Tag: Análise de música

Análise de música a partir da sociologia pode ser uma boa oportunidade de enxergar coisas das quais não costumamos ver com facilidade. As canções têm significados em múltiplas dimensões e múltiplas interpretações das quais nos proporcionam pensar sociologicamente sobre elas. Nesse sentido, aqui selecionamos várias musicas com interpretações apoiadas na sociologia e em outras ciências humanas.

Analisar canções da sociologia pode ser uma boa oportunidade para ver coisas que normalmente não vemos facilmente. Essas canções possuem múltiplos níveis de significado e múltiplas interpretações, o que nos permite pensar sobre elas a partir de uma perspectiva sociológica. Nesse sentido, selecionamos várias canções com base em interpretações da sociologia e outras humanidades.

Análise de música a partir da sociologia pode ser uma boa oportunidade de enxergar coisas das quais não costumamos ver com facilidade. As canções têm significados em múltiplas dimensões e múltiplas interpretações das quais nos proporcionam pensar sociologicamente sobre elas. Nesse sentido, aqui selecionamos várias musicas com interpretações apoiadas na sociologia e em outras ciências humanas.

A análise musical é a forma mais completa de pesquisa musical. Inclui a análise de músicas da perspectiva de harmonia, melodia e estrutura. No Decomplicando de Música, faremos análises musicais regulares. Para que você possa seguir as instruções, é recomendável que você tenha concluído todos os módulos deste site, ou pelo menos concluído grande parte deles. Analise a música Comece nossa pesquisa musical e tente analisar a música a seguir usando seu conhecimento de acordes e melodia. Então, verifique nossas respostas abaixo e compare com sua análise.

  • Música sobre Violência

    violência é uma das principais problemáticas da maioria das sociedades modernas. Ela se configura de múltiplas formas expressões e além de se diversificar, tem crescido, especialmente em países como o Brasil.

    Algumas formas de violência são naturalizadas e até invisibilizadas, outras são consideradas necessárias ou legítimas. Até bem pouco tempo atrás o Brasil não considerava violência as agressões perpetradas contra crianças e mulheres.

    Devemos observar diferenças conceituais sobre esse assunto. Violência e sensação de violência.  Não devemos confundir violência com sensação de violência, esta por sua vez está associada à noção de risco e segurança debatido na obra de Giddens “As consequências da modernidade”. A sensação de violência é quase sempre maior que a violência em alguns momentos para que seja tirado proveito financeiro do percurso risco-segurança.

     

    Uma sugestão de música para trabalhar com a temática violência é “Violência”. Segue abaixo:

    Violência  – Titãs
    Composição: Sérgio Britto / Charles Gavin

    O movimento começou, o lixo fede nas calçadas.

    Todo mundo circulando, as avenidas congestionadas.
    O dia terminou, a violência continua.
    Todo mundo provocando todo mundo nas ruas.
    A violência está em todo lugar.
    Não é por causa do álcool,
    Nem é por causa das drogas.
    A violência é nossa vizinha,
    Não é só por culpa sua,
    Nem é só por culpa minha.

    Clique aqui para acessar a letra na íntegra

  • Miscigenação e multiculturalismo

    Sugestão de Aula:
    Temática: Multiculturalismo/miscigenação

    Com essa  música é possível abordar em sala de aula o multiculturalismo e a miscigenação brasileira.
    Pontos que podem ser explorados:

    1. Quem (enquando grupo étnico) é o brasileiro?
    2. Como o Brasil tornou-se um país multicultural?
    3. Quais aspectos objetivos podemos evidenciar como influência afro-descendência?
    4. O que significa dizer que alguém é afro-brasileiro? Você concorda com esse conceito? Por que não se fala em euro-brasileiro?

    Veja abaixo o vídeo e a letra da música.
     

     

    Olhos Coloridos: Sandra de Sá
    Composição: Macau

    Os meus olhos coloridos
    Me fazem refletir
    Eu estou sempre na minha
    E não posso mais fugir…

    Meu cabelo enrolado
    Todos querem imitar
    Eles estão baratinado
    Também querem enrolar…

    Você ri da minha roupa
    Você ri do meu cabelo
    Você ri da minha pele
    Você ri do meu sorriso…

     

    A verdade é que você
    (Todo brasileiro tem!)
    Tem sangue crioulo
    Tem cabelo duro
    Sarará, sarará
    Sarará, sarará
    Sarará crioulo…

    Sarará crioulo
    Sarará crioulo…(2x)

    Os meus olhos coloridos
    Me fazem refletir
    Que eu tô sempre na minha

    Não! Não!
    Não posso mais fugir
    Não posso mais!
    Não posso mais!
    Não posso mais!
    Não posso mais!

    Meu cabelo enrolado
    Todos querem imitar
    Eles estão baratinados
    Também querem enrolar…

    Cê ri! Cê ri! Cê ri!
    Cê ri! Cê ri!
    Cê ri da minha roupa
    Cê ri do meu cabelo
    Cê ri da minha pele
    Cê ri do meu sorriso…

    Mas verdade é que você
    (Todo brasileiro tem!)
    Tem sangue crioulo
    Tem cabelo duro
    Sarará, sarará
    Sarará, sarará
    Sarará crioulo…

     

    Sarará crioulo
    Sarará crioulo…(3x)

     

     

  • Dica de Música: …E Você?

    Letra: …E Você?
    (Agostinho Ferreira da Silva/Gabriel O Pensador/Fabio Fonseca/Marcelo Mansur)

    Brasileiro é o que eu sou
    Rapper brasileiro
    Mas eu sou um brasileiro antes de ser rapper ou pagodeiro ou os dois ou nenhum
    Posso assimilar a cultura do mundo inteiro
    Mas sei que nasci no Rio de Janeiro – Brasil
    Então não seja imbecil de pensar que eu não poderia cantar assim ou assado
    Porque eu vou me expressar na forma e na hora que eu escolher
    Aqui ou em qualquer lugar
    Valorizando sempre as nossas
    Raízes Costumes Cultura musical em geral
    Então escuta o que eu digo pro americanizado débil mental
    (Você é um burro e não vê a excelente cultura e os costumes do seu próprio país
    E abre as pernas pro que os outros lhe impõe
    Sem camisinha ou vaselina como o Tio Sam sempre quis)
    Mas também não adianta o xenofobismo radical
    Eu vou jogáforanolixo o que é ruim e usar o que é bom da cultura mundial
    Vou ler assistir escutar e cantar
    E nem por isso deixando de lado a produção cultural aqui do meu lugar
    E no fundo no fundo todos os homens vieram da África
    Principalmente alguns povos como por exemplo o nascido e formado aqui nessa pátria
    E não (se) esqueça que cada cultura se forma de uma certa forma e cada sociedade cultiva suas normas mas junto nós todos formamos a Humanidade que engloba todos os seres humanos
    Que podem se destacar dos outros animais pela sua capacidade de pensar
    Capacidade que muitas vezes não é utilizada
    E sendo assim não serve pra nada
    Mas eu penso logo existo
    Existo logo penso e tento utilizar essa capacidade de raciocinar a todo momento
    Posso pensar na forma de Rap Livro Pintura ou Baião
    Posso pensar certo mas também tenho o direito de errar
    Vacilão
    Mas eu tento enxergar tudo e se eu não enxergasse amigo eu usava óculos
    Sou mais um inconformado sem partido feito a Denise Stoklos
    E eu falo pra todos aquelesque querem me ouvir e vão concordar ou discordar
    Talvez acordar
    Talvez me seguir ou talvez me vaiar (mas eu vou defecar)
    E eu falo pros meus conterrâneos mas posso falar pro estrangeiro
    Mas “eu sou apenas um rapaz latino-americano”
    Então em primeiro lugar o que eu falo é pros brasileiros
    Inclusive pras “Lôrabúrras” pros playboys pros militares e pros crentes
    Pra todos os fdp carentes que sofrem com a dominação cultural
    Seja com a doutrinação social militar religiosa ou de origem internacional
    Humanamente também tô do lado desses coitados que tão no caminho errado e por isso merecem e precisam ser esculachados
    O brasileiro precisa fazer uma lavagem cerebral
    Aproveitando o que vem lá de fora mas sem esquecer o nosso valor nacional
    Cultural natural e da nossa história
    É triste me olhar no espelho e saber que pertenço a um povo sem memória
    E por culpa da gente é que nada muda no país
    A miséria é permanente desde que os primeiros portugueses chegaram aqui
    As deficiências dessa sociedade tão aqui desde cedo:
    Fome Corrupção Desigualdade Povo covarde Desemprego…
    Antigamente o sistema escravista não dava espaço ao trabalho livre
    Hoje os problemas são outros
    O espaço ainda é pouco e a superpopulação que o diga
    E mesmo hoje em dia é bom que se lembre:
    Os que trabalham não são homens livres e continuam escravizados como sempre
    -Escravos- é isso o que somos
    Escravos da própria falta de atitude
    Alguns se iludem ficam esperando que alguma coisa mude…
    Os mais afetados esquecem onde tão e aplaudem tudo o que for importado
    Espero que tenha ficado bem claro de que lado eu tô
    Apesar de ser um terráqueo
    Gabriel O Pensador nunca vai se esquecer o pedaço do planeta de onde ele saiu:
    Esse pedaço bonito cansado sofrido e explorado chamado Brasil
    Então se você só dá atenção para o que vem de fora não me dê atenção
    Me jogue fora
    (Tchau! Vou embora)(Vai!)(Não! Fica aí)
    Eu fico pra alegria e satisfação parcial da nação
    Trazendo uma nova linguagem uma nova forma de comunicação que muitos brasileiros ainda não conheciam: O Hip Hop
    Que não tinha Ibope porque muitos não entendiam
    Mas hoje ele é universal e até no Japão ele é assimilado
    E pra quem achava uma droga depois dessa dose cuidado pra não se tornar viciado porque eu aplico Hip Hop
    Na veia Na mente Na frente Nas costas No peito
    E não me esqueço que sou brasileiro então eu fabrico Hip Hop do meu jeito
    Do nosso jeito
    Desse jeito que você nunca conheceu
    Com brasileiros tocando instrumentos ou mais Be Sample que a Fernanda Abreu (Rio 40′)
    É somente a capital cultural do território nacional que é o purgatório da beleza e do caos no verão ou no inverno
    Purgatório que pra muitos é bem pior que o inferno
    E ao mesmo tempo é o céu pra outros poucos sortudos
    Brasileiros surdo-mudos que apesar de tudo estar sorrindo para eles continuam negando e cuspindo naqueles que tão pedindo e sentindo “o gosto amargo desse nosso egoísmo que destrói os nossos corações”
    Será só imaginação?
    Não Não Acho que não
    E se você não quer realidade então vai ver televisão
    Mas eu tô na vida real e não quero fugir dessa realidade
    E eu acho que até passava mal se me olhasse no espelho e enxergasse um covarde
    Então eu vou continuar o idealismo que parece arte
    E se precisar mudo até de nome feito o Chico Buarque
    E “apesar de você” não se mexer
    Não sei porquê sua anta
    Me escuta
    De que adianta ser filho da Santa?
    Melhor seria ser filho da luta
    Seria bom se tudo fosse um sonho e quando eu acordasse estivesse tudo lindo e pronto
    Mas isso nós não merecemos porque só vivemos dormindo no ponto
    Então eu tento ficar acordado até na cama quando eu tô dormindo
    E também não sou de nenhuma tribo urbana porque eu não sou totalmente índio
    Eu tenho um pouco de índio no sangue mas não no sangue inteiro
    Eu tenho um pouco de tudo no sangue porque eu sou brasileiro
    Mas o que eu definitivamente não tenho no sangue é vergonha de ser o que eu sou
    E não sei porque os brasileiros não têm auto-estima e não se dão valor
    Mas eu me valorizo
    Minha cabeça
    Minhas ideias
    Meus amigos
    Minha liberdade de pensamento
    Minha terra
    O chão onde eu piso
    Meu estilo
    Minha cultura
    Os costumes e o povo de onde eu vivo
    Entre tantas outras coisas que eu valorizo e que depois você vai entender
    E você amigo? Valoriza o quê?

  • Dica de Música: Deus lhe pague

    Chico Buarque escreve suas poesias musicadas com grandes reflexões sobre a sociedade brasileira. Chico, na canção “Deus lhe pague” fala da religisidade do país como forma de reafirmação do status quo. A canção retrata a expressão religiosa “Deus lhe pague” como jargão máximo das contradições e adversidades que o brasileiro precisa enfrentar a partir das nossas necessidades mais básicas as quais não são supridas. A canção, fala da jornada quase linear que o brasileiro médio precisa encarrar para se inserir no contexto brasileiro. A brasilidade do samba, futebol, da cachaça são tidos como uma caridade da qual é necessário ter extrema gratidão.

    Qual sua visão sobre a letra?

     

    LETRA: Deus lhe Pague

    (Chico Buarque)

    Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
    A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
    Por me deixar respirar, por me deixar existir
    Deus lhe pague

    Clique aqui para acessar a letra na íntegra

  • Dica de Música Desordem

    Na medida em que as sociedades se organizam em torno de projetos coletivos, as relações de poder tendem a ficarem mais centralizadas, embora o poder não seja exercido também de forma horizontal como destaca Foucault. Os projetos civizatórios modernos consagraram o Estado moderno como grande entidade centralizador e organizador de boa parte das relações sociais. Ir contra o aparato represivos, legítimos e ilegítimos tornou-se um grande desafio.

    Pensando nas violências, explorações e opressões vários pensadores dissertaram sobre as resistências que os individuos podem fazer diante dos abusos do Estado. Um grande nome para se pensar esta temática é do norte americano Henry David Thoreau. Ele escreveu um ensasio chamado “desobediência civil” para refletir sobre formas de rebelar-se contra o estado. Grande nome do anarquismo, Thoreau refugiou-se na floresta para sustentar sua coerência crítica em relação a uma sociedade que não respeita as liberdades civis de seus cidadãos.

     

    Com essa música é possível discutir a temática “Desobediência Civil”

    Desordem

    (Sérgio Britto/Marcelo Fromer/Charles Gavin)

    Os presos fogem do presídio,

    Imagens na televisão

    Mais uma briga de torcidas,

    Acaba tudo em confusão

    A multidão enfurecida,

    Queimou os carros da polícia

     

     

  • Dica de Música: Citidiano

    Boa opção para trabalhar a temática Fatos Sociais

    Letra: Cotidiano Nº2
    (Toquinho/Vinícius de Moraes)

    Há dias que no se lo que me passa
    Eu abro meu Neruda e apago o sol
    Misturo poesia com cachaça
    Acabo discutindo o futebol

    Mas não tem nada não
    Tenho meu violão (2x)

    Acordo de manhã pão com manteiga
    Muito muito sangue no jornal
    Aí a criançada toda chega
    Eu chego a achar Herodes natural

    (refrão)

    Depois faço a loteca com a patroa
    Quem sabe o nosso dia vai chegar
    Rio porque rico ri à toa
    Também não custa nada imaginar

    (refrão)

    Aos sábados em casa tomo um porre
    Sonho soluções fenomenais
    Mas quando o sono vem e a noite morre
    O dia conta histórias sempre iguais

    (refrão)

    Às vezes quero crer mas não consigo
    É tudo uma total insensatez
    Aí pergunto a Deus escute amigo
    Se foi prá desfazer porque é que fez

    (refrão)

    Atividade
    1) Destaque na música “Cotidiano” alguns Fatos Sociais. Justifique por que tais pontos destacamos são Fatos Sociais.

    Para baixar em MP3 (o aúdio está bem melhor que no vídeo)
    Link: https://www.4shared.com/audio/P8hu_eop/Toquinho__Vincius_-_Cotidiano_.htm

  • Estratificação Social: Distância Social

    Ótima Música para tratar da temática “Distância Social”.

     

    DISTÂNCIA SOCIAL. É a medida das diferenças de posições sociais ou status (veja STATUS) entre indivíduos e grupos. Existe pouca ou nenhuma distância social entre pessoas com posição social semelhante ou idêntica e, ao contrário, a distância social revelar-se-á grande entre pessoas com posições sociais diferentes, tendendo a aumentar à medida que essas diferenças forem maiores e mais numerosas (Dicionário de Sociologia).

    Para maior aprofundamento e exemplificação de realidades analisadas ver o trabalho intitulado “Proximidade Territorial e Distância Social: reflexões sobre o efeito do lugar à partir de um enclave urbano. A Cruzada São Sebastião no Rio de Janeiro”, de Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, Gisele dos Reis Cruz e Juliana Eleuze Carreira Maberla.
    Disponível em: https://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br/download/texto_lcqr_cruzada.pdf

    Ver também https://cafecomsociologia.com/estratificacao-social-parte-1/

    Fica mais essa dica!

  • Dica de Música Alagados – musica para trabalhar desigualdade social

    LETRA: Alagados
    (Herbert Vianna)

    Todo dia,
    O sol da manhã vem lhes desafiar
    Traz do sonho pro mundo
    Quem já não o queria
    Palafitas, trapiches, farrapos
    Filhos da mesma agonia

    E a cidade,
    Que tem braços abertos num cartão postal
    Com os punhos fechados
    Da vida real
    Lhes nega oportunidades
    Mostra a face dura do mal

    Alagados Trenchtown
    Favela da maré
    A esperança não vem do mar
    Nem das antenas de TV

    A arte de viver da fé
    Só não se sabe fé em que
    A arte de viver da fé
    Só não se sabe fé em que

    Link para baixar em MP3: https://www.4shared.com/audio/mnnjCsYL/Os_Paralamas_do_Sucesso_-_Alag.htm

  • Fato Social: Dica de Música

    PEQUENO CIDADÃO de ARNALDO ANTUNES E ANTONIO PINTO

    Agora pode tomar banho

    Agora pode sentar pra comer

    Agora pode escovar os dentes

    Agora pega o livro, pode ler

    Agora tem que jogar videogame

    Agora tem que assistir TV

    Agora tem que comer chocolate

    Agora tem que gritar pra valer

    Agora pode fazer a lição

    Agora pode arrumar o quarto

    Agora pega o que jogou no chão

    Agora pode amarrar o sapato

    Agora tem que jogar bola dentro de casa

    Agora tem que bagunçar

    Agora tem que sujar de lama

    Agora tem que pular no sofá

    É sinal de educação

    Fazer sua obrigação

    Para ter o seu direito de pequeno cidadão

    Atividade
    Relacione a música ao conceito de Fato Sicial.

  • Música sobre crise de identidade: Metamorfose ambulante

    Pensou em música sobre crise de identidade? A canção metamorfose de Raul Seixas ambulante trata dessa questão. Neste post entenda o conceito por meio da música. Tal canção de Raul Seixas

    A música Metamorfose ambulante é uma ótima música para trabalhar a temática “Crise identitária“, bem como abordar a produção da persanalidade ao longo dos contatos sociais/processo de socialização. Fica mais essa dica.

    A crise de identidade é um fenômeno social que tem sido amplamente discutido na sociologia e em outras áreas das ciências sociais. Esse conceito se refere a um estado de incerteza, conflito e confusão em relação à própria identidade, que pode ser experimentado por indivíduos em diferentes fases da vida. Neste texto, serão apresentados alguns pontos de vista de três autores diferentes sobre a crise de identidade.

    Um dos primeiros autores a se debruçar sobre o conceito de crise de identidade foi Erik Erikson, em seu livro “Identidade: juventude e crise”. Para Erikson, a crise de identidade é um processo que ocorre durante a adolescência e se estende até a vida adulta jovem. Ele argumenta que essa crise é uma fase necessária e natural do desenvolvimento humano, que envolve a busca por uma identidade que seja autêntica e coerente com os valores e crenças do indivíduo. A crise de identidade, segundo Erikson, pode ser superada por meio de uma série de etapas, que envolvem a exploração das diferentes opções de vida disponíveis e a integração de uma identidade pessoal coesa e estável.

    Outro autor que contribuiu para o estudo da crise de identidade foi Charles Horton Cooley, em seu conceito de “espeelho do eu”. Para Cooley, a identidade de um indivíduo é construída a partir de suas interações sociais, especialmente com aqueles que são mais próximos emocionalmente. Ele argumenta que a percepção que os outros têm de nós é fundamental para a construção de nossa autoimagem e que, portanto, a crise de identidade pode ocorrer quando a imagem que temos de nós mesmos não coincide com a imagem que os outros têm de nós. Cooley argumenta que a solução para essa crise é a reconstrução da autoimagem a partir das interações sociais com outras pessoas.

    Por fim, a socióloga Zygmunt Bauman também tem contribuído para o estudo da crise de identidade, especialmente em seu livro “Identidade”. Para Bauman, a crise de identidade é um fenômeno que ocorre em uma sociedade pós-moderna, caracterizada pela fluidez e instabilidade das relações sociais e pela fragmentação da vida social. Ele argumenta que, em uma sociedade em constante mudança, os indivíduos são confrontados com uma multiplicidade de opções e possibilidades, o que pode levar à confusão e incerteza sobre a própria identidade. A solução proposta por Bauman para essa crise é a busca por uma identidade líquida, que seja flexível e adaptável às mudanças e desafios da vida moderna.

    Em resumo, a crise de identidade é um fenômeno complexo e multifacetado que tem sido objeto de estudo de muitos sociólogos e outros cientistas sociais. Erik Erikson, Charles Horton Cooley e Zygmunt Bauman são apenas alguns dos autores que contribuíram para o entendimento desse fenômeno. Embora suas abordagens sejam diferentes, todos eles destacam a importância da construção de uma identidade autêntica e coesa para a realização pessoal e social.

     

    LETRA:
    Metamorfose Ambulante
    Raul Seixas
    Composição: Raul Seixas

    Prefiro ser

    Essa metamorfose ambulante

    Eu prefiro ser

    Essa metamorfose ambulante

    Do que ter aquela velha opinião

    Formada sobre tudo

    Do que ter aquela velha opinião

    Formada sobre tudo

    Eu quero dizer

    Agora, o oposto do que eu disse antes

    Eu prefiro ser

    Essa metamorfose ambulante

    Do que ter aquela velha opinião

    Formada sobre tudo

    Do que ter aquela velha opinião

    Formada sobre tudo

    Sobre o que é o amor

    Sobre o que eu nem sei quem sou

    Se hoje eu sou estrela

    Amanhã já se apagou

    Se hoje eu te odeio

    Amanhã lhe tenho amor

    Lhe tenho amor

    Lhe tenho horror

    Lhe faço amor

    Eu sou um ator

    É chato chegar

    A um objetivo num instante

    Eu quero viver

    Nessa metamorfose ambulante

    Do que ter aquela velha opinião

    Formada sobre tudo

    Do que ter aquela velha opinião

    Formada sobre tudo

    Sobre o que é o amor

    Sobre o que eu nem sei quem sou

    Se hoje eu sou estrela

    Amanhã já se apagou

    Se hoje eu te odeio

    Amanhã lhe tenho amor

    Lhe tenho amor

    Lhe tenho horror

    Lhe faço amor

    Eu sou um ator

    Eu vou lhe dizer

    Aquilo tudo que eu lhe disse antes

    Eu prefiro ser

    Essa metamorfose ambulante

    Do que ter aquela velha opinião

    Formada sobre tudo

    Do que ter aquela velha opinião

    Formada sobre tudo

     

    Metamorfose ambulante é uma música sobre crise de identidade que tem grande potencial didático para se trabalhar em sala de aula. A canção trata da provisoriedade da identidade e  e sugere que processos exógenos e indógenos nos transformam para mudar quem somos o tempo todo. Conhece outra música sobre crise de identidade? Deixe seu comentario!

     

    Referências:

    BAUMAN, Zygmunt. Identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

    COOLEY, Charles Horton. A sociologia do eu. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

    ERIKSON, Erik H. Identidade: juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.