ameaçar sociologia
Por Cristiano Bodart
Após longa batalhar para reintroduzir a Sociologia e a Filosofia no Ensino médio brasileira, as quais haviam sido expulsas pelas Militares nos anos de Chumbo, estas passaram a ser obrigatórias em 2008*. – ameaçar sociologia
Novamente os que não têm interesse de ver um povo consciente de sua realidade sócio-política estão buscando eliminá-las.
Os ataques à Sociologia escolar não são recentes. Seus opositores remota às suas origens no Brasil. No século passado seus opositores pressionaram o então presidente Getúlio Vargas para a retirar do currículo, o que acorreu em 1942. Sua reintrodução deu-se a partir dos anos de 1980 de forma gradativa, até que em 2008 lei federal passou a torná-la obrigatória em todo o ensino médio brasileiro. Tal reintrodução não se deu sem resistência dos conservadores e estes ainda buscam formas de retirá-la do currículo. Trata-se de uma constante luta pela manutenção de seu ensino.
O deputado federal Izalci Lucas Ferreira** (PSDB-DF) que vem propondo a retirada de ambas as disciplinas do currículo do Ensino Médio, mesmo recebendo amplas críticas dos seguimentos mais esclarecidos, apresentou, em novembro de 2013, a comissão de Educação o seu projeto de lei (PL nº 6.003/2013), o qual, por sensatez, foi reprovado por completo***. O projeto tinha como proposta eliminar a obrigatoriedade da Filosofia e da Sociologia no Ensino Médio brasileiro.
Em um primeiro momento parecia que uma pedra tivesse sido posta sobre esse descalabro, mas em fevereiro de 2014, o deputado reaparece na mídia dando entrevistas sobre seu projeto, reafirmando seu intento. Agora com um discurso mais moderado, mas perigoso.
Pressionado pela reportagem, “o parlamentar garantiu, contudo, que vai retirar a proposta do texto, que prevê também outras mudanças”****.
Deputado, estamos de olho no senhor e em seus devaneios.
Links externos:
O Deputado Izalci publicou o texto que se segue em sua fan page:
https://www.facebook.com/izalci
Em primeiro lugar, agradeço aos professores, sociólogos e filósofos que me procuraram para discutir o projeto de lei 6003/13. Recebi contribuições valiosas para melhorá-lo e aperfeiçoá-lo. O projeto vai receber algumas emendas, entre as quais a que retira o artigo referente a não obrigatoriedade das disciplinas de Filosofia e Sociologia no currículo do ensino médio. A obrigatoriedade será mantida.
É importante e fundamental que o cidadão participe e contribua com os projetos que tramitam na Câmara. O trabalho parlamentar não é solitário, ao contrário, tem que ser feito junto com a sociedade. Os parlamentares devem ouvir a população para apresentar propostas, melhorá-las e até retirar aquelas que não trazem os benefícios esperados.
Quero ainda dizer que os encontros e debates com esses mestres foram de grande valia tanto para meu mandato parlamentar, quanto para os que me procuraram. De um lado, eles me convenceram que, embora com carga horária insuficiente, Sociologia e Filosofia são imprescindíveis na formação do cidadão.
Por outro lado, da mesma forma como lutaram pela manutenção das disciplinas, também reconheceram que a sugestão partiu do próprio segmento e que, mesmo entre os sociólogos, o ensino das matérias da forma como está sendo oferecido, não tem apoio unânime. Concordaram que somente com a escola em tempo integral poderemos oferecer uma educação de qualidade para todos.
Finalmente, creio que, com raras exceções, o debate transcorreu em alto nível e sempre em favor da Educação. Espero continuar recebendo sugestões e críticas que auxiliem o meu trabalho parlamentar. Obrigado a todos. Izalci
É UM ABSURDO TIRAR TAIS CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO. CHEGA DE OFERECER SOMENTE PÃO E CIRCO AO POVO.