Por Cristiano das Neves Bodart
A categorização dos grupos em “grupo social primário” e “grupo social secundário” foi adotado pela sociologia a partir das colaborações de Charles Horton Cooley (1864- 1929), quem criou e descreveu a ideia de “grupo primário”. Do conceito e características do grupo primário, estudos posteriores desenvolveram a categoria “grupos secundários”.
Essa categorização, em um primeiro momento, parece ser de fácil uso, quando na verdade não o é. Muitas vezes confunde-se primário como mais importante e secundário como menos importante. Ou ainda, primário como caracterizado por ser o primeiro grupo que fazemos parte e secundário os demais. Essas confusões não estão completamente erradas, mas precisam ser reavaliadas à luz de outras características desses grupos.
Um grupo primário geralmente é o grupo que nos propiciará os primeiros contatos, tal como o grupo social “família”. Mas não é apenas essa a característica de um grupo social primário. Tal grupo caracteriza-se também por relações estreitas, afetivas, educadoras e duradouras. De acordo com Cooley um membro de um grupo primário geralmente mantém uma relação altruísta, muitas vezes realizando sacrifícios para o bem estar dos demais membros do seu grupo ou de todos os seus membros. O exemplo de família é sempre mencionado como grupo primário por ter (quase sempre) todas essas características. O grupo primário tem função educadora no sentido de preparar o indivídua para relacionar-se com outros grupos.
Grupo secundário, ao contrário, caracteriza-se pela relação impessoal de trocas de interesses. As relações se dão mais por racionalidade do que por emoções, baseando-se na reciprocidade. Nos grupos sociais secundários, as relações são geralmente temporárias e muitas vezes anônimas. Exemplos seriam os colegas de trabalho e colegas de sala de aula.
Desta forma, para classificar um grupo social é necessário atentar-se para essas várias dimensões ou aspectos.