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  • Material completo do curso de Especialização em Ensino de Sociologia

    Material completo do curso de Especialização em Ensino de Sociologia

    Em 2009 um material foi produzido para um curso de especialização da CAPES voltado ao Ensino de Sociologia. A produção foi coordenada pela Elizabeth, Nélson e Sarandy e diversos outros autores especialistas no tema. Os organizadores nos solicitaram espaço para a sua disponibilização no Blog Café com Sociologia para que pudesse ser gratuitamente acessado.

    O curso constitui-se de 3 módulos, como se observa nas imagens:

    Captura de Tela 2019 02 04 às 07.29.12 Captura de Tela 2019 02 04 às 07.29.00 Captura de Tela 2019 02 04 às 07.28.47

    Clicando nas imagens você terá acesso a cada um dos módulos. O material é disponível em formato PDF. Uma síntese dos módulos pode ser acessado AQUI

    Atenção: Ainda que disponibilizado gratuitamente, este material possui direitos autorais e seu uso deve ocorrer acompanhado de creditação autoral. A comercialização é proibida.

     

    Veja AQUI artigo que evidencia o que vem sendo publicado no Brasil sobre o ensino de Sociologia.

     

     

    Forma de referenciar:

    MORAES, Amaury; Et al. Curso de especialização em ensino de sociologia: nível médio: módulo 1 / Amaury C. Moraes… [et al.]. — Cuiabá, MT : Central de Texto, 2013. Disponível em: <https://cafecomsociologia.com/curso-de-especializacao-ensino-de-sociologia/>. Acessado em: dia, mês ano.

    LEMOS, Carlos Eugênio Soares de; Et al. Curso de especialização em ensino de sociologia: nível médio: módulo 2. — Cuiabá, MT : Central de Texto, 2013. Disponível em: <https://cafecomsociologia.com/curso-de-especializacao-ensino-de-sociologia/>. Acessado em: dia, mês ano.

    TOMAZI, Nelson; Et al. Curso de especialização em ensino de sociologia: nível médio: módulo 3. — 1. ed. –Cuiabá, MT : Central de Texto, 2013. Disponível em: <https://cafecomsociologia.com/curso-de-especializacao-ensino-de-sociologia/>. Acessado em: dia, mês ano.

     

     

     

     

  • O que são mitos?

    O que são mitos?

    O que são mitos? Os mitos são narrativas que têm a capacidade de explicar questões complexas de forma simbólica, geralmente associadas a aspectos religiosos, culturais ou filosóficos de uma determinada sociedade. Eles são encontrados em todas as culturas humanas ao longo da história e têm sido utilizados como uma forma de compreender a realidade e transmitir valores importantes de geração em geração.

    O termo “mito” tem sua origem no grego antigo, na palavra “muthos”, que significa “palavra”, “fala” ou “narrativa”. Na cultura grega, os mitos eram contados pelos poetas e eram transmitidos oralmente. Eles narravam histórias de deuses, heróis e outros seres sobrenaturais, e tinham como objetivo explicar aspectos da realidade e transmitir valores e conhecimentos importantes para a sociedade.

    Eles odem ser vistos como uma forma de linguagem simbólica, que utiliza imagens e metáforas para transmitir ideias complexas. Eles representam uma tentativa de entender e explicar o mundo, suas origens e seus mistérios, e geralmente estão associados a crenças religiosas ou filosóficas. Os mitos também podem ter um papel importante na construção da identidade cultural de um povo, uma vez que refletem as suas tradições, valores e visão de mundo.

    Alguns exemplos de mitos conhecidos são os da criação do mundo, como o mito bíblico da criação de Adão e Eva ou o mito grego da criação dos deuses; mitos de heróis, como a lenda de Hércules ou o mito de Prometeu; mitos sobre deuses, como a história de Thor e Loki na mitologia nórdica; mitos sobre a vida após a morte, como a crença na reencarnação em diversas culturas orientais; entre outros.

    Segundo o antropólogo Everardo Rocha, autor do livro “O que é Mito”, os mitos são importantes para as sociedades porque permitem que as pessoas tenham uma compreensão mais profunda e simbólica do mundo. Eles são capazes de explicar questões que não podem ser compreendidas de forma racional, e têm a capacidade de influenciar as atitudes e comportamentos das pessoas.

    O mito é diferente da história, uma vez que não busca descrever eventos reais de forma objetiva, mas sim transmitir uma visão simbólica do mundo. Enquanto a história se preocupa com a descrição factual dos eventos, o mito está mais interessado na dimensão simbólica e significativa dos acontecimentos. Os mitos também são diferentes dos contos de fadas ou lendas, que são narrativas mais simples e fantasiosas, sem a mesma complexidade simbólica dos mitos.

    Joseph Campbell, autor de “O Poder do Mito”, argumenta que os mitos têm uma estrutura comum, que pode ser encontrada em diversas culturas e períodos históricos. Segundo ele, a estrutura do mito é composta por quatro elementos principais: a separação, a iniciação, a transformação e o retorno. Esses elementos descrevem a jornada do herói, que é uma figura comum em muitos mitos.

    Na fase da separação, o herói é afastado do seu ambiente normal e seguro, sendo levado a um lugar desconhecido e perigoso. Na iniciação, o herói é submetido a diversos desafios e provações, que o transformam e o preparam para enfrentar o seu destino. Na transformação, o herói passa por uma mudança profunda, que o torna capaz de enfrentar os seus inimigos e alcançar o seu objetivo. E, por fim, no retorno, o herói retorna ao seu ambiente normal, trazendo consigo um conhecimento valioso que pode ser compartilhado com a sua comunidade.

    Campbell argumenta que essa estrutura do mito pode ser encontrada em diversas culturas e períodos históricos, desde os mitos gregos até as histórias de super-heróis dos quadrinhos. Essa estrutura pode ser vista como uma representação simbólica do processo de crescimento e amadurecimento pessoal, que envolve a superação de desafios e a transformação de si mesmo.

    Os mitos podem ser vistos como uma forma de conhecimento simbólico, que utiliza a linguagem e a imaginação para expressar ideias complexas e abstratas. Eles são uma forma de compreender a realidade e os mistérios da existência, e podem ajudar as pessoas a encontrar um sentido para a vida. Além disso, os mitos também podem ser uma fonte de inspiração e criatividade, influenciando a arte, a literatura e outras formas de expressão cultural.

    Para o ensino médio, uma sugestão de atividade relacionada aos mitos seria a realização de um estudo comparativo entre diferentes mitologias, como a grega, a egípcia, a nórdica, a indígena brasileira, entre outras. Os alunos poderiam pesquisar e apresentar aspectos como os deuses, heróis, ritos e costumes de cada uma dessas mitologias, e discutir as semelhanças e diferenças entre elas. Isso permitiria aos alunos ampliarem o seu conhecimento sobre diferentes culturas e visões de mundo, ao mesmo tempo em que exploram a riqueza simbólica dos mitos.

    Referências Bibliográficas:

    CAMPBELL, Joseph; MOYERS, Bill. O poder do mito. Palas Athena Editora, 2022.

    ROCHA, Everardo. O que é mito. Brasiliense, 2017.

  • 5 estratégias dinâmicas para arrasar como professor na primeira aula

    5 estratégias dinâmicas para arrasar como professor na primeira aula

    Dinâmicas para a primeira aula

    Por Roniel Sampaio Silva

     

    Muitos dos rostos presentes na sala de aula não se conhecem na primeira aula. Na ocasião, ainda não foram formadas as panelinhas e os estudantes encontram-se em um contexto social pouco conhecido, fato que lhes causam certo desconforto . Tal desconforto tem um aspecto positivo visto que a maior parte dos estudantes dará maior atenção ao professor. Como se aproveitar estrategicamente dessa vantagem para “detonar” como professor no primeiro dia de aula? Selecionamos 5 dinâmicas, das quais o professor pode utilizar para causar impacto positivo no primeiro dia de aula.

     

    1. Planejamento

    planejamento primeira aulaLembre-se que a aula começa antes de você pisar em sala. Faça um planejamento de uma sequência didática, das metodologias, das avaliações etc. No primeiro dia convém discorrer brevemente o que é a disciplina, o que ela estuda, como será sua metodologia, conteúdos e avaliações. Cite brevemente alguns assuntos que serão estudados e pergunte que tipos de assuntos eles gostariam de estudar. Falar de forma entusiasmada sobre tais os assuntos vai ampliar o número de estudantes interessados na disciplina e seus conteúdos.

    2. Interesses comuns

    afinidade primeiro dia

    Certamente você deve ter feito seu plano de disciplina com os conteúdos, estratégias de avaliação e outros detalhes. Porém, o primeiro dia de aula você coloca à prova como você conduzirá suas aulas, uma que o que você diz deve ser interessante para quem ouve. Então, faça questão de trazer várias sugestões de temas para que os alunos avaliem os assuntos que eles têm mais interesse. Isso não quer dizer que suas aulas serão pautadas pelos alunos, porém, encontrar um meio termo entre o que currículo estipula, o que é de interesse do professor e dos alunos enriquece o processo pedagógico.

     

    3. Finalidade

    finalidade primeiro dia

    Há duas palavras que são como mantras para mim, sendo uma japonesa, de Okinawa, e a outra do grego.  A primeira, Ikigai (生き甲斐), faz referência a “uma razão de viver” ou “motivo pelo qual se vive”. A segunda, Télos (τέλος), faz referência a “propósito”. Ambas palavras são fundamentais para o que propomos fazer, uma vez que a ação tem mais sentido quando pensamos onde queremos chegar.

    Gosto de fazer o seguinte exercício de estranhamento com meus alunos. Pergunto-os: “Será que é normal a gente ficar todo santo dia 6, 7 ou 8 horas sentado numa gaiola de concreto, ouvindo meia dúzia de pessoas falarem na frente de um quadro?” Não parece ser uma situação confortável ficar assim. Para se submeter a essa situação é preciso valer muito a pena.  A gente tem que encontrar um objetivo, uma meta e vislumbrar um sentido nessa ação. Continuo provocando: Vamos pensar. “Por que estamos aqui?”. Cada um tem um sonho, uma meta uma vontade que faz da educação algo que realmente valha a pena. Qual é a sua? Leve papel adesivo e pincel peça para os estudantes escrevam o nome deles e o sonho resumido em uma palavra. Mostre seus alunos que os objetivos individuais se somam a objetivos da turma ex: “aprender com qualidade para transformar sua realidade”. Lembre-se que a turma tem um objetivo, todos devem lembrar que estão vinculados por aquele objetivo, professores e alunos. Para que o objetivo seja alcançado é necessário ter um plano: disciplina dentro e fora de sala. Cada vez que alguém destoar do objetivo de “aprender com qualidade para transformar a realidade”, lembre-os dos objetivos individuais de cada um e do objetivo da turma durante todo ano letivo.

     

    4. Contrato pedagógico

    contrato pedagogico primeiro dia

    A primeira aula é estratégica para o professor direcionar qual será o “tom” das suas aulas. Esclareça que tipos de atitudes você reprova e que tipos de comportamento você espera do bom aluno.  Você pode optar conduzir suas aulas por slides ou escrever no quadro as regras. Antes de chegar nessas regras, pergunte os alunos. O que é necessário para que a gente tenha uma boa aula? Vá escrevendo no quadro o que atrapalha o aprendizado e estabeleça as regras a partir das contribuições dos próprios alunos. As regras fazem muito mais sentido quando legislados também são os legisladores.

     

    5. Quem somos?

    apresentação primeiro dia

    Embora possa parecer clichê é importante saber quem são seus alunos no primeiro dia de aula. Tradicionalmente grande parte dos professores fazem um protocolo que consiste em perguntar tão somente os nomes dos alunos. Dependendo de como se faz esta apresentação, isso pode se tornar enfadonho e repetitiva quando outros mestres de outras disciplinam replicam a mesma dinâmica. Duas formas de superar tal repetição é pensar em uma atividade que os alunos digam não apenas os nomes, mas deem pistas de quem são os interlocutores a partir do que eles fazem. Para além dos nossos nomes, somos o que sonhamos, somos o que lemos etc. Perguntar o nome dos alunos e qual o desejo/sonho/objetivo deles é uma estratégia e “casa” muito bem com o contrato pedagógico citado neste texto. Outra estratégia interessantíssima é pedir que eles tragam para sala de aula livros dos quais estão lendo ou gostaria de ler. Assim a turma vai ter uma noção do que cada um gosta de ler, o que se relaciona em alguma medida a personalidade deles; essa dinâmica acaba não apenas apresentando o que cada um é como também acaba incentivando a leitura.

     

     

    Considerações finais

    Cabe lembrar que essas estratégias têm a resistência na timidez dos alunos, fato que é possível superar na medida que o professor começa fazendo sua apresentação a partir do formato que que gostaria que os alunos seguissem: 1) nome; 2) sonho; 3) gosto por qual tipo de leitura; 4) temas preferidos; etc. É importante destacar que as considerações aqui feitas são sugestões de estratégias e cabe ao professor adequar tais ideias à sua realidade, selecionando a(s) estratégia(s) que atendam ao tempo, ao público e aos recursos disponíveis.

    Para contornar a timidez lembre-se de sempre começar as apresentações por você. Ex. nome, sonho, biografia, leitura que aprecia, objetivo. etc. Utilize os conhecimentos de Sociologia para mostrar como os objetivos individuais de cada um se relacionam com objetivos e expectativas coletivas.  Faça questão de deixar claro que nossas biografias individuais se relacionam às tramas sociais, crises, trabalho, violência, família, religião, economia etc. Algumas de nossas escolhas aparentemente autônomas e de “livre arbítrio” são fortemente influenciadas por dimensões sociais estruturais.

  • Ter bom sono para aprender e viver melhor

    Ter bom sono para aprender e viver melhor

    Benefícios do sono para o organismo

    Cada organismo tem um funcionamento, o que inclui, também a quantidade de horas necessárias para garantir uma qualidade de vida e um dia a dia mais produtivo.

    Uma boa noite de sono contribui para mais energia, diminui o estresse, enfim, melhora o bem-estar de uma maneira geral. Em contrapartida, uma noite mal dormida prejudica o corpo, a memória e até o humor, causando sintomas com irritação, fadiga, entre outros.

    Dificuldades para dormir podem ter fundamento como, por exemplo, no excesso de trabalho, insônia, estresse, acúmulo de tarefas e distúrbios do sono. Tudo isso pode causar uma bagunça no organismo e afetar funções que, às vezes, nem imaginamos, ocasionado em problemas graves de saúde. Aliás, menos sono é mais transtorno.

    Além de procurar um especialista, caso você esteja com dificuldades para dormir, outra alternativa para restaurar as energias é com o bom e velho cochilo, após o almoço, que só traz bem-estar.

     

    Vantagens de uma boa noite de sono

    dormir bem

    O sono exerce o papel de revigorar o organismo; mas apesar disso, ele também desempenha outras funções importantes para a saúde e o equilíbrio do corpo.

    O recomendado é dormir, em média, de seis a oito horas, por dia. Entretanto repousar menos que isso ou acordar várias vezes durante à noite, devido à distúrbios do sono como insônia e apneia, por exemplo, pode prejudicar a qualidade de vida.

    Por isso, conheça 7 benefícios de uma noite bem dormida:

    • Ajuda no fortalecimento da memória;
    • Prevenção da obesidade;
    • Contribui para o combate à hipertensão;
    • Aliado contra a depressão;
    • Ajuda no desempenho físico;
    • Controla o diabetes;
    • Reduz o risco de doenças cardiovasculares.

     

    O que um cochilo pode fazer por você?

    Apesar da correria do dia a dia é importante ter momentos de relaxamento, para que a vida esteja em equilíbrio e, desta forma, seja mais leve e saudável.

    Os benefícios do cochilo ou da famosa siesta, tradicionalmente conhecida e adotada em países como Espanha e México, já foram atestados em diversos estudos. E isso inclui vantagens mesmo em períodos mais curtos, ou seja, é melhor do que nada.

    No entanto, esse momento de relaxamento deve estar aliado a uma   alimentação balanceada, para ajudar o corpo a se recuperar, recarregar as energias e ter disposição; além de ajudar na criatividade, produtividade e no reforço do sistema imunológico.

    Segundo pesquisas, um cochilo de 10 a 40 minutos, após às refeições, colabora e muito para o cérebro, ou seja, melhora a capacidade de concentração, por exemplo.

    Uma pesquisa feita pelo Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça, e publicada na revista Heart, confirma os efeitos positivos do cochilo para o corpo.

    De acordo com o estudo, realizado durante cinco anos com 3400 voluntários, com idade entre 35 e 75 anos, ficou evidenciado que tirar uma pestana, uma ou duas vezes por semana, diminui em até 48% o risco de problemas cardiovasculares, como infarto e  Acidente Vascular Cerebral (AVC).

    Portanto, com base científica, os cochilos acabam se tornando uma forma de compensação fisiológica para aquelas pessoas que dormem pouco ou mal à noite. Além disso, o sono está diretamente relacionado com a aprendizagem, dormir bem significa aprender melhor.

     

  • Lançamento 2020: O ensino de Sociologia e de Filosofia no Brasil

    Lançamento 2020: O ensino de Sociologia e de Filosofia no Brasil

    Apresentação

    Por Cristiano das Neves Bodart

    O ensino de sociologia e de filosofia no Brasil
    Capa da obra

    A organização da presente obra foi uma tarefa que envolveu dimensões acadêmicas e políticas. Acadêmicas por atentar para o rigor necessário à produção científica. Política por ser um esforço de divulgação da importância do ensino de Sociologia e Filosofia no Ensino Básico.

    É sabido que a Sociologia e a Filosofia são disciplinas discriminadas por setores da sociedade que não as conhecem (muitas vezes nunca as estudaram). Várias das acusações a elas direcionadas – tais como, serem disciplinas de comunistas e instrumentos de ideologização – evidenciam o desconhecimento da multiplicidade de perspectivas teórico-metodológicas que as constituem; o que revela a incompreensão de suas potencialidades e importância para a formação educacional dos jovens. Por isso, publicizar as discussões acadêmicas sobre o ensino dessas disciplinas, bem como suas histórias e as configurações das pesquisas já produzidas, é uma ação necessária para a afirmação de seus lugares no currículo da escola básica brasileira.

    O ensino de Sociologia e de Filosofia tornaram-se obrigatórias no currículo de todo o Ensino Médio brasileiro por meio da mesma lei (Lei nº 11.684, de 2 de junho de 2008) que modificou o artigo 36 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Após quase dez anos de presença nas escolas secundárias de todo o país, uma recente alteração na LDB (Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017) fragilizou suas permanências nesse nível de ensino.

    Se a Lei nº 11.684, de 2008, afirmava que seriam “incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do Ensino Médio” (LDB, art. 36, iv), a alteração de 2017, passou a trazer na LDB que caberia a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) referente ao Ensino Médio incluir “obrigatoriamente estudos e práticas de […] Sociologia e Filosofia” (LDB, art. 35-A, § 2º). A BNCC para o Ensino Médio traz em seu texto que Sociologia e Filosofia integram, juntamente com Geografia e História a área de “Ciências Humanas e Sociais Aplicadas”, sem, contudo, apresentar detalhes sobre como a Sociologia e a Filosofia deverão figurar nos currículos estaduais. Assim, cabe às Secretarias Estaduais de Educação as definições curriculares. Esse cenário vem gerando incertezas quanto a presença dessas disciplinas nas escolas secundárias. As dúvidas vão deste qual seria a carga-horária até se estarão ou não entre as disciplinas obrigatórias do Ensino Médio.

    Os textos que compõem este livro coletânea, longe de propor sanar as dúvidas existentes entre pesquisadores e docentes dessas disciplinas, convida os leitores à reflexões importantes em torno da prática de ensino, da história e das produções acadêmicas sobre as disciplinas Sociologia e Filosofia.

    A obra se organiza em duas partes. Cada uma delas contendo quatro capítulos, além de um prefácio produzido por Nelson Dacio Tamazi (UEL) e esta apresentação.

    O primeiro capítulo, intitulado “O ensino de Sociologia no Brasil e os sentidos da cidadania nos documentos oficiais norteadores da prática docente” é de autoria de Ana Martina Baron Engerroff (UFSC) e Amurabi Oliveira (UFSC). Nele é discutido como a ideia de “cidadania” esteve relacionada nos documentos oficiais ao ensino de Sociologia, sendo discutido como isso reflete sobre a prática docente e a percepção de professores e alunos em torno da importância da Sociologia escolar.

    O segundo capítulo, produzido por Fernanda Feijó é intitulado “Quando o Parlamento Jovem torna-se parte da aula de Sociologia do Ensino Médio que visa a Educação Política”, traz uma experiência de Educação Política, explorando suas potencialidades e discutindo como práticas extraescolares ligadas à Política e aulas de Sociologia na escola corroboram mutuamente para o desenvolvimento dessas ações.

    O terceiro capítulo, intitulado “Os livros coletâneas e as suas relações com as teorias e metodologias sobre o ensino de Ciências Sociais/Sociologia (2008-2014)” é de autoria de Lígia Wilhelms Eras. Nesse capítulo a autora realiza uma análise dos livros coletâneas sobre o ensino de Sociologia buscando compreender quais as bases teóricas estão presentes nessas obras e destacar as paulatinas mudanças na articulação epistemológica e constituição de saberes, que têm implicado em mudanças reflexivas e operacionais na produção de conhecimentos sobre a Sociologia escolar.

    Parte da História do ensino de Sociologia no Brasil, mais especificamente o uso dessa disciplina nas disputas em torno de projetos de educação para o Brasil na primeira metade do século XX é assunto do quarto capítulo da obra. Esse capítulo de minha autoria, produzido em parceria com Marcelo Cigales (UnB), é intitulado “Conatus católico e ensino de Sociologia no Brasil (1920-1950)”. Nele discutimos como intelectuais ligados à Igreja Católica, dotados de um conatusparticular (conceito de Pierre Bourdieu) buscaram desenvolver uma Sociologia Católica como resposta à Sociologia Laica que se desenvolvia no Brasil.

    A segunda parte da obra destina-se as discussões sobre a Filosofia escolar, sua prática, seus sentidos e sua História.

    O primeiro texto da segunda parte, quinto capítulo, é de autoria de Cleber Duarte Coelho (UFSC) e Jason de Lima e Silva (UFSC). Intitulado “O que é possível dizer sobre o ensino de Filosofia no Brasil?”, o texto analisa quais as perspectivas e caminhos possíveis para o ensino de Filosofia no Brasil, buscando pensar a atual conjuntura que ameaça a manutenção da Filosofia como disciplina autônoma no currículo do Ensino Médio brasileiro, a que tipo de arranjo político essa situação interessa e seus impactos.

    O sexto capítulo, intitulado “Os sentidos do ensino de Filosofia no Ensino Médio: uma abordagem fenomenológica” é de autoria de Williams Nunes da Cunha Junior (SEDE-AL/UFAL). O autor busca discutir os diversos sentidos dado ao ensino de Filosofia por alunos e professores dessa disciplina. Duas perguntas norteiam o texto, sendo elas: qual o sentido de ensinar Filosofia para nós enquanto docentes? Qual o sentido do ensino de Filosofia na vida dos estudantes do Ensino Médio? No texto é explorado, à luz da fenomenologia, o sentido dado ao ensino dessa disciplina como “cuidado”, “sentir”, “rumo”, “destino” e “compreensão”.

    Camila Gallindo Cornélio (ULisboa) e Junot Cornélio Matos (UFPE) nos apresentam, no sétimo capítulo, o texto “Filosofia, Educação e Comunicação: o trabalho docente como complexidade articulada”. Nele os autores nos convidam a pensar o ensino de Filosofia a partir de várias estratégias educacomunicacionais. Propõem uma relação dialógica – uma atitude comunicante – na sala de aula que exige a disposição de julgamentos do estado da consciência de quem dialoga, ou seja, os perceptos, os afetos, os juízos de valor, o modo de agir e os conceitos já formados.

    O último e oitavo capítulo é de autoria de Christian Lindberg L. do Nascimento (UFS). Em “Aspectos metodológicos na História do ensino de Filosofia” o autor buscou apresentar um mapeamento de questões relacionadas à metodologia do ensino de Filosofia, delimitando a discussão em torno dos momentos históricos e educacionais no país. Destaca o percurso histórico do ensino de Filosofia no país, sendo esse marcado por uma presença obrigatória intermitente no currículo oficial e por influências externas que reduziram aqui as preocupações em se construir um sistema de pensamento filosófico brasileiro; situação que repercutiu sobre o ensino dessa disciplina, principalmente sobre a metodologia empregada nos usos dos textos filosóficos em sala de aula.

    Estamos convictos de que os leitores estão diante de reflexões profícuas que os ajudem a compreender questões sobre o ensino de Sociologia e Filosofia no Ensino Básico brasileiro. Esperamos que os textos presentes nesta coletânea suscitem mais perguntas do que respostas, que venham a fomentar à reflexão sobre a prática docente, sua História e os interesses em disputas.

    Boa leitura! Boas reflexões!

     

    Valor: 40 reais (com frete incluso para todo o Brasil) 

    Título: O ensino de Sociologia e de Filosofia no Brasil

    Organizador: Cristiano das Neves Bodart

    Ano: 2020

    Nº de Páginas: 258

    Editora: Editora Café com Sociologia

    Para adquirir diretamente com o organizador: [email protected]  ou

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    SUMÁRIO

    5          Prefácio

    Nelson Dacio Tomazi

    9          Apresentação

    Cristiano das Neves Bodart

     

    PARTE 1 – ENSINO DE SOCIOLOGIA ESCOLAR

     

    15        CAPÍTULO 1

    O ensino de Sociologia no Brasil e os sentidos da cidadania nos documentos oficiais norteadores da prática docente

    Ana Martina Baron Engerroff

    Amurabi Oliveira

    43        CAPÍTULO 2           

    Quando o Parlamento Jovem torna-se parte da aula de Sociologia do Ensino Médio que visa a Educação Política

    Fernanda Feijó

    81        CAPÍTULO 3           

    Os livros coletâneas e as suas relações com as teorias e metodologias sobre o ensino de Ciências Sociais/Sociologia (2008-2014)

    Lígia Wilhelms Eras

    115      CAPÍTULO 4

    Conatuscatólico e ensino de Sociologia no Brasil (1920-1950)

    Cristiano das Neves Bodart

    Marcelo Cigales

     

    PARTE 2 – ENSINO DE FILOSOFIA ESCOLAR

    155      CAPÍTULO 5

    O que é possível dizer sobre o ensino de Filosofia no Brasil?

    Cleber Duarte Coelho

    Jason de Lima e Silva

    179      CAPÍTULO 6

    Os sentidos do ensino de Filosofia no Ensino Médio: uma abordagem fenomenológica

    Williams Nunes da Cunha Junior

    209      CAPÍTULO 7

    Filosofia, Educação e Comunicação: o trabalho docente como complexidade articulada.

    Camila Gallindo Cornélio

    Junot Cornélio Matos

    233      CAPÍTULO 8

    Aspectos metodológicos na História do ensino de Filosofia

    Christian Lindberg L. do Nascimento

     255      Sobre os autores

     

     

     

     

  • Livros de Arendt, Adorno, Habermas e Benjamin para baixar

    Livros de Arendt, Adorno, Habermas e Benjamin para baixar

     

    Benjamin

    Arendt
    Considerando que quase sempre as pesquisas acadêmicas:

    1. são financiadas pelo Estado;
    2. enriquece apenas as editoras;
    3. têm preços elevados (as obras publicadas por editoras);
    4. têm por objetivo disseminar o conhecimento e que;
    5. são patrimônios da humanidade (embora não reconhecido judicialmente),

    habermastheodor adornonós, do blog Café com Sociologia, apoiamos a disseminação dos textos clássicos das Ciências Humanas e parabenizamos aqueles que, sem fins lucrativos, se dedicam a tal causa.

    Que tal baixar as obras de Arendt, Adorno, Habermas e Benjamin? Se o aluno bolsista, que recebe menos de 600 reais mensais, fosse comprar tais obras, quantos meses de bolsa seriam necessário? Em outras palavras, quanto tempo sem comer, vestir, beber… teria que ficar (caso não tenha outro tipo de apoio?)?

    Aos interessados em baixar tais obras, segue um link: AQUI

    Compartilhe, se concorda com a popularização de textos acadêmicos de forma gratuita.

  • Auschwitz: para não esquecermos que o preconceito mata

    Auschwitz: para não esquecermos que o preconceito mata

    “Arbeit macht frei” (“o trabalho liberta”) –  Frase grafada no portal de Auschwitz I

    O dia 27 de janeiros é o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto. Tal dia tem por objetivo não nos esquecermos do que aconteceu para que isso nunca mais se repita. Todo tipo de racismo e preconceito é perigoso. Foram esses sentimentos que levaram ao genocídio de milhares de judeus, ciganos, homossexuais, pessoas com deficiência, etc.

    O Holocausto aconteceu a partir de do ópio ao diferente, sentimento que foi crescendo lentamente nas mentes dos “cidadãos de bem” e incentivado por um governo totalitário, moralista e “nacionalista” (ver aqui o que é facismo).

    O dia 27 de janeiro de 1945 tornou-se, em 2005, o dia da memória do genocídio fruto do preconceito, isso porque foi nesse dia que as tropas soviéticas  libertou o maior campo de extermínio nazista, o Auschwitz-Birkenau, onde a maioria dos 6 milhões de judeus foram mortos no genocídio liderado por Hitler.

     UGU55VEWP2GVYD4YYO2R2NJ7AUEm 1947, o local de Auschwitz I e II foi transformado em museu, que desde então recebeu a visita de mais de 30 milhões de pessoas de todo mundo. Na entrada, um portão de ferro  que tem escrito em seu cimo  o trabalho liberta). Em 2002, a UNESCO declarou oficialmente as ruínas de Auschwitz-Birkenau como Patrimônio da Humanidade.

     

     

    Vídeo 1:

    Em 2005 a CNN produziu um vídeo filmado por um drone que sobrevoou os campos de concentração de Auschwitz (AuschwitzI) e Birkenau (Auschwitz II), na Polônia.

     

    Vídeo 2:

    O próximo vídeo apresenta testemunhos de quem, há 75 anos era liberado, pelo exército soviético, o campo de concentração de Auschwitz, um símbolo dos horrores do regime nazista.

     

    Vídeo 3:

    Andor Stern é o único nascido no Brasil a conseguir escapar com vida do mais famoso campo de concentração nazista cuja simbologia se deu em torno do desejo de Hitler de eliminar definitivamente os Judeus. No Documentário da BBC News do Brasil, Stern detalha seus trágicos momentos os quais enfrentou principalmente no ano final da Segunda Guerra Mundial quando foi transferido de um campo de concentração para outro juntamente com sua família. Ele viu a própria mãe e outros parentes serem conduzidos até a câmara de gás do maldito campo e apenas teve sua vida poupada por ser utilizado como escravo.

  • A importância da Sociologia em uma estratégia de Marketing

    A importância da Sociologia em uma estratégia de Marketing

    Especialistas em marketing deve aprender mais sociologia

    Por Adriano Luz

    Os especialistas em marketing de todo o mundo estão lutando para encontrar ideias inovadoras; às vezes temos que enfrentar uma sociedade cujas mudanças ocorrem de forma incrivelmente rápida. Nossos públicos-alvo nem sempre são os que pensamos que são ou são mais ou menos propensos a reagir às nossas mensagens e por que eles?

    No final, estamos lotados de mensagens de marketing em todos os lugares, não podemos ler alguns artigos em determinados sites, por causa dos pop-ups irritantes e banners invasivos em toda a tela de nossos dispositivos, não podemos usar esses aplicativos gratuitos porque temos que ver aqueles banners de controle ou páginas de destino perturbadoras, outdoors em nossas rodovias, posicionamento de produtos em videoclipes, comerciais de TV irritantes durante nossos programas favoritos e todos nos dizem o mesmo: “comprar, comprar, comprar!”.

    Ultimamente, o marketing tem sido muito importante para muitas indústrias, no entanto, o marketing está mudando e, os especialistas em marketing, precisam dar um passo atrás e redigir um plano de marketing de acordo com as necessidades do público-alvo e da organização.

    Então o que se deve fazer?

    Em primeiro lugar… conheça seus clientes reais, usuários reais, compradores reais.

    O que isso significa? Saia da sua mesa, vá às ruas e faça o que um sociólogo faria, estude seu assunto. Entenda a dinâmica do funcionamento da sociedade, assim ficará mais fácil conhecer os indivíduos.

    Como líder de marketing, entendo a importância de saber como determinado grupo ou comunidade se relaciona com sua marca, seu ambiente, religião, a própria comunidade e até o governo. Ao me deparar com os desafios da minha profissão vejo que temos muito a aprender com os sociólogos, afinal o trabalho deles é compreender as dinâmicas sociais, como os indivíduos se relacionam em um contexto de determinada sociedade.

    Infelizmente, nunca tive a chance de trabalhar com um sociólogo em minha carreira, mas acredito que todo líder de marketing deve ter pelo menos um como consultor externo, porque entender o modo como uma sociedade se comporta e se relaciona é essencial para desenvolver uma campanha bem-sucedida.

    Os estudos sociais são mais importantes do que nunca, com ferramentas como a mídia social, capacitando quase qualquer pessoa a criar uma mensagem e destruir uma marca. As tecnologias de informação e comunicação nos dão um grande volume de dados, mas como compreender esses amontoados de informação? Fundamentalmente o oficio do sociólogo está em decifrar padrões de comportamento social.

    Deste modo, pensando como sociólogos, temos que ser capazes de entender como nosso alvo se comporta, se comunica e seu sentimento em relação à nossa indústria, marca e modelo de negócios.

    Lembro-me sempre do primeiro episódio de Mad Men (quando era mais propaganda), Don Draper está em um restaurante e pergunta a um homem: por que ele fuma, ele responde: “Eu amo fumar”.

    Conhecer o nosso público-alvo da maneira real…

    Uma definição do porque ambos devem ser trabalhados em conjunto

    Sociologia é o estudo do comportamento humano a partir das suas relações em sociedade, sobretudo na sociedade Moderna. Aprender sociologia ajuda a analisar aspectos positivos e negativos de diversas sociedades humanas, como funcionam e como se estruturam as relações de diversos dos seus “mecanismos”. A sociologia nos ajuda a compreender como se comportam e se segmentam diversos grupos sociais a partir das relações que se criam a partir desses “mecanismos”.

    segmento mercado

    Marketing é a promoção de produtos, segmentação, compreensão da demanda por produtos, pesquisa de mercado e implementação de estratégias para seu crescimento. Do ponto de vista do profissional de marketing, ele pode fornecer várias ideias sobre quem segmentar e quais são as preferências da sociedade.

    Ex: você não pode promover produtos idênticos com estratégias semelhantes para o ORIENTE MÉDIO e os EUA.

    Portanto, dessa forma, a Sociologia e o marketing ajudam a entender a quem direcionar estratégias para diferentes culturas, comportamentos, preferências e como um produto pode ser percebido do ponto de vista do cliente.

    Marketing é Sociologia

    O boca-a-boca foi o componente social por tanto tempo, mas agora o texto, o vídeo, a mensagem instantânea, o email, os blogs, as resenhas e os sites sociais se tornaram um fator tão importante nos aspectos sociais da publicidade na mídia.

    As empresas aumentaram drasticamente a alocação de seu orçamento de publicidade para as mídias sociais.

    Alguns o implementaram muito bem, por que outros estão jogando dinheiro pelo ralo e possivelmente piorando sua imagem pública.

    Mídia social não é uma avenida a ser tomada de ânimo leve. Se você estiver implementando uma campanha de mídia social, precisará entender que envolverá seus clientes diretamente.

    Sem dúvida, haverá comentários negativos, é como você lida com esses aspectos negativos, envolve seu público e quão bem ouve seus clientes que determinarão o sucesso final da sua campanha. Entender os métodos de análise da sociologia vai te dar as ferramentas eficazes de compreender seu público.

    E você, já havia notado esta relação do Marketing com a Sociologia?

  • O que é colonialismo?

    O que é colonialismo?

    Colonialismo é o processo pelo qual uma nação ou poder político se expande para outras regiões geográficas, assumindo o controle político, econômico e cultural desses territórios. Este conceito foi criado pelo sociólogo francês Albert Memmi em seu livro “The Colonizer and the Colonized” (1957).

    De acordo com Memmi, “o colonialismo é um sistema de dominação, uma relação entre colonizadores e colonizados, que se caracteriza pela opressão, exploração e discriminação dos colonizados pelos colonizadores. É uma relação que se perpetua através do tempo e do espaço, que se estende além das fronteiras políticas e geográficas e que afeta não somente os indivíduos, mas também as culturas e as sociedades inteiras.”

    o’que é colonialismo

    A prática do colonialismo tem raízes históricas profundas, tendo começado com as primeiras expansões marítimas dos europeus no século 15. As potências coloniais europeias, como Portugal, Espanha, Inglaterra e França, expandiram-se para outros continentes, estabelecendo colônias e impondo sua cultura, economia e política nos territórios conquistados.

    O colonialismo também teve um impacto profundo nas sociedades colonizadas. Os colonizadores impuseram sua cultura e crenças nos colonizados, muitas vezes suprimindo suas próprias tradições e valores. Além disso, a economia das colônias foi reorganizada para beneficiar os colonizadores, às custas dos colonizados. Muitas vezes, os colonizados foram forçados a trabalhar em condições precárias e sem remuneração adequada.

    Ao longo do tempo, o colonialismo também teve um impacto significativo na política global. As potências coloniais competiram entre si pelo controle de territórios e recursos, resultando em conflitos e guerras. Além disso, o colonialismo contribuiu para o surgimento do racismo e da discriminação, com os colonizadores frequentemente justificando a opressão dos colonizados com base em sua suposta inferioridade racial.

    Ao longo do século XX, muitas colônias conseguiram sua independência, mas o colonialismo e seus efeitos continuam a ser sentidos em muitos lugares do mundo. A desigualdade econômica, a discriminação e a opressão ainda são uma realidade para muitas pessoas em países que foram historicamente colonizados. Além disso, muitos países ainda sentem os efeitos do colonialismo através de políticas econômicas neocoloniais e de influência cultural persistente.

    É importante notar que o colonialismo não se limita à história europeia, e pode ser encontrado em diferentes formas e contextos ao longo da história mundial. Por exemplo, durante a Idade Média, os mongóis estabeleceram um império colonial que se estendia da China à Europa. E atualmente, alguns argumentam que a relação entre os Estados Unidos e os países do Terceiro Mundo é uma forma de neocolonialismo. o’que é colonialismo

    Portanto, o colonialismo é um conceito criado por Albert Memmi, que se refere ao processo pelo qual uma nação ou poder político se expande para outras regiões geográficas, assumindo o controle político, econômico e cultural desses territórios. É uma relação de dominação que tem raízes históricas profundas e impactos duradouros nas sociedades colonizadas e na política global. Hoje em dia, ainda é possível encontrar formas de colonialismo e seus efeitos em diferentes contextos ao redor do mundo.

    Referências

    MEMMI, Albert. Retrato do colonizado: precedido do retrato do colonizador. Laiovento, 2016.

  • Cientista chinês altera genes de embriões humano

    Cientista chinês altera genes de embriões humano

    Ato “imoral” e “repugnante” leva `suspensão de investigações de edição de genoma humano.

    Após a realização de uma experiência científica no mínimo, polémica, a China decidiu proibir a edição genética em embriões humanos. Recentemente, um cientista, de nome He Jiankui realizou uma alteração no genoma de duas gémeas. O mesmo, afirma tê-lo feito de forma a proteger a infeção por parte do vírus VIH, que pode levar ao aparecimento da tão temida SIDA.

    He afirma assim, ter criado os primeiros bebés modificados geneticamente do mundo. Estando assim prevenidos contra a infeção do vírus VIH. Elaborou um estudo, e afirma que apresenta resultados efetivos. Estudo este, que foi entregue para respetiva revisão por parte da comunidade científica. Constata ainda que as bebés nasceram de forma normal e saudável. De seus nomes Lulu e Nana.

    He sublinha que o procedimento não tinha como objetivo tratar doenças genéticas mas sim, exatamente produzir dois bebés que estariam imunes à contração do vírus VIH. Segundo o cientista, os pais foram informados e deram respetivo consentimento.

    Muita contestação causou esta ação por arte do cientista. O ato foi questionado e repudiado. Muitos afirmam que é uma violação de ética e moralidade. È compreensível a tomada desta posição, pois está-se a alterar a natureza humana. Independentemente desta ser usada para evitar a contração de doenças, nunca chegará a ser consensual.

    O governo da China decidiu então suspender todas as investigações e pesquisas acerca destes métodos. Suspendeu então, após o cientista acima referido ter admitido ter editado os genes destas duas meninas nascidas este mês, as pesquisas de edição do genoma humano.

    Muitas foram as críticas, a nível internacional acerca da moralidade e da segurança de tal procedimento. Tanto a Associação para a Ciência e Tecnologia da China, o Ministério da Ciência e Tecnologia da China como o próprio Ministério da Saúde classificaram este ato como sendo repugnante. He confessou ter cometido tal ato numa conferência, em que os próprios organizadores condenaram o seu ato, classificando-o como perturbador e irresponsável.

    Até o Comité Organizador da Segunda Cúpula de Edição do Genoma Humano condenou o ato de He, devido ao incumprimento das normas internacionalmente instituídas, mesmo vindo a ser confirmadas tais modificações.

    He afirma que realmente acha que a edição por ele efetuada irá ajudar a prevenir a infeção do vírus VIH nas meninas.

    O que está em causa não é a possível utilização deste conceito no futuro, caso contrário não estaria a ser investigado. É sim, o incumprimento das regras e normas internacionalmente estabelecidas e a segurança do ato. Foi desta forma condenado como irresponsável devido ao desrespeitar das regras.

    De facto, He pode ter quebrado muitas regras e protocolos, no entanto, caso venha a ser verdade a alteração dos genes e seja um sucesso, pode vir a ser um salto de gigante para a medicina internacional. Resta esperar para saber o veredicto acerca de He, se as alterações que clamou ter feito são verdade, e se foi bem sucedido ou não.