Tag: Conceitos sociológicos

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  • O que são grupos sociais primários e grupos secundários?

    O que são grupos sociais primários e grupos secundários?

    Por Cristiano das Neves Bodart
    grupos sociaisAo longo da vida vamos tendo contato com diversos grupos sociais. O primeiro que temos tal contato é, geralmente, o familiar, tratando-se este de um “grupo primário”. Por volta dos 50 anos de idade o número de grupos sociais aos quais interagimos é enorme, sendo esses, em sua maioria, “grupos sociais secundários”.
    A categorização dos grupos em “grupo social primário” e “grupo social secundário” foi adotado pela sociologia a partir das colaborações de Charles Horton Cooley (1864- 1929), quem criou e descreveu a ideia de “grupo primário”. Do conceito e características do grupo primário, estudos posteriores desenvolveram a categoria “grupos secundários”.
    Cooley
    Essa categorização, em um primeiro momento, parece ser de fácil uso, quando na verdade não o é. Muitas vezes confunde-se primário como mais importante e secundário como menos importante. Ou ainda, primário como caracterizado por ser o primeiro grupo que fazemos parte e secundário os demais. Essas confusões não estão completamente erradas, mas precisam ser reavaliadas à luz de outras características desses grupos.
    Um grupo primário geralmente é o grupo que nos propiciará os primeiros contatos, tal como o grupo social “família”. Mas não é apenas essa a característica de um grupo social primário. Tal grupo caracteriza-se também por relações estreitas, afetivas, educadoras e duradouras. De acordo com Cooley um membro de um grupo primário geralmente mantém uma relação altruísta, muitas vezes realizando sacrifícios para o bem estar dos demais membros do seu grupo ou de todos os seus membros. O exemplo de família é sempre mencionado como grupo primário por ter (quase sempre) todas essas características. O grupo primário tem função educadora no sentido de preparar o indivídua para relacionar-se com outros grupos.
    Grupo secundário, ao contrário, caracteriza-se pela relação impessoal de trocas de interesses. As relações se dão mais por racionalidade do que por emoções, baseando-se na reciprocidade. Nos grupos sociais secundários, as relações são geralmente temporárias e muitas vezes anônimas. Exemplos seriam os colegas de trabalho e colegas de sala de aula.
    Desta forma, para classificar um grupo social é necessário atentar-se para essas várias dimensões ou aspectos.
  • Fetichismo da Mercadoria: documentário para entender este conceito

    Fetichismo da Mercadoria: documentário para entender este conceito

    Por Cristiano das Neves Bodart
    O conceito de “fetichismo da mercadoria” foi cunhado por Karl Marx (1818- 1883) na obra-prima intitulada O Capital (1867), estando diretamente ligado a outro conceito, o de “alienação”. Palavra alienação vem do Latim “alienus”, que significa “de fora”, “pertencente a outro”. Karl Max em sua obra Manuscritos econômico-filosóficos, de 1844, utilizou a palavra “alienação” para designar o estranhamento do trabalhador com o produto do seu trabalho, ou seja, o trabalhador não mais dominando todas as etapas de fabricação e não possuindo os meios de produção para tal, acaba não se reconhecendo no produto produzido, passando a não ser visto como ligado ao seu trabalho. É como se o produto tivesse surgido independente do homem/produtor, como uma espécie de feitiço, daí o termo utilizado por Max: Fetichismo da mercadoria.
    Para Marx (1867, p.25), “O carácter misterioso da forma-mercadoria consiste, portanto, simplesmente em que ela apresenta aos homens as características sociais do seu próprio trabalho como se fossem características objectivas dos próprios produtos do trabalho, como se fossem propriedades sociais inerentes a essas coisas”.
    Assim, o “Fetichismo da Mercadoria” caracteriza-se pelo fato das mercadorias, dentro do sistema capitalista, ocultar as relações sociais de exploração do trabalho.
    Sweat5

    Um programa norueguês, chamado “SweatShop: Dead Cheap Fashion” é uma ótima forma de despertar as pessoas para esse conceito marxista. O referido programa, a partir de um reality show, denuncia as péssimas condições de trabalho às quais são submetidos alguns dos trabalhadores que criam as peças de roupas que usamos. No programa três blogueiros de moda foram convidados a passar um mês trabalhando em uma fábrica têxtil no Camboja, para conhecer e compartilhar a realidade dos trabalhadores locais, vivendo uma vida nas mesmas condições. Tal programa desperta os telespectadores para (além das relações de exploração latente no sistema capitalista) o “Fetichismo da Mercadoria”, a qual nos leva a consumir diversos produtos sem, contudo, levar em consideração as relações sociais existentes na sua produção.

    O programa pode ser assistido em inglês (aqui) e espanhol (aqui).
    Veja abaixo o trailer do reality show:

     

  • Alienação

    Alienação

    Alienação é a perda da consciência crítica do indivíduo em relação à realidade social, cultural e política que o cerca, tornando-o passivo e conformado.o’qAlienação é a perda da consciência crítica do indivíduo em relação à realidade social, cultural e política que o cerca, tornando-o passivo e conformado.o’que é alienação?

    Alienação na perspectiva sociológica

    Por Cristiano das Neves Bodart

    Versão em PDF AQUI

    A palavra alienação vem do Latim “alienus”, que significa “de fora”, “pertencente a outro”. Em português utilizamos a palavra alheio. Na Sociologia ser alienado é estar alheio aos acontecimentos sociais, ou achar que está fora de sua realidade. É não se reconhecer como agente produtor da história.

    Marx e ideologia

    Karl Max, em sua obra Manuscritos econômico-filosóficos, de 1844, utilizou a palavra para designar o estranhamento do trabalhador com o produto do seu trabalho, ou seja, o trabalhador não mais dominando todas as etapas de produção e não possuindo os meios de produção para tal, acaba não se reconhecendo no produto por ele produzido. O produto passa a ser visto sem ligação com seus produtores (ao ver um artesanato surge quase sempre a pergunta: quem fez? O mesmo não ocorre com os produtos industrializados). A perda de contato e controle do produto final de seu trabalho manifesta-se quase como uma perda de sua essência. É como se o produto tivesse surgido independente do homem/produtor, como um feitiço, daí o termo utilizado por Max: fetichismo da mercadoria.

    O sentimento identificado por Marx (denominada alienação econômica), de o trabalhador olhar para a mercadoria e enxergá-la como algo que não o pertence, algo distante, alheio a sua vida consolidou o conceito de alienação nas Ciências Sociais.

    O conceito se expandiu para além das relações de trabalho. Da mesma forma como o trabalhador não pode se beneficiar plenamente dos ganhos da produção, nem atuar para mudar essa situação, uma vez que esta não lhe é estranha, assim ocorre em outros campos da vida social.

    Hoje ser alienado é estar alheio dos acontecimentos sociais; é não compreendê-los; é não atuar sobre eles. Um intelectual ao desprezar o conhecimento popular pode está alienado, uma vez que ao se fechar em seu mundo, acaba não se reconhecendo como parte do todo. Geralmente o adjetivo de alienado está ligado à população desprovida de conhecimentos científicos e filosóficos, uma vez que limitados às “lentes” da religiosidade e/ou do senso comum acabam ficando alheios (alienus) aos fenômenos políticos, econômicos e científicos.

    O termo

    O termo utilizado como antônimo de alienado é a palavra crítico. Não no sentido popular e mais usual da palavra (falar mal de algo). A palavra crítica, de origem grega, vem de Kritikos, e quer dizer de alguém “apto a fazer um julgamento”. No Português, o adjetivo “crítico” tem uma origem direta da palavra “crise”. Nos momentos de crise, existe um sentimento de incertezas, onde passamos a julgar toda a realidade aparente. Ser crítico é justamente julgar as aparências, as informações recebidas, contestar, buscar saber “do porquê? Para que? Onde? Como? Para quem? Em fim, é buscar compreender o mundo que nos cerca, para que possamos atuar plenamente sobre ele, entendendo que somos parte dele. o’que é alienação

     

     

    Como citar este texto:

    BODART, Cristiano das Neves. Alienação na perspectiva sociológica. Blog Café com Sociologia. nov. 2014.

  • Poder para Foucault: breves apontamentos da microfísica do poder

    Poder para Foucault: breves apontamentos da microfísica do poder

    O poder em Foucault: breves apontamentos
    Por Bianca Wild*
     
    Poder para Foucault
    O poder não é um objeto natural, é uma prática social; é assim o poder para Foucault. Foucault afirmou que o discurso tido como verdadeiro é portador de poder. Mas, por outro lado, ele concebeu o poder como luta. O poder não possui, assim, uma identidade própria, unitária e transcendente, mas está distribuído em toda a estrutura social e é sempre produzido, socialmente. Para Foucault, todo poder se define pela obediência e toda dominação pelo seu efeito. Sendo assim, Foucault
    distingue a forma que se expressa o poder de obediência. Para o Filósofo Francês, o poder delineia o limite à liberdade e quem deseja entender o poder precisa entender a ideia de direito, pensar o poder sem rei, pensar o poder sem o Estado, para Foucault, o Estado é a configuração final do poder mas não única.
     
    Poder para Foucault é o correspondente às estratégias cujo arcabouço geral se cristaliza quando toma corpo na elaboração das leis e do Estado. A compreensão poder-estratégias deriva da ideia de que o poder não está no Estado, mas provem da família, do Estado, das instituições e de todos os lugares; assim Foucault rejeitou e desconstruiu a concepção política jurídica que dá proeminência ao poder no Estado. A relação poder-política corresponde a dizer que o poder é estratégias, provém de vários lugares, transcorre diferentes situações.
     Foucault revelou em sua análise, que o discurso é uma forma de poder, no sentido de uma força capaz de sujeitar as pessoas e de canalizar as emoções e razões. O conhecimento se reveste, na análise de Foucault, em objeto de poder. Para ele todas as formas de repressão se completam facilmente do ponto de vista do poder, mas as pessoas
    só percebem as realidades próximas. Foucault afirmou que o poder é prolixo, mas há todo um investimento de desejo de poder, a relação entre poder e interesse é muito importante.
    Sua preocupação fundamental é com a articulação entre saber, poder e verdade. Em sua obra, Microfísica do Poder, assim apresentou:
     

    […] a verdade não existe fora do poder ou sem o poder (não é — não obstante um mito, de que seria necessário estabelecer a história e as funções — a recompensa dos espíritos livres, o filho das longas solidões, o privilégio daqueles que souberam se libertar). A verdade é deste mundo, ela é produzida nele graças a múltiplas coerções e nele produz efeitos regulamentados de poder. Cada sociedade tem seu regime de verdade, sua «política geral» de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela acolhe e faz funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instâncias que permitem distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sancionam uns e outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da verdade; o estatuto daqueles que têm o encargo de dizer o que funciona como verdadeiro (p.12).

     
    Foucault aponta o entrelaçamento do saber no poder. Contudo, como esse entrelaçamento foge à compreensão quando examinado sob uma perspectiva que problematiza a relação entre ciência e poder. Foucault opta por uma via mais incisiva. Ele parte de um conjunto de argumentos determinantes em sua obra Vigiar e Punir:
     

    […] o poder produz saber; poder e saber estão diretamente implicados; não há relação de poder sem constituição correlata de um campo de saber; também não há saber sem que haja ou se constituam, ao mesmo tempo, relações de poder. Temos antes que admitir que o poder produz saber (…); que poder e saber estão diretamente implicados; que não há relação de poder sem constituição correlata de um campo de saber, nem saber que não suponha e não constitua ao mesmo tempo, relações de poder. (…) Resumindo, não é a atividade do sujeito de conhecimento que produziria um saber, útil ou arredio ao poder, mas o poder-saber, os processos e as lutas que o atravessam e que o constituem, que determinam as formas e os campos possíveis do conhecimento (p.30 ).

     
    Em minha opinião, o mais importante em Foucault, em se tratando da análise do Poder, é o fato de ele ter
    se interessado no elemento estratégico do poder e, em função disso, ele afirmou que a repressão é produtiva, uma vez que, através de sua ação sobre o corpo do indivíduo, ela evita que percebamos o poder em sua forma angustiante de
    violência e cinismo. Ao dissimular os mecanismos do poder, os dispositivos, segundo Foucault, fazem com que apareça como elemento remoto, destacado; A análise de Foucault admite que se compreenda o fato político de o Estado não
    ser o único lugar de onde brota o poder, ele nem é a fonte do poder. Foucault aponta que esses micro poderes não estão situados em nenhum lugar específico da estrutura social; eles se encontram nessa rede de dispositivos de que ninguém escapa. Foucault afirmou que o poder não é algo que alguém detém como uma propriedade; o poder é exercido. Deste modo, não existe O Poder, mas práticas ou relações de poder.
     
    Do ponto de vista de Foucault, o poder, para ser eficaz deve produzir uma positividade, de tal modo que o desdobramento da vida social tem, como preço, o adestramento do corpo, Seu “disciplinamento”, hoje podemos compreender Foucault com mais clareza, muito do que este brilhante filósofo nos ensinou, principalmente acerca dos dispositivos, da repressão e do bio-poder, em Vigiar e punir Foucault afirmou que devemos deixar de descrever sempre os efeitos do poder em termos negativos, porque para ele o poder produz; produz realidade; produz campos de objetos e rituais da verdade.
     

     

    * Bianca Wild é colaborada do Café com Sociologia, licenciada em Ciências Sociais – FIC/FEUC Professora de sociologia-SEEDUC RJ, Especialista em gênero e sexualidade -UERJ/IMS e membro do Comitê Editorial da Revista Café com Sociologia.

     
  • Curso Boitempo: Karl Marx e Friedrich Engels

    Curso Boitempo: Karl Marx e Friedrich Engels

    UnknownA editora Boitempo realizou um curso imperdível, sujo foco foram Marx e Engels. Foram explorados diversos temas abordados por esses dois grandes pensadores tão importantes para a Sociologia, Filosofia e a Economia.

    São 8 aulas disponíveis gratuitamente, as quais temos o prazer de compartilhar no blog Café com Sociologia.

     

     

    Aula 1:

     

     

    Nesta aula de abertura do IV Curso Livre Marx-Engels, ministrada pelo jurista e filósofo do direito Alysson Leandro Mascaro, revelam-se elementos para teorizar na perspectiva marxista o poder, a política, o Estado, as relações de classe e o direito. As leituras desta aula são voltadas principalmente às seguintes obras:

     

    ◫ “Crítica da filosofia do direito de Hegel”, de Karl Marx (1844-45)

     

    ◫ “O 18 de brumário de Luís Bonaparte, de Karl Marx (1852)

     

    ◫ “O socialismo jurídico”, de Friedrich Engels e Karl Kautsky

     

     

     

    Aula 2:

    Esta segunda aula do IV Curso Livre Marx-Engels, ministrada por Antonio Rago, procura mostrar o avanço em relação ao Marx de 1844: a tese do “papel histórico universal” do proletariado (que aparece com a primeira crítica à cultura alemã pós-hegeliana, A sagrada família) e a elaboração do conceito crítico-negativo de ideologia, que surge na continuidade da citada crítica, precisamente em A ideologia alemã (1846), com a crítica feita a Feuerbach e a colocação da questão do método “que ascende da terra ao céu”.
    ◫ “A sagrada família”, de Karl Marx e Friedrich Engels (1845)
    ◫ “A ideologia alemã”, de Karl Marx e Friedrich Engels (1845-46)
    Aula 3: 

    O Manifesto do Partido Comunista, ou simplesmente Manifesto Comunista (1848), demonstra a madurez de Marx e Engels, com 30 e 28 anos respectivamente. Nesta aula, ministrada por José Paulo Netto, curador desta quarta edição do Curso Livre Marx-Engels, faz um tratamento cuidadoso desse texto fundamental, com ênfase em sua atualidade.
    ◫ “Manifesto Comunista” (1848), de Karl Marx e Friedrich Engels.
    Aula 4:

    Nesta aula, Osvaldo Coggiola (que implica um salto cronológico em relação ao andamento da primeira à terceira), mostra-se como os princípios elementares do “Manifesto Comunista” mais a maturação metodológica propiciada pela militância de Marx e Engels convertem-se em suportes de preciosas “análises concretas de situações concretas” (Lenin caracterizava assim o marxismo). Aula dedicada a Marx e Engels como “analistas de conjuntura”, baseada principalmente nas seguintes obras:
    ◫ “Lutas de classes na Alemanha”, de Karl Marx e Friedrich Engels (1848)
    ◫ “Lutas de classes na França”, de Karl Marx (1850)
    ◫ “A guerra civil na França”, de Karl Marx (1871)
    Aula 5:

    O eixo desta aula, ministrada pelo sociólogo do trabalho Ricardo Antunes, é a passagem de Marx à posição revolucionária, com o aparecimento formal do proletariado e sua emersão efetiva (com o peso do trabalho na constituição do ser social, um ser da práxis) nos Manuscritos econômico-filosóficos (1844). É fundamental a importância de Engels nesse período da evolução de Marx, em seu ensaio nos Anais Franco-Alemães (1844) e A situação da classe trabalhadora na Inglaterra (1845):
    ◫ “Crítica da filosofia do direito de Hegel”, de Karl Marx (1844-45)
    ◫ “Manuscritos econômico-filosóficos”, de Karl Marx (1844)
    ◫ “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”, de Friedrich Engels (1845)
    Aula 6:

    Nesta aula a questão central é Marx e a crítica da economia política, recorrendo especialmente aos “Grundrisse” (1857). Mario Duayer procura expor como determinada leitura desses textos deu origem a uma vertente alternativa de teoria crítica, voltada para a dimensão dominadora da ontologia do trabalho.
    ◫ “Grundrisse”, de Karl Marx (1857/58)
    ◫ “Tempo, trabalho e dominação social”, de Moishe Postone (Boitempo, 2014)
    Aula 7:

    Nesta aula a questão central aborda por Jorge Grespan é novamente Marx e a crítica da economia política, recorrendo desta vez principalmente a “O capital”, de Marx. Compreender a arquitetônica obra de Marx nos seus três níveis, produção, circulação e consumo, bem como as relações internas dos conceitos em cada um, é o objetivo da aula em questão.
    ◫ “O capital”, de Karl Marx (1867)
    Aula 8: 

    Nesta última aula do IV Curso Livre Marx-Engels, ministrada por Ruy Braga, a ênfase é em como Marx concebe o papel do programa do partido na luta democrática e sua concepção da transição socialista; o texto básico é a “Crítica do programa de Gotha” (1875) e, subsidiariamente, “O socialismo jurídico” (1887).

    ◫ “Crítica do programa de Gotha”, de Karl Marx (1875)
    ◫ “Grundrisse”, de Karl Marx (1857/58)
    ◫ “O capital”, de Karl Marx (1867)O Curso completo em formato de texto pode ser acessado em:
    https://marxcriacaodestruidora.files.wordpress.com/2013/05/apostila-iv-curso-livre-marx-engels-boitempo-editorial-e-sesc-pinheiros.pdf
  • Conteúdos de Sociologia no ENEM: discussão do conhecimento prévio

    Conteúdos de Sociologia no ENEM: discussão do conhecimento prévio

    Em trabalhos anteriores, analisamos conteúdos de Sociologia no ENEM e as respectivas formas pelas quais a sociologia vem sendo cobrada nos vestibulares de algumas universidades em diferentes regiões brasileiras e no ENEM. Além do entendimento de que formas são essas, uma das conclusões a que chegamos foi a de que, no ENEM, dificilmente há o acionamento de conhecimento sociológico prévio para a resolução da prova. Entendemos que, por mais que a cobrança na redação e de modo interdisciplinar traga algum reconhecimento ao saber sociológico, a construção de questões que possam ir além da interpretação de texto é fundamental para a consolidação da sociologia no exame. Sendo assim, como continuidade de nossa reflexão, objetivamos, no presente trabalho, discutir, afinal, o que é esse conhecimento prévio, que pode ser entendido como conceitos, temas e teorias sociológicos. Mas quais são eles e como são cobrados na prática? Como sabemos, não há uma definição nacional dos conteúdos da sociologia, mas algumas propostas estaduais. Analisaremos quais são, segundo os editais das universidades, as matérias de sociologia presentes em alguns vestibulares, se é possível chegar a um mapa comum e se esse mapa é compatível ou não com os currículos mínimos estaduais. Para isso, analisaremos editais dos vestibulares em que a sociologia está presente e do ENEM.
    Unknown

    Conhecimento prévio

    Em trabalhos anteriores, comparando a forma como a sociologia é cobrada nos vestibulares e no ENEM, uma das conclusões a que chegamos foi a de que, neste último, dificilmente há o acionamento do que nos chamamos de conhecimento sociológico prévio para a resolução da prova. Com base nisso, buscamos neste trabalho fazer uma discussão sobre o que é, no caso especifico da sociologia, o conhecimento prévio a ser avaliado nos exames, chamado por Cerrí (2004) de elemento decisivo, no caso da história.
    O conhecimento prévio passa pelos três recortes apontados pelas OCNEM pelos quais a sociologia poderia ser ensinada: conceitos, temas e teorias. Os parâmetros e as orientações curriculares deram algumas sugestões, mas preferiram deixar os professores elaborarem suas próprias propostas programáticas ou listas de conteúdos. Estas foram sendo influenciadas, pelo menos, pelos vestibulares, pelo EIVEM e pelos currículos mínimos.
    Os vestibulares em que a sociologia é cobrada passaram a definir os conteúdos sociológicos que deveriam ser estudados pelos vestibulandos, o que acabou, de alguma forma, influenciando o trabalho dos professores. Os currículos mínimos dos diferentes estados definiram aquilo que deveria ser ensinado nas séries do Ensino Médio no âmbito das aulas de sociologia. Como vimos, por mais que haja diferenças entre os currículos mínimos dos estados e entre os programas dos vestibulares, é possível chegar a um mapa comum.
    Já o ENEM não define os conteúdos, mas pelas provas precedentes é possível perceber aquilo que é cobrado. No caso da sociologia. dificilmente neste exame é exigido conhecimento prévio. Ela aparece contextualizando a questão para outra disciplina ou na forma de um texto a ser interpretado. Mas isso, já que o ENEM avalia competências e habilidades. afeta rodas as disciplinas ou é algo específico da sociologia? Um pouco dos dois. Nas demais disciplinas, algumas questões pedem conhecimentos prévios, ou seja, conteúdos pretéritos,  e outras podem ser resolvidas sem essa necessidade, por exemplo, pela interpretação de texto. O problema do raso especifico da sociologia que as questões, difere de vestibulares, acabam por não exigir um conhecimento prévio de seus conceitos, temas e teorias.
    Isso talvez aconteça mais coma Sociologia — e com a Filosofia também — porque as demais disciplinas passaram por longos processos de consolidação de seus conteúdos escolares, de forma que, por mais que o ENEM esteja centrado em competências e habilidades, e valorize interdisciplinaridade, elas já têm um núcleo relativamente fixo de conteúdos reconhecidos como mus. Não é de se estranhar, portou., que para essas disciplinas, as editoras aio tenham dificuldade para produzir livros específicos preparando pana prova do ENEM, mesmo que esse Exame não defina a lista de conteúdos.
    No caso da sociologia, as dificuldades se apresentam com maior intensidade, já que ela «chega ao vestibular em meio à interdisciplinaridade sem ter tido o mesmo tempo que as outras áreas para estabelecer a sua disciplinaridade” (FRAGA; MATIOLU, 2012), além de não contar com um conjunto consensual de conteúdos em nível nacional, pelo menos na fomo de um núcleo reconhecido de maneira mais abrangente.
    Assim, dois caminhos se abrem a partir do presente trabalho de analisar conteúdos de Sociologia no ENEM, o primeiro é a proposta de urna agenda de pesquisa que se coloca a partir da relação estudada entre o ENEM e o ensino de sociologia. Para além de toda uma discussão sobre a presença da matéria no exame, é possível afirmar que ela pode ter efeitos práticos na conformação do currículo da disciplina para o ensino médio. Então, um caminho aberto por este trabalho é o de uma agenda com pesquisas que se ocupem desses efeitos práticos do ENEM na prática cotidiana de sala de aula, isto é, pesquisas que investiguem m a presença da sociologia no exame criou novas cobranças para professores, se aulas então formatadas de modo distinto desde então, ou se as expectativas da comunidade escolar sobre o professor se a disciplina de sociologia mudaram.
    Nessa discussão sobre conhecimento prévio, levando em consideração a existência de um mapa comum entre os currículos estaduais e entre os programas dos vestibulares, as discussões acumuladas e até mesmo a inclusão, em 2012, da sociologia no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), talvez seja possível perguntar? estaria na hora de os professores e a comunidade interessada definirem nacionalmente um núcleo de conteúdos escolares que sejam reconhecidos como parte importante da sociologia na educação básica?

     

     

    Versão em PDF[button link=”https://cafecomsociologia.com/wp-content/uploads/2021/03/Os-conteudos-de-Sociologia-nos-vestibulares-e-no-ENEM.pdf” icon=”Select a Icon” side=”left” type_color=”button-background” target=”” color=”b70900″ textcolor=”ffffff”]AQUI[/button]

  • Esteriótipos

    Esteriótipos

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    Deixo mais uma sugestão para trabalhar o tema esteriótipos. Desta vez de forma ainda mais engraçada e animada (a partir da música “Sequestraram minha Sogra”, de Bezerra da Silva).
    A ideia é discutir o tema tendo como exemplificação a SOGRA.
    Abaixo um vídeo da música e a letra. A ideia central é discutir o que são estereótipos, quais os problemas em usá-los e seu caráter não científico. Uma outra discussão seria para entender como se formam.

    Letra:

    Sequestraram Minha Sogra -Bezerra da Silva

    Sequestraram minha sogra, bem feito pro sequestrador
    Ao invés de pagar o resgate, foi ele quem me pagou
    Ele pagou o preço da mala que ele que ele carregou
    Ele pagou a paga da praga que ele sequestrou
    Ele pagou a mala sem alça que ele levou
    Ele pagou a paga da praga que ele levou (2X)
    O telefone tocou uma voz cavernosa pedindo um milhão
    Pra libertar minha sogra que não vale nenhum tostão
    Ela zuou no cativeiro, mordeu a mordaça e a algema quebrou
    E até a bala do meu revólver a capeta da sua sogra chupou
    Ele pagou o preço da mala que ele que ele carregou
    Ele pagou a paga da praga que ele sequestrou
    Ele pagou a mala sem alça que ele levou
    Ele pagou a paga da praga que ele levou (2X)
    Novamente toca o telefone invertendo a situação
    Se eu recebesse a mejera de volta ele me dava o dobro da
    Grana na mão
    Já paguei por todos meus pecados me disse chorando o sequestrador
    Vou me entregar a polícia e quando sair serei mais um pastor
    Ele pagou o preço da mala que ele que ele carregou
    Ele pagou a paga da praga que ele sequestrou
    Ele pagou a mala sem alça que ele levou
    Ele pagou a paga da praga que ele levou (2X)

  • Conceitos sociológicos nas práticas cotidianas: mudanças sociais

    Conceitos sociológicos nas práticas cotidianas: mudanças sociais

    Por Cristiano Bodart 
    Um dos conceitos abordados nos estudos de introdução à Sociologia é o conceito de “Mudança Social”. Muitas vezes o professor (me incluo aqui em alguns momentos) ao abordar tal conceito nas aulas consegue, não sei por que diabos, transformar o que é tão próximo do educando em algo bastante distante e, as vezes, sem muito sentido real. Se a preocupação da Sociologia é explicar a realidade social, tornar os conceitos ainda mais complexos não faz muito sentido. Aos iniciantes na Sociologia, deve-se oferecer aquilo que está debaixo de seus olhos, temas que fazem parte de sua realidade social, fazendo-o compreender que a Sociologia extrai do senso comum sua matéria prima, embora sua perspectiva e método seja próprio dessa ciência.
    Um desses conceitos próximos da realidade do educando é mudança social, a qual está diretamente relacionado a realidade empírica, sendo esta qualquer alteração nas formas de vida de uma sociedade. Repito: “qualquer alteração nas formas de vida de uma sociedade”. Quando dizemos que a História nunca se repete exatamente da mesma forma, estamos afirmando que nenhuma sociedade é exatamente igual a si mesma em dois momentos históricos diferentes. Quando dizemos que “antigamente as crianças brincavam de bonecos(as) até mais tarde e que hoje não é mais assim” estamos falando de mudanças sociais. Se dissermos que há 50 anos havia mais preconceito em relação ao homossexualismo, estamos falando de mudanças sociais.
    As mudanças sociais alteram as relações sociais. Um exemplo próximo disso são as mudanças dos meios de comunicação, as quais evoluíram e, consequentemente, as relações sociais face-a-face sofreram alterações significativas em seus formatos e intensidades.
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    O ritmo das mudanças varia de sociedade para sociedade. Nota-se que quanto mais urbana a sociedade, mas rápidas são as mudanças. Na modernidade as mudanças tornaram-se um aliado para a economia. Os gostos mudam, a cultura muda, e muda-se o consumo. Em outras palavras, vende-se mais.
    As causas das mudanças sociais podem ser motivadas por forças internas ou externas. As forças internas são aquelas originadas dentro da sociedade. Como exemplo, podemos citar o papel das invenções na mudança social. As mudanças externas são aquelas causadas por fatores que provém de outras sociedades, o que ocorre pelo contato cultural entre duas ou mais sociedades. Na contemporaneidade as mudanças são tão rápidas que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman denominou nosso tempo de modernidade líquida. Líquida pela fluidez das mudanças sociais e sua capacidade de adequar-se as circunstancias de cada momento.
    Pena que o professor é, muitas vezes, um daqueles profissionais que resiste a mudança social e não se adequa ao mundo dos educandos. Mas tenho esperança… vivemos em uma modernidade líquida e tudo pode acontecer, e o bom que, à qualquer momento.
  • Do “rito de passagem” à “rito de legitimação da dominação”:  o caso dos “Trotes”

    Do “rito de passagem” à “rito de legitimação da dominação”: o caso dos “Trotes”

    Por Cristiano Bodart

    trote como rito de passagem
    O rito de passagem é caracterizado pela mudança de fase da vida social; o que é comum em todas as sociedades humanas. O ritual de passagem, como indica o termo, simboliza a passagem de um grupo para outro, ou seja, o desligamento do indivíduo de seu antigo grupo para a sua inclusão em um outro. Como exemplos de nossa sociedade, temos a “festa de 15 anos” e a “despedida de solteiro”.
    Na festa de 15 anos, a jovem é apresentada à sociedade como a mais nova mulher, pronta para participar do ciclo de mulheres adultas, assinalando o fim da infância ou da adolescência e o início do reconhecimento de sua capacidade sexual. Na “despedida de solteiro”, é realizado um ritual, com modelos variados, onde o indivíduo comemora a passagem de uma vida solteira para uma casada. O formato do ritual de passagem é bem variado, mas resume-se como se alguém estivesse dizendo ao iniciado “agora és um de nós”, “agora podes fazer o que fazemos”.
    Um rito de passagem muito praticado nas sociedades urbanas ocidentais são os “trotes”. Ritual de inclusão de novos indivíduos a vida acadêmica. Tal ritual é realizado em formato de recepção aos iniciados, que são chamados de calouros. Realizado o ritual o ingressante no curso superior passa a ser parte do grupo de estudantes acadêmicos. Porém, o que parece é que tal ritual de passagem vem a cada dia mais se transformando em um “ritual de legitimação de dominação”.
    O ritual denominado “Trote” apresenta-se, quase sempre, como uma forma de legitimar o poder e, consequentemente, a dominação dos “veteranos” sobre os “ingressantes” ou “calouros”. Tal relação de dominação vai perdurar enquanto a próxima cerimônia ritualística não ocorrer. Enquanto isso o iniciado será sempre conhecido como calouro, termo, quase sempre, carregado de sentido pejorativo e de inferioridade em relação aos “veteranos”.
    No Trote tem-se início a dominação do veterano sobre o calouro. Nesse momento o calouro deve se submeter a situações muitas vezes constrangedoras e até humilhantes. Muitos vêm se opondo a prática do trote, especialmente onde o ritual leva os iniciados à condições “desumanas”. O que não se vê é que a dominação não se limita ao ritual. Este parece ser apenas o ápice da evidência da dominação que é exercida durante todo o ano letivo.
    Sem dúvida, em muitos casos, o “Trote” deixou de ser apenas um ritual de inclusão para ser um ritual de dominação. No máximo um ritual de inclusão de indivíduos em condições de subjugados e dominados por outros que antes estavam nessa condição. Longe de ser uma manifestação de expressão do tipo “agora és um de nós”. Pena que muitos subjugados de hoje desejam ser os dominadores de amanhã.
  • Discriminação Racial, Consciência Coletiva e Habitus

    Discriminação Racial, Consciência Coletiva e Habitus

    Discriminação Racial do ponto de vista sociológico

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    Discriminação Racial e Consciência Coletiva
    Por Cristiano das Neves Bodart

     

    Que tal uma reflexão estrutural da discriminação racial no Brasil? Digo “estrutural”, a fim de, evidenciar que a discriminação não é apenas “selada” na ação ou no pensar individual. Trata-se de uma consciência coletiva, nos termos durkheimiano. Diria ainda que, trata-se do habitus adquirido pelos não negros, e, em muitos casos, entre esses – sobretudo se tiverem acesso à “cultura dos brancos”.
    O racismo é parte da “Consciência Coletiva” por ser construído socialmente por meio de nossa (H)história positivista, marcada por heróis nacionais elitistas e brancos, por representações/afirmações de políticas excludentes, além de ideologias disseminadas por algumas novelas, filmes, propagandas e parte de um discurso “policial” (e reproduzimos isso tudo em suas ações individuais, via habitus adquirido).  O conjunto desses elementos construtores e reforçadores do racismo impregnou na consciência coletiva muitos absurdos. A medida que novos indivíduos vão nascendo e crescendo esse conjunto de elementos vão
    “adequando-os” ao pensamento coletivo discriminatório vigente.
    O conceito de habitus nos ajuda a entender isso. Bourdieu define habitus como
    “[…] um sistema de disposições duráveis e transponíveis que, integrando todas as experiências passadas, funciona a cada momento como uma matriz de percepções, de apreciações e de ações – e torna possível a realização de tarefas infinitamente diferenciadas, graças às transferências analógicas de esquemas […]” (BOURDIEU, 1983b, p. 65).
    Nesse sentido, ao tratarmos de racismo, notamos que estamos quase todo tempo expostos a um sistema marcado pela discriminação, cujo esquema estrutural destaca o negro de forma pejorativa e/ou inferiorizada. Para perceber isso, bastamos olhar atentamente ao nosso redor e, muitas vezes, para nós mesmos.  É essa exposição  constante que leva a sociedade a (re)produzir o preconceito, manifestando-se em forma de ações e pensamentos. É nesse contexto que criamos uma consciência coletiva preconceituosa e um habitus igualmente discriminatório em seu sentido pejorativo.
    Há, assim, no indivíduo “branco” uma pré-disposição em julgar o “negro” como ladrão, malandro, feio etc. Nesse sentido, enquanto a noção de “Consciência Coletiva” durkheimiana nos ajuda a pensar o racismo na “esfera” estrutural, o habitus nos possibilita pensar nossas ações individuais, embora ambos os conceitos consideram a estrutura social.
    Uma música intitulada “A Carne”, do cantor e compositor “Seu Jorge”, nos ajuda a pensar essa questão.  O artista inicia sua música de forma enfática e bem clara em relação a realidade social: “A carne mais barata do mercado é a carne negra”. A música continua com exemplificações interessantes:

    “Que vai de graça pro presídioE para debaixo de plásticoQue vai de graça pro subempregoE pros hospitais psiquiátricos”

    Após tais exemplificações, o compositor não poderia deixar de retoma a afirmação de que “A carne mais barata do mercado é a carne negra”. A música ainda busca evidenciar o papel do negro na história do Brasil, ainda que não devidamente reconhecida: “Que fez e faz história, segurando esse país no braço”.
    Em outra estrofe, o compositor apresenta, em meio a situação de subjugação, a esperança de mudanças.

    “Mas mesmo assimAinda guardo o direitoDe algum antepassado da corBrigar sutilmente por respeitoDe algum antepassado da corBrigar bravamente por respeitoDe algum antepassado da corBrigar por justiça e por respeitoDe algum antepassado da corBrigar, brigar, brigar”

    Por fim, o que mais me chama a atenção é a esperança depositada em algum “antepassado de cor”. Estariam os negros descrentes nos brancos? É, no mínimo, de se pensar…
    Referência:
    BOUDIEU, Pierre. (1983b) Sociologia. Organizado por Renato Ortiz. São Paulo: Ática.

    Como citar esse texto:

    BODART, Cristiano das Neves. Discriminação Racial e Consciência Coletiva. Blog Café com Sociologia. 2013. Disponível em: https://cafecomsociologia.com/2013/12/discriminacao-racial-consciencia.html. Acesso em: dia mês ano.