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  • Frase de Pierre Bourdieu/ Phrase of Pierre Bourdieu

    Frase de Pierre Bourdieu/ Phrase of Pierre Bourdieu


    “Não há democracia efetiva sem um verdadeiro poder crítico”
    “There is no effective democracy without any real critical power”
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    Sugestão para a aula:
    A partir da frase de Bourdieu é possível discutir questões importantes, como:
    O que é “democracia efetiva”?
    Temos uma democracia efetiva?
    O que é poder crítico?
    O que é necessário para termos por crítico?
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    Suggestion for the classroom:
    From the words of Bourdieu is possible to discuss important issues such as:
    What is “effective democracy”?
    We need an effective democracy?
    What’s critical power?What is necessary to have a critic?
  • Para refletir…

    Para refletir…

    “Não cabe às ONGs brasileiras acabar com ou pretender substituir o Estado, mas colaborar para a sua democratização. Não cabe às ONGs produzir para o conjunto da sociedade os bens e serviços que o mercado não é capaz de produzir, mas propor uma nova forma de produzir e distribuir que supere os limites da lógica do capital”. [ Betinho ]
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    Comentário:
    Acredito que Betinho ao pronunciar a presente frase compreendia que o mercado estava induzindo o fortalecimento das ONGs a fim de enfraquecer o Estado. É a ideia do Estado Mínimo.
    Para este sociólogo as ONGs não deveriam assumir o papel paternalista, mas colaborar juntamente com o Estado na busca de soluções ótimas.
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    Sugestão para aula:
    Utilizando-se desse pensamento proponha aos alunos um debate em torno da temática: o papel das ONGs e do Estado na contemporâneidade.
  • Trabalho de alunos: patrão e empregado

    Relações de Trabalho – Patrão
    Entrevista com Heliomar José Goltara, dono do material de Construção GOLTARA.

    Relações de Trabalho – Empregado
    Entrevista feita com Davi Brito Reinoso, empregado da empresa Fishes Brazil.

    Trabalho desenvolvido por um grupo de alunos do 2 ano C da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Profª Filomena Quitiba”.

  • Dica de leitura: Confiança e Medo na Cidade

    Dica de leitura: Confiança e Medo na Cidade

    Um bom livro é “Confiança e Medo na Cidade” de Zygmunt Bauman. Neste livro, o autor aborda como a cidade do nosso tempo se transformou em um território de medo e insegurança. A tendência que vivenciamos por conta desta realidade é a criação de bairros fechados, a instalação de grades, muros e uma série de mecanismos que tem como objetivo a segurança e consequentente acaba desenvolvendo um efeito colateral: o isolamento social.

     

     

    Para baixar o livro é só clicar no link

     

  • Imagem e Sociologia: Quem está livre?

    Imagem e Sociologia: Quem está livre?

    Imagem e Sociologia
    Você, professor(a), já pensou em iniciar sua aula com uma imagem, sem nenhum texto escrito? Que tal usar apenas a o texto imagético para observar o que os estudantes trazem de conhecimento? Se você identificar os conhecimentos que os estudantes já adquiriram poderá partir deles, tornando o ensino mais significativo e interessante.  imagem e sociologia
    Vale reforçar que:
    A leitura é o momento crítico da constituição do texto, o momento privilegiado do processo de interação verbal, uma vez que é nele que se desencadeia o processo de significação. No momento em que se realiza o processo da leitura, se configura o espaço da discursividade em que se instaura um modo de significação específico (ORLANDI, 2012, p.49).
    É por isso que apresentamos uma dica de como iniciar uma aula a partir de um texto imagético, o que contribui para o desenvolvimento da habilidade de leitura desse tipo de discurso. imagem e sociologia
    A figura trazida pela revista Veja da Edição 2160 de 14 de abril de 2010 (Jordi Elias/Getty Imagens) é uma boa sugestão para discutir questões como:
    • O que é liberdade em um mundo de impunidade?
    • A busca por segurança.
    • O fracasso do Estado e os produtos(crime, por exemplo) do mercado.
    • O crime e a sociedade do consumo.
    Imagem e Sociologia
    Ver AQUI um artigo sobre ensino de Sociologia e Fotografia.
    Ao aprender ler as imagens, desenvolve-se uma competência importante no mundo moderno: compreender as diferentes mensagens/ discursos.
    Ficam as dicas aos professores e professoras.
    Boa aula.
    Referência e dica de leitura de aprofundamento:
    ORLANDI, Eni Puccinelli. Discurso e Leitura. 9 ed. São Paulo: Cortez, 2012.
    Saiba mais sobre ensino de sociologia e fotografia AQUI
  • Dinâmica Comunismo e Estado do Bem-Estar Social

    É muito comum, ao tratar da temática “Comunismo”, os alunos, especialmente aqueles oriundos de famílias pobres, defenderem a ideia de compartilhar de forma igual a riqueza, bem como defender a existência de um Estado provedor (que cobra impostos do rico para repartir com os pobres). Mas eu queria que eles aprofundassem suas concepções, bem como refletissem no papel do Estado na sociedade contemporânea…

    Fiz uma dinâmica em sala de aula que levou os alunos a ampliar suas reflexões. Segue a dinâmica abaixo:

    Pedí que todos trouxessem três balas para a aula. Nem todos trouxeram.

    No início da aula eu passei reconhendo as balas e ao terminar eu as coloquei no bolso, fingindo que seriam minhas e fui mudando de assunto.

    Logo alguém reclamou que não era justo eu ficar com as balas. Eu afirmei que eu era o professor e que deveriam aceitar as minhas atitudes, caso o contrário eu os puniriam.

    Nesse momento iniciou-se uma discussão. Então eu eximpliquei a verdade: “Por que quando o estado (a prefeitura, foi o que eu usei por estar mais próximo da realidade deles) arrecada os impostos e nada faz ninguém, ou quase ninguém reclama, como fizeram comigo?” A partir daí discutimos a importância dos impostos, quando bem aplicados.

    Após essa discussão, vendei os olhos de 10 alunos (são 32 ao todo) e pedí que os demais fizessem silêncio e disse que ninguém poderia falar nada. Apenas se eu o perguntasse.

    Distribuí as balas entre os alunos de forma desproporcional (duas para um, cinco para outro, nenhuma para outro…), iclusive os alunos que estavam com vendas.

    Dirigí a palavra inicialmente para os que estavam vendados e fui perguntando se eles tinham algo a dizer, se estavam satisfeitos, se havia alguma reclamação (um de cada vez) e depois perguntei aos que não estavam vendados e eles começaram a reclamar da forma como foi dividido as balas. A partir este momento eu expliquei sobre aspectos de clientelismo, má distribuição de renda, etc.

    Ao encerrar essa questão fingí que o assunto havia encerrado e peguei as balas e fui distribuído de forma igual para cada um (duas balas para cada aluno, e duas para o professor).

    Nesse momento começou a reclamação: eu trouxe três balas e estou ganhando apenas uma… fulano não trouxe e está ganhando duas… não é justo…

    Aproveitei essa questão e discutí a consepção de comunismo, redistribuição de renda… buscando indagar se, agora sentindo na pele, são a favor ou contra que o Estado redistribua os recursos ou se erram a favor do comunismo.

    A aula foi muito legal.
    Essa é a dica! Professor, vale tentar!!!!!!!

  • Dica de Filme: A ONDA

    A Onda, filme que retrata a forma como os indivíduos tornam-se adeptos de regimes autocráticos, perdendo sua emancipação. Fica a dica.
    Uma análise bem interessante pode ser encontrada em: https://www.espacoacademico.com.br/065/65lima.htm

  • Sociólogo analisa o significado de tatuagens e body piercings atribuído por jovens

    Sociólogo analisa o significado de tatuagens e body piercings atribuído por jovens

    “Sociólogo analisa o significado que os jovens atribuem às tatuagens e aos body piercings

     

     

    06.02.2009, Natália Faria

     

    Investigador lança hoje em Braga o livro “Marcas que Demarcam: Tatuagem, body piercing e culturas juvenis”, que procura traduzir o significado das tatuagens.
    As tatuagens deixaram de ser privilégio de grupos marginais e transformaram-se em certificados de autenticidade num mundo em que tudo é precário e fugaz. Esta é a tese inscrita no livro “Marcas que Demarcam – Tatuagem, body piercing e culturas juvenis”, que o sociólogo Vítor Sérgio Ferreira lança hoje, no âmbito do X Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, na Universidade do Minho, em Braga.Numa sociedade “desordenadora e rápida”, em que os jovens se sentem pressionados a desempenhar papéis que lhes são impostos (pela escola, pelos pais, por empregos precários…), o recurso às tatuagens “é uma forma de eles continuarem a ser eles próprios e de preservarem alguma originalidade”, interpreta o investigador do Instituto de Ciências Sociais, cujo trabalho de campo decorreu entre 1999 e 2003, em vários estúdios de tatuagens e body piercing de Lisboa.Não se trata de transformar o corpo num manifesto social. O que estas pessoas procuram é uma individualidade para uso próprio. “Eles sabem que, no emprego, têm que manter o corpo tapado e, portanto, não têm problemas em não tatuar do pescoço para cima, sabendo que em casa podem pôr-se em frente a um espelho e dizer ‘este é o meu corpo e ninguém tem nada a ver com isso”, descreve, sublinhando que “as tatuagens têm muito dessa reivindicação da propriedade do corpo”.
    Quanto à forma como estas marcas são percepcionadas, “apesar de haver mais tolerância, estas pessoas continuam a sentir-se observadas; alguns disseram mesmo que, na vida quotidiana, só se sentem bem no Bairro Alto. É como se as tatuagens colocassem os seus corpos sob suspeita”.Mas há diferenças a assinalar. Fazer uma tatuagem não é o mesmo que colocar um piercing. “O piercing é uma questão estética, não tem o valor de permanência da tatuagem.” Do mesmo modo, experimentar uma tatuagem uma vez não é o mesmo que fazer disso um projecto de vida. “Um miúdo pode ver na tatuagem um gesto desafiador dos pais ou da escola, que são instâncias disciplinadoras dos seus corpos”, distingue Vítor Sérgio Ferreira. As tatuagens podem também funcionar como marcos autobiográficos. “Faz-se uma tatuagem quando se começa a namorar, quando se entra na universidade…”.
    Nada que se possa comparar, porém, às memórias da tropa ou às frases como “Amor de mãe”. “Isso remetia para a celebração de um colectivo e qualquer pessoa reconhecia o seu sentido. Hoje, as tatuagens fazem parte do segredo da biografia do indivíduo. E quem se tatua gosta disso: de olhar para o seu corpo como para um álbum fotográfico que lhe recorda os momentos que perduram.” E, numa sociedade muito “de usar e deitar fora”, marca-se o corpo porque é “o único capital seguro, a única coisa que os acompanha desde o nascimento até à morte”.”

     

     

    Fonte: https://www.mlfonseca.net/2009/02/06/sociologia-da-tatuagem-update-e-upgrade/
    Uma boa sugestão de trabalho com os educandos é orientar para que eles realizem pesquisa de campo (entrevistas) a fim de identificarem os significados de símbolos utilizados por diversos grupos, como por exemplo, a roupa dos rockeiros, o desenhos dos pixadores, símbolos religiosos de alguma demonimação ou religião… fica a dica!
  • HACIA UM MANEJO JUSTO Y TRANSPARENTE DE LOS BIENES COMUNES: IDEAS E INSTITUCIONES

    Por Cristiano Bodart
    Elinor Ostrom apresenta uma refutação às ideias de Hardin[1]. Contesta Hardin no que tange a existência factual e determinista de uma tendência individualista que faz com que estes, pensando em maximizar seus benefícios materiais imediatos, tendem a super-explorar os recursos naturais, conduzindo a uma “tragédia”.
    Ostron aponta a existência de diversos trabalhos que atestam experiências de rompimento com a lógica da “tragédia dos comuns”, destacando a importância de instituições de propriedade comum ao longo da história, bem como, no mundo contemporâneo. É certo que o sucesso da administração do bem comum não é garantido, mas não está, como afirmou Hardin, fadado a uma tragédia, afirma a autora.
    Em seu artigo a autora buscou apresentar a influência de governanças policêntricas na gestão de bens comuns, especificamente dos bens naturais. Buscou igualmente apontar os fatores que tem possibilitado aos cidadãos terem experiências de êxitos em torno dessa questão.
    A autora aponta algumas questões fundamentais para a compreensão da gestão comum de bens comuns, afirmando que a comunicação é um ponto importante para o sucesso de gestão social dos recursos naturais, destacando ainda que tais gestões só dão conta daquilo que lhes é muito particular, bem próximo de suas realidades.
    Para esta autora são basicamente três “níveis” ou variáveis que influenciam na decisão de um indivíduo em participar de um grupamento comum: “sua identidade, o contexto grupal em que tomam decisões, e se a situação se repete e se pode usar a reciprocidade para ganhar a reputação de ser confiável” (p.270). Destaca ainda que, os valores individuais não são suficientes para solucionar os problemas em torno da gestão dos bens comuns. Para a autora, são as instituições que facilitam a construção de reciprocidade, confiança e honestidade.
    Para Ostron a complexidade de muitos recursos naturais impõe a necessidade de uma gestão policêntrica. Muitos indivíduos podem, afirma a autora, buscar não agir de forma a atender o benefício coletivo, por isso, existe a necessidade da ação do governo ou de uma instituição privada que estabeleça normas específicas, permissão de acesso e uso adequado, método de monitoramento e exerça a coerção necessária para que o bem comum não venha à tragédia, bem alcançar formas de solucionar os conflitos envolvidos.
    Ostron ainda destaca que os atributos da comunidade afetam diretamente os resultados em torno da gestão dos bens comuns. Cidadãos dotados de capital social tendem a atingirem maiores êxitos. Mas a consciência cidadã e a ação destes não são suficientes para solucionar problemas globais, porém são importantes para influenciar os governos locais e nacionais a adotarem medidas de colaboração em torno de tais questões.
    A autora conclui seu artigo afirmando que a gestão de bens comuns é algo complexo, por tanto, necessita de uma complexidade de governaça que envolva os seus cidadãos.
    [1] HARDIN, Garrett. “The Tragedy of the Commons”. Science. 162. 1968. p. 1243-1248.
  • Anomia

    O conceito de Anonia diz respeito a palavra anomia  tem origem grega e vem de a + nomos, donde a significa ausência, falta, privação, inexistência; e nomos quer dizer lei, norma. Etimologicamente, portanto, anomia significa falta de lei ou ausência de norma de conduta. Foi com esse entendimento que Durkheim usou a palavra pela primeira vez, em seu famoso estudo sobre a divisão do trabalho social, num esforço para explicar certos fenômenos que ocorrem na sociedade.
    Depois dele diversos autores têm abordado o conceito com variações quanto ao seu exato entendimento, conforme assinalado por Robert Bierstedt, segundo o qual o termo tem sido empregado com três significados diferentes, a saber:
    1) desorganização pessoal do tipo que resulta em um indivíduo desorientado ou fora da lei, com reduzida vinculação à rigidez da estrutura social ou à natureza de suas normas;
    2) conflito de normas, o que resulta em situações sociais que acarretam para o indivíduo dificuldades em seus esforços para conformar às exigências contraditórias.
    3) ausência de norma, ou seja, situação social que, em seus casos limítrofes, não contém normas; e, em conseqüência, o contrário de sociedade, como anarquia é o contrário de governo.
    Entendemos, todavia, que sociologicamente, a palavra pode ser usada em um quarto sentido, que é a síntese, ou pelo menos guarda perfeita correlação com os três primeiros, eis que em qualquer das variações do significado de anomia está presente a ideia da falta ou abandono das normas sociais de comportamento. Assim sendo, pode-se afirmar que a anomia indica desvio de comportamento, que pode ocorrer por ausência de lei, conflito de normas, ou ainda desorganização pessoal.

    2. Conceito de anomia: CAUSAS DE COMPORTAMENTO ANÔMICO (OU DE DESVIO)
    Em qualquer sociedade do mundo, por mais eficientes que sejam as suas normas de conduta e bem estruturadas e aparelhadas as suas instituições jurídicas, vamos encontrar comportamento de desvio, como um verdadeiro fenômeno universal. Pode variar de intensidade – em uma sociedade vamos encontrar maior incidência de comportamento anômico que em outra; vamos encontrar em algumas, maior incidência de um tipo de desvio – mas o fenômeno sempre existirá.
    Se as leis são boas, bem elaboradas, adequadas aos interesses sociais e se as instituições destinadas a manter a ordem jurídica são eficientes e bem estruturadas, em princípio não deveria ocorrer comportamento de desvio. Todos deveriam estar empenhados em manter um comportamento em harmonia com as normas de conduta social, de sorte a não existir desvio.
    Muitos sociólogos têm se empenhado em encontrar as causas do comportamento anômico, existindo a respeito várias teorias, entre as quais vamos examinar a de Émile Durkheim e a de Robert Merton.
    Antes de qualquer coisa, entretanto, é necessário distinguir causa de fator, coisas diferentes, mas que por muitos são confundidas. Por causa entende-se aquilo que determina a existência de uma coisa: a circunstância sem a qual o fenômeno não existe. É, portanto, o agente causador do fenômeno social, sua origem, princípio, motivo ou razão de ser. Eliminada a causa, o fenômeno haverá de desaparecer.
    Por outro lado o fator, embora não dê causa ao fenômeno, concorre para sua maior ou menor incidência. É a circunstância que, de qualquer forma concorre para o resultado. Pode-se dizer, por exemplo, que a pobreza, a miséria, é um fator de incidência da criminalidade, porque, segundo as estatísticas, 90% ou mais da população carcerária é constituída de pessoas provenientes das classes sociais mais humildes. Mas não é certamente a causa de conduta delituosa, porque há um número muito grande de pessoas pobres que não delinqüem. Pode-se dizer, igualmente, que o analfabetismo, a ignorância, é outro fator de criminalidade, pois na mesma população presidiária encontramos 85% de analfabetos ou portadoras apenas de instrução primária. Mas não é causa de criminalidade, porque há milhões de analfabetos no Brasil que não enveredaram pelos caminhos do crime.
    Como já ficou dito, preocupa-se o estudo da anomia, com as causas, e não simplesmente com os fatores que são inúmeros, mesmo porque de quase nada adianta combater os fatores sem eliminar as causas. É tentar secar a árvore daninha arrancando-lhe simplesmente as folhas, sem cortar-lhe a raiz.