz de superar as divisões e conflitos entre as diferentes raças.
Apesar das críticas, é inegável que a obra de Gilberto Freyre teve um papel fundamental na construção da identidade nacional brasileira, influenciando gerações de estudiosos e artistas. Seu livro “Casa Grande e Senzala” é um marco na literatura brasileira, um clássico que continua a ser lido e discutido até hoje, e que permanece como uma das principais referências para a compreensão da cultura brasileira.