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  • História e etnologia: Totalidades e particularidades de duas ciências complementares[resenha]

    História e etnologia: Totalidades e particularidades de duas ciências complementares[resenha]

    História e etnologia é uma obra do antropólogo Francês Lévi-Strauss que discute conceitos importantes como diacronia, sincronia etc. Nesta resenha de Lucas Barroso[1] você terá mais detalhes.

     

    LÉVI-STRAUSS, Claude. “História e etnologia”. In: ____________. Antropologia estrutural. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. Rio de Janeiro: Cosac Naify, 2008. cap. 1. pp. 13-40.

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    Publicado pela primeira vez em 1949 na Revue de Métaphysique et de Morale (nº 54) e sendo o capítulo introdutório da coletânea Antropologia Estrutural, o ensaio “História e Etnologia” (original: Histoire et Ethnologie, em francês) de Claude Lévi-Strauss (1908-2009) visa estabelecer parâmetros para a pesquisa histórica e o trabalho antropológico (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 19), discutindo os impasses internos da Antropologia e apresentando as especificidades da até então recém-fundada corrente estruturalista (SCHWARCZ, 1999).

    Responsável pelo “estudo das instituições consideradas como sistemas de representação” (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 14) e das análises das diferenças interculturais (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 27), a Antropologia Social se separou da História no século XIX, a partir do empreendimento resultante da interpretação evolucionista quando houve uma clara separação das sociedades ditas avançadas e primitivas (LE GOFF, 1977, p. 313). A partir desse momento, estudos autointitulados como antropológicos passaram a ser cada vez mais comuns no cenário das Ciências Humanas, fazendo com que antropólogos desenvolvessem diversas correntes, como as evolucionistas, as funcionalistas, as culturalistas, as estruturalistas e as interpretativas, por exemplo.

    Dentre elas, desvinculando-se do funcionalismo generalista de Bronisław Malinowski (1884-1942), o estruturalismo de Lévi-Strauss propõe-se a estar ligado – mesmo que de forma parcial e superficial – ao método histórico, pois, de acordo com o autor no texto, é impossível “pretender reconstituir um passado cuja história não temos meios de atingir ou querer fazer a história de um presente sem passado” (2008, p. 15). Sobre essa discussão metodológica em específico, o antropólogo francês ainda afirma que os etnólogos e etnógrafos produzem documentações que podem servir ao trabalho dos historiadores (2008, p. 32) e vice-versa, o que demonstra uma convergência intrínseca entre tais produções científicas. Além disso, Lévi-Strauss também propõe uma mobilização tanto de conceitos históricos quanto de processos psíquicos no fazer antropológico (2008, p. 19), propondo uma multidisciplinaridade na Antropologia. Dessa forma, segundo o autor, não faz sentido saber a atualidade de um povo sem analisar e bem compreender o desenvolvimento histórico que propiciou essa realidade (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 22).

    Mesmo havendo uma clara dependência complementar nas duas disciplinas científicas, em “História e Etnologia”, Lévi-Strauss também se propõe a apresentar as particularidades e definições de cada uma. Segundo o autor, a diferença primordial entre elas é que “a história organiza seus dados em relação às expressões conscientes, e a etnologia, em relação às condições inconscientes da vida social” (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 32). Distinguindo principalmente pela “escolha de perspectivas complementares” (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 32), o caráter concreto ou simbólico dos fenômenos seria o grande diferencial de tais disciplinas, segundo o antropólogo. Em relação a esse último, os aspectos inconscientes seriam a ponte de afluência entre elas, posto que, enquanto preocupada em compreender o simbolismo presente nas sociedades, a história estaria indo em direção à antropologia (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 38).

    Além disso, ao longo do texto, o autor refuta o evolucionismo clássico e sua corrente neo-evolucionista (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 16), afirmando a importância de uma “história detalhada” de um povo em oposição ao método especulativo utilizados pelos preceitos de Edward Tylor (1823-1917), por exemplo, e pelos difusionistas (LÉVI-STRAUSS, 2008, pp. 17-23). Sendo assim, para se desvincular dessas teorias metodológicas limitantes, o antropólogo reivindica os estudos de Franz Boas (1858-1942) e expõe seus pensamentos por meio dele e de seus sucessores, como Ruth Benedict (1887-1948) (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 19).

    Dessa forma, mesmo caminhando para frente ou avançando em marcha ré (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 39), é fato que a etnologia e a história se influenciam mutuamente. Fundamentando o estruturalismo em contraste com o funcionalismo, Claude Lévi-Strauss, em seu ensaio “História e Etnologia”, reforçou a necessidade da “observação e análise de grupos humanos tomados em sua especificidade” (2008, p. 14). Buscando analisar as estruturas da mente humana a fim de evidenciar as estruturas sociais e os fenômenos conscientes, o autor valoriza uma metodologia indutiva que visasse compreender o simbólico a partir da plena restituição do modo de vida de cada grupo humano (LÉVI-STRAUSS, 2008, pp. 14-21). Partindo da busca pelo “conhecimento individual e concreto de grupos sociais localizados no espaço e no tempo”, o antropólogo acreditava que partindo da individualidade e da particularidade de um povo seria possível construir uma história total e abrangente (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 21). Desse modo, visando romper com a limitação de outras correntes antropológicas e recusando a restrição ao instante presente da vida de uma sociedade, Lévi-Strauss afirma que “tudo é história” e, por tudo ser história, a nova antropologia estruturalista também assim seria (2008, p. 26).

     

    REFERÊNCIAS:

    BLOCH, Marc. “A História, os homens e o tempo”. In: ____________. Apologia da história ou o ofício do historiador. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. cap. 1, pp. 54-55.

    LE GOFF, Jacques. “Para uma antropologia histórica”. In: ____________. Para um novo conceito de Idade Média: tempo, trabalho e cultura no Ocidente. Lisboa: Edições 70, 1977. cap. 4. pp. 311-323.

    LÉVI-STRAUSS, Claude. “História e etnologia”. In: ____________. Antropologia estrutural. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. Rio de Janeiro: Cosac Naify, 2008. cap. 1. pp. 13-40.

    SCHWARCZ, Lilia Katri Moritz. História e Etnologia. Lévi-Strauss e os embates em região de fronteira. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 42, n. 1-2, pp. 199-222, 1999. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/133464/131175. Acesso em: 08 fev. 2021.

    [1] Bacharelando em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e licenciando em História pela Universidade Cândido Mendes (UCAM).

  • Dica de leitura: O Momento Comtiano: República e política no pensamento de Augusto Comte

    Dica de leitura: O Momento Comtiano: República e política no pensamento de Augusto Comte

    Nossa dica de leitura desta vez é da obra “O Momento Comtiano: República e política no pensamento de Augusto Comte”. Para quem deseja compreender o desenvolvimento das Ciências Humanas, é fundamental entender o pensamento e as contribuições de Comte.

    Editora : Ufpr

    Release da obra

    Filosofia, política, religião… o “Positivismo” é um conjunto de ideias, práticas e propostas que todos conhecem, cujos lugares-comuns todos sabem citar: a vida de Comte, a lei dos três estados, a Ordem e Progresso, a ditadura. Apesar disso, (quase) ninguém é capaz de explicar como esses elementos esparsos reúne-se e fazem sentido. O momento comtiano – república e política no pensamento de Augusto Comte apresenta em detalhes as concepções do fundador do Positivismo, indicando como as suas ideias filosóficas conjugam-se em uma proposta de religião humanista após sistematizar as principais elaborações humanas, resultando em aplicações prática. Em uma investigação totalmente inédita em língua portuguesa, as concepções comtianas são esquadrinhadas, com ênfase particular nos seus aspectos políticos a partir do conceito de ‘república”. Com certeza o leitor ficará surpreso lendo este livro. O que se revela é um pensamento amplo e multifacetado, que recusa simplificações e que celebra a liberdade, a fraternidade, o pacifismo, a inclusão social, a criatividade humana.

     

    Adquira AQUI a obra

  • O que é controle social? Dica de texto e atividade pedagógica

    O que é controle social? Dica de texto e atividade pedagógica

    O controle social é o conjunto de normas, valores e leis que regem o comportamento das pessoas em uma sociedade. Ele é usado para manter a ordem social e garantir que as pessoas agem de maneira apropriada e coerente com os valores e crenças da sociedade. O controle social pode ser exercido de várias maneiras, incluindo através da educação, da religião, da mídia, da lei e de instituições sociais, como famílias e escolas. O controle social é importante porque ajuda a garantir que as pessoas trabalhem juntas e cooperem para o bem-estar da sociedade como um todo. No entanto, o controle social também pode ser usado de maneira negativa para oprimir ou discriminar grupos de pessoas.

    Controle social no cotidiano

    Por Cristiano Bodart
    Controle social* é um conceito que teve sua origem junto à germinação da Ciência Sociologia, sobretudo por meio das colaborações de Émile Durkheim, vindo a se expandir ao longo do século XX, sobretudo nos Estados Unidos, nos anos de 1920. Grosso modo, designa um conjunto heterogêneo de recursos materiais e simbólicos que mantém a ordem social, ou melhor, garantem que os indivíduos se comportem de maneira previsível e de acordo com as normas sociais vigentes em sua sociedade. Desta forma, controle social é a regulação do comportamento (e até do pensar) dos indivíduos em uma conduta desejável por aqueles que governam e legislam sobre o grupo social controlado. Trata-se de um “conjunto de métodos pelos quais a sociedade influencia o comportamento humano, tendo em vista manter determinada ordem” (MANNHEIM, 1971, p. 178)**. Importa destacar que essa regulação é realizada não apenas por líderes institucionalmente instituídos.controle social
    O controle social pode ser formal ou informal. Percebido ou não. O controle formal é aquele que está estabelecido em lei. O controle informal seria aquele não estabelecido em lei, mas que são regras de conduta socialmente reconhecida e compartilhada, tais como aqueles que ocorrem a partir de costumes e as crenças.
    Para que exista controle social são necessários elementos materiais e simbólicos de coação/repressão/influência que atuem sobre os indivíduos. Um exemplo, facilmente observado no cotidiano, é a Polícia. Cabe a polícia, com sua presença, inibir e reprimir qualquer ação social contrária às normas sociais. Inicialmente a Polícia faz isso de forma simbólica, apenas com sua presença marcada pelo simbolismo existente em sua farda, por exemplo. Em caso desse simbolismo falhar, utiliza-se da força que lhe é atribuída por lei. Um exemplo, não tão fácil de ser notado, são as disposições de objetos no cotidiano que “regulam” nosso comportamento. A presença de templos religiosos em lugares centrais e altos de uma cidade tem como função transmitir um significado de poderio e submissão de seus fiéis, o que acaba coagindo o seu comportamento. Outras disposições de objetos são mais claras em sua influência, tais como as placas de sinalização de trânsito.

    O controle social é visto, grosso modo, por dois ângulos antagônicos. Por um lado, como necessária para que possamos viver em sociedade. A ideia de Thomas Hobbes nos é bastante elucidativa em relação a esse ponto de vista. Para ele os indivíduos são maus em sua origem e carecem de serem “controlados” pelas regras sociais, a fim de viverem em harmonia. A ausência de controle social poderia desencadear crises sociais. Para exemplificar esse raciocínio, temos os casos de saques e tumultos populares em momentos de greve da polícia, tal como ocorreu em Pernambuco (ver aqui). Por outro lado, o controle social é visto como uma forma de manter a estratificação social estabelecida. Nessa direção, um trecho da música “Até quando”, de Gabriel Pensador, nos é bastante elucidativa para compreendermos essa perspectiva: “a TV só existe para manter você na frente, na frente da TV, que é para você não ver que o programado é você”. Sob essa visão, o Estado é o principal responsável por controlar as pessoas, sobretudo de forma simbólica, o que chamou-se na teoria marxista de “Aparelhos Ideológicos do Estado”. Esses aparelhos, tais como a escola e as TVs estatais, teriam a função de transmitir o que deseja a classe social dominante, a fim de manter o status quo.

    educação controle
    Agora, você já tem ciência de uma coisa: somos induzidos a fazer o que a sociedade deseja, ou o que desejam os grupos dominantes. Liberdade, só aquela apresentada por Paul Sartre, de que somos livres para fazer tudo, tudo o que permitem as regras e as leis.

    Dica de atividade com canção

    Ouça a canção “Admirável chip novo”, da cantora Pitty. Na canção a cantora e compositora utiliza a metáfora para dar seu recado crítico. Assim, usa expressões metafóricas que dialogam com o tema “controle social“. A atividade consiste em explicar cada uma das metáforas a seguir presentes na composição:

    1. Desconfiguração:
    2. Olhos de robô:
    3. Reinstalar o sistema:
    Dica de livro para o(a) professor(a):
    Notas:

    *Não confundir esse conceito sociológico com outro mais comum na Gestão Pública e na Ciência Política, que é a ideia de Controle Social da coisa pública (sociedade controlando as decisões e os gastos públicos).
    **MANNHEIM, K. Sociologia Sistemática: uma introdução ao estudo de sociologia. 2.ed. São Paulo: Pioneira, 1971.

     

     

     

    Publicado originalmente em: 15 de maio de 2014 às 14:39

  • “Não se esqueça de mim”, romance ambientado na Ditadura Militar

    “Não se esqueça de mim”, romance ambientado na Ditadura Militar

    Uma história de amor e de luta pela sobrevivência em dias sombrios no Brasil. É assim que a autora baiana Paloma Weyll define o seu novo romance, “Não esqueça de mim”. A obra mergulha nos acontecimentos da Ditadura Militar para narrar a jornada de dois jovens que são separados por uma guerra e unidos por um sentimento. 

    A trama envolve o leitor a partir da jornada de Lúcia e João, dois jovens de realidades completamente diferentes, que foram arremessadas em lados opostos de um regime. Ela lutava por uma vida melhor para seus pais e irmão. Já João era o filho caçula e ainda imaturo de uma família abastada da cidade de Itajuípe, no interior da Bahia.

    Além da cidade baiana, os personagens percorrem diferentes cenários brasileiros do final dos anos 1960, desde o Rio de Janeiro, com suas praias e fortes militares, até paisagens naturais do Tocantins. A obra conta com prefácio escrito pela jornalista paraense Vanessa Libório.

    “Esse livro nasceu da curiosidade de saber como seria viver em lados opostos e, ainda assim, estar juntos durante a ditadura brasileira. Como inspiração, tive de um lado as histórias que meu avô contava sobre seu irmão, João Amazonas, líder do Partido Comunista no Brasil. Do outro lado, meu pai, que cumpriu serviço militar obrigatório nesse período. Em comum, tinham o silêncio. Raramente falavam sobre a época, mas juntei as poucas informações deles, com pesquisa bibliográfica e muita imaginação para contar uma história de amor vivida em tempos difíceis”, conta a autora.

    Apesar de ser uma história de amor, “Não esqueça de mim” traz também importantes reflexões políticas e sociais. O livro é fruto de um exaustivo estudo acerca da sociedade brasileira no período do regime militar. Contudo, além de trazer aspectos daquela época, como o preconceito sofrido pela mulher desquitada, a obra levanta também discussões que permanecem atuais, a exemplo da desigualdade social e da polarização política interferindo na vida das pessoas.

    “A política não é o tema central do livro, mas ela é importante. Foi um coadjuvante fundamental para emoldurar os dilemas dos personagens, muito comum às pessoas que viveram naquela época. A década de 70 foi uma época em que a liberdade era restrita, os meios de comunicação escassos, pouca opção de escolha para mulheres. Apesar de ser um romance, o livro aborda também esses aspectos, que são daquele período que também não é muito distante da atualidade”, explica.

    “Não se esqueça de mim” já está disponível nas versões física e digital. É possível encontrá-lo na plataforma da Amazon ou no site da autora (www.palomaweyll.com.br).

    ADQUIRA AQUI

    Paloma Weyll

    Sobre Paloma Weyll

    Paloma Weyll é natural de Salvador, mas vive no Rio de Janeiro há mais de 14 anos. Já foi professora universitária e consultora em Relações Internacionais, mas largou tudo para ser escritora. Curiosa e observadora, acredita que pessoas comuns podem ter vidas extraordinárias, e explora esse universo em suas obras. Seu primeiro livro, “A verdade por trás do seu sorriso”, foi publicado pela Editora Labrador em 2020, recebendo excelentes avaliações na Amazon, blogs literários e nas redes sociais. “Não esqueça de mim”, um romance ambientado nos anos sombrios da Ditadura Militar, é seu segundo livro.

  • Desconstruir “Paulo Freire, o demônio”

    Desconstruir “Paulo Freire, o demônio”

    Desconstruir “Paulo Freire, o demônio”

    Cristiano das Neves Bodart

    Precisamos desconstruir um demônio! Há um demônio rondando a sociedade brasileira e o chamam de Paulo Freire. Tarefa difícil, mas necessária pelo bem dos nossos jovens que estão nas escolas.

    Há uma construção discursiva estereotipada de Paulo Freire que ganhou eco na sociedade. Grosso modo, trata-se de um Freire constituído de faces que envolvem aspectos políticos e pedagógicos, feições que se imbricam e são, inclusive, antagônicas. O resultado é um demônio que supostamente estaria a rondar a educação nacional. É isso que combatemos!

    A face política atribuída ao Paulo Freire estereotipado é marcada por forte discurso que o associa ao marxismo, mais especificamente a noção igualmente estereotipada do marxismo (aquele que come criancinhas e que estava implantado no Brasil até 2016). Os estereótipos em torno dessas ideias são mobilizados para, por exemplo, afirmar que as ideias de Paulo Freire – por estarem fundadas no marxismo estereotipado – são contrárias aos “bons costumes” e impraticáveis no mundo real. Dentre os responsáveis pela construção dessa face estão políticos da direita e da extrema direita e religiosos conservadores.

    Já na face freireana estereotipada relacionada à pedagogia, vamos observar a figura de um pensador equivocadamente divulgado como desautorizador da autoridade do(a) professor(a), contrário a todo e qualquer aspecto da pedagogia tradicional e culpabilizador dos docentes como exclusivos responsáveis pelo fracasso escolar, assim como defensor da aprovação automática dos(as) estudantes. Em síntese, há uma construção caricatural e deturpada de Paulo Freire a fim de apontá-lo como o responsável pelo fracasso escolar brasileiro, já que supostamente suas ideias estariam impregnadas na educação brasileira. Os mesmos que imputam à Freire estar “ideologizando” os professores, tentam ridicularizá-lo alegando, contraditoriamente, que suas ideias nunca teriam sido colocadas em práticas. Trata-se de uma construção de um Freire assustador, um demônio cujas faces são desarmônicas – e por isso, ainda mais aterrorizador.

    Grosso modo, os ataques à Freire e à sua pedagogia são oriundos de diversos grupos, todos marcados por uma posição reacionária, liberal e neoliberal. Claro, não poderia esquecer que há os desinformados que apenas replicam o que recebe nos grupos de WhatsApp da família e dos colegas de trabalhos ou de farra. Dois dos principais aspectos que incomodam esses grupos são o caráter politico e politizador da pedagogia freireana. Freire ao propor uma educação que promova a percepção das relações de poder, evidencia o aspecto político da educação. O pensamento de Freire ao promover mobilização e mudança social mostra-se politizador.

    A obra “Por que eles têm medo de Paulo Freire na escola?” (BODART; MARCHIORI; 2022) é um exemplo de leitura que descontrói esse demônio. A obra visa apresentar os aspectos desse Freire estereotipado, para, então, combater a desinformação, ao mesmo tempo que apresenta parte de seu pensamento. O livro explora maneiras como Freire é atacado (e/ou temido) por diversos grupos da sociedade brasileira contemporânea.

    A referida obra traz os argumentos que visam culpar Freire pelo fracasso da educação brasileira e apresenta elementos que evidenciam ser falaciosos tais argumentos. Também problematiza porque alguns professores, especialmente ou que aderem as práticas tradicionais, têm receio de conhecer e se apropriar das ideias freireanas, o que implicaria se auto avaliar, rever suas práticas, especialmente de caráter depositárias. A obra desvela de quais formas a mídia vem construindo um Freire caricato e estereotipado. Para isso, explora as publicações de Olavo de Carvalho, um dos principais disseminadores desse estereótipo, visando demonstrar se deu a deturpação das ideias freireanas para o tornar um inimigo nacional entre aqueles que aderem aos discursos da direita e da extrema direita. Há também uma apresentação das formas como políticos da direita criam discursos contrários e de ataque à Freire, no intuito de demonstrar as motivações políticas que os levam a “demonizar” Paulo Freire. Há um esforço de evidenciar como a estratégia de combater Paulo Freire entre os conservadores é, antes de tudo, uma forma de garantir que não haja mudanças sociais no Brasil, já que isso interessa a justamente a esses grupos.

    É urgente informar e conduzir à reflexão que desmistifique Paulo Freire. Atualmente temos notado uma pressa em emitir opiniões e isso reverbera na busca de “informações” rápidas, superficiais, sem rigor científico e/ou sem honestidade. Combater a desinformação é uma tarefa intelectual constante, ainda que não se alcance o pleno sucesso deve ser nosso horizonte (ou utopia, como descrito por Eduardo Galeano). Trata-se de se opor a um sistema de ideias que normatiza as formas de pensar, agir, sentir e crer que historicamente oprime grande parte da sociedade brasileira.

    Estamos vivenciando um processo de democratização do discurso, o que é bom. Por outro lado, a precariedade educacional vem produzindo “subintelectuais” que acessam meios de comunicação, tais como as redes sociais, e dali propagam discursos problemáticos, imprecisos ou, simplesmente, reproduzem ideologias dos grupos sociais que tradicionalmente têm o controle da produção do sistema de ideias. Nosso esforço como intelectuais situados em favor dos menos favorecidos e dos historicamente oprimidos, é tentar desvelar os interesses existentes no atual sistema de ideias estabelecido e denunciar a opressão. Há uma ampliação de vozes, mas o discurso se mantém, reproduzindo o sistema de ideias estabelecido que interessa uma elite nacional diabólica. Precisamos ampliar as falas, sobretudo situadas socialmente do lado dos que foram sempre silenciados. Isso é fundamental para romper com os históricos discursos que oprimem os menos favorecidos e as minorias.

    Desconstruir o estereótipo do Freire diabólico é evidenciar, ao menos duas coisas: (i) que precisamos entender melhor seu pensamento e aproveitar suas contribuições para a educação brasileira; e (ii) que há um projeto político ideológico no Brasil que visa o silenciamento dos que gritam pelos oprimidos. Em síntese, precisamos desconstruir esse Paulo Freire “pintado” como o inimigo da nação, como demônio. O caminho é evidenciar seu pensamento, demonstrar sua humanidade (por isso, falho/pecador, é claro) e defesa pela liberdade, igualdade e respeito. Por outro lado, é necessário emitir um alerta: os demônios que historicamente perturbam o sono de grande parte de nossa sociedade são outros.

     

    Referências bibliográficas

    BODART, Cristiano das Neves; MARCHIORI, Cassiane da C. Ramos. (Orgs.) Por que eles têm medo de Paulo Freire na escola? Maceió: Editora Café com Sociologia, 2022.

     

    Versão desse post em PDF AQUI

     

    Como citar este texto:

    BODART, Cristiano das Neves. Desconstruindo “Paulo Freire, o demônio”. Blog Café com Sociologia. jul. 2022.

     

     

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    Por que eles têm medo de Paulo Freire na Escola?

    Título: Por que eles têm medo de Paulo Freire na escola?

    Organizadores: Cristiano das Neves Bodart e Cassiane da C. Ramos Marchiori

    Ano: 2022

    Editora Café com Sociologia

     

  • Apostila “Escravidão dos povos africanos no Brasil”

    Apostila “Escravidão dos povos africanos no Brasil”

    Olá professores e professoras!

    As estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Débora Alice Silva dos Santos e Valeska a Silva Francisca, produziram uma apostila sobre a escravidão dos povos africanos no Brasil. Você pode utilizar como material didático para turmas dos anos iniciais do ensino fundamental.

    Você, professor(a), pode usar esse material livremente, desde que sem comerciais. 

    O tema é de extrema importância para que os estudantes compreendam nossa história marcada por opressão e as consequências e permanências do racismo na sociedade brasileira. O material pode ser uma contribuição ao cumprimento da LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.

    O material é  resultado de uma atividade da disciplina de Saberes e Metodologia do ensino de História, ministrada por mim, Cristiano Bodart, no ano de 2022. Nessa disciplina nós discutimos os conceitos de lugar de falaideologia, estereótipos e arbitrário cultural  objetivando a produção de material que não seja marcado por estereótipos ou preconceitos que oprimem grupos sociais ou indivíduos. Esperamos que gostem!

    Compartilhamos esse material com vocês na expectativa de que possa colaborar com a sua prática docente nos anos iniciais do ensino fundamental.

     

    Baixar AQUI

     

    Conheça as obras da Editora Café com Sociologia AQUI
  • Como Criar um Blog de Sociologia

    Como Criar um Blog de Sociologia

    Se você é uma pessoa apaixonada por sociologia e deseja compartilhar seus conhecimentos sobre essa ciência, um blog é a ferramenta ideal para isso. Saiba como criar um espaço dedicado ao assunto e levar informação, sem barreiras.  Para criar um blog de sociologia, você deve se atentar para passos importantes na criação, desenvolvimento e manutenção do seu espaço online. Desde o desenvolvimento do propósito, a escolha da plataforma para hospedagem e criação de conteúdo, há etapas que devem ser seguidas para garantir o sucesso do seu blog.

    Aqui você encontra o passo-a-passo para criar seu blog para falar de sociologia.

     

    O primeiro passo: definindo o propósito do seu blog

    Sociologia é o tópico do seu blog, mas qual será o propósito? Você deve definir o seu público alvo e elaborar uma meta. O que você pretende alcançar ao compartilhar seu conhecimento sobre sociologia?

    Ter em mente um objetivo te ajudará a manter o seu espaço na internet definido e confiável na visão dos seus leitores, gerando bons resultados. Então, seja com o objetivo de levar conhecimento ao público, conscientização sobre os fenômenos que ocorrem em nossa sociedade, ou para gerar discussão e desenvolvimento de novas ideias, defina o propósito do seu blog.

    Mais uma etapa: dando nome a sua criação e hospedando o seu blog

    A escolha do nome do seu blog e a plataforma em que este será hospedado é tão importante quanto a definição do propósito.

    Seja criativo para a escolha do nome, pois essa será a sua marca e primeiro contato dos internautas com a sua página. Para não errar na escolha do nome do seu blog, escolha um nome simples, fácil de digitar e que não seja extenso. Pense em algo que defina o seu blog, que esteja alinhado com seu propósito e, de preferência, que tenha uma palavra-chave que ajude a melhorar o posicionamento do seu blog nos buscadores web. A escolha do nome perfeito ajudará na sua

    Com o nome do seu blog definido, é hora de escolher a plataforma ideal para hospedar seu espaço online. Uma plataforma popular, que oferece hospedagem gratuita e confiável, é a Wix. Esta plataforma contém recursos para te auxiliar na evolução da sua trajetória e profissionalização do seu blog. É importante escolher uma plataforma segura, que disponha de ferramentas para otimização do seu blog.

    Hora de abusar da criatividade: escolha o design do seu blog

    Ao escolher sua plataforma de hospedagem, você terá ofertas de templates para escolher o design do seu blog. A partir do template você pode personalizar a sua página. Lembre-se que o visual deve ser atrativo, o design deve ser bem organizado e fácil de navegar.

    Seja criativo, mas se coloque no lugar do seu público e pense em que tipo de layout os interessados em sociologia gostariam que o conteúdo fosse apresentado. Optar por um visual mais minimalista é sempre uma boa opção para garantir uma boa experiência para o leitor.

    Mãos à obra: escrevendo artigos

    Essa é a hora que, talvez, você se sinta mais confortável e confiante. Escrever para o seu próprio blog sobre grandes ideias, diversos pensadores, teorias, funcionamento da sociedade, lutas de classes, relações econômicas e muito mais. Porém, outros blogs estarão oferecendo o mesmo conteúdo. O que torna o seu blog diferente dos demais blogs de sociologia? Como alcançar um maior número de leitores?

    Ao falar sobre a relação entre indivíduos que formam uma sociedade e tudo que a sociologia estuda ou busca explicar, o conteúdo deve ser atrativo e agregar valor. Porém, além de escrever um conteúdo de qualidade, você deve fazer uso de técnicas para que seu artigo e blog fiquem bem posicionados no ranking dos buscadores web.

    Tenha assiduidade! Planeje a publicação de artigos, sejam eles diários, semanais ou mensais. Mantenha o assunto ativo incluindo botões CTA (Call To Action) nos artigos para incentivar os leitores a interagir, comentando e compartilhando seu conteúdo.

    Finalmente: lance o seu blog!

    Depois de todo o trabalho de criação, planejamento e desenvolvimento, é hora de lançar o seu blog de sociologia e ficar online para interagir com sua audiência.

    Compartilhe sua página e artigos nas redes sociais, envie para seus contatos via e-mail e peça a opinião de amigos e profissionais da área.

    Por fim: O trabalho continua

    Enfim, seu blog está pronto e lançado! Porém, o trabalho não termina aqui. Depois de lançar seu blog, além de manter a publicação de artigos de qualidade para se solidificar como uma autoridade no assunto, é preciso acompanhar e analisar o sucesso do seu blog.

    É possível entender sua audiência e otimizar o seu trabalho ao analisar métricas, como o número de visitantes na sua página e inscritos para recebimento de newsletter, número de visitas por publicação, número de backlinks e referências, e mais.

    Para tornar essa tarefa mais fácil, basta escolher uma plataforma para hospedar seu blog que ofereça a ferramenta de relatório de atividade, assim você terá mais tempo para se dedicar ao que realmente importa: falar de sociologia!

     

     

  • Questões de gênero: proposta de abordagem pedagógica

    Questões de gênero: proposta de abordagem pedagógica

    Questões de gênero: proposta de abordagem pedagógica

    Adriely Paiva Parreira da Silva[1]

    Jamílly Taina do Carmo Silva[2]

    Walace Ferreira[3]

    Baixe AQUI a versão em PDF

    Conteúdo: Questões de gênero

    Público: estudantes do ensino médio

    Competências Gerais/BNCC: 1 e 9

    Competências Específicas de C.H.S: 5

    Habilidades: EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504

    Objetivos: Apresentar aspectos preliminares sobre papéis de gênero, divisão sexual do trabalho, violência contra as mulheres e a cultura do estupro. Trata-se de material de apoio didático a ser trabalhado em turmas do ensino médio, estimulando a reflexão e a superação dos preconceitos e das desigualdades de gênero.

    Papéis de gênero

    O conceito de gênero tem a função de classificar o masculino e o feminino nas sociedades humanas com base em uma construção social. As concepções de gênero já solidificadas e naturalizadas são reproduzidas através da socialização. Desde crianças, meninas e meninos aprendem a lidar com o mundo através da socialização, incorporando aspectos de gênero nas suas atividades cotidianas. As brincadeiras são uma demonstração da reprodução desses papéis desde a primeira infância, bem como as cores definidas para meninas e meninos e atitudes esperadas de cada criança devido ao seu sexo de nascimento. Essa separação termina por determinar comportamentos sociais tradicionais, tal como subentendido a partir da tirinha a seguir:

    Gênero

    Devemos observar que as relações de gênero são também relações de poder dentro de uma cultura e a própria construção social das características de cada gênero reflete isto. Nas sociedades ocidentais, por exemplo, enquanto racionalidade, potência e força são características relacionadas ao masculino; docilidade, delicadeza, passividade, altruísmo, amor incondicional e “instinto materno” estão culturalmente vinculados ao universo feminino. Um estudo mais aprofundados sobre diferentes culturas ao longo da história demonstra que nem sempre foi dessa forma.

    Divisão sexual do trabalho

    O papel de subordinação da mulher se estende pela divisão social do trabalho, tendo em vista que geralmente as ocupações femininas são marcadas pela baixa remuneração e pouco prestígio social. O sistema de produção capitalista inclui as mulheres, porém estas encontram-se abaixo na estratificação social em termos de retorno salarial. Além disso, o corte de gênero aumenta a margem de sua exploração, já que muitas daquelas que entram para o mercado de trabalho passam a desempenhar dupla ou tripla jornada: estão sucumbidas pela subordinação no mercado de trabalho, no papel de serviçal nas tarefas domésticas e na criação dos filhos.

     

    gênero

    Violência contra as mulheres

    No Brasil, uma mulher é assassinada a cada 2 horas, segundo o Atlas da violência de 2020 (IPEA, 2020). Além das variadas formas de desigualdade de gênero, há diversos tipos de violência contra a mulher, dentre elas: violência física, violência sexual, violência psicológica, violência patrimonial, violência obstétrica, violência moral etc.

    No que se refere ao feminicídio, o número de homicídios de mulheres por homens persiste e têm aumentado a cada ano. “Trata-se de um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 com o fim de reconhecer e dar visibilidade à discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as mulheres, que, em sua forma mais aguda, culmina na morte. Essa forma de assassinato não constitui um evento isolado e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte de um processo contínuo de violências, cujas raízes misóginas caracterizam o uso de violência extrema. Inclui uma vasta gama de abusos, desde verbais, físicos e sexuais, como o estupro, e diversas formas de mutilação e de barbárie” (MENICUCCI, 2015, p. 1).

    A seguir destacamos a imagem de uma reportagem sobre o feminicídio no estado do Rio de Janeiro, quando mãe e filho foram mortos por um ex-namorado da jovem.

     

    Feminicídio

    A lei do feminicídio (n° 13.104) que pune o assassinato de mulheres por razões de gênero surge no Brasil em 2015. Na América Latina existem mais 14 países com leis semelhantes. E embora exista no Brasil desde 2006 a Lei Maria da Penha, estudos mostraram que essa lei não foi suficiente para reduzir a mortalidade feminina, reforçando a necessidade de abordarmos o tema e trabalharmos no sentido mudarmos os condicionantes culturais que geram esse drama.

    Cultura do Estupro

    O termo cultura do estupro vem sendo utilizado desde a década de 1970 pelas feministas norte-americanas, revelando o quanto a violência contra a mulher é normalizada pela mídia e pela cultura popular. Indica também como a sociedade apresenta comportamentos que culpam as vítimas pelo ataque sofrido e normalizam os abusos praticados por homens contra as mulheres. Cantadas, gestos e linguagens obscenas, abraços, beijos e contatos físicos inadequados sem consentimento, e o estupro, fazem parte da cultura do estupro.

    Recomendações

    • Livro Mulheres, raça e classe (Angela Davis);
    • Livro A Criação do Patriarcado (Gerda Lerner);
    • Série Maid (Netflix);
    • Vídeo Explicando o feminicídio em 2 minutos (https://youtu.be/Dwp-m31qUz).

    Proposta de atividade

    Apresente aos estudantes notícias jornalísticas referentes a diferentes tipos de violência contra a mulher (violência física, violência sexual, violência psicológica, violência patrimonial, violência obstétrica, violência moral, dentre outras), de modo que cada grupo fique responsável por uma reportagem. Solicite que os grupos debatam as origens daquele tipo de violência e elaborem propostas de enfrentamento. Cada grupo deve colocar suas conclusões de forma lúdica numa folha ou num cartaz. Ao final do tempo destinado para atividade, cada grupo deve apresentar suas conclusões aos demais estudantes, favorecendo o diálogo e uma discussão em torno da construção de uma proposta de tolerância e respeito. Se possível, exponha os produtos na sala de aula e/ou no ambiente escolar.

    Referências bibliográficas

    IPEA. Atlas da violência 2020. Relatório institucional. 2020.

    LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e Educação: uma perspectiva pós estruturalista. 6. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1997.

    MACHADO, Igor José Renó; AMORIM; BARROS; Celso Rocha de. Sociologia Hoje. 1. Ed. São Paulo: Ática, 2014.

    MENICUCCI, Eleonora. Íntegra do discurso da ministra Eleonora Menicucci na cerimônia de sanção da lei do feminicídio. Publicado em 09/03/2015.

    SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Nova York, Columbia University Press, 1989.

    SILVA, Afrânio et al. Sociologia em movimento. 2. ed, São Paulo: Moderna, 2016.

    Como citar este texto:

    PARREIRA, Adriely Paiva; SILVA, Jamílly Taina do Carmo; FERREIRA, Walace. Questões de gênero. Blog Café com Sociologia, jun. 2022.

     

     

    Notas:

    [1] Graduanda em Ciências Sociais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E-mail: [email protected]

    [2] Graduanda em Ciências Sociais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E-mail: [email protected]

    [3] Doutor em Sociologia (IESP/UERJ). Docente do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silva (CAp-UERJ). E-mail: [email protected]

     

     

    ensino de Sociologia

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  • Cultura afro-brasileira – Apostila didática para o ensino fundamental I

    Cultura afro-brasileira – Apostila didática para o ensino fundamental I

    Apostila sobre cultura afro-brasileira
    Capa da apostila

    Olá professores e professoras! As estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas, Emilly Christine Veríssimo, Érica Santos e Victória Ferreira, produziram uma apostila sobre a cultura afro-brasileira, com foco em Alagoas, que pode ser reaproveitada por você em suas aulas.

    Informamos a você, professor(a), que o material não tem fins comerciais, sendo resultante de uma atividade da disciplina de Saberes e Metodologia do ensino de História, ministrada por mim, Cristiano Bodart, no ano de 2022. Nessa disciplina nós discutimos os conceitos de lugar de falaideologia, estereótipos e arbitrário cultural.

    A partir desses temas foi solicitado aos(às) estudantes que realizassem a produção de uma apostila voltada ao ensino fundamental I.

    Vale recordar que o tema em questão é fundamental para a superação do preconceito e das desigualdades que, infelizmente, se faz presente na estrutura social.

    Compartilhamos esse material na expectativa de que possa colaborar com a prática de outros docentes que atuam no ensino fundamental I.

     

    Baixar AQUI

     

    cultura afro-brasileira

  • Povos indígenas – Apostila didática para o ensino fundamental I

    Povos indígenas – Apostila didática para o ensino fundamental I

     

    As estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas, Ialy Kaliny Calixto e Rhayane Gabryella Balbino, produziram uma apostila para 4 aulas sobre os povos indígenas, dispondo como principal referência o livro didático Buriti Mais História – 4º ano, Editora Moderna, Unidade 3. Trata-se de uma releitura das estudantes visando superar estereótipos presentes na História do Brasil quando trata de povos indígenas. O material não tem fins comerciais, sendo resultante de uma atividade da disciplina de Saberes e Metodologia do ensino de História, ministrada por mim, Cristiano Bodart, no ano de 2022. Na disciplina discutimos os conceitos de lugar de fala, ideologia, estereótipos e arbitrário cultural. A partir desses temas foi solicitado a produção de uma apostila sobre os povos indígenas. 

    Compartilhamos esse material na expectativa de que possa colaborar com a prática de outros docentes.

     

    Turma: 4º ano
    Componente curricular: História
    Carga horária: 4h (4 aulas)
    Tema: Povos indígenas/povos originários
    Unidade temática: Transformações e permanências nas trajetórias dos grupos humanos
    Objetos do conhecimento: A ação das pessoas, grupos sociais e comunidades no tempo e no espaço: nomadismo, agricultura, escrita, navegações, indústria, entre outras; O passado e o presente: a noção de permanência e as lentas transformações sociais e culturais.
    Habilidades: (EF04HI01) Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças e permanências ao longo do tempo; (EF04HI02) Identificar mudanças e permanências ao longo do tempo, discutindo os sentidos dos grandes marcos da história da humanidade (nomadismo, desenvolvimento da agricultura e do pastoreio, criação da indústria etc.).

     

    Baixe AQUI a apostila.

     

    Povos indígenas
    Povos indígenas