O que é Antropologia jurídica

A antropologia jurídica é uma área da antropologia que estuda o modo como as diferentes culturas humanas criam, interpretam e aplicam o direito. É um campo que dialoga muito com as ciências jurídicas e o direito. Em suma, a antropologia estuda como a cultura se relaciona com o direito, normas e leis a partir das motivações de crenças, valores e interesses no sentido de mediar conflitos e conciliações. Tal estudo inclui os sistemas judiciais, das instituições jurídicas, dos costumes e práticas jurídicas, bem como da relação entre o direito e outros aspectos da cultura.

A antropologia jurídica é uma área interdisciplinar que se relaciona com outras disciplinas, como a sociologia, a psicologia, a política e a história e principalmente com as ciências jurídicas. Isso permite que ela tenha uma abordagem mais ampla e completa do estudo do direito e de sua aplicação nas sociedades. Para a compreensão desta disciplina é necessária um profundo domínio de duas categorias fundamentais que está situada entre os dois campos: a cultura e o direito.

Um dos principais objetivos da antropologia jurídica é entender como o direito é usado para resolver conflitos e estabelecer relações sociais justas. Isso inclui o estudo de como as leis são criadas e aplicadas, bem como de como elas são interpretadas e implementadas. Além disso, a antropologia jurídica também estuda o modo como o direito é influenciado pela cultura e pelas crenças de uma sociedade. Isso pode incluir o estudo de como as leis são criadas e aplicadas em sociedades diferentes, bem como o modo como elas são influenciadas pelas crenças e valores dessas sociedades.

Outra grande contribuição desse campo de conhecimento interdisciplinar é compreender como as leis e normas interferem na dinâmica de diferentes grupos culturais, o que pode criar situação vantagem para um grupo ou etnia em detrimento de outros. Um exemplo disso é pensar como um exame/prova/concurso pode ser utilizado para legitimar socialmente os capitais culturais típicos de uma cultura em detrimento de outra. Por exemplo, um exame de ordem que privilegie muito mais direito empresarial sob os demais pode ser um instrumento de legitimação social de uma classe privilegiada que tem práticas sociais mais frequentes neste espaço do direito em detrimento de outras grupos culturais que vivem outras práticas. Neste sentido, a lei pode estar sendo utilizada para favorecer a vivência de um grupo cultural.

A antropologia jurídica também pode ser usada para examinar questões relacionadas à justiça e à equidade. Isso inclui o estudo de como o direito é aplicado de maneira justa e equitativa em diferentes sociedades, bem como o modo como ele pode ser usado para promover a justiça e a equidade social.

Em resumo, a antropologia jurídica é uma área da antropologia que estuda o direito e sua aplicação nas sociedades humanas. Ela se interessa pelo modo como as leis são criadas, interpretadas e aplicadas, bem como pelo modo como o direito é influenciado pela cultura e pelas crenças de uma sociedade.

São exemplos de contribuições dos estudos da antropologia jurídica:

  • O direito é influenciado pelos valores e crenças de uma sociedade, e pode variar significativamente de uma sociedade para outra.
  • As leis e normas jurídicas são criadas e aplicadas de maneira diferente em diferentes sociedades, e isso pode afetar a maneira como o direito é interpretado e implementado.
  • O sistema judicial de uma sociedade pode influenciar o modo como o direito é aplicado, e isso pode ter impacto na justiça e equidade social.
  • O direito pode ser usado para resolver conflitos e estabelecer relações sociais justas, mas também pode ser usado de maneira injusta ou desigual.

Roniel Sampaio Silva

Mestre em Educação e Graduado em Ciências Sociais. Professor do Programa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus Campo Maior. Dedica-se a pesquisas sobre condições de trabalho docente e desenvolve projetos relacionados ao desenvolvimento de tecnologias.

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