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  • Para ler e refletir

    “É PRECISO EXPLICAR POR QUE O MUNDO DE HOJE, QUE É HORRÍVEL, É APENAS UM MOMENTO DO LONGO DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO E QUE A ESPERANÇA SEMPRE FOI UMA DAS FORÇAS DOMINANTES DAS REVOLUÇÕES E DAS INSURREIÇÕES. E EU AINDA SINTO A ESPERANÇA COMO MINHA CONCEPÇÃO DE FUTURO”

                                             Jean Paul Satre, 1963, Prefácio de “Os condenados da Terra”, de Frantz Fanon.

  • José Saramago fala sobre DEMOCRACIA

    Trecho retirado do filme de Silvio Tendler, com o titulo descrito, parte de uma fala de José Saramago.

    O ponto chave da fala de Saramago é quando afirma que “como falar em democracia se os orgãos que governam o mundo não são democráticos?”

    A democracia deve ser, no mínimo, discutida, uma vez que não de trata de um regime político perfeito, longe de um modelo ideal.

  • Eu etiqueta: Carlos Drummond de Andrade

    Eu etiqueta: Carlos Drummond de Andrade

    Dica: trata-se de um ótimo poema para tratar da temática Ideologia e Propaganda.

    Vivemos em uma época que o valor das pessoas está no que ela possui. O seu Ser passou a depender exclusivamente do seu TER. Passamos, ainda que inconscientemente, a buscar a felicidade nas coisas, quando a felicidade – muitas vezes – está em nós mesmos. Esse vídeo termina com uma frase genial:

    “NOS DEVEMOS AMAR AS PESSOAS E USAR AS COISAS. HOJE AMAMOS AS COISAS E USAMOS AS PESSOAS”.

  • Petroleira britânica vai pagar indenização máxima por vazamento no Golfo do México

    O site da Revista Veja publicou hoje a seguinte matéria:
    “Acordo firmado neste domingo entre a petroleira British Petroleum e o governo dos Estados Unidos levou a empresa a aceitar arcar com a indenização máxima pelo vazamento de óleo no Golfo do México, há cerca de um mês. A BP irá desembolsar 75 milhões de dólares pelo desastre, que atingiu praias e pântanos da Louisiana (EUA). O vazamento foi provocado pela explosão e afundamento de uma plataforma petrolífera da companhia.
    De acordo com a Lei de Poluição Petrolífera – editada em 1990 em consequência do vazamento provocado pela embarcação Exxon Valdez no Alasca em 1989 – o valor máximo a ser pago por uma empresa responsável por uma catástrofe ambiental como esta não pode ultrapassar 75 milhões de dólares. Parlamentares americanos, no entanto, sugerem que a cifra seja repensada.
    Neste sábado, o presidente americano, Barack Obama, anunciou a formação de uma comissão independente para investigar a maré negra que avança pelo Golfo do México. Nos próximos seis meses, o órgão deverá estabelecer recomendações para se evitar ou atenuar no futuro o impacto de um eventual novo vazamento de petróleo provocado por perfurações marinhas.
    “Esta catástrofe não tem precedentes por sua natureza, e apresenta uma série de novos desafios, nos quais estamos trabalhando”, disse Obama em seu programa semanal de rádio, ao anunciar a formação da comissão independente. “A questão é que lições podemos tomar deste desastre para garantir que jamais volte a acontecer.”

                                                                            (Site da Revista Veja em 23 de maio de 2010).

    Breve comentário:
    Acredito que a punição via multa é uma forma de exercer uma coerção sobre as empresas a atuarem com mais responsabilidade. Resta agora criar Lei Internacional que determine como essa multa será utilizada pelo governo. Acredito que nada mais justo em alocar tais recursos às pessoas diretamente afetadas e à ações voltadas para a recuperação do meio ambiente, especialmente àquele degradado.

  • Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio

    Para aqueles que têm o interesse de conhecer o novo Parâmetro Curricular Nacional da área “Ciências Humanas e suas Tecnologias” podem acessar o link abaixo e lê-lo na íntegra.

    https://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf

  • Piada sobre Sociologia: Pai o que é Sociologia? Veja a explicação do pai.

    Piada sobre Sociologia: Pai o que é Sociologia? Veja a explicação do pai.

    Esta é uma piada sobre sociologia e que pode ser compartilhada na roda de amigos maiores de idade. Contém um conteúdo para maiores. Certo dia o filho pergunta para o pai, pai o que é sociologia? E o pai responde, sociologia é o poder econômico, a classe trabalhadora, o governo, a população e o futuro do país, tudo isso é sociologia. Então pergunta pro filho se ele tinha entendido o que era sociologia, e ele responde que não.
    Então o pai fala vou explicar pra vc de novo. E começa: por exemplo meu filho eu trabalho e trago o dinheiro pra casa, eu sou o poder econômico, sua mãe administra esse dinheiro pagando a babá de seu irmão, água, luz, telefone, etc, ela é o governo, a babá é a classe trabalhadora, vc é a população e o seu irmãozinho é o futuro do país. Entendeu? pergunta o pai, ainda não, responde o filho.
    De noite enquanto o filho dormia ele acorda com o choro de seu irmão, levanta e vai ver o que se passava, encontra seu irmão tudo sujo de merda, então vai até o quarto de sua mãe e a encontra dormindo profundamente, vai até o quarto da babá e encontra seu pai transando loucamente com ela, ambos ignoram ele e suas batida na porta, então vai dormir sem ajudar seu irmão.
    No outro dia seu pai pergunta novamente, entendeu filho o que é sociologia? e o filho responde , sim papai. Então o pai pede para o filho explicar e ele vai logo dizendo: enquanto o poder econômico fode com a classe trabalhadora o governo dorme profundamente, a população é ignorada e o futuro do país fica na merda.
    Gostou dessa piada sobre sociologia? Confira mais no site.
  • Processo de Socialização: para entender de vez o conceito

    Processo de Socialização: para entender de vez o conceito

    Processo de Socialização
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    A socialização é o processo pelo qual o ser humano se “civiliza”, internaliza as normas e valores coletivos. É a partir dela que o indivíduo toma para sí os comportamentos sociais como seus.
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    “Toda a educação consiste num esforço contínuo para impor às crianças maneiras [adequadas] de ver, sentir e agir às quais elas [supostamente] não chegariam espontaneamente (…). Desde os primeiros anos de vida, são as crianças forçadas a beber comer e dormir em horários regulares; são constrangidas a terem hábitos higiênicos, a serem calmas e obedientes; mais tarde, obrigamo-las a aprender a pensar nos demais, a respeitar usos e conveniências; forçamo-las ao trabalho, etc. […]” (DURKHEIM, 1974, p.5).
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    Mais ainda, para Durkheim (1974, p.5),
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    “[…] a educação tem justamente por objeto formar o ser social; pode-se então perceber, (…), de que maneira este se constitui através da história. A pressão de todos os instantes que sofre a criança é a própria pressão do meio social tendendo [permanentemente] a moldá-la à sua imagem e semelhança.”
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    O processo de socialização tem início a partir dos primeiros contatos com os outros indivíduos e instituições, sendo esses agentes socializadores. Estes por sua vez exercerão coerções a fim de “ensinar” como se integrar à sociedade e manter-se coesa a ela. Nesse sentido, a socialização é de extrema importância para que se mantenha a harmonia social.
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    Grosso modo, afirma-se que existem dois estágios ou tipos de socialização: primária e secundária. A socialização primária seria aquela onde a criança apreende as primeiras habilidades intelectuais e sociais, obtendo suas primeiras experiências com as convenções sociais. Geralmente a socialização primária ocorre no seio da família. Já a socialização secundária seria o contato, ou acesso, subsequente, ingressando em grupos e instituições da sociedade e absorvendo suas regras, práticas, convenções, crenças, etc. É por meio da socialização secundária que os indivíduos aprenderão a desempenhar seus diversos papeis sociais e obterão cultura, em seu sentido amplo.
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    Cristiano Bodart, doutor em Sociologia (USP) Professor do Programa de de Pós-Graduação em Sociologia (Ufal)
    Referência

    DURKHEIM, Emile. Educação e sociologia. São Paulo: Melhoramentos, 1973.

    ______________. As regras do método sociológico. São Paulo: Nacional, 1974.

     

    Como citar este texto:

    BODART, Cristiano das Neves. Para entender de vez o que é socialização. Blog Café com Sociologia. 2010. Disponível em: <https://cafecomsociologia.com/socializacao-con…icoes-da-obra-as/>. Acesso em: dia, mês, ano.

     
  • Charges sobre democracia

    Charges sobre democracia

    Para pensar charges sobre democracia é preciso inicialmente pensar no conceito. Democracia é um tema central da teoria política e um conceito que é frequentemente invocado em discussões sobre a organização política das sociedades contemporâneas. Trata-se de um conceito que possui várias dimensões e que pode ser abordado de diferentes perspectivas teóricas. Neste texto, vamos abordar algumas dessas perspectivas, discutindo o conceito de democracia, seus tipos e suas principais teorias.

    De acordo com Dahl (2001), a democracia é um regime político no qual as pessoas têm o poder de tomar decisões coletivas, seja diretamente ou através de representantes eleitos. Para o autor, a democracia é um sistema de regras que permitem que as pessoas possam controlar os poderosos e influenciar a tomada de decisões políticas. Seguindo essa linha de raciocínio, Arendt (2001) argumenta que a democracia é um espaço de liberdade e igualdade, onde as pessoas podem exercer sua autonomia política e participar ativamente na vida pública.

    No entanto, é importante notar que existem diferentes tipos de democracia. O mais comum é o modelo representativo, no qual os cidadãos elegem representantes que tomam decisões em seu nome. Esse modelo foi desenvolvido historicamente na Grécia Antiga, mas se tornou predominante na modernidade. Outro modelo é a democracia direta, em que os cidadãos participam diretamente das decisões políticas, sem a necessidade de representantes. Esse modelo é mais raro na prática, mas é frequentemente defendido por teóricos políticos como Rousseau (2010).

    Uma terceira forma de democracia é a democracia participativa, que se diferencia da democracia representativa pela ênfase na participação direta dos cidadãos em decisões políticas. Essa perspectiva é defendida por autores como Barber (1984), que argumentam que a participação cidadã é fundamental para garantir que as decisões políticas reflitam as necessidades e interesses das pessoas.

    Do ponto de vista teórico, existem várias perspectivas que buscam explicar a natureza da democracia. Uma delas é a perspectiva liberal, que se concentra na proteção dos direitos individuais e na limitação do poder do Estado. Autores como Mill (1991) e Rawls (2003) argumentam que a democracia é essencial para garantir a liberdade e a igualdade dos cidadãos.

    Outra perspectiva é a teoria crítica, que busca questionar as estruturas de poder que sustentam a democracia. Autores como Habermas (1997) argumentam que a democracia deve ser entendida como um processo contínuo de diálogo e negociação, que permita que as pessoas possam participar ativamente da vida política. Essa perspectiva enfatiza a necessidade de superar as desigualdades sociais e econômicas que limitam a participação dos cidadãos na vida pública.

    Por fim, temos a perspectiva republicana, que se concentra na virtude cívica e na participação ativa dos cidadãos na vida política. Autores como Pettit (1997) argumentam que a democracia deve ser entendida como um espaço de deliberação pública, em que as pessoas possam desenvolver .

    No entanto, críticos apontam que a democracia pode ser influenciada por fatores externos, como interesses econômicos, corrupção e manipulação da mídia, comprometendo a sua efetividade.

    Além disso, a teoria democrática também destaca a importância do pluralismo e da participação popular para o fortalecimento da democracia. Autores como Dahl (1989) enfatizam a necessidade da existência de múltiplas fontes de poder e a competição entre elas para garantir a representatividade e a proteção dos direitos e interesses de diferentes grupos sociais.

    Outras perspectivas teóricas apontam para a importância da participação ativa dos cidadãos na tomada de decisões políticas. A democracia participativa, proposta por autores como Pateman (1970) e Barber (1984), enfatiza a importância da participação direta dos cidadãos nas decisões políticas, por meio de mecanismos como orçamentos participativos e plebiscitos.

    Em termos de tipos de democracia, a literatura destaca algumas variações importantes. A democracia direta, por exemplo, é caracterizada pela participação direta dos cidadãos nas decisões políticas, sem a necessidade de representantes eleitos. A democracia representativa, por outro lado, é baseada na eleição de representantes para tomar decisões políticas em nome dos cidadãos.

    Alguns autores também destacam a importância da democracia deliberativa, que enfatiza a importância do diálogo e do debate público para a tomada de decisões políticas. Autores como Habermas (1996) argumentam que a democracia deliberativa permite que os cidadãos exerçam sua autonomia e participem ativamente no processo de tomada de decisões políticas.

    Em resumo, a democracia é um conceito complexo que tem sido objeto de estudo e debate em diversas áreas do conhecimento. Embora a democracia seja frequentemente vista como uma forma ideal de governo, há desafios e críticas importantes em relação à sua efetividade e aplicação na prática. As diferentes perspectivas teóricas sobre a democracia destacam a importância da representatividade, da participação popular e do diálogo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

    Uso de charges sobre democracia em sala

    As charges são uma forma de arte que utilizam humor e ironia para retratar assuntos cotidianos e, muitas vezes, políticos. Em aulas de sociologia, elas podem ser utilizadas como uma forma de ilustrar conceitos e teorias de forma acessível e engajante para os alunos.

    No contexto da democracia, as charges podem ser uma ferramenta útil para debater questões como a representatividade, participação popular e corrupção. Através das charges, é possível abordar de forma crítica e humorística as dinâmicas políticas do país e suas instituições.

    Autores como Bakhtin e Freud defendem que o humor e a ironia são formas importantes de expressão crítica e subversiva da realidade social. Bakhtin, em sua teoria sobre o carnaval, afirma que a inversão das hierarquias sociais durante o período carnavalesco é uma forma de questionar e subverter a ordem estabelecida. Freud, por sua vez, defende que o humor é uma forma de sublimar os desejos reprimidos, além de ser uma maneira de enfrentar a hostilidade do mundo externo.

    Dessa forma, ao utilizar charges sobre democracia em aulas de sociologia, os alunos são estimulados a desenvolverem um olhar crítico sobre a realidade social e política do país. Através do humor, é possível abordar temas complexos de forma lúdica e acessível, incentivando o engajamento e a participação dos alunos nas discussões sobre democracia e cidadania.

    Referências:

    BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

    BARBER, B. Strong Democracy: Participatory Politics for a New Age. University of California Press, 1984.

    DAHL, R. Democracy and Its Critics. Yale University Press, 1989.

    FREUD, S. O chiste e sua relação com o inconsciente. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

    HABERMAS, J. Between Facts and Norms: Contributions to a Discourse Theory of Law and Democracy. Polity Press, 1996.

    PATTEMAN, C. Participation and Democratic Theory. Cambridge University Press, 1970.

    SARTORI, G. Theory of Democracy Revisited. Chatham House Publishers, 1987.

    Algumas sugestões de charges

     

    Atividades  usando Charges sobre democracia

    Uma boa dica para trazer ao debate o tema DEMOCRACIA seria pedir aos alunos para dizerem por que a menina da charge está rindo tanto, para a partir daí continuar o debate levantando outras questões, tais como:

    Você concorda com a gargalhada da menina? Porquê?
    O que é democracia?
    Existem diferenças entre democracia ideal e democracia real?
    Você é a favor da democracia?
    Quais os benefícios de um sistema democrático? Quais os perigos ou malefícios?

    É isso!

     

     

    Gostou deste texto? Quais charges sobre democracia você recomenda. Cite nos comentários!

  • Por um planejamento urbano democrático

    Com o desenvolvimento das políticas Neoliberais, após a crise do Estado keynesiano, o planejamento urbano passou por um período de crise e logo em seguida por adequações das tendências dos anos 90: um planejamento de marketing dos espaços urbanos, onde este, em muitos casos, passou a ser visto como Um “produto a ser vendido”. O caminho tomado pelo planejamento urbano foi rumo aos interesses do mercado.
    Dentro desse contexto, a favela deixou de ser vista como um problema social urbano, para ser enquadrar a um problema meramente paisagístico. A partir desse modelo, a cidade deve, acima de tudo, vender a imagem de ser um bom espaço de investimentos externos. Exemplificando tal realidade podemos mencionar a visita do presidente dos Estados Unidos da América ao Brasil em março de 2007. Nessa ocasião entrou em cena a ação da prefeitura de São Paulo em “melhorar a paisagem”, retirando os barracos existentes nos lugares onde o referido presidente possivelmente passaria. A tal ação da prefeitura daquele município é reflexo da atual tendência de planejamento regional ou urbano. Torna-se necessário retomarmos a um planejamento regional que tem como finalidade a melhoria da qualidade de vida da população. Romper com a visão elitista, deixando de servir apenas aos investidores e atender a toda a população deve ser o objetivo de toda ação pública de planejamento.
    Embora o contexto atual seja predominantemente marcado por um planejamento nos moldes neoliberais, a própria globalização ampliou e difundiu os ideais democráticos pelo mundo ocidental e isso tem possibilitado um despertar da população, onde esta tem buscado uma participação mais ativa nas questões sociais. O planejamento regional e urbano, ao contrário do que afirmam os neoliberais, é um ato político que deve ter como ponto central a melhoria de vida da população, portanto, inerente às questões sociais. A participação popular nas decisões públicas relacionadas ao planejamento urbano é sem dúvida um avanço. Os planejadores devem ouvir os anseios de todas as classes, a partir daí atuar de forma mais eficiente na busca por um espaço de melhor vivência, minimizando os embates sociais.
    Práticas como o orçamento participativo são indicadores de que uma nova visão de gestão pública se materializa, resta agora ampliar a participação social para as decisões de planejamento de médio e longo prazo, o que já, de certa forma, se iniciou por meio da Agenda 21. Torna-se necessário tais práticas se tornarem corriqueiras e realistas (ir além da aparência).
    Planejar o espaço urbano deve ser, antes de tudo, um ato político nos moldes democrático e nunca um ato em prol de uma única classe como querem os neoliberais.

                                                                                                                      Cristiano das N. Bodart

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    With the development of Neo-liberal policies after the crisis of the Keynesian state, city planning went through a crisis period and immediately followed by adjustments of the trends of the 90s: A marketing planning of urban spaces, where this, in many cases, came to be seen as a “product to be sold.” The path taken by the urban planning has been towards the interests of the market.

    Within this context, the favela is no longer seen as an urban social problem, to be framing the issue merely a landscape. From this model, the city must, above all, sell the image of being a good place for foreign investment. Exemplifying this fact we can mention the visit of President of the United States to Brazil in March 2007. On that occasion came on the scene action from the City of St. Paul “to improve the landscape, removing the existing shacks in places where that would possibly president. The action of this city that county is a reflection of the current trend of regional or urban planning. It is necessary to resume a regional planning that aims to improve the quality of life. Break with the elitist approach, leaving only to serve investors and cater to the entire population should be the goal of every public action planning.

    Although the current context is predominantly marked by a planning along the lines neoliberal globalization itself has expanded and spread democratic ideals throughout the western world and this has enabled an awakening of the population, where it has sought more active participation in social affairs. Regional planning and urban development, contrary to what the neoliberals claim, is a political act which should have improved as the focal point of life, therefore, inherent to social issues. Popular participation in public decisions related to urban planning is undoubtedly a breakthrough. Planners should hear the yearnings of all classes, from there to act more efficiently in the search for a better living space, minimizing social conflicts.

    Practices such as participatory budgeting are indicators that a new vision of public management is materialized, it remains now to extend the social participation for the planning decisions of medium and long term, which has somehow, started by Agenda 21 . It is necessary to such practices become commonplace and realistic (to go beyond appearance).

    Planning the urban space should be, above all, a democratic political act in the manner and never an act in favor of a single class as the neoliberals want.

    by Cristiano das N. Bodart

     

  • Fundadores das políticas públicas: teóricos que inauguraram um campo

    Abaixo um fragmento do texto de Celina Souza, intitulado “Políticas públicas: uma revisão da literatura”. Trata-se de uma ótima leitura sobre a temática Políticas Públicas.
    Os “pais” fundadores da área de políticas públicas
    “(…)
    Considera-se que a área de políticas públicas contou com quatro grandes “pais” fundadores: H. Laswell, H. Simon, C. Lindblom e D. Easton.
    Laswell (1936) introduz a expressão policy analysis (análise de política pública), ainda nos anos 30, como forma de conciliar conhecimento científico/acadêmico com a produção empírica dos governos e também como forma de estabelecer o diálogo entre cientistas sociais, grupos de interesse e governo.
    Simon (1957) introduziu o conceito de racionalidade limitada dos decisores públicos (policy makers), argumentando, todavia, que a limitação da racionalidade poderia ser minimizada pelo conhecimento racional. Para Simon, a racionalidade dos decisores públicos é sempre limitada por problemas tais como informação incompleta ou imperfeita, tempo para a tomada de decisão, auto-interesse dos decisores, etc., mas a racionalidade, segundo Simon, pode ser maximizada até um ponto satisfatório pela criação de estruturas (conjunto de regras e incentivos) que enquadre o comportamento dos atores e modele esse comportamento na direção de resultados desejados, impedindo, inclusive, a busca de maximização de interesses próprios.
    Lindblom (1959; 1979) questionou a ênfase no racionalismo de Laswell e Simon e propôs a incorporação de outras variáveis à formulação e à análise de políticas públicas, tais como as relações de poder e a integração entre as diferentes fases do processo decisório o que não teria necessariamente um fim ou um princípio. Daí por que as políticas públicas precisariam incorporar outros elementos à sua formulação e à sua análise além das questões de racionalidade, tais como o papel das eleições, das burocracias, dos partidos e dos grupos de interesse.
    Easton (1965) contribuiu para a área ao definir a política pública como um sistema, ou seja, como uma relação entre formulação, resultados e o ambiente. Segundo Easton, políticas públicas recebem inputs dos partidos, da mídia e dos grupos de interesse, que influenciam seus resultados e efeitos.
    O que são políticas públicas
    Não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja política pública. Mead (1995) a define como um campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas e Lynn (1980), como um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos. Peters (1986) segue o mesmo veio: política pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. Dye (1984) sintetiza a definição de política pública como “o que o governo escolhe fazer ou não fazer”.3 A definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja, decisões e análises sobre política pública implicam responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz.
    Outras definições enfatizam o papel da política pública na solução de problemas. Críticos dessas definições, que superestimam aspectos racionais e procedimentais das políticas públicas, argumentam que elas ignoram a essência da política pública, isto é, o embate em torno de ideias e interesses. Pode-se também acrescentar que, por concentrarem o foco no papel dos governos, essas definições deixam de lado o seu aspecto conflituoso e os limites que cercam as decisões dos governos. Deixam também de fora possibilidades de cooperação que podem ocorrer entre os governos e outras instituições e grupos sociais.
    No entanto definições de políticas públicas, mesmo as minimalistas, guiam o nosso olhar para o locus onde os embates em torno de interesses, preferências e ideias se desenvolvem, isto é, os governos. Apesar de optar por abordagens diferentes, as definições de políticas públicas assumem, em geral, uma visão holística do tema, uma perspectiva de que o todo é mais importante do que a soma das partes e que indivíduos, instituições, interações, ideologia e interesses contam, mesmo que existam diferenças sobre a importância relativa destes fatores.
    Assim, do ponto de vista teórico-conceitual, a política pública em geral e a política social em particular são campos multidisciplinares, e seu foco está nas explicações sobre a natureza da política pública e seus processos. Por isso, uma teoria geral da política pública implica a busca de sintetizar teorias construídas no campo da sociologia, da ciência política e da economia. As políticas públicas repercutem na economia e nas sociedades, daí por que qualquer teoria da política pública precisa também explicar as inter-relações entre Estado, política, economia e sociedade. Tal é também a razão pela qual pesquisadores de tantas disciplinas – economia, ciência política, sociologia, antropologia, geografia, planejamento, gestão e ciências sociais aplicadas – partilham um interesse comum na área e têm contribuído para avanços teóricos e empíricos.
    Pode-se, então, resumir política pública como o campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações (variável dependente). A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real.
    Se admitirmos que a política pública é um campo holístico, isto é, uma área que situa diversas unidades em totalidades organizadas, isso tem duas implicações. A primeira é que, como referido acima, a área torna-se território de várias disciplinas, teorias e modelos analíticos. Assim, apesar de possuir suas próprias modelagens, teorias e métodos, a política pública, embora seja formalmente um ramo da ciência política, a ela não se resume, podendo também ser objeto analítico de outras áreas do conhecimento, inclusive da econometria, já bastante influente em uma das subáreas da política pública, a da avaliação, que também vem recebendo influência de técnicas quantitativas. A segunda é que o caráter holístico da área não significa que ela careça de coerência teórica e metodológica, mas sim que ela comporta vários “olhares”. Por último, políticas públicas, após desenhadas e formuladas, desdobram-se em planos, programas, projetos, bases de dados ou sistema de informação e pesquisas. Quando postas em ação, são implementadas, ficando daí submetidas a sistemas de acompanhamento e avaliação”.
    Quem desejar ler o texto na íntegra o link é: