Blog

  • Normal e patológico em Durkheim

    Normal e patológico em Durkheim

    Para Émile Durkheim, o termo “patológico” se refere ao que é anormal ou desviante em relação às normas e padrões da sociedade. Já o termo “normal” se refere ao que é considerado comum ou regular de acordo com essas normas e padrões.

    Durkheim acreditava que as normas e os valores da sociedade eram fundamentais para a coesão e o funcionamento da sociedade, e que o comportamento patológico representava uma ameaça à estabilidade e à harmonia social. Ele defendia a importância de se estudar os fatos sociais de forma científica e objetiva para entender os mecanismos que regulam a sociedade e as causas do comportamento patológico.

    Para Durkheim, o comportamento patológico podia ser entendido como um fenômeno social que ocorria quando as normas e os valores da sociedade eram violados ou quando havia um desequilíbrio entre as diferentes partes da sociedade. Ele acreditava que o comportamento patológico podia ser corrigido através da educação e da reinserção social, e que a sociedade deveria se responsabilizar por essa tarefa.

    Em resumo, para Durkheim, o termo “patológico” se refere ao que é anormal ou desviante em relação às normas e padrões da sociedade, enquanto o termo “normal” se refere ao que é considerado comum ou regular de acordo com essas normas e padrões. Durkheim acreditava que o comportamento patológico podia ser entendido como um fenômeno social e que a sociedade deveria se responsabilizar por corrigi-lo.

    Normal e patológico em Durkheim

     

    Por Cristiano das Neves Bodart

     

    Duas classificações dos fenômenos sociais são importantes e interligadas no pensamento de Durkheim: o fenômeno social normal e o fenômeno social patológico.
    O que seria normal e o que seria patológico para esse sociólogo? Essa pergunta é bastante pertinente, na medida em que na busca pela diferenciação torna-se mais fácil compreender essas duas classificações sociológicos.
    Em síntese, Durkheim (1983) considera que os fenômenos sociológicos (e também biológico) podem ser classificados em dois tipos básicos: aqueles que são comuns a toda espécie e “[…] encontram-se senão em todos os indivíduos, pelo menos na maior parte deles e apresentam variações de um sujeito para outro compreendidas entre limites muito próximos” (p. 114) e os fenômenos excepcionais, que, “[…] além de surgirem em minorias, muitas vezes chegam a durar a vida inteira dos indivíduos ” (p.114).
    Com base nesses dois tipos de fenômenos, normais e excepcionais, Durkheim (1983, p.114) estabelece um tipo médio, que serve como norma genérica. Para ele o tipo médio seria:

    “[…] o ser esquemático que resultaria da união num mesmo ser, numa espécie de individualidade abstrata, das características mais frequentes da espécie e das formas mais frequentes destas características, poder-se-á afirmar que o tipo normal se confunde com o tipo médio, e que qualquer desvio em relação a este padrão de saúde é um fenômeno mórbido” (DURKHEIM, 1983, p.114).

    Durkheim (1983, p. 118) afirma que a classificação do fenômeno em normal ou patológico está relacionada à sua frequência na sociedade. Formula, então, três critérios para distinguir o normal do patológico. Assim, apresenta três critérios para distinguir o normal do patológico:
    “1° – Um fato social é normal para um tipo social determinado, considerado numa fase determinada de desenvolvimento, quando se produz na média das sociedades desta espécie, consideradas numa fase correspondente de desenvolvimento;
    2° – Os resultados do método precedente podem verificar-se mostrando que a generalidade do fenômeno está ligada às condições da vida coletiva do tipo social considerado;
    3° – Esta diversificação é necessária quando um fato diz respeito a uma espécie social que ainda não cumpriu uma evolução integral”.
    Em suma, para Durkheim (1983, p. 110) a sociedade “[…] confina duas ordens de fatos bastante diferentes: aqueles que são os que devem ser e aqueles que deveriam ser diferentes daquilo que são, os fenômenos normais e patológicos”. Nessa direção, patológico é compreendido como um problema que deve ter suas causas compreendidas e caberia ao sociólogo colaborar para apresentar soluções e, com isso, retomar a sua normalidade.
    É importante estarmos atentos ao fato de que não há um regra universal para distinguir que é normal e o que é patológico, o que deve ser pensado em relação ao tipo de sociedade em particular que o fenômeno ocorre, assim como a fase do desenvolvimento histórico desta. Assim, o que é patológico em uma sociedade pode não ser em outra; o que foi anteriormente normal em uma sociedade pode se tornar hoje ou amanhã patológico.
    Referências
    DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. Trad. de Carlos Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Abril Cultural, 2a. edição, série “Os Pensadores”. Seleção de textos de José Arthur Gianotti. 1983.
    …                …              …             …

     

    Publicado originalmente em 04 de setembro de 2015

     

    Usou esse texto? Como citá-lo?

     

    BODART, Cristiano das Neves. Normal e patológico em Durkheim. Blog Café com Sociologia. 2015. Disponível em:<https://cafecomsociologia.com/2015/09/normal-e-patologico-em-durkheim.html>. Acesso em: dia, mês e ano.
  • Dica de leitura: Capitalismo pandêmico, de Ricardo Antunes

    Dica de leitura: Capitalismo pandêmico, de Ricardo Antunes

    Capitalismo pandêmico
    Capitalismo pandêmico

    Ricardo Antunes, um dos sociólogos brasileiros mais respeitados na comunidade acadêmica nacional, nos presenteia com mais uma obra: Capitalismo pandêmico (2022).

    A obra é lançada pela Boitempo, ainda no contexto de pandemia, no ano de 2022. Discussões em torno do trabalho, do capitalismo, do proletariado e do mundo do trabalho não realizadas de forma localizada no contexto pandêmico brasileiro.

    A obra está organizada em três partes e possui 12 capítulos distribuídos em suas 151 páginas. O livro pode ser encontrado no site da Boitempo, AQUI.

  • Dica de leitura: Independência do Brasil: a história que não terminou

    Dica de leitura: Independência do Brasil: a história que não terminou

    Independência do Brasil
    Independência do Brasil: a história que não terminou

    Independência do Brasil: a história que não terminou, organizado por Antonio Carlos Mazzeo e Luiz Bernardo Pericás, publicado pela Boitempo, é uma leitura para quem deseja, de forma crítica, pensar a independência do Brasil.

    A proposta da obra é conduzir os leitores a uma reflexão crítica após duzentos anos após o grito do Ipiranga,

    O livro conta com a autoria de um conjunto de pesquisadores e traz 12 capítulos, distribuídos ao longo de suas 303 páginas.

    O livro pode ser adquirido no site da Boitempo, AQUI

  • Dica de leitura: Colonialismo e luta anticolonial: desafios da revolução no século XXI

    Dica de leitura: Colonialismo e luta anticolonial: desafios da revolução no século XXI

    Colonialismo e luta anticolonial
    Colonialismo e luta anticolonial

    Uma boa dica de leitura é a obra do italiano Domenico Losurdo, um dos maiores pensadores marxistas contemporâneos. Me refiro a obra: Colonialismo e luta anticolonial: desafios da revolução no século XXI, publicada pela Boitempo.

    Trata-de de uma leitura voltada que nos permite ampliar nossa percepção em torno do imperialismo e o colonialismo. 

    Trata-se de uma coletânea organizada pelo historiador Jones Manoel. A obra é composta de 12 intervenções textos derivados de artigos, transcrições de palestras e entrevistas.

    Você pode encontrar a obra diretamente no site da Boitempo, AQUI.

  • Dica de leitura: Problemas centrais em teoria social, de Giddens

    Dica de leitura: Problemas centrais em teoria social, de Giddens

    Problemas centrais em teoria socialSem dúvida Antony Giddens é uma dos mais conceituados cientistas sociais da contemporaneidade. A Editora Vozes em 2018 publicou uma de suas obras que deve ser lida por todos os que buscam compreender suas ideias e (re)pensar as teorias sociológicas. Trata-de da obra “Problemas centrais em Teoria Social: ação, estrutura e contradição na análise sociológica“.

    Nessa obra, Giddens discute várias questões centrais nas Ciências Sociais, tais como o “estruturalismo e a teoria do sujeito”, “agência e estrutura”, “instituição, reprodução e socialização”, “contradição, poder e materialismo histórico”, “ideologia e consciência”, “tempo, espaço e mudança social”. 

    A obra pode ser adquirida AQUI

  • Dica de leitura: Por uma nova Sociologia Clássica

    Dica de leitura: Por uma nova Sociologia Clássica

    Por uma nova sociologia classica
    Por uma nova Sociologia clássica

    É possível encontramos em língua portuguesa o texto “Por uma nova Sociologia Clássica: re-unindo Teoria social, Filosofia Moral e os Studies” (Towaeds a New Classical Sociology: a proposal and a debate), de Alain Caillé e Frédéric Vandenberghe. Isso acontece pelo esforço de tradução de Bruno Gambarotto e Tiago Panica Pontes e publicação da Editora Vozes.

    O livro, de 180 páginas, traz uma série de reflexões acerca do atual estado das Ciências Sociais, mais especificamente buscando contribuir para a construção e consolidação de uma teoria social geral calcada em linhas antiutilitaristas. A obra destina-se aos que buscam compreender as dinâmicas do campo das Ciências Sociais, suas conformações e transformações teóricas.

    O livro pode ser adquirido AQUI

  • Dica de Leitura: O senso prático, de Pierre Bourdieu

    Dica de Leitura: O senso prático, de Pierre Bourdieu

    O senso prático
    O senso prático

    Para você que deseja ter contato com o que há de melhor na teoria social contemporânea, não pode deixar de conhecer as contribuições de Pierre Bourdieu.

    A Editora Vozes em 2013 publicou em língua portuguesa a obra de Bourdieu “O senso prático”. Trata-se de um livro onde grande parte de sua teoria é exposta. É, sem dúvida, uma leitura obrigatória para quem estuda teoria social. O livro que tem 461 páginas e está em sua 3ª edição e pode ser encontrada no site da Editora Vozes, AQUI.

     

  • Dica de leitura: Antropologia da Educação, de Franz Boas

    Dica de leitura: Antropologia da Educação, de Franz Boas

    Antropologia da EducaçãoA editora Contexto lança a obra “Antropologia da Educação”. Trata-se de uma reunião de textos de Franz Boas sobre o tema.  

    Franz Boas é um dos mais importantes antropólogos do século XX, tendo deixado uma vasta contribuição a Antropologia. O livro em questão facilita aos que desejam ter acesso ao que Boas escreveu sobre Educação.

    A obra tem 128 páginas e conta com 13 textos de Boas, todos traduzidos e reunidos por José Carlos Pereira.

    Onde adquirir: https://www.editoracontexto.com.br/produto/antropologia-da-educacao/5284613

  • Eu quero, ao menos, tentar voar: Estrutura social e liberdade individual

    Eu quero, ao menos, tentar voar: Estrutura social e liberdade individual

    A liberdade individual é um conceito fundamental da filosofia e da teoria política, que se refere à autonomia e ao autodeterminação de cada indivíduo. É a capacidade de agir de acordo com suas próprias vontades e escolhas, sem ser impedido ou coagido por outras pessoas ou pelo Estado.

    A liberdade individual é considerada um direito fundamental e é protegida por diversos tratados internacionais e constituições. Ela é um dos pilares da democracia e da sociedade liberal, e é vista como fundamental para o desenvolvimento da personalidade e da cidadania de cada indivíduo.

    A liberdade individual inclui vários aspectos, como a liberdade de expressão, de consciência, de religião, de associação e de reunião. Ela também inclui o direito de cada indivíduo de tomar suas próprias decisões e de agir de acordo com suas próprias crenças e valores, desde que essas ações não prejudiquem os direitos e a segurança de outras pessoas.

    A liberdade individual, no entanto, nem sempre é absoluta e pode ser limitada pelo Estado ou pela lei em casos em que as ações de um indivíduo prejudiquem a segurança ou os direitos de outros. Por exemplo, o Estado pode restringir a liberdade de expressão em casos em que essa expressão incite à violência ou à discriminação.

    Alguns filósofos, como John Stuart Mill, defendem que a liberdade individual é fundamental para o progresso e o desenvolvimento humano, e que o Estado deve garantir o máximo de liberdade possível para os indivíduos, desde que essa liberdade não prejudique a segurança e os direitos de outras pessoas. Outros filósofos, como Jean-Jacques Rousseau, defendem que a liberdade individual deve ser limitada em favor da coesão e do bem-estar da sociedade.

    Em resumo, a liberdade individual é a autonomia e o autodeterminação de cada indivíduo, e inclui vários aspectos, como a liberdade de expressão, de consciência, de religião, de associação e de reunião. Ela é protegida por diversos tratados internacionais e constituições e é um dos pilares da democracia e da sociedade liberal. No entanto, a liberdade individual nem sempre é absoluta e pode ser limitada pelo Estado ou pela lei em casos em que as ações de um indivíduo prejudiquem a segurança ou os direitos de outros.

    >
    Cristiano Bodart é doutor em Sociologia (USP) e professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas.

    A descoberta da existência da “lei da gravidade” parecia, a princípio, que estava-se dizendo que o homem não poderia voar e que estaria fadado a permanecer no solo. Passado algum tempo, o homem venceu a gravidade e alçou voos altos e duradouros, tendendo a ter o avião, se já não é, como o meio de transporte mais usado em grandes distâncias.

    Nas Ciências Sociais…

    Com o surgimento e desenvolvimento da Sociologia descobriu-se uma lei social: a de que somos frutos da sociedade a qual vivemos. Inicialmente acreditava-se em algo do tipo “filho de peixe, peixinho é” ou ainda, “uma fruta não cai longe da sua árvore”, “filho de pobre, pobre será” e outros pensamentos deterministas. Em outras palavras, o indivíduo era visto como produto do meio a qual está inserido, portanto, será semelhante aos indivíduos de seu meio, sobretudo nas condições socioeconômicas.

    Passado alguns anos, tem-se a ideia de que o raciocínio do peixe ou da fruta não cabe dentro do saber das Ciências Humanas, sobretudo da Sociologia, o que não significa dizer que a “lei social” de que o indivíduo é fruto da sociedade a qual está inserido foi invalidada, da mesma forma que o avião não invalidou a lei da gravidade. É consenso hoje na Sociologia, que a lei social é uma regra e que existem, como toda regra, exceções, e estas são muitas e variadas.

    Remar contra a maré…

    Em outros termos, você e eu estamos sujeitos, com grande possibilidade, de sermos uma reprodução do que são nossos pais e grupo social, especialmente nas condições socioeconômicas. O jovem que nasce na favela tende a continuar residindo nela até o fim de seus dias. O filho de um empresário bem-sucedido tem diversas disposições sociais favoráveis a seu futuro econômico.

    A estrutura social a qual estamos inseridos nos fornece as mesmas oportunidades dadas aos nossos pares, assim como também nos priva das mesmas oportunidades. Há em nosso entorno uma estrutura social que nos conduz a sermos moldados e limitados por ela. O jovem que estuda em boa escola tende a ter uma condição social posterior melhor do que o indivíduo que não teve acesso a essa escola. Essa é a “lei social”.

    Mas dizer que existe uma lei social que influencia a sermos uma reprodução dos nossos pares não quer dizer que seremos ou que estamos fadados a ser. No caso da vida social, uma “fruta” pode sim “cair longe do pé”. Assim como a gravidade não impede de voarmos. Podemos tomar trajetórias diferentes, embora exija esforço (grande para uns e menores para outros), como ocorre na tentativa de romper com a gravidade ou remar contra a maré. Não foi fácil voar e certamente não será fácil para muitos “cair longe da árvore”. Mas precisamos ser resistência!

    Você pode mais do que imagina. Olhar ao redor e deixar a vida “te levar” – como diz uma canção brasileira – é tornar o futuro previsível; é abandonar a possibilidade de você ser uma exceção; é se contentar em “cair próximo da árvore”. Ainda que não tenha asas, você pode voar. Mesmo que suas condições materiais não sejam animadoras, você pode alçar voos mais promissores do que imagina. Certamente não dependerá apenas de “força de vontade”, mas sem ela a Lei social será, mais que uma regra, será absoluta sobre você.

    Eu, particularmente, quero ao menos tentar. Quero ser resistência à maré! Quem sabe eu consiga voar…

    Originalmente publicado em: https://www.portal27.com.br/eu-quero-ao-mesmo-tentar-voar/

  • Onacirema – adaptado de Ritos corporais entre os Nacirema (Horace Miner)

    Onacirema – adaptado de Ritos corporais entre os Nacirema (Horace Miner)

    O onacirema: Ritos corporais entre os nativos

    Adaptado por Cristiano Bodart
    [torna-se necessário ler todo o texto para compreender o objetivo do mesmo]

     

    nacirema

    O onacirema: Ritos corporais entre os nativos

    Adaptado por Cristiano Bodart

     

    Nós “civilizados” possuímos a tendência de julgar o diferente como inferior, talvez por não querermos entendê-lo. A Antropologia chama essa atitude de Etnocentrismo.

    Existem vários povos e etnias estranhas no planeta. Uma delas é o “onacirema”. Como esses são esquisitos! Realizam rituais religiosos estranhos; diariamente torturam o próprio corpo; lutam constantemente entre si e às vezes tiram a vida de seus adversários. Algumas práticas de lazer são violentas, envolvendo socos e chutes em toda parte do corpo. Isso se repete entre as fêmeas e os machos e é visto como espetáculo de animação dos que assistem passivamente.

    O dia-a-dia do onacirema

    Veja como essa tribo é estranha. O “onacirema”, ao acordar, inicia seu ritual de purificação: esfrega um objeto sobre a boca, na maioria das vezes chegando a sangrar. Depois utiliza um objeto cortante bem afiado (quanto mais afiado melhor) e o passa pelo seu rosto por vários minutos (os menos hábeis têm seu rosto e pescoço todo cortado nessa prática quase diária). Feito esse ritual, acha-se pronto para enfrentar o dia. Nessa tribo, existe uma divisão de tarefas: quanto mais peso se pega no exercício da tarefa, menor a recompensa paga por ela, ou seja, quem menos pega peso, melhor é retribuído.

    Sacrifícios do onacirema

    A “anacirema” (assim é chamada a fêmea) realiza um ritual para a conquista do macho inusitado. Ela está sempre a praticar sacrifícios físicos, não de morte, mas de uma espécie de tortura corporal. Se abstém de certos alimentos consumidos pela tribo, chegando a ficar abaixo do peso normal; em muitos casos as suas estruturas ósseas tornam-se visíveis. As que chegam a esse estado, ou ao menos próximo dele, são admiradas pelos machos e pelas demais fêmeas. Já aquelas que não praticam tal tortura acabam sendo rejeitadas pelos machos da tribo e excluídas pelas fêmeas de seus círculos de relacionamentos.

    A sedução do onacirema

    Nessa tribo, a fêmea pinta sua face com tintas de cores fortes. Com um objeto perfurante atravessa seu corpo em vários locais (nariz, seios, sobrancelhas, orelhas, umbigo, lábios, órgão sexual…), onde pendura objetos pequenos. Acreditam que essa prática atrai os machos. Já o “onaciremo” para atrair a fêmea, realiza três vezes na semana um ritual onde tortura seu próprio corpo, levantando objetos pesados por várias por, ao menos, uma hora, derramando com isso muito de suor. Quanto maior o sacrifício, melhor será o resultado nas atividades de sedução da fêmea.

    Religião do onacirema

    Embora varie entre os onacirema, as práticas religiosas são relativamente parecidas e estranhas: adoram seu deus com rituais fisicamente exaustivos. Alguns chegam a andar quilômetros de joelhos carregando um peso sobre o corpo; acreditando que terão respostas dos céus. Outros ficam por dias sem se alimentar até que suas preces sejam ouvidas.

    Rito de purificação dos onacirema

    Nas noites de sábado, depois de todos os rituais, chega a hora de espantar de suas mentes algo parecido como um espírito ruim, adquirido nas suas tarefas diárias. Reúnem-se ao som de músicas bem altas e realizam uma espécie de dança de purificação da mente, acreditando que estarão libertos de um tipo de espírito.

    Como essa tribo é esquisita! O “onacirema” é ou não diferente? A propósito, o nome dessa tribo foi digitado de trás para frente, mas isso não muda em nada, seja “onacirema” ou americano, são mesmo esquisitos. Não são?

    A propósito, etnocentrismo é a prática de julgar a cultura do outro a partir de nossa cultura.

     

    Acesso o texto original aqui

     

    Nota:

    * Publicado originalmente no blog em 2013.