Tag: Texto para reflexão
Texto para reflexão
Estes textos oferecem uma visão diferenciada e interessante sobre vários acontecimentos cuja análise pode ser feita por meio da sociologia.
A reflexão é um importante instrumento intelectual para fazer com que o indivíduo consiga perceber a relação entre as estruturas sociais e as biografias individuais.
Na Sociologia sempre esteve presente a discussão entre indivíduo e sociedade (agencia vs. estrutura), chegando ao ponto de estudiosos mais radicais, principalmente nas primeiras décadas do século XX, ignorar os estudos que tinham seu foco no
indivíduo. Simmel, por exemplo, foi um sociólogo renegado por anos por esse motivo. Bauman e May nos ajudam a entender em quais condições o indivíduo é objeto da Sociologia. Para esses autores “atores individuais tornam-se objeto das observações de estudos sociológicos à medida que são considerados participantes de uma rede de interdependência .
Desse modo os textos para reflexão ensejam uma análise de como nós nos relacionamos com nossa estrutura e proporcionam um contraponto discurso do discurso dominante.
-
Piada sobre Sociologia: Pai o que é Sociologia? Veja a explicação do pai.
Esta é uma piada sobre sociologia e que pode ser compartilhada na roda de amigos maiores de idade. Contém um conteúdo para maiores. Certo dia o filho pergunta para o pai, pai o que é sociologia? E o pai responde, sociologia é o poder econômico, a classe trabalhadora, o governo, a população e o futuro do país, tudo isso é sociologia. Então pergunta pro filho se ele tinha entendido o que era sociologia, e ele responde que não.Então o pai fala vou explicar pra vc de novo. E começa: por exemplo meu filho eu trabalho e trago o dinheiro pra casa, eu sou o poder econômico, sua mãe administra esse dinheiro pagando a babá de seu irmão, água, luz, telefone, etc, ela é o governo, a babá é a classe trabalhadora, vc é a população e o seu irmãozinho é o futuro do país. Entendeu? pergunta o pai, ainda não, responde o filho.De noite enquanto o filho dormia ele acorda com o choro de seu irmão, levanta e vai ver o que se passava, encontra seu irmão tudo sujo de merda, então vai até o quarto de sua mãe e a encontra dormindo profundamente, vai até o quarto da babá e encontra seu pai transando loucamente com ela, ambos ignoram ele e suas batida na porta, então vai dormir sem ajudar seu irmão.No outro dia seu pai pergunta novamente, entendeu filho o que é sociologia? e o filho responde , sim papai. Então o pai pede para o filho explicar e ele vai logo dizendo: enquanto o poder econômico fode com a classe trabalhadora o governo dorme profundamente, a população é ignorada e o futuro do país fica na merda.Gostou dessa piada sobre sociologia? Confira mais no site. -
Por um planejamento urbano democrático
Com o desenvolvimento das políticas Neoliberais, após a crise do Estado keynesiano, o planejamento urbano passou por um período de crise e logo em seguida por adequações das tendências dos anos 90: um planejamento de marketing dos espaços urbanos, onde este, em muitos casos, passou a ser visto como Um “produto a ser vendido”. O caminho tomado pelo planejamento urbano foi rumo aos interesses do mercado.Dentro desse contexto, a favela deixou de ser vista como um problema social urbano, para ser enquadrar a um problema meramente paisagístico. A partir desse modelo, a cidade deve, acima de tudo, vender a imagem de ser um bom espaço de investimentos externos. Exemplificando tal realidade podemos mencionar a visita do presidente dos Estados Unidos da América ao Brasil em março de 2007. Nessa ocasião entrou em cena a ação da prefeitura de São Paulo em “melhorar a paisagem”, retirando os barracos existentes nos lugares onde o referido presidente possivelmente passaria. A tal ação da prefeitura daquele município é reflexo da atual tendência de planejamento regional ou urbano. Torna-se necessário retomarmos a um planejamento regional que tem como finalidade a melhoria da qualidade de vida da população. Romper com a visão elitista, deixando de servir apenas aos investidores e atender a toda a população deve ser o objetivo de toda ação pública de planejamento.Embora o contexto atual seja predominantemente marcado por um planejamento nos moldes neoliberais, a própria globalização ampliou e difundiu os ideais democráticos pelo mundo ocidental e isso tem possibilitado um despertar da população, onde esta tem buscado uma participação mais ativa nas questões sociais. O planejamento regional e urbano, ao contrário do que afirmam os neoliberais, é um ato político que deve ter como ponto central a melhoria de vida da população, portanto, inerente às questões sociais. A participação popular nas decisões públicas relacionadas ao planejamento urbano é sem dúvida um avanço. Os planejadores devem ouvir os anseios de todas as classes, a partir daí atuar de forma mais eficiente na busca por um espaço de melhor vivência, minimizando os embates sociais.Práticas como o orçamento participativo são indicadores de que uma nova visão de gestão pública se materializa, resta agora ampliar a participação social para as decisões de planejamento de médio e longo prazo, o que já, de certa forma, se iniciou por meio da Agenda 21. Torna-se necessário tais práticas se tornarem corriqueiras e realistas (ir além da aparência).Planejar o espaço urbano deve ser, antes de tudo, um ato político nos moldes democrático e nunca um ato em prol de uma única classe como querem os neoliberais.Cristiano das N. Bodart
………………………………………………………………………………………………………………………………………..
With the development of Neo-liberal policies after the crisis of the Keynesian state, city planning went through a crisis period and immediately followed by adjustments of the trends of the 90s: A marketing planning of urban spaces, where this, in many cases, came to be seen as a “product to be sold.” The path taken by the urban planning has been towards the interests of the market.
Within this context, the favela is no longer seen as an urban social problem, to be framing the issue merely a landscape. From this model, the city must, above all, sell the image of being a good place for foreign investment. Exemplifying this fact we can mention the visit of President of the United States to Brazil in March 2007. On that occasion came on the scene action from the City of St. Paul “to improve the landscape, removing the existing shacks in places where that would possibly president. The action of this city that county is a reflection of the current trend of regional or urban planning. It is necessary to resume a regional planning that aims to improve the quality of life. Break with the elitist approach, leaving only to serve investors and cater to the entire population should be the goal of every public action planning.
Although the current context is predominantly marked by a planning along the lines neoliberal globalization itself has expanded and spread democratic ideals throughout the western world and this has enabled an awakening of the population, where it has sought more active participation in social affairs. Regional planning and urban development, contrary to what the neoliberals claim, is a political act which should have improved as the focal point of life, therefore, inherent to social issues. Popular participation in public decisions related to urban planning is undoubtedly a breakthrough. Planners should hear the yearnings of all classes, from there to act more efficiently in the search for a better living space, minimizing social conflicts.
Practices such as participatory budgeting are indicators that a new vision of public management is materialized, it remains now to extend the social participation for the planning decisions of medium and long term, which has somehow, started by Agenda 21 . It is necessary to such practices become commonplace and realistic (to go beyond appearance).
Planning the urban space should be, above all, a democratic political act in the manner and never an act in favor of a single class as the neoliberals want.
by Cristiano das N. Bodart
-
A influencia da midia nos padroes de beleza
A Influência da Mídia nos padrões de Beleza
Os padrões de beleza são um tema polêmico e controverso que tem gerado uma profunda insatisfação entre muitas mulheres em relação à sua imagem e atrativos físicos. Esses padrões afetam o psicológico das mulheres de maneira significativa, criando um conflito interno que é difícil de superar.
A Influência da Mídia e os Padrões de Beleza
Esses padrões de beleza são, em grande parte, definidos pelas propagandas na TV e em revistas. A mídia capitalista bombardeia as mulheres com tantas informações que elas acabam esquecendo sua individualidade e a verdadeira natureza da beleza. As imagens de mulheres magérrimas, com corpos perfeitamente esculpidos, são repetidas incessantemente, criando uma visão distorcida do que é considerado belo.
A pressão para se conformar a esses padrões pode ser esmagadora. As mulheres são levadas a acreditar que só serão aceitas pela sociedade se conseguirem atingir esses ideais irreais de beleza. Essa crença gera uma busca incessante por um corpo perfeito, o que pode levar a uma série de comportamentos prejudiciais.
Os Efeitos Devastadores dos Padrões de Beleza
Os efeitos dessa influência são claramente visíveis na obsessão pela magreza, nas dietas extremas, nos exercícios físicos intensos, nas cirurgias plásticas e na busca incessante por produtos de beleza. Todas essas práticas são amplamente promovidas pela mídia, criando um ciclo vicioso de insatisfação e busca pela perfeição.
A obsessão pela magreza, por exemplo, pode levar a distúrbios alimentares como anorexia e bulimia. Essas condições são extremamente perigosas e podem ter consequências graves para a saúde física e mental das mulheres. Além disso, a pressão para se submeter a cirurgias plásticas pode resultar em complicações médicas e insatisfação crônica com a própria imagem.
O Mito dos Padrões de Beleza
Fica claro o mito por trás desses padrões “vendidos”. As mulheres retratadas nas propagandas são extremamente magras, dedicam-se inteiramente à beleza e ganham milhões para manterem seus corpos esbeltos. Isso contrasta fortemente com a realidade da mulher moderna, que precisa conciliar o mercado de trabalho, múltiplas funções e ainda lidar com as exigências internas e externas impostas por esses padrões.
A vida dessas mulheres de propaganda é irreal e inatingível para a maioria. Elas têm acesso a recursos que a mulher comum não tem, como treinadores pessoais, nutricionistas, cirurgiões plásticos e estilistas. Comparar-se a essas imagens é injusto e prejudicial.
Ressignificando os Conceitos de Beleza
Para escapar desses padrões, que frequentemente agridem tanto o aspecto físico quanto o emocional, é necessário ressignificar os conceitos de beleza. Isso significa priorizar os pontos fortes individuais e descobrir a verdadeira beleza natural.
A beleza não deve ser medida apenas pela aparência física, mas também pela personalidade, atitudes e valores. Mulheres que são confiantes, inteligentes, gentis e resilientes têm uma beleza que vai além do exterior. Focar nessas qualidades pode ajudar a construir uma autoimagem positiva e saudável.
Como a Sociedade Pode Contribuir para a Mudança
A sociedade como um todo tem um papel crucial na mudança dos padrões de beleza. Aqui estão algumas maneiras pelas quais podemos contribuir:
- Educação e Conscientização: Promover a educação sobre os perigos dos padrões de beleza irrealistas e a importância de uma autoimagem positiva. Programas em escolas e campanhas públicas podem ajudar a espalhar essa mensagem.
- Representação Diversa na Mídia: Incentivar a mídia a apresentar uma representação mais diversa de beleza. Isso inclui mulheres de diferentes tamanhos, idades, etnias e tipos de corpo. A diversidade na mídia pode ajudar a normalizar a variedade de formas e tamanhos do corpo humano.
- Apoio à Autoaceitação: Promover movimentos e organizações que apoiem a autoaceitação e a positividade corporal. Esses grupos podem oferecer recursos, apoio emocional e uma comunidade para aqueles que lutam contra a pressão dos padrões de beleza.
- Desafiar Estereótipos de Beleza: Encorajar indivíduos a desafiar e questionar os estereótipos de beleza que são impostos pela sociedade. Isso pode ser feito através de conversas, blogs, redes sociais e outros meios de comunicação.
O Papel das Redes Sociais
As redes sociais desempenham um papel duplo na questão dos padrões de beleza. Por um lado, elas podem perpetuar os ideais de beleza irrealistas através de filtros, edição de fotos e a promoção de influenciadores que seguem esses padrões. Por outro lado, também podem ser uma plataforma poderosa para a mudança.
Muitos influenciadores e usuários de redes sociais estão usando suas plataformas para desafiar os padrões de beleza e promover a aceitação do corpo. Eles compartilham suas histórias de luta e vitória sobre a pressão para se conformar, mostrando que a beleza vem em todas as formas e tamanhos.
Caminhos para a Autoaceitação
Aceitar e valorizar a própria beleza é um processo contínuo. Aqui estão algumas dicas para ajudar nesse caminho:
- Evite Comparações: Lembre-se de que cada pessoa é única. Comparar-se com os outros só traz frustração e insatisfação. Concentre-se em suas próprias qualidades e realizações.
- Pratique a Gratidão: Aprecie o que seu corpo pode fazer, em vez de focar apenas na aparência. Seja grata pela saúde, força e habilidades que você possui.
- Cuide de Si Mesma: Invista em autocuidado, tanto físico quanto mental. Exercícios, alimentação saudável e práticas de bem-estar mental podem melhorar sua autoimagem.
- Cerque-se de Positividade: Esteja perto de pessoas que te apoiem e te valorizem pelo que você é, não apenas pela aparência. Construa um círculo de amigos e familiares que promovam a aceitação e o amor próprio.
Os padrões de beleza impostos pela sociedade são um desafio significativo, mas é possível superá-los. Ressignificar a beleza, focar nas qualidades internas e promover uma representação mais diversa e realista na mídia são passos essenciais para criar uma sociedade onde todas as mulheres possam se sentir valorizadas e aceitas.
A mudança começa com cada um de nós. Ao questionar e desafiar os padrões de beleza, podemos ajudar a construir um mundo onde a verdadeira beleza – a beleza que vem de dentro – seja reconhecida e celebrada. Cada mulher merece sentir-se bonita e confiante, exatamente do jeito que é.
-
Árvore Genealógica – Crônica do Luís Fernando Veríssimo
Árvore Genealógica, uma história de família
- Mãe, vou casar!
- Jura, meu filho?! Estou tão feliz! Quem é a moça?
- Não é moça. Vou casar com um moço. O nome dele é Murilo.
- Você falou Murilo… Ou foi meu cérebro que sofreu um pequeno surto psicótico?
- Eu falei Murilo. Por que, mãe? Tá acontecendo alguma coisa?
- Nada, não. Só minha visão que está um pouco turva. E meu coração, que talvez dê uma parada. No mais, tá tudo óptimo.
- Se você tiver algum problema em relação a isto, melhor falar logo…
- Problema? Problema nenhum. Só pensei que algum dia ia ter uma nora… Ou isso.
- Você vai ter uma nora. Só que uma nora… Meio-macho.. Ou um genro meio fêmea.
Resumindo: uma nora quase macho, tendendo a um genro quase fêmea… - E quando eu vou conhecer o meu. A minha… O Murilo?
- Pode chamar ele de Biscoito. É o apelido.
- Tá! Biscoito… Já gostei dele… Alguém com esse apelido só pode ser uma pessoa bacana. Quando o Biscoito vem aqui?
- Por quê?
- Por nada. Só pra eu poder desacordar seu pai com antecedência.
- Você acha que o Papai não vai aceitar?
- Claro que vai aceitar!
- Lógico que vai. Só não sei se ele vai sobreviver… Mas isso também é uma bobagem. Ele morre sabendo que você achou sua cara-metade… E olha que espetáculo: as duas metades com bigode.
- Mãe, que besteira…
- Hoje em dia… Praticamente todos os meus amigos são gays.
- Só espero que tenha sobrado algum que não seja… Pra poder apresentar pra tua irmã.
- A Bel já tá namorando.
- A Bel? Namorando?! Ela não me falou nada… Quem é?
- Uma tal de Veruska.
- Como?
- Veruska…
- Ah! Bom! Que susto!
- Pensei que você tivesse falado Veruska.
- Mãe!!!…
- Tá…, tá…, tudo bem…. Se vocês são felizes. Só fico triste porque não vou ter um neto…
- Por que não? Eu e o Biscoito queremos dois filhos. Eu vou doar os espermatozóides. E a ex-namorada do Biscoito vai doar os óvulos.
- Ex-namorada? O Biscoito tem ex-namorada?
- Quando ele era hétero… A Veruska.
- Que Veruska?
- Namorada da Bel…
- “Peraí”. A ex-namorada do teu atual namorado… E a atual namorada da tua irmã. Que é minha filha também… Que se chama Bel.
- É isso? Porque eu me perdi um pouco…
- É isso. Pois é… A Veruska doou os óvulos. E nós vamos alugar um útero.
- De quem?- Da Bel.
- Mas. Logo da Bel?! Quer dizer então… Que a Bel vai gerar um filho teu e do Biscoito. Com o teu espermatozóide e com o óvulo da namorada dela, que é a Veruska…
- Isso.
- Essa criança, de uma certa forma, vai ser tua filha, filha do Biscoito, filha da Veruska e filha da Bel.- Em termos…
- A criança vai ter duas mães: você e o Biscoito. E dois pais: a Veruska e a Bel.
- Por aí…
- Por outro lado, a Bel…, além de mãe, é tia… Ou tio…. Porque é tua irmã.
- Exacto. E no ano que vem, vai ter um segundo filho. Aí o Biscoito é que entra com o espermatozóide. Que dessa vez vai ser gerado no ventre da Veruska… Com o óvulo da Bel. A gente só vai trocar.
- Só trocar, né? Agora o óvulo vai ser da Bel. E o ventre da Veruska.
- Exato!
- Agora eu entendi! Agora eu realmente entendi…
- Entendeu o quê?
- Entendi que é uma espécie de swing dos tempos modernos!
- Que swing, mãe?!!….
- É swing, sim! Uma troca de casais… Com os óvulos e os espermatozóides, uma hora no útero de uma, outra hora no útero de outra…
- Mas.
- Mas uns tomates! Isso é um bacanal de última geração! E pior… Com incesto no meio…
- A Bel e a Veruska só vão ajudar na concepção do nosso filho, só isso…
- Sei!!!… E quando elas quiserem ter filhos…
- Nós ajudamos.
- Quer saber? No final das contas não entendi mais nada. Não entendi quem vai ser mãe de quem, quem vai ser pai de quem, de quem vai ser o útero, o espermatozóide… A única coisa que eu entendi é que….
- Que…?
- Fazer árvore genealógica daqui pra frente… vai ser f……!
Árvore Genealógica – Crônica do Luís Fernando Veríssimo – Folha de S. Paulo
-
Por um Estado forte e soberano
Estatísticas relacionadas as questões sociais deixam claro, quando não apontam, a inviabilidade da coexistência da Globalização ao Neoliberalismo, principalmente em países em desenvolvimento.O crescente desequilíbrio social, a ampliação do Exercito de Reserva e a exclusão de uma grande parcela da população no mundo do consumo, acarretou um profundo descontentamento com governos Neoliberais, como foi o governo FHC, aqui no Brasil. Esse fenômeno contribuiu de forma significativa para o êxito dos Partidos dos Trabalhadores (PT) e muitos outros pelo mundo, como a vitória de Morales e de Chaves na América Latina, sem mencionar o avanço do partido socialista na Europa. A questão central não seria a busca do povo por um Estado menos liberal e mais atuante na área social?Embora, aqui no Brasil, o povo desconheça a doutrina keynesiana, parece-me que é rumo a ela que o povo está fitando seus olhos, mesmo que turvamente.As políticas liberalizantes das décadas de 80 e 90 contribuíram para a nossa vulnerabilidade econômica, mediante as crises internacionais. Torna-se necessário e vital a economia brasileira se estabelecer de forma sólida e apresentar um crescimento contínuo, porém, o caminho traçado até aqui tem sido rumo a dependência de investimentos especulativos que fogem do país a partir da mínima possibilidade de crise. Quando isso ocorre são as classes desfavorecidas que mais sofrem: o governo amplia a taxa de juros para incentivar investimentos externo e o peso dos preços dos produtos caem sobre o mercado interno.Queremos uma economia independente, com menor vulnerabilidade! Temos muito o que aprender com a China. Lá sim preza-se pelo fortalecimento do mercado interno e isso é sinônimo de ampliação do poder de compra da população. Eles têm um Estado forte, nós um Estado refém das políticas Neoliberais, pouco atuante, que limita-se por muitas vezes a tomar medidas que apenas ampliam nossos problemas, quando muito “empurra com a barriga”.A (re)eleição de Lula parece ter ocorrido devido a uma busca de um novo posicionamento político, pelo menos, pelo que tudo indica, era a intenção do povo. -
Neoliberalismo nos olhos dos outros é refresco
O Neoliberalismo, ao menos aparentemente, é uma tendência global. Este fenômeno (no Brasil), que têm suas raízes no governo Collor, nos tem feito colher seus amargos frutos. Somado a essa tendência daninha, adquirimos um parasita denominado política de superávit primário que, quanto mais cresce, sufoca o desenvolvimento social.A teoria neoliberal enfatiza a importância do Estado mínimo para o desenvolvimento econômico, a abertura comercial, as privatizações e a busca de um superávit primário. Esse tem sido o caminho escolhido pelo Brasil, que por sinal é aplaudido pelos rentistas, em especial, nas últimas décadas, o FMI. Tais medidas têm sido constantemente recomendadas pelos países centrais.As recomendações dadas ao Brasil não são praticadas no mundo desenvolvido; lá não vemos um Estado mínimo, não enxergamos uma abertura econômica, muito menos uma política de superávit que tem, como aqui cobram, o objetivo de pagar as dívidas públicas. Nos países centrais as empresas privatizadas tiveram suas ações pulverizadas, impedindo a concentração de renda, aqui elas foram parar nas mãos de um pequeno grupo de investidores, ampliando ainda mais as desigualdades sociais, além de provocar desequilíbrios regionais, pois a tendência é que os investidores optam por atuar com mais veemência nas áreas de maior desenvolvimento.A busca de superávit primário às custas de menores gastos no social tem aprofundado as crises sociais. Por um lado, não conseguimos pagar, de certa forma, a nossa dívida, e por outro, os problemas populacionais internos se agravam. O que me parece é que “eles” estão rindo atoa, desfrutando de várias vantagens que lhes proporcionamos.É, Neoliberalismo nos olhos dos outros é refresco! Para eles é claro.(Bodart, Cristiano das N. Bodart) -
Abolição dos Direitos
Ano de 1888, Lei Áurea. Era abolido a escravidão. O negro agora estava livre. Livre para ir a qualquer lugar; ou talvez a lugar nenhum.Liberto da opressão física e encarcerada dentro do abismo subumano da sociedade. Abismo que até hoje muitos estão em sua parte mais profunda. Ficaram sem o direito de ter; de ter direito.Direito, palavra por muitos desconhecida, pois esses perderam esse direito e passaram a viver fora dos “direitos” que regem a sociedade. Foram chamados então, de ladrões; ladrões daquilo que a sociedade um dia tomou deles. Tiram dos “normais” a tranqüilidade que também, em uma época passada lhe foi tirada.Pobres negros, literalmente pobres!Libertos do trabalho não remunerado se depararam com um novo mundo, o do salário baixo, do cruel mundo do desemprego.Se antes o seu trabalho lhe proporcionava apenas o direito de comer; hoje aqueles que conseguiram conquistar um trabalho, o seu salário não passa de sua mísera subsistência.
Abolição… da senzala para a favela.Eram apenas mão-de-obra negra. E hoje são algo mais?São sobre tudo os que mais sofrem com a discriminação. Chamados foram de marginais. Até parece que eles escolheram esta situação.Realmente, marginais são; isso porque uma elite de hoje que chamamos de burguesia, os lançou a margem do desenvolvimento humano, social, político e econômico.Estão à margem, vendo a história passar como um rio. E ao mesmo tempo, de fora desse processo, se vêm estagnados.Século XXI, direitos humanos. É agora dado o direito aos homens. Os homens agora possuem direitos!Direitos…direitos… Quais direitos?Talvez, direito de viver a mesma história, direito de ser escravo do sistema. Direito de ser excluído, de estar, ou melhor, permanecer à margem do desenvolvimento humano, social, político e principalmente econômico.Abolição … Abolição…Abolido do que?Do direito de ter o mínimo direito.Pobres negros, literalmente pobres!
(BODART, Cristiano das Neves. É Cientista Social)