Blog

  • Música para trabalhar em sala de aula

    Música para trabalhar em sala de aula

    Saudosa Maloca

    Demônios da Garoa

    Composição: Adoniran Barbosa

    Se o senhor não tá lembrado
    Dá licença de contar
    Ali onde agora está
    Este “adifício arto”
    Era uma casa “véia”, um palacete assobradado
    Foi aqui seu moço
    Que eu, Mato Grosso e o Joca
    Construimos nossa “maloca”
    Mas um dia
    “nóis” nem pode se “alembrá”
    Veio os “home” com as ferramenta
    E o dono “mandô derrubá”
    Peguemos todas nossas coisas
    E fumos pro meio da rua
    “Apreciá” a demolição
    Que tristeza que “nóis” sentia
    Cada táuba que caía
    Doía no coração
    Matogrosso quis gritar
    Mas em cima eu falei
    Os “home tá cá” razão
    “nóis arranja” outro lugar
    Só “se conformemo”
    Quando o Joca falou
    Deus dá o frio conforme o “cobertô”
    E hoje “nós pega” a paia
    Nas grama do jardim
    E pra esquecer “nóis cantemos” assim:
    Saudosa maloca, maloca querida
    Dim dim “donde nóis passemo” os dias feliz de nossa vida
    Saudosa maloca, maloca querida
    Dim dim “donde nóis passemo” os dias feliz de nossa vida

    Comentários:
    Essa música retrata um momento de transição urbana ocorrido na cidade de São Paulo, mais especificamnte no bairro do Bexiga.
    Assim como o centro paulistano, esse bairro não conservou seus aspectos anteriores à modernização. Em nome da modernidade foram demolidos os casarões e prédios antigos que alí existiam. Para os defensores da modernidade, trata-se de dar lugar a um ambiente mais moderno. Para os críticos, deveriamos ter feito como muitas cidades européias: conservado seus prédios antigos a fim de preservar sua identidade, sua história. Além do mais, nem todos se beneficiam.

    “Ali onde agora está esse adifício arto
    Era uma casa véia, um palacete assobradado
    Foi ali, seu moço
    Que eu, mato Grosso e o Joca
    Construímo nossa maloca”

    Fotos comparativas: antes e depois da modernização.

    maloca01
    maloca03

    As memórias de Adoniran acabam sendo demolidas junto com os antigos casarões do centro da cidade. Interessante notar que o Adoniram não se opõe a essa transformação, de certa forma a considera legitima, conforme trecho a seguir: “Os home tá com a razão, nóis arranja outro lugá”…
    Talvez possa estar “descobrindo a pólvora”, mas sempre considerei essa música bem despretensiosa não tinha pensado nela num prisma mais histórico da coisa… Enfim, são palavras de um economista sobre música, nada pra ser levado muito sério, hehe.

    O vídeos abaixo apresenta algumas imagens que demostra esses dois momentos.

    Questões para refletir/debater:
    Todos são beneficiados com a modernização? Por quê?
    Existem vantagens e desvantagens? Quais?

     

  • Plano de Ensino de Sociologia diversidade: Ensino Médio

    Plano de Ensino de Sociologia diversidade: Ensino Médio

    Plano de Ensino Sociologia diversidade, cultura e manifestações culturais

    Encontrei na net uma sugestão de plano de Ensino para a disciplina de Sociologia a ser ministrada no Ensino Médio.

    Disciplina: Sociologia
    Público Alvo: Alunos do Ensino Médio
    .
    Objetivos Gerais:· Compreender as diferentes manifestações culturais e segmentos sociais, agindo de modo a preservar o direito à diversidade enquanto princípio estético, político e ético que supera conflitos e tensões do mundo atual;
    · Construir a identidade social e política, de modo a viabilizar o exercício pleno da cidadania, bem como perceber a si mesmo como elemento ativo, dotado de força política e capacidade de transformar a sociedade, construindo instrumentos para uma melhor compreensão da vida cotidiana;
    · Produzir novos discursos sobre a realidade social, a partir das observações e reflexões realizadas, bem como identificar, analisar e comparar os diferentes discursos sobre a realidade, a partir da teoria e do senso comum.
    .
    Plano de Ensino Sociologia
    Objetivos Específicos:· Compreender os diferentes discursos sobre a realidade social, amparadas nos vários paradigmas teóricos e as do senso comum;
    · Produzir novos discursos sobre as diferentes realidades sociais, a partir das observações e reflexões realizadas e compreensão das transformações no mundo do trabalho;
    · Valorizar as diferentes manifestações culturais através da compreensão e construção de uma visão mais crítica da indústria cultural e dos meios de comunicação de massa;
    · Construir uma visão mais crítica da indústria cultural e dos meios de comunicação, avaliando o papel ideológico do “marketing” enquanto estratégia de persuasão do consumidor e do próprio eleitor;
    · Identificar os paradigmas teóricos da sociologia, através de discursos e produções teóricas sobre a realidade social;
    · Viabilizar o exercício da cidadania plena, no contexto do Estado de Direito, atuando para que haja, efetivamente, uma reciprocidade de direito e deveres entre o poder público e o cidadão e também entre os diferentes grupos;
    · Compreender as transformações no mundo do trabalho e o novo perfil de qualificação exigida, gerados por mudanças na ordem econômica.;
    · Identificar os elementos cognitivos, afetivos, sociais e culturais que constituem a identidade própria e a dos outros;
    · Reconhecer a importância da conscientização dos indivíduos em relação a saúde as formas de prevenção.
    Conteúdos:· Ciência, sociologia e sociedade;
    · Instituições sociais (família, escola, igreja, estado e empresas);
    · Fato Social, ação social e classe social;
    · Senso comum e conhecimento científico;
    · Preconceito: as diversidades;
    · Constituição e o direito à diferença;
    · Sexualidade;
    · Políticas públicas de saúde;
    · Prevenção, doenças sexualmente transmissíveis;
    · Planejamento familiar;
    · Drogas, dependência química;
    · Etnocentrismo.
    · Identidade e alteridade;
    · Conflito social, dominação cultural e hierarquia social
    · Tipos de sociedade (tribal, medieval, capitalista, socialista, etc);
    · Sociedade industrial, consumo;
    · O trabalho nas sociedades capitalistas;
    · A visão dos diferentes teóricos sobre o trabalho (Durkheim, Marx e Weber);
    · Desemprego;
    · A comunicação nas sociedades;
    · Meios de comunicação de massa;
    · Desigualdades sociais;
    · Movimentos sociais;
    · Violência;
    · Cidadania e participação política;
    · Política e relações de poder;
    · Democracia;
    · Estado absolutista, liberal, socialista, totalitário, neoliberal;
    · Anarquismo;
    · Ideologia;
    · Cultura, diversidade cultural;
    · Cultura e sociedade;
    · Alienação;
    · Mitologia;
    · Religião;
    · Globalização;
    · Marginalidade e Pobreza;
    · Terrorismo;
    · Guerras étnicas;
    · Nacionalismo e novas entidades;
    · Meio ambiente;
    · Público e privado;
    · Biodiversidade;Observação: Os conteúdos estão de forma aleatória e sua aplicação não seguem uma ordem específica. Deve-se, porém, trabalhar relacionando-os sequencialmente.
    .

    Metodologia:· Apresentação de trabalhos individuais e coletivos;
    · Leitura, interpretação e produção de textos;
    · Aula audiovisual;
    · Debates;
    · Exposição;
    · Estudo dirigido;
    · Pesquisas;
    · Resolução de exercícios;
    .
    Recursos:· CD player;
    · Aparelho de TV e DVD;
    · Vídeos diversos (inclusive do Youtube)
    · Computador;
    · Letras de música, poemas e textos em geral;
    · Giz e quadro-negro;
    · Material impresso;
    · Livro didático;

    Observação: Parte da realização deste plano está sujeito à alguns recursos que deverão ser disponibilizados pela escola e da motivação dos alunos.
    .
    Avaliação:· A avaliação será realizada através da observação em relação ao interesse, à participação, ao desenvolvimento das atividades produzidas oralmente ou por escrito, individuais ou coletivos, através de exercícios, trabalhos e provas;
    · Assiduidade e relacionamento.
    .
    Bibliografia:

    https://www.sociologia.incubadora.fapesp.br
    Begot, Glaucioneia de Lima, Sociologia, 1ª série, ensino médio; Manaus, AM: Norte Editora, 2005;
    Bacha Filho, Teófilo, 2ª série, ensino médio, Manaus, AM: Novo tempo, 2005;
    Parâmetro em Ação, Sociologia, ensino médio; Ministério da Educação, Brasília;

    Plano de ensino Sociologia diversidade publicado originalmente em: https://ponderador.blogspot.com

  • Sociologia telecurso: Curso introdutório em vídeo, bem didático

    Nesse Sociologia telecurso você vai aprender estudando e entendendo a sociedade por meio de vídeos. A organização e o funcionamento da sociedade e a relação entre as pessoas que nela vivem. Os pensadores que fundaram a Sociologia foram Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber. No Brasil os sociólogos Gilberto Freire e Florestan Fernandes se destacam no desenvolvimento do pensamento sociológico e na institucionalização da Sociologia no País. Entenda que a Sociologia não apenas estuda e explica a sociedade, mas é uma ciência que se preocupa também com o social. Ela pode ajudar na formulação de políticas públicas e avaliar os programas sociais e, assim, aperfeiçoar as instituições existentes na nossa sociedade. A Sociologia trata de temas como cultura, cidadania, desigualdade, globalização. Problemas e realidades com os quais todos nós, de uma maneira ou de outra, temos que lidar diariamente.

     

    Sobre o Telecurso

    O Telecurso é um sistema brasileiro de educação a distância mantido pela Fundação Roberto Marinho e o sistema FIESP. Idealizado e criado pelo jornalista Francisco Calazans Fernandes, o programa é composto pela transmissão televisiva do último ano do ensino fundamental (primeiro ano da faculdade ou educação física) e do ensino médio (segundo ano do ensino médio ou superior) composição. Em casa ou na sala de TV. Também existe um modo profissional na mecânica . O programa foi exibido simultaneamente pela Rede Globo, TV Cultura, TV Brasil e Canal Futura. As emissoras de rádio e televisão Aparecida e Rede Vida também retransmitiram o programa. Atualmente, o programa é veiculado nos sites da TV CulturaEducação, TVT, Canal Futura, Rede Vida, Rede VidaEducação e Telecurso.

     

    Mais informações soobre o Sociologia telecurso em http://novotelecurso.blogspot.com 

  • A ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

    A ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

    eticc
    A ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

    Sem dúvida este livro trata-se de um dos maiores clássicos das Ciências Sociais. Está presente em quase todos os programas de mestrado em Ciências Sociais, assim como em seus processos seletivos.
    Ler um clássico é uma descoberta, reler um clássico é fascinante.

    Esse livro (A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, de Max Weber) pode ser baixado em https://www.box.net/shared/fna0sf2oyg

    Boa (re)leitura!

  • Anthony Giddens: Sociologia

    Anthony Giddens: Sociologia

    Anthony Giddens: Sociologia

    Tradução de Cristiano Bodart

    giddens
    1. O desenvolvimento de um ponto de vista sociológico
    Aprender a pensar sociológicamente – em outras palavras, usar um enfoque mais amplo – significa cultivar a imaginação. Como sociólogos, temos que imaginar, por exemplo, como experimentam o sexo e o matrimônio aquelas pessoas – a maioria da humanidade até a pouco tempo – para quem o amor romântico lhes é alheio e incluso lhes parece absurdo. Estudar sociologia não pode ser um processo rotineiro de aquisição de conhecimento. Um sociólogo é alguém capaz de liberar-se da imediatez das circunstâncias pessoais para por as coisas em um contexto mais amplo.  O trabalho sociológico depende do que o autor americano Wright Mills, em uma célebre expressão, denominou de imaginação sociológica (Mills, 1970).
    A imaginação sociológica nos pede, sobre tudo, que sejamos capazes de pensar nos distanciando das rotinas familiares de nossas vidas cotidianas para poder vê-las como se fosse algo novo. Consideremos o simples ato de beber uma cícara de café. Que poderíamos dizer, desde um ponto de vista sociológico, deste feito de comportamento, que parece ter tão pouco interesse?: Muitíssimas coisas. Em primeiro lugar, poderíamos apontar que o café não é só uma bebida, já que tem um valor simbólico como parte de uns rituais sociais cotidianos. Com freqüência o ritual a que vá unindo o beber café á muito mais importante que o ato em si. Duas pessoas que ficam para tomar um café provavelmente têm mais interesse em encontrar-se  e bater papo do que apenas beber. A bebida e a comida dão lugar em todas as sociedades a oportunidades para a interação social e a execução de rituais, e isto constituem um interessantíssimo objeto de estudo sociológico.
    Em segundo lugar, o café é uma droga que contem cafeína, a qual tem um efeito estimulante no cérebro. A maioría das pessoas na cultura ocidental não considera que os adeptos ao café consomem droga. Como o alcool, o café é uma droga aceitada socialmente, em outras que a maconha, por exemplo, não é. No entanto, há culturas que toleram o consumo de maconha, e inclusive de cocaína, mas preocupada sobre o café e o álcool. Aos sociólogos lhes interessa saber por que existem estes contrastes.
    Em terceriro lugar, um indivíduo, ao beber uma xícara de café, forma parte de uma série extremadamente complicada de relações sociais e econômicas que se estendem por todo o mundo. Os processos de produção, transporte e distribução desta substância requerem transações continuadas entre pessoas que se encontram a milhas de kilometros de quem o consome consume. O estudo destas transações globais constituem uma tarefa importante para a Sociologia, posto que muitos aspectos de nossas vidas atuais vêm sendo afetadas por comunicações e influências sociais que tem lugar na escala mundial.
          Finalmente, o ato de beber uma xícara de café supoe que anteriormente se tem produzido um processo de desenvolvimento social e econômico.
          Junto com outros muitos componentes da dieta ocidental agora habituais — como chá, bananas, batatas e açúcar branco, o consumo do café começou a se espalhar no final do século XIX, e embora tenha originado no Oriente Médio, a enorme demanda por este produto desde o período da expansão colonial ocidental meio século atrás. Atualmente, quase todos bebem café nos países ocidentais a partir de áreas (América do Sul e África) que foram colonizados pelos europeus, mas de jeito nenhum é um componente da dieta “natural” do Ocidente.
     Sociología del café
    1.  Valor simbólico: para muchos occidentales la taza de café por la mañana es un rito personal, que se repite con otras personas a lo largo del día.
    2. Utilización como droga: Muchos beben café para darse un «empujón adicional». Algunas culturas prohiben su uso.
    3. Relaciones sociales y económicas: el cultivo, empaquetado, distribución y comercialización del café son actividades de carácter global que afectan a diversas culturas, grupos sociales y organizaciones dentro de esas mismas culturas, así como a miles de individuos. Gran parte del café que se consume en Europa y los Estados Unidos se importa de Sudamérica.
    4. Desarrollo social y económico anterior: Las «relaciones en torno al café» actuales no siempre existieron. Se desarrollaron gradualmente y podrían desaparecer en el futuro.
  • Plano de aula de Sociologia

    Plano de aula de Sociologia

    plano de aula
    Todo início de ano é comum professores de diversas ciências se depararem com a seguinte inquietude:
    Devo partir de que assunto? Como tornar minha disciplina mais atraente, assim como levar meus alunos a compreender sua importância?
    Com a Sociologia não é diferente! É sabido que para cada realidade social existe uma fórmula diferente. Mas, grosso modo, existem uma base que pode ser (tomando os devidos cuidados) replicados em vários contextos escolares.
    Os principais pensadores das teorias sociais, tais como Karl Marx, Emile Durkheim, Mauss, Spencer, Max Weber, entre outros, se debruçaram sobre a relação individuo e sociedade, sobre a dialética, a contradição, os nexos, a interdependência, enfim, sobre como os indivíduos criam as estruturas sociais e são criados por elas. Acredito que esse pode ser o ponto de início da disciplina. Desta forma, podemos partir da persanalidade dos alunos, levando-os a compreender quem são e como se formaram no que são. Buscando indicar de quais formas a sociedade influencia em nossa formação e de quais formas podemos construir ou transformar a sociedade.
    “A imaginação sociológica capacita seu possuidor a compreender o cenário histórico mais amplo, em termos de seu significado para a vida intima e para a carreira exterior de numerosos indivíduos. Permite-lhe levar em conta como os indivíduos, na agitação de sua experiência diária, adquirem freqüentemente uma consciência falsa de suas posições sociais. Dentro dessa agitação, busca-se a estrutura da sociedade moderna e dentro dessa estrutura são formuladas as psicologias de diferentes homens e mulheres. Através disso, a ansiedade pessoal dos indivíduos é focalizada sobre fatos explícitos e a indiferença do público se transforma em participação nas questões públicas.
    O primeiro fruto dessa imaginação _ e a primeira lição da ciência social que incorpora _ é a ideia de que o individuo só pode compreender sua própria experiência e avaliar seu próprio destino localizando-se dentro de seu período; só pode conhecer suas possibilidades na vida tornando-se cônscio das possibilidades de todas as pessoas, nas mesmas circunstâncias em que ele. Sob muitos aspectos, é uma lição terrível; sob muitos outros, magnífica. Não conhecemos os limites da capacidade que tem o homem de realizar esforços supremos ou degradar-se voluntariamente, de agonia ou exultação, de brutalidade que traz prazer ou deleite da razão. Mas em nossa época chegamos a saber que os limites da ‘natureza humana’ são assustadoramente amplos. Chegamos a saber que todo individuo vive, de uma geração até a seguinte, numa determinada sociedade; que vive uma biografia e que vive dentro de uma seqüência histórica. E pelo fato de viver, contribui, por menos que seja, para o condicionamento dessa sociedade e para o curso de sua história, ao mesmo tempo em que é condicionado pela sociedade e pelo seu processo histórico.
    A imaginação sociológica nos permite compreender a história e a biografia e as relações entre ambas, dentro da sociedade. Essa é sua tarefa e sua promessa. A marca do analista social clássico é o reconhecimento delas […]” (Mills, 1975, p.11-12).
    Entendendo que somos e como nos formamos e nos reformamos, podemos partir para a discussão dos problemas que nos afligem. É certo que, geralmente, não trata-se de apenas problemas pessoais, desconexos com a sociedade. Assim poderemos discutir os problemas sociais mais amplos e identificarmos o quanto é importante compreendermos a sociedade para compreendermos nós mesmos.
    “Talvez a distinção mais proveitosa usada pela imaginação sociológica seja a entre as ‘perturbações pessoais originadas no meio mais próximo’ e ‘as questões públicas da estrutura social’. Essa distinção é um instrumento essencial da imaginação sociológica e uma característica de todo trabalho clássico na ciência social.” (MILLS, 1975, p.14)
    […] Nessas condições consideremos o desemprego. Quando, numa cidade de cem mil habitantes, somente um homem está desempregado, isso é seu problema pessoal, e para sua solução examinamos adequadamente o caráter do homem, suas habilidades e suas oportunidades imediatas. Mas quando numa nação de 50 milhões de empregados, 15 milhões de homens não encontram trabalho, isso é uma questão pública, e não podemos esperar sua solução dentro da escala de oportunidades abertas às pessoas individualmente. A estrutura mesma das oportunidades entrou em colapso. Tanto a formulação exata do problema como a gama de soluções possíveis exigem que consideremos as instituições econômicas e políticas da sociedade e não apenas a situação pessoal e o caráter de um punhado de indivíduos.” (MILLS, 1975, p.15)

     

    Assim, podemos levar os indivíduos a descombrirem que os outros influenciam em nossa vida, assim como os influenciamos. Compreendermos que a imaginação sociológica é fundamental para sermos pessoas melhores.
  • Arthur Schopenhauer

    Arthur Schopenhauer

    frase
    Cabo Frio/RJ. Dez de 2010.
  • Estruturalismo de Bourdieu: Uma visão sobre os esquemas reprodutores

    Estruturalismo de Bourdieu: Uma visão sobre os esquemas reprodutores

    Estruturalismo de Bourdieu

    Estruturalismo de Bourdieu é amplamente utilizado nas análises sociológica e Bourdieu é um dos principais sociólogos a analisar a educação contemporânea sob a influência do modelo de Durkheim.

    Encontrei a net esse resumo que, para não desprestigiar o autor deste, o reproduzo abaixo:

    Para levar a cabo a ambição de Durkheim de unificar as ciências humanas em torno da sociologia, Bourdieu introduziu uma síntese teórica entre o modelo durkheimiano e o estruturalismo.
    + O estruturalismo se conecta à sociologia de Durkheim na medida em que pretende desvendar o peso das estruturas sociais por trás das ações dos sujeitos. (O pensamento de Bourdieu é uma versão mais radical do modelo de Durkheim).
    Para o estruturalismo de Bourdieu (pensamento de Pierre Bourdieu na 1a fase de sua produção, década de 1960) = os sujeitos são uma espécie de marionetes das estruturas dominantes. à Os agentes sociais, mesmo aqueles que pensam estar liberados das determinações sociais, são movidos por forças ocultas, que os estimulam a agir, mesmo que não tenham consciência disso. (“condições objetivas” que o investigador deve desvendar, pois é nelas que residem as explicações)
    + Estruturalismo de Bourdieu compreende que: a teoria de Durkheim e o estruturalismo permitem demonstrar como os indivíduos, em sua ação, apenas reproduzem as orientações determinadas pela estrutura social vigente.
    + Para Bourdieu: Os sujeitos da ação estão ausentes daquele nível da sociedade em que são objetivamente determinadas as suas ações. O sujeito não existe. O que chamamos de ação, é o processo pelo qual as estruturas se reproduzem. O sujeito está submetido aos desígnios da sociedade, faz o que as estruturas determinam, não sabe disso e ainda é iludido pelos discursos dominantes, que o fazem pensar que sua ação é resultante de vontade própria.
    + Bourdieu e Passeron (em 1964) os herdeiros, livro no qual pretendiam combater uma ideia muito comum na França da época, segundo a qual os estudantes e o meio estudantil seriam uma classe social à parte na sociedade. E seriam responsáveis, em razão de sua juventude e de sua disposição para a ação, pela liderança da transformação social.
    Em maio de 1968, em Paris, estudantes franceses saíram às ruas, culminando num processo de mobilização que teria um alcance bem maior do que a capital francesa. Ironicamente o livro serviu como estímulo para essas mesmas revoltas estudantis (por seu aspecto crítico).
    Idéias presentes no livro os herdeiros:
    – Discordam do discurso dominante segundo o qual a conquista de uma “escola para todos”, de caráter igualitário, tornaria possível a realização das potencialidades humanas.
    – Compreendem que a instituição escolar dissimula por trás de sua aparente neutralidade a reprodução das relações sociais e de poder vigentes: encobertos sob as aparências de critérios puramente escolares, estão critérios sociais de triagem e de seleção dos indivíduos para ocupar determinados postos na vida.
    – Entendem que não há qualquer possibilidade de romper com as estruturas de reprodução e afirmam que as teorias pedagógicas são uma cortina de fumaça que procura ocultar o poder reprodutor do sistema que está nas mãos dos educadores. (Para os autores não há saída: o sistema de ensino filtra os alunos sem que eles se dêem conta e, com isso, reproduz as relações vigentes. Não há possibilidade de mudança).
    1970: Bourdieu e Passeron refinam suas ideias, incorporando sistematicamente as ideias e Marx e Max Weber, publicando o livro “A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino”.
    – Tese central do referido livro: toda ação pedagógica é, objetivamente, uma violência simbólica.
    · Violência simbólica = imposição arbitrária que, no entanto, é apresentada àquele que sofre a violência de modo dissimulado, que oculta as relações de força que estão na base de seu poder.
    · Ação pedagógica = é uma violência simbólica porque impõe, por um poder arbitrário, um determinado arbitrário cultural.
    · Arbitrário cultural = concepção cultural dos grupos e classes dominantes, que é imposta a toda a sociedade por meio do sistema de ensino. Tal imposição não aparece jamais em sua verdade inteira e a pedagogia nunca se realiza enquanto pedagogia, pois se limita à inculcação de valores e normas.
    – A ação pedagógica implica o trabalho pedagógico (trabalho de inculcação daquele referido “arbitrário” que deve durar o bastante para que o educando “naturalize” seu conteúdo, encare-o como natural, como evidentemente correto em si mesmo, o bastante para produzir uma “formação durável”).
    (…) Na media em que o educando interioriza os princípios culturais que lhe são impostos pelo sistema de ensino – de tal modo que, mesmo depois de terminada sua fase de formação escolar, ele os tenha incorporado aos seus próprios valores e seja capaz de reproduzi-los na vida e transmiti-los aos outros – Bourdieu diz que ele adquire um habitus. Uma vez que o arbitrário cultural a ser imposto é incorporado ao habitus do professor, o trabalho pedagógico tende a reproduzir as mesmas condições sociais (de dominação de determinados grupos sobre outros) que deram origem àqueles valores dominantes. (p.74).
    + O que explica, no pensamento de Bourdieu, a desigualdade que está na base do processo de seleção escolar?
    – A compreensão de que todo sistema de ensino institucionalizado visa em alguma media realizar de modo organizado e sistemático a inculcação dos valores dominantes e reproduzir as condições de dominação social que estão por trás de sua ação pedagógica.
    (…) Os autores, valendo-se de dados empíricos, demonstram que as “condições de classe de origem” dos alunos que entram no sistema de ensino francês determinam tanto a probabilidade de passagem ao nível escolar seguinte, quanto, ainda, o tipo de estabelecimento de ensino ao qual ele tem acesso (se de melhor ou pior qualidade). Tal situação se reproduz, do ensino básico ao médio e ao superior e determina também, no final das contas, a “condição de classe de chagada”, deste aluno, isto é, o tipo de habitus que adquiriu, o “capital social” ao qual teve acesso e, em especial, a posição na hierarquia econômica e social a que chegou. (P.74).
    REFERÊNCIA
    GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. 8. ed. São Paulo: Ática, 2001.
    Fonte:https://sociedadeducacao.blogspot.com/
  • Café com conhecimento, uma combinação que os europeus já conhecem a algum tempo

    “O café é um local de entrevistas e conspirações, de debates intelectuais e mexericos, para o flâneur e o poeta ou metafísico debruçado sobre o bloco de apontamentos”. Parece-me que é nos cafés que a imagem da realidade se vai clarificando.
    (George Steiner, em A ideia de Europa)

  • Encontro Nacional dos Estudantes de Geografia – Vitória/ES

    XIX ENEG

    O XIX ENEG (Décimo Nono Encontro Nacional de Estudantes de Geografia) acontecerá entre os dias  06 e 12 de Fevereiro de 2011, na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) Campus de Goiabeiras; localizada na capital Vitória/ES.
    TEMA: Protagonistas do espaço: Empresas, Estado ou Sociedade? O estudante de Geografia e suas possibilidades de atuação política.

    EMENTA DO TEMA: O Espaço é dinâmico e em cada período histórico é modelado por diferentes sujeitos sociais. Atualmente, as grandes corporações se apropriam dos territórios de acordo com seus interesses, muitas vezes, em detrimento das necessidades da maioria da sociedade, com o aval do Estado. Os frutos desta apropriação se refletem em um cotidiano de desemprego, degradação ambiental, segregação sócio-espacial, criminalização da pobreza e dos movimentos sociais. Inseridos neste contexto de relações desiguais, como nos posicionaremos?

    Blog do evento:
    https://enegvitoria.blogspot.com/p/o-eneg.html