
Fonte: DICIONÁRIO DE SOCIOLOGIA. Sob a direção de RAYMOND BOUDON, PHILIPPE BESNARD, MOHAMED CHERKAOUI e BERNARD-PIERRE LÉCUYER. Tradução de António J. Pinto Ribeiro. PUBLICAÇÕES DOM QUIXOTE. LISBOA. 1990
Fonte: DICIONÁRIO DE SOCIOLOGIA. Sob a direção de RAYMOND BOUDON, PHILIPPE BESNARD, MOHAMED CHERKAOUI e BERNARD-PIERRE LÉCUYER. Tradução de António J. Pinto Ribeiro. PUBLICAÇÕES DOM QUIXOTE. LISBOA. 1990
Para uma introdução aos clássicos da Sociologia (Marx. Weber e Durkheim) indico a leitura do livro “Um toque de Clássicos”. Embora a net disponibilize um link para baixá-lo em PDF . Eu sugiro que comprem o livro, pois se trata de um livro/manual para professores de Sociologia do Ensino Médio e demais interessados na Sociologia Clássica.
O livro pode ser comprado no site
https://www.livrariasaraiva.com.br/produto/125087/um-toque-de-classicos-marx-durkheim-e-weber/ ou se preferir pode ser encontrado na Estante Virtual com um preço bem mais barato.
O Gustavo Noronha Silva, fez um resumo do livro e disponilizou na net em https://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias-sociais/resenhas/sociologia/resenha-classicos-da-sociologia.pdf
Fica a dica de leitura.
Por Herbet de Souza (Betinho)
Não é por acaso que a palavra cidadania está sendo cada vez mais falada e praticada na sociedade brasileira. Uma boa onda democrática que vem rolando mundo afora chegou ao Brasil há algum tempo e tem nos ajudado a descobrir como dar conta do que acontece na vida pública.
Cidadania é a consciência de direitos democráticos, é a prática de quem está ajudando a construir os valores e as práticas democráticas. No Brasil, cidadania é fundamentalmente a luta contra a exclusão social e a miséria e mobilização concreta pela mudança do cotidiano e das estruturas que beneficiam uns e ignoram milhões de outros. E querer mudar a realidade a partir da ação com os outros, da elaboração de propostas, da crítica, da solidariedade e da indignação com o que ocorre entre nós.
Um cidadão não pode dormir com um sol deste: milhares de crianças trabalhando em condições de escravidão, trabalhadores sobrevivendo com suas famílias num quadro de miséria e de fome, a exploração da mulher, a discriminação do negro, uma elite rica esbanjando indiferença num mundo de festas e desperdícios escandalosos, de banqueiros metendo a mão no dinheiro do depositante, da polícia batendo em preto e pobre.
A fome é a realidade, o efeito e o sintoma da ausência de cidadania. O ponto de partida e de chegada das ações cidadãs. A negação radical da miséria é um postulado de mudança radical de todas as relações e processos que geram a miséria. É passar a limpo a história, a sociedade, o Estado e a economia. Não estamos falando de coisas abstratas, de boas intenções ou desejos humanitários de alguns.
Cidadania é, portanto, a condição da democracia. O poder democrático é aquele que tem gestão, controle, mas não tem domínio nem subordinação, não tem superioridade nem inferioridade. Uma sociedade democrática é uma relação entre cidadãos e cidadãs. É aquela que se constrói da sociedade para o Estado, de baixo para cima, que estimula e se fundamenta na autonomia, independência, diversidade de pontos de vista e, sobretudo, na ética – conjunto de valores ligados à defesa da vida e ao modo como as pessoas se relacionam, respeitando as diferenças, mas defendendo a igualdade de acesso aos bens coletivos.
O cidadão é o indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente de todas as questões da sociedade. Um cidadão com sentido ético forte e consciência de cidadania não abre mão desse poder de participação.
Texto publicado no encarte da revista Democracia, n. 113, 1995.
Publicado originalmente em: https://www.conversascombetinho.org.br/com_a_palavra/cidadania_fome.htm
Claude Lévi-Strauss foi sem dúvida o principal antropólogo estruturalista.
Se dedicou aos estudos das culturas particulares dos vários agrupamentos humanos, assim como se preocupou em construir um modelo teórico que permitisse apreender as invariantes, os elementos constantes de cada uma.
Nas palavras de Cuche, Lévi-Strauss procurou “ultrapassar a abordagem particularista das culturas”, estudando “a invariabilidade da Cultura”, uma vez que “as culturas particulares não podem ser compreendidas sem referência à Cultura, ‘esse
capital comum’ da humanidade e do qual elas se alimentam para elaborar seus modelos específicos”.
Para Lévi-Strauss existem dois conceitos opostos: a Cultura e a Natureza. O primeiro remete ao estágio em que o homem organiza a vida social; o segundo, ao material ainda não-organizado pela Cultura.
Para ele as sociedades – de alguma maneira – vão substituindo a Natureza pela Cultura, uma vez que vão sendo criadas, ao longo do tempo, regras para o “bom” funcionamento da sociedade. Quando mais elementos culturais vão sobrepondo aos aspectos naturais, mais complexa se torna a sociedade em questão. Cada grupo social tende a se omplexar, em diferentes espaços/tempo e de diversos formas.
Podemos, assim, afirmar que o que, de acordo com Lévi-Strauss, diferencia uma cultura da outra não é que uma está mais próxima da Cultura e outra da Natureza, mas sim o modo como cada uma estrutura, pela Cultura, a vida social. A diferenciação entre os grupos sociais está diretamente ligada ao modo como tal sociedade se organiza, dái o temos como um teórico Estruturalista.
Fonte: Adaptado e ampliado do “Sistema Anglo de Ensino”. Sociologia/Ensino Médio
Confira a entrevista que Lévi-Strauss deu em 1998 a Beatriz Perrone Moisés
( Professora do Departamento de Antropologia – USP) em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-77011999000100002&script=sci_arttext
Nessa entrevista
Ambas palavras são utilizadas de forma indiscriminadas, como se fossem sinônimos, quando na verdade são conceitos diferentes.
Tentarei ser simples a fim de esclarecer tal diferença:
Governaça está ligado a legitimidade e a eficiência. Ex: quando há falta de governança falta no político legitimidade de suas ações ou eficiência em seus programas, o que acarreta, geralmente, falta de legitimidade.
Governabilidade está ligado a questões sistêmicas. Exemplo: quando falta governabilidade é devido a problemas sistêmicos, como por exemplo o sistema eleitoral ou o sistema legislativo…
é isso…
Composição: gilberto gil
“Agora obrigatórias no ensino médio brasileiro, as aulas de sociologia e filosofia abusam de conceitos rasos e tom panfletário. Matemática que é bom…”
O nome do ignorante “reporte” da frase acima é Marcelo Bortoloti. Esse “cidadão” provou que muitos escritores de revistas como a VEJA não sabem o que dizem (para ser educado com eles).
Na ideia, se é que tem alguma, do tal “reporte”, o ensino deve limitar-se a Matemática?
Entre as diversas bobagens ele escreveu:
“O viés presente nas aulas de sociologia e filosofia tem suas raízes fincadas nas faculdades de ciências sociais – de onde saíram, ou a que ainda pertencem, os professores responsáveis pela confecção dos atuais currículos. Desde a década de 70, quando se firmaram como trincheiras de combate à ditadura militar nas universidades, tais cursos se ancoram no ideário marxista (…)”.
Não! as aulas de Sociologia têm suas raízes fincadas nas faculdades de Matemática!!!!! Será que isso é só ignorância?
Não sabe o ignorante que a liberdade de expressar tantas bobagens foi graças a tais trincheiras.
É muita bobagem para uma só reportagem. O ignorante se utilizou de casos isolados para atacar a Sociologa e seus professoras.
Caso queira ler as bobagens: https://veja.abril.com.br/310310/ideologia-cartilha-p-116.shtml
“Indivíduos racionais podem escolher limitar suas próprias escolhas no futuro antecipando seu próprio comportamento irracional ou miópico. (…) Essa irracionalidade pode assumir a forma de paixões políticas ou de limitações na forma como os indivíduos fazem escolhas intertemporais. Os incentivos do mercado político levam os atores políticos a utilizarem-se de uma alta taxa de desconto ao comparar benefícios futuros com benefícios presentes. Assim, em virtude da estrutura de incentivos em que operam, legisladores racionais são levados a preferir benefícios menores no curto prazo a benefícios maiores no longo prazo” (MELLO, 2001. p. 63).
“O isolamento — ou “insulamento” — burocrático dessas elites asseguraria a prevalência da racionalidade técnica sobre a racionalidade política, evitando-se assim a “balcanização do Estado” (MELLO, 2001. p. 61).
…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..
THE POLITICS OF REGULATORY ACTION: accountability, credibility and delegation
By Cristiano Bodart
Marcus André Melo search, first, to discuss the regulatory agencies as the institutional form: its evolution and recent creation. Later discusses the tension between delegation and accountability that underlies the creation of independent agencies.
To him independent regulatory institutions are the centerpieces of economic management and its impact on macroeconomic performance and welfare of citizens is directly linked to them.
The author discusses the delegation of autonomy to regulatory agencies as rational choice of rulers, in a globalized economic environment, in order to gain credibility.
Melo identifies four modes of regulatory action in the economy, they are: a) public ownership of firms or sectors of the economy, b) the exercise of regulatory activities directly by departments or agencies of the executive bureaucracy, c) the various forms self-regulation through corporatist arrangements and d) public regulation with private property, typically American, based on a peculiar institutional form: the regulatory agency endowed with nontrivial degrees of autonomy.
To explain what causes the legislature to adopt bureaucratic insulation appropriates the Rational Choice Theory.
For him the legislature is aware that its renewal will depend on whether or not the position of their decisions and their performance in office. Thus, there is an incentive to act in the interests of voters. However, voters do not hold any information relevant to assessing the performance of their representatives, so this will tend to get better results, even if you have to give up shares in time to yield positive results in the medium term, which often means give some degree of isolation of the bureaucracies.
“Rational Individuals may choose to limit their own choices in the future by anticipating their own irrational or myopic behavior. (…) This irrationality may take the form of political passions or limitations on how individuals make intertemporal choices. The incentives of the political market lead political actors to use is a high discount rate to compare future benefits with present benefits. Thus, because of the incentive structure in which they operate, rational legislators are led to prefer lower benefits in the short term the greatest benefit in the long period “(Mello, 2001. p. 63).
For Lee, the project of streamlining the bureaucracy culminates in a project of delegating substantive decisions “, removing the influences of short-term political actions, since they provide all the constraints of the” electoral connection “or competition policy would lead to fiscal irresponsibility and a “populist macroeconomic policy.”
“Isolation – or” isolation “- these bureaucratic elites ensure the prevalence of technical rationality on political rationality, thus avoiding the” balkanization of the state “(Mello, 2001. P. 61).
Melo to “the ability of insulation of the bureaucratic elites in relation to new short-term pressures of electoral dynamics and interest groups was considered as a central strategy for successful experiences of structural reforms and stabilization programs.” Clearly, there are criticisms to this stance, for example, the democratic deficit