Conceito de papéis sociais

Partindo do conceito de papel social poderíamos afirmar que vivemos representando. Apropriando-nos da ideia de papel teatral, onde ainda na Grécia Antiga se usavam máscaras para representar um papel, torna-se mais fácil entender a questão em pauta.
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No teatro grego, para cada personagem, ou papel, era utilizada uma máscara diferente (própria), a fim de levar a platéia a entender que trata-se de um outro personagem. Assim para cada papel havia uma máscara diferente. Trazendo isso para a nossa vida cotidiana, torna-se possível entender que nós desempenhamos papéis sociais, ou seja, para cada situação temos máscaras diferentes, atuamos de forma diferenciada.
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O papel social que iremos desempenhar dependerá do cenário e dos demais personagens. Exemplificando, temos o caso do ambiente religioso (o cenário) onde as pessoas ali presentes são fiéis devotos (demais personagens). Nesse contexto o meu comportamento será motivado pelo ambiente e pelas pessoas que ali estão. O meu comportamento nesse lugar será diferente àquele que apresento no trabalho.  Assim, para esse cenário e os personagens presentes tenderei a utilizar uma máscara apropriada. Como no cotidiano nos deparamos com cenários e personagens diferentes, agiremos de forma apropriada para cada situação. Desta forma, notamos que desempenhamos vários papéis sociais no mesmo dia.
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Voltando a comparação com o teatro, a diferença está no fato deste ser composto por três partes: seu personagem, os outros personagens e a platéia. Na vida cotidiana, resume-se a duas partes, uma vez que a platéia são os demais personagens – todos participam da representação.
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Máscaras utilizadas na Grécia Antiga
Podemos nos indagar: qual o papel deverei desempenhar? Geralmente buscamos conhecer os outros, o que eles esperam de nós, assim como conhecer as regras e normas existentes para projetar o personagem. Se estamos representando a todo instante, a pergunta mais difícil de responder seria: quem realmente eu sou? Sou o professor? Sou o consumidor? O filho? …
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É importante dizer que existem papéis sociais sinceros e cínicos. Os sinceros são aqueles que representamos e acreditamos nessa representação. Os cínicos são aqueles que representamos más temos consciência de sua falsidade. Este é apenas reflexo do que os outros personagens espera de nós, assim vamos nos socializando e colaborando para a socialização do outro.
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Referências 
GOFFMAN, Erving. Representação do Eu na Vida Cotidiana. 10ª. Edição. Petrópolis: Editora, 2002.

Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

4 Comments

  1. Gostei muito desse site, mas senti falta de poder pesquisar os temas dentro do site, assim como pesquisamos no google.
    Obg.

  2. Gostei do texto porém, de ideia é subjetiva já que estamos numa sociedade de diversificidades. Achei também que faltou referencia-lo. Obrigada.

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