História da música brasileira: século XX

A História da música brasileira do século XX é apresentado no documentário “Brasil, Brasil.

 

“Brasil, Brasil” é uma série de três episódios que narra a história da música brasileira no Século XX, buscando a gênese dos seus diversos ritmos e estabelecendo a relação com a política e os principais fenômenos sociais e culturais. Assim, somos levados numa viagem até as origens do samba, passando pela Tropicália no fim da década de 60, o surgimento do Hip hop das periferias de São Paulo e dos bailes funk nos morros do Rio de Janeiro no fim dos anos 80, até movimentos como o Manguebeat em Recife e o Axé de Salvador na década de 90.

Segue o documentário em três episódios:

Episódio 1: Do Samba à Bossa. A série começa nos tempos da escravidão, quando cerca de 4 milhões de africanos foram trazidos a força para o Brasil, e traça a evolução do samba a partir das áreas pobres de Salvador e do Rio de Janeiro, onde foi inicialmente proibido, até a sua fusão com estilos europeus e sua mudança para o mainstream.O programa segue a carreira de estrela mais bem-sucedida e glamorosa do samba internacional, Carmen Miranda, e do crescimento das escolas de samba que dominam o carnaval carioca. Mostra também a resposta dos músicos nordestinos, que usando um estilo rival, o forró, cantaram sobre as duras realidades de suas vidas. Veremos como a política contribuiu para o desenvolvimento de uma nova e sofisticada fusão entre o Samba e o Jazz, a Bossa Nova, que nos anos 50 trouxe sucesso internacional para nomes como João Gilberto e Tom Jobim.

Episódio 2: Revolução da Tropicália
O segundo programa da série cobre o período militar no Brasil (1964-85), e discute o papel que os músicos tiveram na liderança da resistência cultural, e as conseqüências negativas dessa luta. Essa nova fase da música brasileira caracterizou-se pelo movimento de protesto de esquerda encabeçado por cantoras como Nara Leão, que foi confrontado com estilos que iam desde o canto apaixonado de Elis Regina, até as canções pop de Jorge Ben – com os festivais de música na televisão estimulando uma batalha entre os partidários de diferentes estilos.Tudo isso mudou no final dos anos sessenta, com o surgimento do movimento experimental Tropicália, que estava determinado a agitar Brasil, no momento em que a linha dura militar assumiu o controle do governo. O programa narra as carreiras das estrelas da Tropicália, como os Mutantes, Gilberto Gil e Caetano Veloso, que foram ambos presos e exilados para a Inglaterra. Descreve ainda a campanha militar de censura contra musicos como Chico Buarque, Milton Nascimento, e até Jorge Ben. Também mostra como os músicos negros na Bahia responderam com o desenvolvimento de novos, e muitas vezes militantes, estilos negros como o samba-reggae.

 

O 3º episódio da série mostra como músicos como Chico Science, na cidade de Recife, reagiram contra o cenário do rock norte-americano que influenciou os anos oitenta, para criar a sua própria fusão original, no qual rock e hip-hop foram misturados com estilos locais tradicionais como o maracatu.
Em São Paulo, examina como os Racionais MC’s criaram uma nova forma brasileira de hip-hop que os fizeram heróis dos subúrbios pobres e predominantemente negros, as favelas.No Rio de Janeiro, os clubes funk da cidade foram fechados após distúrbios, e a música mudou-se para as favelas, onde frequentemente ocorrem conflitos entre a polícia e os traficantes de drogas. O programa examina como o funk e o hip-hop têm se desenvolvido nas favelas, e como projetos como o AfroReggae tentaram transformar a realidade social das partes mais negligenciadas da cidade.

 

Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

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