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Karl Marx

Breve Biografia:
Economista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883. Estudou na universidade de Berlim, principalmente a filosofia hegeliana, e formou-se em Iena, em 1841, com a tese Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro. Em 1842 assumiu a chefia da redação do Jornal Renano em Colônia, onde seus artigos radical-democratas irritaram as autoridades. Em 1843, mudou-se para Paris, editando em 1844 o primeiro volume dos Anais Germânico-Franceses, órgão principal dos hegelianos da esquerda. Entretanto, rompeu logo com os líderes deste movimento, Bruno Bauer e Ruge.
Em 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels, começo de uma amizade íntima durante a vida toda. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados. Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Voltou para Paris, mas assumiu logo a chefia do Novo Jornal Renano em colônia, primeiro jornal diário francamente socialista.
Depois da derrota de todos os movimentos revolucionários na Europa e o fechamento do jornal, cujos redatores foram denunciados e processados, Marx foi para Paris e daí expulso, para Londres, onde fixou residência. Em Londres, dedicou-se a vastos estudos econômicos e históricos, sendo freqüentador assíduo da sala de leituras do British Museum. Escrevia artigos para jornais norte-americanos, sobre política exterior, mas sua situação material esteve sempre muito precária. Foi generosamente ajudado por Engels, que vivia em Manchester em boas condições financeiras.
Em 1864, Marx foi co-fundador da Associação Internacional dos Operários, depois chamada I Internacional, desempenhando dominante papel de direção. Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal, O Capital. Dentro da I Internacional encontrou Marx a oposição tenaz dos anarquistas, liderados por Bakunin, e em 1872, no Congresso de Haia, a associação foi praticamente dissolvida. Em compensação, Marx podia patrocinar a fundação, em 1875, do Partido Social-Democrático alemão, que foi, porém, logo depois, proibido. Não viveu bastante para assistir às vitórias eleitorais deste partido e de outros agrupamentos socialistas da Europa.
  • O Capital de Marx em quadrinhos

    O Capital de Marx em quadrinhos

    O Capital de Karl Marx em quadrinho.

    O Capital em QuadrinhosIntroduzir no Ensino Médio alguns dos conceitos e análises desenvolvidos por Karl Marx em sua obra “O Capital” não é  tarefa fácil. Uma possibilidade é utilizar-se de quadrinhos. Neste post indicamos um quadrinho produzido em 1974 que pode ser um material introdutório interessante.

    Segue um link para para O Capital  [v.1] de Marx “em quadrinhos”, de 1974 (81p.).
    https://pt.scribd.com/doc/35900903/Karl-Marx-O-Capital-Em-Quadrinhos

    Para aprender como baixar do scribd facilmente, acesse aqui

     

     

    Informações básico sobre a obra original:

    Originalmente publicado em Alemão *Das Capital), a obra O Capital  é um conjunto de livros (sendo o primeiro de 1867) agrupados que realizam análises sobre o Capitalismo (daí o título da obra). É considerado por muitos como a principal obra de Marx e ponto fundante do socialismo científico. Nessa obra o leitor encontrará maior parte dos conceitos desenvolvidos por Marx, tais como Mais-valia relativa, Mais-valia absoluta, alienação, exército de reserva, ideologia, superestrutura, fetichismo da mercadoria, etc.

    O livro é composto por três volumes, a saber:

    • Livro I – o processo de produção do capital (publicado originalmente em 1867)
    • Livro II – o processo de circulação do capital (publicado originalmente em 1885)
    • Livro III – o processo global da produção capitalista (publicado originalmente em 1894)

    Apenas o livro I foi publicado antes da morte do autor, ocorrida em 14 de março de 1883, na cidade de Londres. 

     

    Veja essa super dicas, dadas por Cristiano Bodart, de como usar quadrinhos, tirinhas e charges na sala de aula (AQUI)

     

  • Obra “O Capital”, de Marx, é apresentado em espetáculo teatral

    Obra “O Capital”, de Marx, é apresentado em espetáculo teatral

    O Capital, de Marx, é apresentado em espetáculo teatral

     

    O Capital, de Karl Marx

    Sinopse do espetáculo:

    No espetáculo “O Capital” o Arlequins conta a o bra O Capital, de Karl Marx, em cena estarão atores/narradores transitando com várias figuras históricas, literárias e mitológicas, citadas pelo autor ou criadas pela fantasia Arlequins tais como Adam Smith, Cérbero, Circe, Engels, Fausto, Marx, Mefistófeles, Midas, Prometeu, Robinson Crusoé, Sexta-Feira, Trabalhadores, Ulisses e outros ilustrando através de situações cômicas e muita música cada episódio.

    O Arlequins é um grupo com mais de 40 anos de existência e o espetáculo teatral inédito “O Capital” é resultado de longa pesquisa, pretende trazer uma reflexão para essa “irracionalidade” que cega os sectários na atualidade e embaça a percepção da dinâmica da realidade social sob uma percepção equivocada. A narrativa cênica dos 3 livros que compõe a obra de O capital, se faz num momento relevante, uma vez que em 2017, o Livro I comemorou 150 anos de sua primeira publicação e em 2018 completa 200 anos do nascimento de seu autor Karl Marx. Hoje vivemos mundialmente uma crise econômica, política e social e a obra

     O Capital nos fornece uma ferramenta para compreendermos como a nossa sociedade se organiza. A linha de pesquisa do grupo se baseia em “work in process”, após mais de 3 anos de leitura e releitura da obra, o Arlequins vem construindo a dramaturgia do espetáculo. A partir de março/2017 deu início a improvisação das cenas, em novembro abriu o processo de trabalho participando do IV Encontro Internacional de Teatro Comunitário, no Rio de Janeiro e da Semana do Trabalho da Escola DIEESE de Ciências do Trabalho, em São Paulo; dará continuidade ao processo com apresentações alternativas em comunidades carentes e escolas além da temporada regular. A proposta busca a construção de um humano que supere a nossa pouca humanidade.

    Duração do espetáculo: 90 minutos

    Classificação: 12 anos

    Tema: relações humanas

    Gênero: Teatro Épico Narrativo

    Modalidade: Juvenil e adulto

     

    Ficha Técnica

    Dramaturgia: Éjo de Rocha Miranda e Ana Maria Quintal

    Direção: Sérgio Santiago

    Elenco: Alexandre Garcia, Ana Maria Quintal, Danielle Agostinho e Fillipe Gomes

     

    Produção: Danielle Agostinho

    Fotografia: Marisa Quintal e Taz Assunção

    Web Designer: Edson Frank

  • Teste seu conhecimento sobre os conceitos de Karl Marx

    Teste seu conhecimento sobre os conceitos de Karl Marx

    Teste seu conhecimento sobre os conceitos de Karl Marx!

    Por Cristiano Bodart

    A baixo apresentamos uma cruzadinha que pode ser utilizada como passa-tempo, como teste de conhecimento ou como atividade de revisão para as aulas de Sociologia do Ensino Médio. Além da imagem, disponibilizamos em PDF para ser impresso e preenchido. 

     

     

    Versão em PDF para baixar AQUI ou AQUI e usar com os alunos em sala de aula.

     

    Dica para aula: utilize essa cruzadinha como revisão de conteúdo. É possível orientar aos alunos que construam, em grupo, suas cruzadinhas e depois essas sejam usadas nas aulas de revisão ou até incluída na prova (sorteando uma dentre àquelas produzidas pelos alunos).

     

    Se deseja mais conteúdo sobre a teoria de Marx, recomendamos acessar esse Link AQUI

     

  • Simulando Jornal televisionado no ensino de Sociologia

    Simulando Jornal televisionado no ensino de Sociologia

    Simulando um jornal televisivo para aulas de sociologia

    3-3

    Por Cristiano das Neves Bodart

    A sugestão deste post busca demonstrar como podemos trabalhar diversos temas de sociologia utilizando uma representação teatral de um telejornal

    Vamos à sugestão:

    Após ter estudado as principais ideias de Karl Marx*, divida a turma em grupos de seis alunos (o número pode variar de acordo com o tamanho da turma e as competências dos mesmos no uso de tecnologias). Certifique que em cada grupo haja um aluno que tenha uma câmera (pode ser no celular) e um que saiba usar editor de vídeo. Peça que façam um jornal televisivo (teatral) contendo ao menos:

    1. Abertura do telejornal com chamadas de notícias (resumo da edição do jornal);
    2. Notícias jornalísticas fictícias, ou não, de casos de exploração do homem sobre o homem via relações de trabalho;
    3. Cobertura jornalística de casos fictícios, ou não, de manifestações de trabalhadores em prol de melhores salários;
    4. Uma entrevista a um convidado tratando questões relacionadas às desigualdades sociais (simulando uma entrevista a um especialista ou mesmo convidando um professor de Ciências  Humanas para ser o entrevistado).
    5. Uma propaganda (ou matéria) que transmita ou aborde a ideia de Fetichismo da Mercadoria e;
    6. Uma propaganda que remeta ao consumismo.

    Os alunos podem se inspirar em algum jornal televisivo conhecido.

    O jornal será gravado** para ser transmitido para toda a turma***. Delimite o tempo do vídeo de acordo com o tempo que terá para as apresentações.

    Apresentação do trabalho: O jornal será gravado e editado. Em aula marcada, todos deverão levar o seu jornal em arquivo para ser passado para a turma, sendo utilizado datahow, computador e som.

    .

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    Notas:

    *A mesma atividade pode ser adaptada para qualquer outro conteúdo.

    **A gravação pode ser realizada em outro horário extra-sala.

    ***Se possível em uma sala apropriada de vídeo. Lembrando que uma pipoca não é uma má pedida.

     

  • Para entender de uma vez por todas o conceito de Fetichismo da Mercadoria em Marx

    Para entender de uma vez por todas o conceito de Fetichismo da Mercadoria em Marx

    Fetichismo da Mercadoria

    O conceito marxiano de Fetichismo da Mercadoria

     
     
    O conceito de “fetichismo da mercadoria” foi cunhado por Karl Marx (1818- 1883) na obra-prima intitulada O Capital [1867], estando diretamente ligado a outro conceito, o de “alienação”.
     
    Palavra alienação vem do Latim “alienus”, que significa “de fora”, “pertencente a outro”. Karl Max, em sua obra Manuscritos econômico-filosóficos, de 1844, utilizou a palavra “alienação” para designar o estranhamento do trabalhador com o produto do seu trabalho, ou seja, o trabalhador não mais dominando todas as etapas de fabricação e não possuindo os meios de produção para tal, acaba não se reconhecendo no produto produzido, passando o produto a não ser visto como ligado ao seu trabalho. É como se o produto tivesse surgido independente do homem/produtor, como uma espécie de feitiço, daí o termo utilizado por Max: fetichismo da mercadoria.
     
    Para Marx (1994, p. 81),

    “A mercadoria é misteriosa simplesmente por encobrir as características sociais do próprio trabalho dos homens, apresentando-as como características materiais e propriedades sociais inerentes aos produtos do trabalho; por ocultar, portanto, a relação social entre os trabalhos individuais dos produtores e o trabalho social total, ao refleti-la como relação social existente, à margem deles, entre os produtos do deu próprio trabalho”.

    Nesse sentido, o produto perde a relação com o produtor e parece ganhar vida própria. Passa a ser compreendido como algo “de fora” do trabalhador, ficando esse “alienado” em relação ao produto. Assim, o “Fetichismo da Mercadoria” caracteriza-se pelo fato das mercadorias, dentro do sistema capitalista, ocultarem as relações sociais de exploração do trabalho.
     
    Segundo Marx (1994, p.81),

    “Uma relação social definida, estabelecida entre os homens, assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. Para encontrar uma símile, temos que recorrer à região nebulosa da crença. Aí, os produtos do cérebro humano parecem dotados de vida própria, figuras autônomas que mantém relações entre si e com os seres humanos. É o que ocorre com os produtos da mão humana, no mundo das mercadorias. Chamo isto de fetichismo […].”

    O conceito de fetichismo influenciou diversos estudos posteriores, tais como o desenvolvimento da teoria da coisificação, de Georg Lukács.
     
     
    Cristiano Bodart, doutor em Sociologia (USP) Professor do Programa de de Pós-Graduação em Sociologia (Ufal)

    Referência

     
    MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. 6 vols. Rio de Janeiro: Bertrand, 1994.
     
     
    Como citar esse texto:
    BODART, Cristiano das Neve. O conceito marxiano de Fetichismo da Mercadoria. Blog Café com Sociologia. 2016. Disponível em:<linkdapostagemaqui>. Acesso em: dia, mês e ano.
  • o que é capital para Marx

    o que é capital para Marx

    o que é capital para Marx? A obra de Karl Marx é amplamente reconhecida como uma das mais importantes para a compreensão do capitalismo e das relações sociais que surgem a partir dessa forma de organização econômica. Em sua obra, Marx desenvolve uma teoria crítica da sociedade capitalista, buscando compreender as contradições e limitações desse sistema.

    Um dos conceitos centrais para Marx é o de capital. Neste texto, vamos explicar o que é o capital na perspectiva marxiana, evitando o uso direto desse termo. Para isso, utilizaremos principalmente as obras “O Capital” e “Contribuição à Crítica da Economia Política”.

    O que é capital para Marx?

    Para Marx, o capital não é uma coisa em si mesma, mas sim uma relação social entre pessoas que se estabelece a partir da propriedade privada dos meios de produção. Essa relação se dá entre o proprietário dos meios de produção (o capitalista) e o trabalhador assalariado, que vende sua força de trabalho para o capitalista em troca de um salário.

    Essa relação é fundamentada na exploração do trabalho do proletariado pelo capitalista, que busca extrair o máximo de mais-valia possível. A mais-valia é a diferença entre o valor produzido pelo trabalhador e o valor que ele recebe como salário. Esse excedente é apropriado pelo capitalista como lucro, gerando a acumulação de capital.

    Marx descreve o processo de acumulação de capital como uma lógica inerente ao sistema capitalista, em que os capitalistas competem entre si para aumentar sua participação no mercado. Isso leva a um processo de concentração e centralização do capital, em que as empresas menores são incorporadas pelas maiores, criando um cenário de monopólios e oligopólios.

    Além disso, Marx aponta que o capitalismo gera crises cíclicas de superprodução, em que a produção excede a capacidade de consumo da população. Essas crises são agravadas pela tendência do capitalismo de reduzir os custos com mão de obra, substituindo trabalhadores por máquinas e gerando desemprego em massa.

    Para Marx, o capitalismo é um sistema social que se baseia na exploração do trabalho humano em benefício da acumulação de capital pelos proprietários dos meios de produção. Essa lógica leva a um processo de concentração e centralização do capital, gerando monopólios e oligopólios, e a crises cíclicas de superprodução.

    Sugestão de atividade

    Uma sugestão de atividade para o nível de ensino médio seria realizar uma análise crítica da propaganda de uma empresa. Os alunos poderiam identificar os elementos que demonstram a busca pela acumulação de capital e pela concentração de poder econômico. Além disso, poderiam refletir sobre as consequências sociais e ambientais da lógica capitalista presente na propaganda.

    Referências bibliográficas

    MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

    MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. São Paulo: Boitempo, 2013.

  • Alienação para Karl Marx

    Alienação para Karl Marx

    Alienação para Karl Marx pode ser entendida quando os trabalhadores são separados dos produtos do seu trabalho e do processo de produção em si. Em outras palavras, a alienação se dá quando os trabalhadores não têm controle sobre o que produzem e não têm uma conexão real com seu trabalho.

    Alienação Karl Marx

    A partir do conceito de alienação Karl Marx propôs a tese é de que o homem, no contexto do Capitalismo, se aliena em relação ao fruto de seu trabalho e a sua própria essência e espécie.

     

    Marx desenvolveu o conceito de “alienação” em sua obra “Manuscritos Econômico-filosóficos” ou “Manuscritos de Paris” (1844), obra que embora escrito ainda em sua “juventude”, só veio a ser conhecida por um público maior em 1932. Nas palavras de Sell (2013, p. 48), para Marx

     

    “A alienação significa que a ‘exteriorização’ e objetivação dos bens sociais que resultam do processo de trabalho tornaram-se autônomos e independentes do homem, apresentando-se como realidades ‘estranhas’ e opostas a ele, como um ser alheio que o domina”.

     

    Na explicação de Marx, o trabalho, que em sua essência diferencia o homem dos animais, o possibilitando tornar-se um ser cultural, capaz de dominar a natureza, no Capitalismo, o subjuga e o deforma. O trabalho que deveria ser uma ação de realização pessoal, de criação e recriação de si mesmo em relação ao seu produto criado, sob o sistema econômico capitalista, o aliena. “O trabalho inverte o papel e, de meio para realização do indivíduo como ser humano, passa a negar e a impedir o desenvolvimento de sua natureza” (SELL, 2013, p.48). Embora não tivesse sido objeto de discussão em Marx, seguindo sua lógica, podemos afirmar que por esse motivo vemos tantas pessoas escravas do trabalho e doentes por conta dele. Certamente nunca tivemos tantas pessoas com esgotamento mental, com problemas emocionais e psíquicos como agora.
    A alienação também atinge o homem em relação com os demais homens. As relações passam a ser mediadas e controladas pelo capital. Cada homem, sob a lógica do capital, possui um valor diretamente relacionado a sua capacidade de ampliar o capital. A partir dessas premissas, podemos nos remeter as expressões como “quanto vale o jogador Neymar?” O seu valor, sob a lógica de Marx, seria calculado a partir do seu potencial de gerar condições para a reprodução do capital. No mundo capitalista, todos temos um preço e as relações sociais são fortemente influenciadas por quanto valemos, ou melhor, por quanto podemos gerar de capital.
    Como a indústria foi na época de Marx (e ainda é em grande parte do mundo) o setor mais produtivo de capital, o capitalismo para desenvolver-se criou mecanismos para que o valor dos homens que atuam nas fábricas não fosse elevado e, com isso, ampliar o lucro e concentrar o capital nas mãos de poucos (da burguesia). Nesse sentido, o capitalismo ao tornar a produção especializada (por meio da divisão de tarefas), fez com que um trabalhador individualmente não tenha muito valor em relação ao que produz. Como o trabalhador fabril não consegue mensurar sua capacidade produtiva, devido a especialização do trabalho, este ao estar alienado não consegue vender sua mão de obra por valores mais altos.
    Para Marx,

    “[…] à primeira vista, a mercadoria parece ser coisa trivial, imediatamente compreensível. Analisando-a, vê-se que ela é algo muito estranho, cheia de sutilezas metafísicas e argúcias teológicas” (MARX, 1994, p.79).

    A especialização aliena o trabalhador em relação do produto, o que desencadeia o que mais tarde Marx chamou de “Fetichismo da Mercadoria”. Além da alienação em relação ao produto, o torna alienado em relação ao poder que antes detinha sobre o processo produtivo, o que reduz suas condições de negociar melhores salários.
    Em síntese, a alienação do homem se dá, no contexto capitalista, em relação ao seu próprio trabalho, em relação ao processo de produção, em relação a natureza humana e em relação a sua própria espécie.
    Na lógica do capital há, para Marx, uma inversão no sentidos das relações sociais: o homem passa a ser objeto e o objeto a ser sujeito. O que temos, desta forma, é uma mercantilização da vida e das relações sociais, estando o homem a dominado pela produção.
    Exemplos
    Cristiano Bodart, doutor em Sociologia (USP) Professor do Programa de de Pós-Graduação em Sociologia (Ufal)

    Referências

    MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. 6 vol. Rio de Janeiro: Bertrand Brasi, 1994, 6 vols.
    SELL, Carlos Eduardo. Sociologia clássica: Marx, Durkheim e Weber. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2013.
    Como citar esse texto:
    BODART, Cristiano das Neves. Alienação em Marx. Blog Café com Sociologia. 2016. Disponível em: coloqueolinkaqui. Acessado em: dia mês ano.
  • Carta de Marx amorosa e secreta para sua esposa Jenny

    Carta de Marx amorosa e secreta para sua esposa Jenny

    A carta de Karl Marx deixada para a esposa, Jenny, foi escrita por Marx pouco antes de sua morte, em 14 de março de 1883. Na carta, Marx expressa seu amor e sua gratidão por Jenny, bem como sua preocupação com o futuro dela e de seus filhos. Ele também faz uma série de recomendações sobre como ela deve cuidar de si mesma e de sua família.

    A carta é conhecida por sua expressão de amor e preocupação pelos entes queridos, bem como por sua reflexão sobre a vida e a morte. Ela é considerada um documento histórico importante porque fornece uma visão íntima da vida pessoal de Marx e de suas preocupações na época em que estava prestes a morrer.

    Além disso, a carta também é um testemunho da profunda ligação entre Marx e Jenny, que se casaram em 1843 e tiveram sete filhos juntos. Jenny foi uma figura importante na vida de Marx, apoiando-o em sua carreira política e intelectual e ajudando-o a cuidar de sua família enquanto ele se dedicava ao trabalho revolucionário. A carta deixada para ela é uma prova do amor e da gratidão que Marx sentia por ela.

     

    Manchester, 21 de Junho de 1865

     

    Minha querida,
    Escrevo-te outra vez porque me sinto sozinho e porque me perturba ter um diálogo contigo na minha cabeça, sem que tu possas saber nada, ou ouvir, ou responder…
    A ausência temporária faz bem, porque a presença constante torna as coisas demasiado parecidas para que possam ser distinguidas. A proximidade diminui até as torres, enquanto as ninharias e os lugares comuns, ao perto, se tornam grandes. Os pequenos hábitos, que podem irritar fisicamente e assumir uma forma emocional, desaparecem quando o objecto imediato é removido do campo de visão. As grandes paixões, que pela proximidade assumem a forma da rotina mesquinha, voltam à sua natural dimensão através da magia da distância. É assim com o meu amor. Basta que te roubem de mim num mero sonho para que eu saiba imediatamente que o tempo apenas serviu, como o sol e a chuva servem para as plantas, para crescer.
    No momento em que tu desapareces, o meu amor mostra-se como aquilo que na verdade é: um gigante onde se concentra toda a energia do meu espírito e o carácter do meu coração. Faz-me sentir de novo um homem, porque sinto um grande amor. (…) Não o amor do homem FeuerBach, não o amor do metabolismo, não o amor pelo proletariado – mas o amor pelos que nos são queridos e especialmente por ti, faz um homem sentir-se de novo um homem.
    Há muitas mulheres no mundo e algumas delas são belas. Mas onde é que eu podia encontrar um rosto em que cada traço, mesmo cada ruga, é uma lembrança das melhores e mais doces memórias da minha vida? Até as dores infinitas, as perdas irreparáveis… eu leio-as na tua doce fisionomia e a dor desaparece num beijo quando beijo a tua cara doce.
    Adeus, minha querida, beijo-te mil vezes da cabeça aos pés,


    Sempre teu,

    Karl

    (tradução da carta de Marx do inglês por António Santos)

    Carta de Marx
  • Curso Boitempo: Karl Marx e Friedrich Engels

    Curso Boitempo: Karl Marx e Friedrich Engels

    A editora Boitempo realizou um curso imperdível, sujo foco foram Marx e Engels. Foram explorados diversos temas abordados por esses dois grandes pensadores tão importantes para a Sociologia, Filosofia e a Economia.

    São 8 aulas disponíveis gratuitamente, as quais temos o prazer de compartilhar no blog Café com Sociologia.

     

     

    Aula 1:

     

     

    Nesta aula de abertura do IV Curso Livre Marx-Engels, ministrada pelo jurista e filósofo do direito Alysson Leandro Mascaro, revelam-se elementos para teorizar na perspectiva marxista o poder, a política, o Estado, as relações de classe e o direito. As leituras desta aula são voltadas principalmente às seguintes obras:

     

    ◫ “Crítica da filosofia do direito de Hegel”, de Karl Marx (1844-45)

     

    ◫ “O 18 de brumário de Luís Bonaparte, de Karl Marx (1852)

     

    ◫ “O socialismo jurídico”, de Friedrich Engels e Karl Kautsky

     

     

     

    Aula 2:

    Esta segunda aula do IV Curso Livre Marx-Engels, ministrada por Antonio Rago, procura mostrar o avanço em relação ao Marx de 1844: a tese do “papel histórico universal” do proletariado (que aparece com a primeira crítica à cultura alemã pós-hegeliana, A sagrada família) e a elaboração do conceito crítico-negativo de ideologia, que surge na continuidade da citada crítica, precisamente em A ideologia alemã (1846), com a crítica feita a Feuerbach e a colocação da questão do método “que ascende da terra ao céu”.
    ◫ “A sagrada família”, de Karl Marx e Friedrich Engels (1845)
    ◫ “A ideologia alemã”, de Karl Marx e Friedrich Engels (1845-46)
    Aula 3: 

    O Manifesto do Partido Comunista, ou simplesmente Manifesto Comunista (1848), demonstra a madurez de Marx e Engels, com 30 e 28 anos respectivamente. Nesta aula, ministrada por José Paulo Netto, curador desta quarta edição do Curso Livre Marx-Engels, faz um tratamento cuidadoso desse texto fundamental, com ênfase em sua atualidade.
    ◫ “Manifesto Comunista” (1848), de Karl Marx e Friedrich Engels.
    Aula 4:

    Nesta aula, Osvaldo Coggiola (que implica um salto cronológico em relação ao andamento da primeira à terceira), mostra-se como os princípios elementares do “Manifesto Comunista” mais a maturação metodológica propiciada pela militância de Marx e Engels convertem-se em suportes de preciosas “análises concretas de situações concretas” (Lenin caracterizava assim o marxismo). Aula dedicada a Marx e Engels como “analistas de conjuntura”, baseada principalmente nas seguintes obras:
    ◫ “Lutas de classes na Alemanha”, de Karl Marx e Friedrich Engels (1848)
    ◫ “Lutas de classes na França”, de Karl Marx (1850)
    ◫ “A guerra civil na França”, de Karl Marx (1871)
    Aula 5:

    O eixo desta aula, ministrada pelo sociólogo do trabalho Ricardo Antunes, é a passagem de Marx à posição revolucionária, com o aparecimento formal do proletariado e sua emersão efetiva (com o peso do trabalho na constituição do ser social, um ser da práxis) nos Manuscritos econômico-filosóficos (1844). É fundamental a importância de Engels nesse período da evolução de Marx, em seu ensaio nos Anais Franco-Alemães (1844) e A situação da classe trabalhadora na Inglaterra (1845):
    ◫ “Crítica da filosofia do direito de Hegel”, de Karl Marx (1844-45)
    ◫ “Manuscritos econômico-filosóficos”, de Karl Marx (1844)
    ◫ “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”, de Friedrich Engels (1845)
    Aula 6:

    Nesta aula a questão central é Marx e a crítica da economia política, recorrendo especialmente aos “Grundrisse” (1857). Mario Duayer procura expor como determinada leitura desses textos deu origem a uma vertente alternativa de teoria crítica, voltada para a dimensão dominadora da ontologia do trabalho.
    ◫ “Grundrisse”, de Karl Marx (1857/58)
    ◫ “Tempo, trabalho e dominação social”, de Moishe Postone (Boitempo, 2014)
    Aula 7:

    Nesta aula a questão central aborda por Jorge Grespan é novamente Marx e a crítica da economia política, recorrendo desta vez principalmente a “O capital”, de Marx. Compreender a arquitetônica obra de Marx nos seus três níveis, produção, circulação e consumo, bem como as relações internas dos conceitos em cada um, é o objetivo da aula em questão.
    ◫ “O capital”, de Karl Marx (1867)
    Aula 8: 

    Nesta última aula do IV Curso Livre Marx-Engels, ministrada por Ruy Braga, a ênfase é em como Marx concebe o papel do programa do partido na luta democrática e sua concepção da transição socialista; o texto básico é a “Crítica do programa de Gotha” (1875) e, subsidiariamente, “O socialismo jurídico” (1887).

    ◫ “Crítica do programa de Gotha”, de Karl Marx (1875)
    ◫ “Grundrisse”, de Karl Marx (1857/58)
    ◫ “O capital”, de Karl Marx (1867)O Curso completo em formato de texto pode ser acessado em:
    https://marxcriacaodestruidora.files.wordpress.com/2013/05/apostila-iv-curso-livre-marx-engels-boitempo-editorial-e-sesc-pinheiros.pdf
  • O Estado em Rousseau e Marx

    Segue abaixo 6 vídeos da III Semana Interdisciplinar de debates sobre concepções de estado. Rosseau e Marx: Soberania popular e poder proletário. Coordenador Prof. José Carlos Debray.

    É possível encontra alguns textos sobre “a importância de estudar Marx” em:
    https://docs.google.com/View?id=df4b2h9r_32fcbn8gdf